VATICANO – O papa Bento XVI declarou nesta terça-feira, 17, que a distribuição de preservativos não é a forma correta de combater a disseminação do vírus HIV e da aids e insistiu em que a Igreja Católica está na vanguarda da luta contra a epidemia na África. A bordo do avião papal para uma viagem pela África, o pontífice alegou ainda que a distribuição de camisinhas “piora o problema”.
Na África, papa dará atenção às guerras, fome e doenças
A África é a região do planeta mais afetada pela aids. De acordo com estimativas elaboradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2008, de 30 milhões a 36 milhões de pessoas vivem atualmente com o vírus HIV no organismo. Destas, pelo menos 22 milhões estão na África.
O Vaticano encoraja a abstinência sexual como forma de combater a disseminação da doença. Esta é a primeira viagem de Bento XVI ao continente como papa. Ele deixou o aeroporto de Roma com destino a Camarões nesta terça e também deve passar por Angola.
Questionado sobre as manifestações divulgadas recentemente na imprensa que dizem que o pontífice está sozinho na polêmica gerada pela revogação da excomunhão dos bispos lefevbrianos, Bento XVI
afirmou que tem “vontade de rir” quando ouve essas coisas.
“Não estou só, tenho colaboradores muito válidos. Todos os dias, recebo o secretário de Estado, o cardeal (Tarcisio) Bertone, os bispos e o pessoal da Cúria. Vejo regularmente todos os prelados do mundo”, disse o papa, a caminho da capital de Camarões, Yaoundé.
Sobre a crise econômica mundial, Bento XVI afirmou a ida à África não tem nenhum programa de cunho político ou econômico.”Vou com um programa religioso, de fé e de moral”, disse o papa, para afirmar depois que a crise mostrou que há certa ausência de crítica no mundo da economia.
Bento XVI defendeu a renovação do sistema econômico e fez uma chamada à solidariedade internacional, diante de uma crise que o fez mudar seus planos de publicar uma Encíclica que está preparando.
Segundo o pontífice – que também falará sobre corrupção na África -, a Igreja Católica tem um grande papel no continente, onde existe, disse, uma necessidade de respeito recíproco e de diálogo entre as
diferentes religiões. Sobre o papel desempenhado pelas seitas, Bento XVI disse que estas oferecem “milagres e prosperidade rápida”, que acabam por se diluir.
Agência Estado
Rizzolo: Olha, realmente as declarações do papa cada vez mais se distanciam da realidade e do bom senso que permeia a maioria dos cristãos do mundo. Não é possível conceber que nos dias de hoje, com os avanços da medicina, dos conhecimentos da infectologia, o papa apregoe o não uso de preservativos numa região infestada pelo vírus da Aids. Os números de infectados nos assustam, de 30 milhões a 36 milhões de pessoas vivem atualmente com o vírus HIV no organismo, destas, pelo menos 22 milhões estão na África. Por estas e aquelas, é que os evangélicos avançam no mundo com uma visão moderna, atual e realista.
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