BRASÍLIA – Chega a 131 o número de funcionários que hoje recebem salários de diretores no Senado e deverão entregar seus cargos por determinação do presidente da Casa, José Sarney. Nem todos eles ocupam realmente o cargo de diretor. Segundo explicações de fonte do Senado, o enquadramento como diretor foi um artifício encontrado por administrações anteriores para aumentar o salário destes funcionários.
O número excessivo de diretores surpreendeu a maioria dos senadores. O senador Tião Viana (PT-AC), que disputou a presidência da Casa com José Sarney, elogiou a medida, afirmando que a decisão surge num momento de desgaste do Senado, mostra não ter compromisso com o erro de ninguém e sai em busca da verdade. Amanhã, Sarney assina convênio com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para promover uma reforma administrativa no Senado.
Desde que tomou posse no dia 1º de fevereiro, José Sarney não consegue colocar nenhuma matéria importante em votação. A pauta do Senado tem sido atropelada por frequentes denúncias de irregularidades praticadas pela administração da Casa.
Neste fim de semana, Sarney foi surpreendido com a denúncia de que diretores do Senado empregavam parentes em empresas prestadoras de serviço para burlar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbe a prática de nepotismo da administração pública.
O 1º secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), já pediu uma lista completa de todos os servidores terceirizados, que trabalham no Senado, para identificar os casos de parentesco com funcionários do quadro permanente de pessoal.
Outra denúncia publicada na última segunda, pelo site Congresso em Foco, informou que a líder do governo no Congresso Nacional, Roseana Sarney (PMDB-MA), teria utilizado passagens aéreas de sua cota parlamentar para trazer amigos e parentes, no último fim de semana, de São Luís para Brasília.
A senadora divulgou uma nota da agência de viagens, que presta serviços ao Senado, que teria sido a fonte do Congresso em Foco, informando que a senadora não emitiu bilhetes de sua cota parlamentar para nenhum dos nomes apontados pela matéria.
(Com Agência Brasil)
Rizzolo: Muito da decisão de hoje por parte de Sarney, é fruto da insustentabilidade moral do legislativo. O povo brasileiro já não mais suporta tanta “bandalheira” o que na verdade acaba desqualificando a democracia brasileira. A verdade é que esta decisão já deveria ter sido tomada há tempos. O fato da assinatura do convênio com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para promover uma reforma administrativa no Senado, é uma boa medida. A pressão que o legislativo sofre advem do fato de ser um poder mais observado e menor. Devemos exercer pressão não só no legislativo, mas nos demais poderes. É bom lembrar que isso não ocorre apenas no Legislativo, hein !
BRASÍLIA – O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil em São Paulo (Sintracon), Antônio de Sousa Ramalho, reclamou hoje da lentidão e da burocracia da Caixa Econômica Federal na liberação dos recursos para a construção civil. “Quero reclamar da burocracia da Caixa, que tem sido muito devagar”, disse.
“A gente vê grande otimismo no presidente Lula, ele faz os discursos e a gente acredita, mas a burocracia do governo está lenta para a situação que estamos vivendo”, afirmou Ramalho, durante a abertura do 2º Seminário Nacional da Construção Civil no Brasil: Desafios e Oportunidades.
Segundo ele, várias construtoras em São Paulo estão com mais da metade do empreendimento pronto, mas não conseguem a liberação dos recursos da Caixa para completar as obras. “O dinheiro não chega nas obras”, disse.
Presente no seminário, o gerente nacional de habitação da Caixa, Paulo Patay, disse que a instituição tem trabalhado para oferecer as menores taxas e os melhores prazos de financiamento habitacional. Segundo ele, a Caixa terá este ano um orçamento recorde de R$ 27 bilhões dos quais R$ 2,7 bilhões serão para financiamento da compra de material de construção e R$ 1 bilhão exclusivamente para a população de baixa renda.
Impostos
Representantes do setor da indústria da construção civil aproveitaram o seminário de hoje para reclamar dos altos impostos incidentes sobre a cesta básica de material de construção. Segundo o diretor da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Luís Carlos Botelho, é importante que o governo zere a alíquota da Cofins, PIS e Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) quando se tratar de empreendimentos voltados para habitação de baixa renda.
O presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Elias Conz, disse que a carga tributária incidente sobre a cesta básica da construção civil é de 38%, mais que o dobro da carga tributária para automóveis populares, sem contar a recente redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros novos.
