Corrupção no Brasil é ‘endêmica’, diz Fernando Henrique

SÃO PAULO – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cobrou hoje atitude do governo federal ao lidar com denúncias de corrupção envolvendo integrantes da administração pública. FHC afirmou que a corrupção no País é “endêmica” e admitiu que não poderia dizer que sua gestão passou ilesa por essas questões, mas disse que, diferentemente do que ocorre atualmente com a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele “não passou a mão na cabeça de corruptos”. “A corrupção é uma coisa endêmica. Mas não tem uma palavra minha de passar não na cabeça de corrupto. Nenhuma. Não houve nenhum momento em que a alusão à corrupção não tivesse sido seguida de uma demissão.”

Ao comparar sua atuação como presidente em relação à corrupção, FHC não citou o nome do presidente Lula. “A diferença é de atitude. Não posso garantir que não tenha havido corrupção, mas posso garantir que, sim, nunca compactuei com ela”, afirmou ele, durante o seminário 15 anos do Plano Real: Antecedentes, Resultados e Perspectivas, realizado na Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), com o apoio da Agência Estado.

Indagado, FHC evitou falar sobre as pessoas que, em sua avaliação, “deveriam ser presas” por corrupção. “Eu não preciso nominar ninguém. O Ministério Público (MP) já nominou, a condenação é que ainda não houve, porque é um processo lento”, declarou. O ex-presidente defendeu mais agilidade por parte do Judiciário para decidir sobre casos de corrupção. “Esse não é um problema desse governo, é do Brasil. O que garante a continuidade da corrupção é o sentimento de impunidade”, disse.

Lalau

Questionado sobre pessoas corruptas que teriam sido presas durante seu governo, ele citou o juiz Nicolau dos Santos Neto, conhecido como Lalau e condenado a 26,5 anos de prisão pelos crimes de peculato, estelionato e corrupção passiva. O juiz foi acusado de desviar R$ 169,5 milhões durante a construção da sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na capital paulista. “Talvez seja o único preso até hoje. É patético”, afirmou o ex-presidente. Atualmente, Lalau cumpre prisão domiciliar devido à idade avançada.

FHC ironizou as críticas feitas pelo presidente Lula, que disse ontem que ex-presidentes devem se manter calados. “Ai, que saudade do governo militar, em que eu podia falar”, disse. Na década de 1960, o ex-presidente já era conhecido como sociólogo de renome internacional e ficou exilado no Chile e na França nos anos mais violentos da ditadura militar.
agência estado

Rizzolo: O grande problema no Brasil é que a administração pública quando se vê às voltas com problemas de corrupção logo a política partidária correspondente aos envolvidos – e aí vale qualquer partido – salta à frente das investigações e promovem as famosas CPIs que acabam em nada. A corrupção é endêmica no Brasil há muitos anos, inclusive no governo de FHC. Só através de uma nova visão política de ética, uma safra de novo políticos, promovendo educação ao povo, e uma nova legislação eleitoral que obrigue a prestação de contas aos que detem os mandatos, é que poderá o Brasil reverter este quadro. Leia artigo meu: O Aero Willys e o Congresso Nacional

Ilha riscada do mapa na Barra da Tijuca vira controvérsia

O desaparecimento de uma ilha, para uns, ou de um banco de areia, para outros, e que foi riscada ou riscado do mapa na Lagoa da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, em data que ninguém sabe, ainda provoca controvérsia.

Se o critério for de livro escolar, que define ilha como uma porção de terra cercada de água por todos os lados, só um lado tem razão, mas o outro lado afirma: o banco de areia atrapalhava o sistema de lagoas na Baixada de Jacarepagua.

O governo estadual não é muito claro sobre o caso: acredita, porém, que a ilha ou banco de areia, de aproximadamente 20 mil metros quadrados, que constava em todos os registros cartográficos oficiais do município, tenha sido dragado durante o programa de despoluição da lagoa, ocorrido na gestão da governadora Rosinha Garotinho (2003-2006).

Para o professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Elmo Amador, a intervenção foi equivocada. “Toda ilha, a rigor, foi uma coroa de areia. Se fizeram essa dragagem sem nenhum critério, sem prestar contas à sociedade, cometeram mais um atentado ambiental”, afirmou o ambientalista, que já participou de programas de despoluição da Baía de Guanabara e das lagoas da Baixada de Jacarepaguá.

Ilha consolidada

“Aquela ilha já estava consolidada, com vegetação, formação consistente, e abrigava um ecossistema. Ou seja, tinha uma importância ecológica”, disse o professor Elmo.

