Carro é atingido por mais de 50 tiros e dois homens morrem, diz polícia

Dois homens morreram na tarde desta terça-feira (13) após criminosos atirarem diversas vezes contra o carro onde as duas vítimas estavam. O crime ocorreu na Estrada do Mendanha, Campo Grande, Zona Oeste do Rio. Segundo a polícia, o veículo foi atingido por mais de 50 tiros.

De acordo com as primeiras informações da perícia da Polícia Civil, os criminosos começaram a atirar no carro das vítimas durante uma perseguição.

Após os primeiros disparos, o veículo parou na contramão da estrada. Em seguida, segundo a polícia, os criminosos continuaram atirando contra o carro, e fugiram em seguida.

As duas vítimas ainda não foram identificadas. A investigação do crime será feita pela Delegacia de Homicídios da Zona Oeste.
Globo

Rizzolo: Fico impressionado com a violência no Brasil. De facto as questões sociais tem seu peso, mas entendo que o senso de impunidade ainda é grande entre os agentes delituosos. A Polícia Civil investiga se o crime foi motivado pela disputa do controle de áreas entre milicianos. Agora um carro atingido por 50 tiros provavelmente denota vingança. Vamos aguardar as investigações.

A religião e o respeito ao eleitor – Coluna Carlos Brickmann

Na Basílica de Aparecida, na grande festa católica da Padroeira do Brasil, o governador paulista José Serra, candidato tucano à Presidência da República, faz um discurso sobre como devem ser os governantes ideais. Em Belém do Pará, na grande procissão católica do Círio de Nazaré, a ministra Dilma Rousseff, candidata petista à Presidência da República, acenava aos eleitores – quer dizer, aos fiéis – e proclamava sua fé. De certa forma lembrando Cristo, postava-se entre a governadora Ana Júlia e o ex-governador Jader Barbalho.

Dilma vive fase de fé. Esteve também, pela primeira vez nas últimas seis décadas, na lavagem das escadas da Igreja do Bonfim, em Salvador. O senador Antônio Carlos Magalhães, que também nunca foi religioso, costumava participar do evento. Mas ninguém o acusará de jamais ter sido sincero em excesso.

A democracia não é santa mas faz milagres. Até agora, ninguém suspeitava de tamanho fervor religioso dos dois principais candidatos. Dos nomes apontados para a Presidência, só a senadora Marina Silva, evangélica, é conhecida como religiosa sincera, militante e praticante. E não usa a religião para conquistar eleitores. Questão de respeito ao eleitor, questão de respeito à religião, que é coisa séria e não deve ser usada como enxada para cavar votos.

E que, como arma eleitoral, nem sempre funciona. O governador Adhemar de Barros dizia que seu candidato à Prefeitura paulistana, Auro Moura Andrade, ganharia “porque Deus quer”. O vitorioso foi o brigadeiro Faria Lima.

Vistoria, enfim

Democracia faz milagre, também, em questões de trabalho. A bilionária obra de transposição do rio São Francisco, anunciada há anos com todas as pompas possíveis como a redenção do Nordeste, enfim recebeu a visita do presidente, da candidata, de políticos, de ministros, de jornalistas. Sejamos justos: não fossem as eleições, ninguém ficaria sabendo como é que estão andando os serviços.

Negócio da China

A Chery, uma das maiores indústrias automobilísticas chinesas, decidiu produzir seus carros no Uruguai, para vendê-los ao Brasil e demais países do Mercosul. Negocia sociedade com a Socma, Sociedad Macri, um dos maiores grupos empresariais argentinos. Um dos sócios do grupo, Mauricio Macri, é prefeito de Buenos Aires e líder da oposição à presidente Cristina Kirchner.

As palavras…

O ministro da Agricultura, Guilherme Cassel, negou no Congresso que seu Ministério destine recursos ao MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, responsável pela recente invasão e atos de vandalismo numa fazenda produtora de laranjas. Só que o Incra, ligado ao Ministério, destinou em 2008 mais de 60% dos recursos repassados em São Paulo à ONG Fepag, ligada ao MST.

…e a foto

No domingo, esta coluna cometeu um engano: informou que o carro oficial utilizado em Belém pelo líder do MST, João Pedro Stedile, tinha sido fornecido pelo Governo estadual do Pará. Na verdade, é do Governo Federal (veja a foto). É dinheiro oficial ou não?

De acordo com os planos

A Câmara Federal decidiu formar uma comissão com o objetivo de acompanhar a organização, as obras e os investimentos referentes aos Jogos Olímpicos do Rio, que se realizarão em 2016. Nada mais esperado: em relação às Olimpíadas e à Copa do Mundo de 2014, tudo será acompanhado por uma comissão.