Emprego e pacote
O presidente do Sintracon disse que, em julho do ano passado, o setor da construção civil já tinha um déficit de mão de obra de 230 mil trabalhadores e que, no fim de 2008, segundo dados do governo federal sobre empregos com carteira assinada, contidos no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), houve uma perda de mais 105 mil trabalhadores. Além disso, nos dois primeiros meses deste ano, mais 70 mil pessoas foram demitidas no setor da construção civil.
Ramalho afirmou que o setor espera que essa situação volte a melhorar a partir deste mês, mas alertou que o pacote da habitação, que deve ser anunciado pelo governo nos próximos dias, não pode se transformar “num pacote de R$ 1,99”.
Também presente no seminário, o secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Meziat, lembrou que o governo está finalizando as medidas do pacote habitacional. Segundo ele, essas medidas contemplarão um arranjo que incluirá Estados, municípios e setor privado.
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Rizzolo: Bem, numa crise com escassez de crédito, é evidente que a Caixa Econômica Federal não tenha agilidade de outrora, e possivelmente seja mais seletiva. A grande verdade é que o setor da construção civil passa por uma crise de confiança. Inúmeras são as construtoras com problemas de caixa, e o investidor, os bancos, enfim toda a cadeia fica receosa em relação ao segmento.
O segmento é ” vaidoso” e não admite a crise de confiança estabelecida em função dos problemas financeiros das grandes construtoras. Os dados apresentados pelo presidente do Sintracon confirmam a crise de confiança, que provavelmente por não admiti-la atribui à burocracia e os impostos. Com efeito muitos são os setores que reclamam da carga tributária, que é alto, concordo, contudo no meu entender essa queixa é mais de conteúdo político do que tributário propriamente dito. Vai por mim.
BRASÍLIA – O deputado Clodovil Hernandes (PR-SP) morreu no início da noite de terça-feira, após ser internado devido a um acidente vascular cerebral, informou o hospital Santa Lúcia, de Brasília.
Clodovil, de 71 anos, sofreu uma parada cardíaca às 18h45, enquanto estava sendo preparado para entrar no centro cirúrgico para a retirada de órgãos que seriam doados, segundo a assessoria de imprensa do hospital. A morte cerebral havia sido anunciada por volta das 16h.
Em nota, o PR informou que o deputado será velado na quarta-feira na Assembléia Legislativa de São Paulo e enterrado no mesmo dia no Cemitério do Morumbi.
A sessão desta terça-feira prosseguiu na Câmara dos Deputados após o anúncio da morte cerebral de Clodovil. O presidente da Casa, Michel Temer, comentou a atuação do colega.
“Foi uma passagem de muita presença e acho que isso revela uma personalidade forte. O Clodovil tem uma personalidade forte, mas uma atuação suave”, disse Temer.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Clodovil. “Entrou tardiamente na vida política e provou que tinha muitos adeptos, uma vez que foi o terceiro deputado federal mais votado no Estado de São Paulo. Neste momento de dor, expresso minha solidariedade a seus parentes, amigos e correligionários”, afirmou Lula em comunicado.
Clodovil, eleito depois de se tornar famoso como estilista e apresentador de televisão, sofreu um AVC e foi internado em estado grave na segunda-feira no Hospital Santa Lúcia, onde os médicos fizeram drenagem de sangue de seu cérebro por meio de um cateter.
O estado de saúde do deputado se agravou na tarde de segunda em razão de uma parada cardiorrespiratória de cinco minutos. Ele estava em coma profundo desde então.
A parada cardíaca sofrida nesta terça inviabiliza a doação dos órgãos sólidos, segundo explicou o dr. Lúcio Lucas Pereira, da central de doação de órgãos de Brasília, em nota.
OUTRO ACV
Clodovil sofria de hipertensão arterial sistêmica e vinha enfrentando diversos problemas de saúde recentemente.
Em setembro do ano passado, ele ficou internado por alguns dias na UTI do Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, por causa de uma embolia pulmonar.
Em junho de 2007 ele já havia sofrido um outro AVC, de menor intensidade, que resultou na paralisia parcial do braço direito.
Clodovil, eleito deputado federal pelo PTC em 2006 com uma das maiores votações de São Paulo, disse que resolveu se candidatar ao ter um “insight”, depois de ficar sabendo que estava com câncer na próstata.