“A dragagem é necessária, para a reposição do fluxo da lagoa e entrada da maré, mas a isso poderia ser feito sem destruir um acidente geográfico. Com esse argumento de mal necessário destroem praias, baías e matas”, acrescenta.

Segundo ainda o geógrafo, a intervenção deveria obedecer os procedimentos legais, após a elaboração de um Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (Rima), e convocação de audiências públicas para prestar contas à população. “Nada disso foi feito”, conclui.

O diretor de recuperação ambiental do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Carlos Abenza, minimiza as consequências da suposta dragagem. “Era uma ilha, já que todo monte de terra cercado de água é uma ilha. Mas não era de formação rochosa, e sim um grande banco de areia que estava prejudicando o sistema lagunar, impedindo a troca hídrica e de nutrientes”, afirma.

De acordo com Abenza, o projeto de recuperação da lagoa foi iniciado em 2003, mas foi interrompido depois de outras avaliações técnicas e um estudo ambiental que mostravam riscos de poluição da praia da Macumba.

Depois de refeito, o projeto passou a prever a realização de abertura de um novo canal, além do desassoreamento e dragagem do sistema lagunar. A execução seria por meio de parceria com a iniciativa privada, sem ônus para o estado.

Custo de R$ 20 milhões

O diretor do Inea afirmou também que a retirada dos resíduos e o destino final, o chamado “bota-fora”, pode custar, numa avaliação sobre o custo de remoção da suposta ilha, em torno de R$ 20 milhões. “O fundo da lagoa precisa ser tratado. Além de retirar os sedimentos, é necessário fazer um trabalho de recuperação, melhorando o leito”.

Abenza explica ainda que o Relatório Ambiental Simplificado (RAS) para licenciamento será concluído em abril. As obras estão previstas para reiniciar em maio, caso consigam parcerias com a iniciativa privada.

O desaparecimento da suposta ilha foi divulgado após a comparação de duas imagens aéreas da lagoa da Tijuca, uma de 2004 e a outra de 2008.
Globo

Rizzolo: Ah! Mas isso é um absurdo. Ou esta história está mal contada, ou estamos diante de uma questão de violação ambiental. Promover dragagem e destruir uma ilha natural, é uma verdadeira a agressão à natureza. Aliás, hoje no Brasil não há respeito com absolutamente nada. Se o próprio Congresso Nacional nem sequer respeita o povo brasileiro exercendo má versação do erário público com a gastança em salários, imaginem o Poder Público fiscalizar e respeitar a ecologia. Varreram a Ilha! Só pode ser brincadeira…Somem com o dinheiro do povo e agora somem até com Ilha !!!

Investimento estrangeiro dobra em fevereiro e soma US$ 1,9 bi

BRASÍLIA – O ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED) no Brasil dobrou em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2008, somando US$ 1,968 bilhão. O resultado é ligeiramente superior ao projetado pelo Banco Central no mês passado, que esperava um fluxo de IED de US$ 1,8 bilhão.

Os investimentos estrangeiros em ações, porém, tiveram saldo negativo de US$ 343 milhões no mês. Os investimentos em ações negociadas no País tiveram saídas de US$ 321 milhões e as negociadas no exterior, saldo negativo de US$ 21 milhões. Em fevereiro do ano passado, os investimentos em ações também tiveram saldo negativo, de US$ 270 milhões.

Os investimentos em títulos de renda fixa, em fevereiro, tiveram saldo negativo de US$ 1,327 bilhão, acumulando, no ano, saldo negativo de US$ 3,128 bilhões. Em fevereiro do ano passado, a renda fixa registrava ingressos de US$ 2,886 bilhões e acumulava, no primeiro bimestre, saldo positivo de US$ 4,198 bilhões.

Os investimentos em títulos negociados no País tiveram saídas de US$ 734 milhões em fevereiro e acumulam, no ano, saldo negativo de US$ 2,363 bilhões. Já os títulos negociados no exterior, tiveram saídas de US$ 593 milhões em fevereiro e acumulam, no ano, US$ 764 milhões de saídas.

No primeiro bimestre do ano, o ingresso de investimentos estrangeiros diretos soma US$ 3,898 bilhões. No período, as aplicações em ações acumulam saldo negativo de US$ 885 milhões ante déficit de US$ 3,351 bilhões em janeiro e fevereiro de 2008. Em 12 meses, o saldo até fevereiro subiu para US$ 43,243 bilhões ou 2,90% do PIB. Até janeiro, o IED acumulado era de US$ 42,164 bilhões ou 2,75% do PIB.
agência estado

Rizzolo: O aumento do ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED), são na realidade investimentos que tem por objetivo a compra de ativos no Brasil, dentre eles empresas nacionais. Bem essa questão é delicada, até porque a entrada de IED não significa investimentos no País em si.

