Lula pede otimismo após queda do PIB, diz empresário

BRASÍLIA – Um dia depois do anúncio da queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 3,6% no último trimestre de 2008, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou o exemplo do vice José Alencar, que se recupera de uma cirurgia de retirada de tumores, para pedir otimismo ao mercado e ao próprio governo. Em audiência hoje no Palácio do Planalto com representantes do setor de alumínio, Lula pediu “coragem” aos empresários, segundo Franklin Feder, presidente da Alcoa América Latina e Caribe. “Ele (Lula) disse que o caso do vice deve inspirar os ministros e a iniciativa privada”, relatou Feder em entrevista.

Os representantes da Alcoa, da Albrás e da BHP Billiton disseram a Lula que vão manter um investimento total de R$ 8 bilhões no período 2008 a 2010. Os investimentos, observou Franklin Feder, são de longo prazo, como a construção de usinas de alumínio e hidrelétricas.

A entrevista dos empresários foi organizada pelo próprio Planalto, que, em meio à crise, tenta aproveitar ao máximo anúncios positivos na área econômica. Na conversa com os jornalistas, os empresários, no entanto, não esconderam o desânimo com a queda no preço do alumínio no mercado externo. Franklin Feder informou que a tonelada do alumínio, que era de cerca de US$ 3.400 em julho, desabou para US$ 1.300. “É o menor preço dos últimos 50 anos”, disse. “Temos a crença de que essa crise vai passar; os investimentos são de longa maturação”, completou. “Sabemos que as coisas são difíceis, mas vamos manter o otimismo.”

agência estado

Rizzolo: Ah! Mas com todo o respeito ao presidente, comparar o otimismo pessoal, de caráter personalíssimo de Alencar no enfrentamento da sua doença, com um otimismo econômico, que depende mais do governo do que de Deus, não é aconselhável, e não denota bom senso. A verdade é que o governo demorou muito para admitir a crise, tentou ver até onde ela ia, se comportou de forma refratária em relação a um corte maior nas taxas de juros, enfim só otimismo de nada adianta, muito menos nas comparações no âmbito da saúde. Otimismo demais faz mal a economia. O ministério deveria advertir…

Lula será ‘advogado’ da Venezuela junto a Obama, diz Amorim

O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá atuar como uma espécie de “advogado” da Venezuela na conversa que terá no sábado com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

De acordo com o chanceler brasileiro, a expectativa do governo é que Obama endosse o discurso de “mudança” que tem feito e esqueça “problemas do passado” que ocorreram entre Estados Unidos e países latino-americanos.

“O presidente Lula quer mostrar o mesmo sentimento que ele tem em relação a outros países mais pobres da América do Sul. Acho que é possível (que o presidente advogue pela Venezuela e pela Bolívia). No caso da Venezuela, o próprio presidente (Hugo) Chávez se encarregou de dizer que tem toda a confiança no que o presidente Lula puder dizer”, destacou Amorim. “De certa maneira é um endosso para que isso ocorra por parte da Venezuela. A mensagem é de diálogo, de compreensão e para evitar (pensar no presente levando em conta) problemas do passado, e (sim) disposição para cooperar e entender.”

“Acho que não é tanto uma questão de simplesmente fazer com que o presidente Obama olhe para cá. Creio que ele fará isso, mas (…) que com modéstia e humildade olhe para cá, (olhe) com ótica certa. Ele tem que levar em conta as mudanças que ocorreram na América Latina e no Caribe”, opinou Amorim. “Creio que o presidente Lula terá ocasião de levar sua visão de como tem sido esse processo de mudança na América do Sul e na América Latina, sem a pretensão de dar conselho.”

Na avaliação do ministro, a postura de respeito dos Estados Unidos diante do referendo na Venezuela, que abriu a possibilidade para que o presidente Hugo Chávez pudesse se candidatar e se reeleger indefinidamente, por exemplo, foi “muito equilibrada” e permite antever um novo perfil de relação entre os países.

“É preciso compreender e ver que na Venezuela houve vários referendos, todos com (acompanhamento) internacional. Em todos esses casos, indiscutivelmente, houve uma votação que deixou claro o sentido geral da opinião na Venezuela (de apoio à possibilidade de reeleições indefinidas)”, completou. “Creio que o presidente Obama estará aberto.”