Na semana passada, o deputado foi absolvido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de uma acusação de infidelidade partidária, por ter se filiado ao PR depois do prazo fixado pela Justiça.
Segundo os ministros do tribunal eleitoral, Clodovil sofreu discriminação no partido, e por isso, teve justificativa para mudar de legenda.
Nascido em 17 de junho de 1937 em Elisário, no interior de São Paulo, Clodovil destacou-se como estilista e ganhou fama nacional quando passou a trabalhar na televisão. Num dos programas, trabalhou ao lado da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy.
Na vida política, ele foi eleito deputado logo em sua primeira candidatura. Na Câmara, Clodovil participou das comissões de Direitos Humanos e Minorias; e Educação e Cultura, entre outras.
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Rizzolo: Realmente é muito triste ver alguém que depois da fama, optou pela vida pública e teve a oportunidade de conhecer o mundo da política no Brasil, mundo este que Clodovil jamais esteve preparado. Clodovil se indignava com a amoralidade na política e talvez isso tenha contribuído para este triste desfecho. Clodovil sempre gostou muito da Claudia Bonfiglioli, da instituição Casa Hope, eram amigos há muitos anos, frequentava inclusive a fazenda da família.Talvez chegue o dia que nos daremos conta que Clodovil foi mais que um estilista, talvez um verdadeiro estadista. Descanse em paz .
VATICANO – O papa Bento XVI declarou nesta terça-feira, 17, que a distribuição de preservativos não é a forma correta de combater a disseminação do vírus HIV e da aids e insistiu em que a Igreja Católica está na vanguarda da luta contra a epidemia na África. A bordo do avião papal para uma viagem pela África, o pontífice alegou ainda que a distribuição de camisinhas “piora o problema”.
Na África, papa dará atenção às guerras, fome e doenças
A África é a região do planeta mais afetada pela aids. De acordo com estimativas elaboradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2008, de 30 milhões a 36 milhões de pessoas vivem atualmente com o vírus HIV no organismo. Destas, pelo menos 22 milhões estão na África.
O Vaticano encoraja a abstinência sexual como forma de combater a disseminação da doença. Esta é a primeira viagem de Bento XVI ao continente como papa. Ele deixou o aeroporto de Roma com destino a Camarões nesta terça e também deve passar por Angola.
Questionado sobre as manifestações divulgadas recentemente na imprensa que dizem que o pontífice está sozinho na polêmica gerada pela revogação da excomunhão dos bispos lefevbrianos, Bento XVI
afirmou que tem “vontade de rir” quando ouve essas coisas.
“Não estou só, tenho colaboradores muito válidos. Todos os dias, recebo o secretário de Estado, o cardeal (Tarcisio) Bertone, os bispos e o pessoal da Cúria. Vejo regularmente todos os prelados do mundo”, disse o papa, a caminho da capital de Camarões, Yaoundé.
Sobre a crise econômica mundial, Bento XVI afirmou a ida à África não tem nenhum programa de cunho político ou econômico.”Vou com um programa religioso, de fé e de moral”, disse o papa, para afirmar depois que a crise mostrou que há certa ausência de crítica no mundo da economia.
Bento XVI defendeu a renovação do sistema econômico e fez uma chamada à solidariedade internacional, diante de uma crise que o fez mudar seus planos de publicar uma Encíclica que está preparando.
Segundo o pontífice – que também falará sobre corrupção na África -, a Igreja Católica tem um grande papel no continente, onde existe, disse, uma necessidade de respeito recíproco e de diálogo entre as
diferentes religiões. Sobre o papel desempenhado pelas seitas, Bento XVI disse que estas oferecem “milagres e prosperidade rápida”, que acabam por se diluir.
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Rizzolo: Olha, realmente as declarações do papa cada vez mais se distanciam da realidade e do bom senso que permeia a maioria dos cristãos do mundo. Não é possível conceber que nos dias de hoje, com os avanços da medicina, dos conhecimentos da infectologia, o papa apregoe o não uso de preservativos numa região infestada pelo vírus da Aids. Os números de infectados nos assustam, de 30 milhões a 36 milhões de pessoas vivem atualmente com o vírus HIV no organismo, destas, pelo menos 22 milhões estão na África. Por estas e aquelas, é que os evangélicos avançam no mundo com uma visão moderna, atual e realista.