Só para se ter uma idéia, saíram US$ 10 bilhões e 435 milhões em remessas de lucros e dividendos (tanto especulativos quanto remessas de lucros de filiais de empresas externas às suas matrizes, além de juros, renda fixa e outros rendimentos). Em 10 dias do mês de março, a transferência de US$ 3,266 bilhões pelas multis foi maior do que em todo o mês de janeiro: US$ 2,251 bilhões. A verdade é que este “investimento direto estrangeiro” tem apenas rosto de investimento, mas na verdade é em última instância a compra e desnacionalização de empresas nacionais por atacado, além disso estas ” filiais” remetem mais ao exterior do que investem no País.

Não se trata de nacionalismo, mas temos que prestigiar a empresa nacional, aquele que investe e não remete, e que por muitas sofre sem financiamentos e recursos enquando a farra das remessas sangra o País. É isso aí. Depois dizem que eu oscilo entre discurso de direita e da esquerda, mas a verdade é que quando se trata de proteger a industria nacional e o mercado interno todos se calam, como se isso fosse uma blasfêmia. Vamos falar a verdade !

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Bancos investem contra a poupança

Para os especuladores, 6% de rendimento na caderneta é muito alto

Os bancos privados, sobretudo estrangeiros, pressionam o governo pela mudança no cálculo da rentabilidade da caderneta de poupança. Para menos, é claro, já que a aplicação tornou-se, segundo eles, mais atrativa para os investidores após a baixa da taxa Selic.

A caderneta foi criada para beneficiar os pequenos poupadores – os trabalhadores, os aposentados, a dona de casa, sob a garantia do governo federal. Com um rendimento de apenas 6% ao ano mais TR (Taxa Referencial), e sem incidência do Imposto de Renda, a única mudança aceitável seria para aumentar o rendimento. Além do que, por lei, 65% dos recursos da poupança são destinados, pelo banco, para financiamento habitacional, o que impede que o recurso sirva à mera especulação financeira, estimulada pelos juros altos do Banco Central.

O economista Roberto Padovani, do Banco WestLB do Brasil – subsidiária do WestLB AG, um dos maiores bancos da Alemanha, defendeu na quarta-feira (17) que é preciso reduzir o rendimento da caderneta de poupança para não prejudicar outras aplicações, como a movimentação dos títulos públicos, principal ganho do sistema financeiro. Em vez de baixar suas abusivas taxas de administração – que lhes garantem vultuosos lucros – , para atrair investidores, os bancos investem contra os pequenos poupadores.

Esta é a questão de fundo por trás da suposta necessidade de se alterar a lei que garante o rendimento da caderneta de poupança.

Além de ser uma armadilha política para o governo – pois ainda é candente na memória do povo o confisco efetuado pelo governo Collor nas economias dos brasileiros – o suposto risco propalado aos pequenos poupadores, caso ocorra uma debandada dos fundos para a poupança, não é verdadeiro. A perda de rendimento dos pequenos poupadores só viria a acontecer se o ganho da poupança fosse reduzido.

Manter a diminuição na margem de lucro dos que especulam com os títulos públicos e manter os ganhos da poupança só trazem benefícios para o país. Primeiro porque diminui a sangria efetuada através dos juros, amplia a capacidade de investimento do Estado e potencializa os recursos disponíveis para se aplicar na construção civil, uma vez que, por lei, 65% dos recursos da poupança são destinados para financiamento habitacional.

É claro que a rentabilidade menor nos fundos desestimula a aplicação nesta modalidade. E isso não é ruim para o país, só para os bancos, que ganharão menos lucros com taxas; para os especuladores, que sugarão menos recursos públicos – boa parte enviada para fora do país – e para a oposição, que aposta todas as suas fichas numa grande retração da economia.
Jornal Hora do Povo

Rizzolo: Concordo plenamente com o raciocínio do texto. Na verdade ainda existe no imaginário do povo brasileiro um certo “trauma” em relação à poupança, face ao confisco da era Collor, e a mudança no cálculo do rendimento da caderneta poderá trazer conseqüências aos bancos na sua rentabilidade, que não admitem reduzir suas margens de lucros.

Não é época de se estimular a especulação, com a diminuição da margem de ganho especulativo, podemos ampliar a capacidade de investimento do Estado aumentando sobremaneira os recursos disponíveis para se aplicar por exemplo na construção civil. Isso sim. É impressionante a voracidade pelo lucro por parte dos bancos internacionais, nacionais, inclusive os estatais. Pobre do pequeno empresário brasileiro que precisa de recursos para investir na produção !!

Charge do Lane para o Charge Online

lane2