SÃO PAULO – As vendas de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo caíram 43% no primeiro trimestre, para 4.831 unidades, em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram comercializadas 8.478 unidades, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 20, pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP).
No primeiro trimestre, as vendas de imóveis de três dormitórios corresponderam a 42% do total de unidades, os de dois dormitórios, a 36%, os de quatro dormitórios, a 21%, e de um dormitório, a 1%.
O Secovi-SP citou dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) que apontam lançamentos de 3.154 unidades na capital paulista no primeiro trimestre, 55% a menos que as 7.025 unidades do intervalo equivalente de 2008. O total vendido no trimestre superou o volume de lançamentos no período. O aumento de estoque registrado no fim de 2008 “começa a ser compensado com as vendas deste ano”, conforme o Secovi-SP.
No mês de março, foram lançadas 1.561 unidades no município de São Paulo, acima das 1.211 de fevereiro e das 382 de janeiro. As vendas chegaram a 2.162 imóveis novos, ante 1.556 em fevereiro e 1.113 em janeiro, o que indica, segundo o Secovi-SP, que os efeitos da crise financeira internacional sobre o setor imobiliário “são cada vez mais tênues”.
Conforme o Secovi-SP, sondagem realizada, no início de maio, com “parcela significativa de empresas do setor” estimou aumento de 20% a 25% do número de unidades negociadas no mês de abril em relação a março.
O Secovi-SP reiterou que, este ano, os lançamentos vão somar 28 mil unidades, mas revisou o volume de vendas projetado para mais de 29 mil unidades. O indicador vendas sobre oferta (VSO) esperado para o fim de 2009 passou a ser, portanto, de 12%, ante a projeção passada de 11%. A VSO foi de 13,8% em 2008 e de 16,2% em 2007. No primeiro trimestre, a média do indicador foi de 8%.
agencia estado
Rizzolo: O mercado imobiliário é o típico segmento que depende da oferta de crédito, da confiabilidade de quem constrói, da capacidade financeira daqueles que em momentos de crise e de desemprego, assumem compromissos de risco. A característica do imóvel é não ter a devida liquidez e isso em momentos de crise, desemprego, e falta de crédito pesa muito nas decisões. A notícia confirma o que este Blog sempre sustentou, a crise do mercado imobiliário brasileiro.
Ademais o risco da saúde financeira das construtoras abaladas com a crise contribui para o forte desaquecimento do setor. Por mais que o setor ainda insista em que os números podem melhorar, a grande verdade é que em época de crise investir em imóvel acaba sendo a última opção. A melhor coisa em época de crise é não se arriscar mormente em se tratando de ativos com pouca liquidez.
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