Defensor do fim do embargo comercial à Cuba, o presidente Lula deverá, na conversa com Obama no sábado pela manhã, ressaltar a importância e o simbolismo da ilha para a América Latina.

“No contexto de tratar da região, é inevitável tratar do tema Cuba. A situação de Cuba hoje em dia é uma relação anômala em relação ao resto do continente, não há duvida que é”, comentou Celso Amorim, evitando polemizar sobre as críticas ao regime de governo cubano. “Cuba é muito simbólica na América Latina, para a maneira como os Estados Unidos olham para a América Latina. Não escolhemos os regimes dos outros países.”

Crise financeira

Além de discutir questões regionais e de interesse da América Latina, ressaltou Amorim, o presidente Lula deve opinar junto a Obama sobre possíveis “remédios para a crise financeira”, incluindo uma exposição sobre o sistema bancário brasileiro e o reforço de que o protecionismo não ajuda em nada a sair das turbulências econômicas mundiais.

Redação Terra

Rizzolo: O ministro de Relações Exteriores Celso Amorim, gosta nas suas declarações de insinuar que o presidente Lula ” está com Chávez e não abre “. A palavra ” Advogado da Venezuela “, muito embora no sentido figurado, denota uma afinidade inconteste ao regime bolivariano. Contudo não será – pelo menos por parte de Chávez- a postura causídica que Chávez adotará, quando os EUA adotar o Brasil, um dia, como um fornecedor de petróleo maior do que a Venezuela . Chávez irá bravejar, e destituirá seu advogado. Chávez é imprevisível, entendo este papel de Lula um pouco mediador, um aproximador muito embora poderá ser mal interpretado e não contará com o apoio de grande parte dos americanos. Lula deve ressaltar o papel de liderança do Brasil na América Latina, dissocia-lo do viés esquerdista catanho dos países da América Latina. Agora um ” Advogado da Venezuela ” é demais. Que tal Lula se portar como um Advogado dos interesses brasileiros apenas, e um mero e discreto mediador do regime bolivariano. Entendo que ganharíamos mais.

Kassab diz que tem ‘sonho de ver Serra presidente’

SÃO PAULO – O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), disse hoje que sonha em ver seu mentor, o governador José Serra (PSDB), presidente da República. Questionado sobre quem gostaria que o sucedesse na Prefeitura em 2012, Kassab foi reticente no âmbito municipal, mas incisivo no federal. “No momento adequado, definiremos os candidatos liderados pelo nosso comandante político na cidade, o governador José Serra. Eu tenho um sonho: que Serra seja presidente da República.”

Apesar de ausente na inauguração de um trecho do Expresso Tiradentes, na zona leste da capital paulista, o governador de São Paulo foi uma constante nos discursos de vereadores, de Kassab e do vice-governador Alberto Goldman (PSDB), que representava o tucano. Virtual candidato do PSDB à Presidência em 2010, Serra foi aclamado como o autor da reformulação do projeto do corredor de ônibus. A ideia do grande corredor surgiu na gestão do ex-prefeito Celso Pitta, mas teve atrasos e alterações e ainda não foi concluído.

“O povo acreditou no Fura-Fila de Pitta, mas nós sabíamos que era inviável. Durante anos, tivemos palitos suspensos por parte da cidade, atrapalhando o trânsito, sem servir para nada”, criticou Goldman. “Serra e Kassab remodelaram o projeto para atingir Cidade Tiradentes.”

O vice-governador de São Paulo fez questão de citar investimentos do governo do Estado no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), e a parceria entre município e administração estadual. “Mostramos ao País como trabalhar integradamente com o interesse público acima de qualquer interesse político eleitoral ou partidário”, disse Goldman, reproduzindo um discurso de Serra.

Aécio

Sem citar o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), Goldman rebateu as declarações do mineiro de que haveria uma tentativa de decidir o candidato tucano a 2010 a partir da Avenida Paulista, em referência implícita a Serra. Ontem, Aécio havia dito que “não se constrói um projeto para o País de alguns gabinetes da Avenida Paulista, mas caminhando pelo País”.

