RIO – O infectologista Edmílson Migowisky fez duras críticas na manhã desta terça-feira à forma como o Ministério da Saúde vem ministrando o Tamiflu no país. Segundo Migowisky, a alta percentagem de mortes no Brasil, mais de 10%, contra 0,5% em todo o Mundo, é consequência da restrição que o Ministério fez quanto á distribuição da medicação.
– A letalidade da gripe no Brasil é muito superior à letalidade da Inglaterra, onde aconteceram quase 100 mil casos e poucas pessoas morreram. O Chile também distribui a medicação livremente e o índice de mortes é baixo – atacou.
O infectologista, que desde o início da epidemia defende a liberação da medicação sem restrições, diz que boa parte das 210 mortes no país aconteceram por conta desta política errada.
– Aqui no Brasil a política é restritiva
JbOnline
Rizzolo: Se há algo que me deixa revoltado é fazer uso de uma suposta alegação médica não comprovada, para legitimar uma incompetência. Assim nesse esteio de postura, o ministro da saúde José Gomes Temporão defendeu hoje a política brasileira de restringir o acesso ao medicamento Tamiflu, alegando “a banalização o uso do anti viral”. Ora, se as pessoas estão morrendo, se médicos como o Dr. Migowvsky e outros alertam para o perigo, este argumento serve apenas para não admitir a incapacidade do governo em suprir de forma eficiente a demanda pelo medicamento. Realmente uma vergonha em termos de saúde pública, é tudo para segurar o medicamento para o povo que sofre nos hospitais. Tamiflu já para todos !
15/03/2010 às 1:45 PM
Olá Fernando, parabéns pelo blog. Não partilho da mesma visão que o infectologista, em sua afirmação de que a restrição ao Tamiflu possa ter causado a maioria das mortes pela gripe A no país.
Pois itens que antecedem a aplicação do medicamento (que só teria efeito de eficácia nas primeiras horas de contágio) são muito precarios em nosso país, como saneamento básico e educação de uma forma geral.
O uso indiscrimado deste ou de qualquer outro antibiótico ou antiviral diante de um surto deste porte é algo que pode gerar agravar a médio e longo prazo a disseminação e a resistência do vírus diante das defesas naturais do organismo exigindo a aplicação de medicamentos ainda mias fortes e invasivos que estes, causando certamente prejuízo no quadro do indivíduo, principalmente se este é portador de outras patologias que geralmente que complicam ainda mais o estado de saúde.