No período do agravamento da crise econômica internacional, a avaliação popular do governo de Luiz Inácio Lula da Silva caiu cinco pontos porcentuais, revela pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta sexta-feira. A taxa de aprovação, que era de 70% em novembro do ano passado, agora é de 65%. Foi a primeira queda na aprovação a Lula desde o início de seu segundo mandato, em janeiro de 2007. Desde então, os números vinham subindo: em março daquele ano, era de 48%, passando a 55% um ano depois e 64% em setembro do ano passado.
Apesar da queda, Lula continua com uma aprovação superior a todos os outros presidentes cujos governos foram avaliados em pesquisas do Datafolha. A nota (de zero a dez) dada a Lula pelos entrevistados caiu de 7,6 em novembro para 7,4 agora. Mesmo com a queda, a avaliação é melhor do que a nota dada em setembro, pouco antes da crise explodir no exterior (nota 7). A queda na avaliação positiva caiu tanto entre os brasileiros de menor renda (de 71% para 66%) como para os da faixa superior de renda (de 63% para 58%). Entre as regiões do país, a aprovação continua sendo maior no Nordeste (77%) e menor no Sul (57%).
De acordo com o instituto responsável pelo levantamento, os números refletem o impacto da crise. Na pesquisa anterior, em novembro, 72% diziam ter conhecimento da turbulência financeira internacional. Agora, a marca subiu para 81%. Para 31%, o país será “muito prejudicado” pela crise mundial, marca que era de 20% em novembro. A opinião mais freqüente entre os entrevistados, contudo, é de que o país será “um pouco prejudicado” pela crise: 55% acham isso. Em relação ao papel de Lula na crise, a aprovação caiu de 49% em novembro para 43%.
O comentário mais famoso do presidente sobre a turbulência econômica – a de que, se chegasse aqui, a crise seria “apenas uma marolinha” – deixou uma impressão cada vez mais negativa. Em novembro, 39% discordavam de Lula enquanto 42% concordavam. Agora, só 35% concordam, e 50% discordam. Para 59% dos entrevistados pelo Datafolha, o nível de desemprego no país deverá crescer em função da crise. Esse é o maior número já registrado no governo Lula. A pesquisa ouviu 11.204 pessoas com 16 anos ou mais em 371 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
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Rizzolo: O mais interessante neste dado, é que a partir de agora se abre uma discussão sobre o que o governo fez e o que deixou de fazer na condução da crise. É claro que com a história da ” marolinha”, o governo demorou demais na tomada de decisões pontuais, mas nem isso a fraca oposição soube explorar. Hoje vivemos num país que quase não há oposição ao governo Lula. Apesar da queda, Lula continua com uma aprovação superior a todos os outros presidentes .
Na verdade falta muito a fazer, o governo ainda é refratário no corte dos gastos públicos, na diminuição das taxas de juros, e na gestão de programas como o Pac, que está em atraso. Agora no meu entender caiu muito pouco, até porque para a população pobre os efeitos da crise ainda não os atingiram por completo. Lula é um grande líder e sabe manejar a opinião pública, e esta crise todos sabem é externa. O problema é diminuir seu impacto na nossa economia real coisa que não está ocorrendo.