Egípcio apoiado pelo Brasil é derrotado em eleição na Unesco

A búlgara Irina Bokova foi eleita nesta terça-feira para ser a primeira diretora-geral da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), vencendo o polêmico candidato egípcio, Farouk Hosni, acusado de declarações antissemitas.

Hosni, ministro egípcio da cultura, tinha o apoio do governo do Brasil. O país havia decidido não apresentar a candidatura do engenheiro brasileiro Márcio Barbosa, atual número dois da Unesco, para dar mais peso à candidatura do egípcio.

Em maio, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, havia declarado que a decisão de apoiar Hosni se devia “à forte política de aproximação do Brasil com o mundo árabe”.

Bokova, embaixadora da Bulgária na França e também na Unesco, foi eleita no quinto e último turno da votação, que começou na quinta-feira passada, por 31 votos contra 27 para o ministro egípcio da Cultura.

A eleição do diretor-geral cabe ao comitê executivo da Unesco, formado por 58 países da organização, entre eles o Brasil.

Bokova vai substituir o japonês Koichiro Matsuura e será a primeira mulher a dirigir a organização.

Seu nome ainda deve ser aprovado, por voto secreto, na Assembleia Geral da Unesco, em outubro, que terá a participação dos 193 países da organização. Na prática, porém, a Assembleia Geral ratifica a escolha do comitê executivo.

Declarações polêmicas

Apesar de suas declarações polêmicas, como a de que “ele próprio queimaria livros em hebreu” que encontrasse em bibliotecas do Egito, Hosni era considerado o favorito nessa eleição, que começou sendo disputada por nove candidatos.

No quarto turno, realizado na segunda-feira, apenas a búlgara e o egípcio ainda disputavam a eleição. Houve empate entre os dois candidatos.

Além do Brasil, Hosni tinha o apoio de países europeus e dos Estados Unidos, que acreditavam que essa seria uma maneira de reforçar o papel de mediador do Egito nas negociações de paz no Oriente Médio.

Hosni havia dito “lamentar” as declarações sobre queimar livros, afirmando que elas foram tiradas de seu contexto, e desmentiu ser antissemita. O ministro egípcio, no entanto, chegou a declarar que a cultura judaica é “desumana, racista e pretenciosa”.

Mas seu favoritismo começou a perder força nas últimas semanas. Intelectuais e várias associações judaicas, sobretudo na França, denunciaram o fato de que o egípcio, acusado também de praticar a censura em seu país, pudesse dirigir a organização da ONU voltada para a educação, a ciência e a cultura.

BBC Brasil

Rizzolo: Graças a Deus, esse antissemita saiu do caminho. Há tempos várias associações judaicas vinham denunciando esse camarada por suas afirmações racistas, intolerantes e maldosas. Infelizmente nos resta apenas lamentar o apoio do governo brasileiro dado a este cidadão, apoio este tão inconseqüente quanto o abrigo a Zelaya. Aliás Amorim já está se tornando contumaz em trocar os pés pelas mãos, neste caso de Hosny as conseqüências não foram tão graves. Sinceramente, depois de tudo que o mundo já viveu de intolerância, sofrimento, tristeza, como darmos apoio a uma pessoa antisemita e intolerante ? Só por isso deveríamos virar as costas, não é ? Mas não é isso que acontece por aqui.

Lula mantém índice de aprovação acima de 80%, diz pesquisa

A aprovação dos brasileiros à maneira como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva administra o país manteve índice elevado, superior a 80%, no terceiro trimestre de 2009, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta terça-feira.

A pesquisa indica que 81% dos entrevistados aprovam a forma como o país está sendo administrado e 17% desaprovam. No levantamento anterior, de junho, esses percentuais eram de 80% e 16%.

Esta é a 27ª pesquisa CNI/Ibope realizada desde o início do governo Lula, em janeiro de 2003. Segundo os autores, o novo levantamento confirma o movimento de melhora de expectativa da população em relação à economia, já observado ao longo do ano.

Há duas semanas, uma pesquisa realizada por outro instituto – CNT/Sensus – havia apontado queda de 4,7 pontos percentuais na popularidade do presidente. Segundo a CNT/Sensus, a queda foi resultado principalmente da má percepção da população sobre o sistema de saúde, diante da disseminação da gripe suína.

Avaliação positiva

A nova pesquisa CNI/Ibope também indica que a avaliação do governo do presidente Lula se manteve elevada. De acordo com o levantamento, 69% dos entrevistados avaliam o governo como ótimo ou bom, o segundo melhor resultado da série de pesquisas do instituto.

Na pesquisa anterior, divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) no final de junho, esse percentual era de 68%. A pesquisa ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios brasileiros entre os dias 11 e 14 de setembro.

Segundo o levantamento, a avaliação do governo Lula oscilou positivamente dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e retornou ao mesmo patamar de setembro do ano passado.