Boa notícia

A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado deve votar hoje quatro projetos que tratam de indenização a clientes de empresas aéreas em caso de atrasos, cancelamentos de voos, recusa de embarque e danos a bagagens. Está mais do que na hora de disciplinar o assunto. Um leitor desta coluna, ao chegar aos Estados Unidos e verificar que sua bagagem não o acompanhava, solicitou à empresa que o autorizasse a comprar roupas para os compromissos do dia seguinte. A empresa rejeitou o pedido – para aceitá-lo logo em seguida, autorizando-o a comprar toda a roupa necessária numa loja cara, quando viu que tinha um alto cargo. Já uma passageira comum, que viajou a Tel Aviv pela empresa israelense El Al, está sem bagagem (e sem qualquer indenização) desde abril.

Fogo aéreo

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, deve falar hoje na Câmara Federal sobre a transferência de tecnologia na compra de caças para a Aeronáutica. O Governo começou muito afoito, mas agora está fazendo as coisas direitinho: seguindo todos os trâmites, elaborando pareceres, recebendo ofertas, para só então anunciar que os vencedores serão os franceses da Dassault, fabricantes do Rafale.

Dúvida pertinente

Se até o Imposto de Renda é informatizado, por que o Enem é feito em papel, a alto custo? Por que não usar computadores em vez de provas impressas?

Carlos Brickmann é Jornalista, consultor de comunicação. Foi colunista, editor-chefe e editor responsável da Folha da Tarde; diretor de telejornalismo da Rede Bandeirantes (prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte, APCA, em 78 e 79, pelo Jornal da Bandeirantes e pelo programa de entrevistas Encontro com a Imprensa); repórter especial, editor de Economia, editor de Internacional da Folha de S.Paulo; secretário de Redação e editor da Revista Visão; repórter especial, editor de Internacional, de Política e de Nacional do Jornal da Tarde.

PSDB não tem pressa em definir candidatura, diz Aécio

BELO HORIZONTE – O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse hoje não acreditar que a demora dos tucanos em definir o candidato à Presidência da República venha prejudicando o partido em relação à disputa de 2010. “Nós, do PSDB, não estamos nessa pressa toda de nos definirmos. Nisso, eu e o governador (de São Paulo, José) Serra estamos absolutamente afinados”, afirmou.

Ele avaliou que a demora na definição tem causado muito mais problemas na esfera do governo do que na oposição, à medida em que o governo enfrenta a discussão das candidaturas de uma senadora que saiu do PT, caso de Marina Silva (PV-AC), de um aliado do governo que vem se colocando de forma consistente como candidato (Ciro Gomes, PSB-CE) e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, nome apoiado pelos petistas.

Aécio diz que pretende conversar, possivelmente no próximo final de semana com José Serra, além da direção nacional do partido, em um evento marcado para Goiânia (GO), sobre os rumos que os tucanos irão adotar.

Mas ele manteve a defesa das prévias para a definição da candidatura. “Acho que está no momento de o partido dar sinais mais claros do que irá fazer. No que depender de mim, teremos uma consulta ampla às bases do partido”. Ele diz que ainda não tomou nenhuma decisão sobre um pedido de licença do governo para uma série de viagens pelo País.

Para o governador mineiro, o processo de definição dos partidos, tanto do ponto de vista dos aliados do governo quanto da oposição, está longe de ser concluído. “Estou absolutamente tranquilo. Acho que estamos fazendo o que devemos fazer”, afirmou.

Quanto à participação do PMDB na composição de forças, até mesmo em nível estadual, o governador disse acreditar que a tendência do partido será a de valorizar as suas posições regionais, independente do caminho que adotar no campo nacional.

“Temos de respeitar o caminho que o PMDB tomar no campo nacional, mas continuo acreditando que, se o PMDB é hoje fortíssimo para a governabilidade do País, é porque privilegiou sempre suas situações regionais, possivelmente até com prejuízo de uma grande unidade nacional. O privilégio das situações regionais é que permitiu ao partido construir grandes bancadas tanto na Câmara quanto no Senado, e acho que isso irá prevalecer.”
agencia estado

Rizzolo: Concordo em parte, demorar para definir a candidatura da forma que está não é nada bom para o PSDB. Essa aparente calma, essa tranqüilidade, não deve perdurar por muito tempo, até porque as bases aguardam uma postura definida. Em relação ao PMDB concordo com Aécio “a tendência do partido será a de valorizar as suas posições regionais, independente do caminho que adotar no campo nacional”.