O vice-governador paulista respondeu: “O futuro do País é sempre decidido pelo povo na urna. Serra ainda tem dois anos de mandato e tem de trabalhar para administrar São Paulo. Até o momento em que a legislação, eventualmente, obrigue algum de nós a deixar o cargo para ser candidato, faremos isso.”

agência estado

Rizzolo: É claro que o sonho de Kassab – que é o pesadelo de Dilma e Aécio – seja de que Serra se torne presidente. O PSDB precisa antes de tudo definir quem será o candidato, a demora os questionamentos, as insinuações internas partidárias só servem a oposição tucana. Kassab desponta como um grande nome na política paulista, e seu apoio é essencial. Aécio traz consigo um sentimento mineiro mal resolvido com a morte de Tancredo Neves, Minas ainda não se refez da perda do presidente. A disputa interna no PSDB faz com que as prévias tão defendidas por Aécio seja sim uma extraordinária oportunidade para o PSDB voltar a mobilizar suas bases e falar à sociedade; demais segundo o candidato mineiro “se perder, apoiará Serra, incondicionalmente”. Vamos ver.

Pessimismo em diluição

Segundo Millôr Fernandes, ” o otimismo é o pessimismo em diluição ” . Diluir o pessimismo foi a tarefa do presidente Lula desde que a crise internacional se instalou. Tem lá suas razões, e que provavelmente abordam muito mais questões de cunho popular, do que bons conselhos que em última instância poucos acreditaram, principalmente o empresariado.

À parte a escassez de crédito que pegou todos de surpresa, o empresariado sempre viu um certo exagero do presidente e notavelmente associava isso a um movimento interno de perpetuação e proteção da sua popularidade. Em verdade, situações econômicas graves não se resolvem com prioridades políticas eleitorais. Talvez este tenha sido o maior erro do governo, ao demorar e tratar a crise como sendo um “problema de Bush” ou uma simples “marolinha”.

No que diz respeito à queda do PIB – 3,6% no último trimestre -, muitos são os fatores que contribuíram, além da tardia compreensão e extensão da crise por parte do governo; a principal foi a dificuldade de obtenção do crédito, que no meu entender foi crucial na contribuição da queda do consumo das famílias que hoje representa 60% do PIB.

O pior, esse consumo das famílais, subia há 19 trimestres, desde 2003, e agora caiu -2,0%. Alegarmos que isto reflete já os efeito da crise na economia real, não é sensato, a questão principal foi a restrição ao crédito; além disso com o otimismo apregoado pelo governo, os Bancos já previam forte inadimplência, o que provocou na verdade um aumento real dos ” spreads”.

Outro número nada bom foi o nível de investimento, que caiu 9,8% no quarto trimestre, e é compreensível em função dos altos estoques, e de certa forma pelo comprometimento dos gastos públicos, que fez mais do PAC muito mais um ganho político do que investimento propriamente dito. A grande saída para a real mudança deste quadro de estagnação, é um corte nos juros num patamar maior, só assim poderemos viabilizar e minimizar o quadro econômico.

Podemos de certa forma entender que a política no Brasil induz a uma a letargia nas tomadas de decisões, principalmente em época de disputa eleitoral. Prioriza-se a nível de popularidade, fazer a suscessão, e as questões econômicas acabam sendo preteridas pelas de cunho político. Talvez ainda tenhamos tempo, muito depende agora do Copom, do Banco Central, do Bancos, dos ” spreads”, para que o banho de água fria dilua o pessimismo que nos abateu. Menos otimismo e mais realismo.

Fernando Rizzolo

Publicado em Artigos de Fernando Rizzolo, últimas notícias, balança comercial saldo negativo, Banco Central, Bancos não emprestam dinheiro, barreira as importações brasileiras, Brasil, construtoras e o " efeito Incol", construtoras em crise, cotidiano, Crise, Crise Financeira, crise imobiliária no Brasil, crise no Brasil, crise nos eua, demissões em massa, economia, eleições 2010, emergentes, FHC: crise vai crescer de forma exponencial, geral, Lula, LUla e a popularidade, mercado imobiliário em crise, News, Nossa Caixa Desenvolvimento, notícias, Política, Principal. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »

Charge do Sinfrônio para o Diário do Nordeste

auto_sinfronio