O saldo de avaliação permaneceu em 60 pontos percentuais, mesmo nível da rodada anterior. Isso ocorreu porque a avaliação negativa também subiu um ponto, passando de 8% para 9%.

A pesquisa aponta ainda que a nota média (em uma escala de zero a dez) atribuída pela população ao governo do presidente Lula é de 7,6 – no levantamento anterior, era de 7,5.

Crise e pré-sal

A pesquisa CNI/Ibope desta terça-feira indica que a percepção de gravidade da crise econômica vem perdendo força gradativamente.

No período de seis meses, o percentual de entrevistados que consideram a crise muito grave caiu de 37% para 20%.

Nesse mesmo período, passou de 11% para 23% o percentual dos que consideram a crise pouco ou nada grave.

A CNI/Ibope também avaliou o conhecimento dos entrevistados sobre a exploração de petróleo na camada pré-sal. Segundo o levantamento, 39% dos brasileiros ainda não conhecem ou não ouviram falar do assunto.
agencia estado

Rizzolo: A popularidade e a aprovação do governo Lula continuam nas alturas. Na realidade não há muito a criticar, tirando é claro algumas questões nas relações internacionais. Mas do ponto de vista macroecômico, do mercado interno, e no abrandamento da crise, o País caminha bem. A grande diferença hoje é que temos a China como grande consumidor das commodities e isso, nos impulsiona a crescer, gerando empregos indiretos, e obviamente trazendo dividendos políticos que se expressam em popularidade ao presidente.

Azeredo critica atitude do Brasil em relação a Honduras

BRASÍLIA – O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), convocou para hoje, às 15 horas, reunião extraordinária da comissão, a fim de debater a crise política em Honduras e o refúgio do presidente deposto, Manuel Zelaya, na Embaixada brasileira. Azeredo criticou a atitude do governo brasileiro de receber Zelaya e disse que a declaração do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, de que o governo brasileiro foi surpreendido com a volta de Zelaya ao país, “não convence”.

Azeredo também afirmou hoje que o Brasil “exagerou” ao abrigar Zelaya na embaixada. Na opinião do senador, o governo brasileiro deveria ter deixado a Organização dos Estados Americanos (OEA) procurar uma solução para o impasse. “O Brasil estava certo ao protestar contra o golpe em Honduras, mas, no meio do caminho, houve um exagero do Brasil em buscar um destaque internacional”, ponderou o senador.

“Esta situação é grave, e o Brasil fica procurando sarna para se coçar. Essa história de que foi surpresa o Zelaya aparecer por lá não convence”, disse o senador, referindo-se às declarações do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em Nova York, negando que o governo brasileiro soubesse antecipadamente do retorno de Zelaya ao país. Azeredo afirmou que não conseguiu conversar com o chanceler brasileiro nos últimos dias, mas informou que vai discutir o assunto com os demais membros da comissão.

Mercadante

O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), criticou a declaração feita por Azeredo, de que o Brasil, ao abrigar o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na Embaixada brasileira naquele país, “procura sarna para se coçar”.

“O direito de abrigo em uma embaixada é uma condição fundamental do estatuto da defesa dos direitos humanos e foi utilizado por muitos brasileiros, inclusive por militantes do PSDB, no golpe do Chile, quando ficaram meses amontoados em embaixadas para fugir da perseguição da ditadura de Pinochet”, disse Mercadante.

O senador do PT afirmou que as críticas devem ser feita aos “golpistas” que tomaram o poder em Honduras, e não à Embaixada brasileira, que, segundo o chanceler Celso Amorim, não soube antecipadamente do retorno de Zelaya ao seu país.

“O que os democratas do Brasil precisam, neste momento, é condenar com veemência o golpe em Honduras e garantir a integridade física do presidente deposto Manuel Zelaya e restabelecer o estado democrático em Honduras como exigem a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas (ONU), que expulsou o representante dos golpistas da última reunião, e como têm feito os principais países democráticos”, afirmou Mercadante.

agencia estado

Rizzolo: Em primeiro lugar Manuel Zelaya nunca foi democrata, se fez usar da democracia plebiscitária para afrontar as instituições e violar a Constituição de seu País. O Brasil procurou sim “sarna para se coçar”, deveria como afirmou Azeredo, ter deixado a Organização dos Estados Americanos (OEA) tomar partido dessa questão. Agora o Sr. Mercadante ao defender a democracia, se esquece que quando todos os democratas brasileiros clamavam sua postura em relação a Sarney, há algumas semanas, preferiu calar-se. Conclamar desta feita os democratas do Brasil à causa hondurenha, é algo no mínimo surrealista. O Brasil se mete em cada fria em nome do esquerdismo….

Charge do Sponholz para o Jornal da Manhã (PR)

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