Garcia diz que apagão foi ‘acidente’ e critica oposição

BRASÍLIA – O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, rebateu hoje críticas da oposição no episódio do apagão ocorrido na noite de ontem e na madrugada de hoje, que atingiu 18 Estados brasileiros. À imprensa, Garcia afirmou que o ocorrido foi um “acidente” e espera que a oposição explore o assunto eleitoralmente. “É exatamente o que eu quero. Não quero outra coisa”, afirmou.

“Nosso telhado é muito forte e o deles já não é mais de vidro, porque quebrou em grande parte”, disse ele, ao se referir ao racionamento de energia de 2001 e aos apagões que ocorreram durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Ele insistiu que a imagem da candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a eleição de 2010, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, não sairá arranhada desse episódio, que foi provocado por um “acidente”.
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Rizzolo: Fazer de um acidente, matéria-prima para legitimar um discurso oposicionista, é mais do que uma pobreza de argumentos, é demonstrar que a forma em que esta oposição se encontra é desesperadora. Fato público e notório é que na época de FHC sim, o que se havia eram verdadeiros apagões, racionamento de energia, despreparo técnico – operacional, porém o que vemos hoje é apenas um “apaguinho” sem causa concreta. Construir um debate oposicionista em cima de uma circunstância acidental, é o clamor dos desesperados na busca de uma bandeira, nem que ela seja fruto de um acaso.

Desligamento de 5 linhas causou apagão, diz Eletrobrás

BRASÍLIA – O presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, disse hoje em entrevista à Agência Estado que o total de cinco linhas de transmissão que trazem energia da hidrelétrica de Itaipu para São Paulo se desligaram na noite de ontem, causando o blecaute em vários Estados do País. Com isso, Muniz confirmou a versão dada mais cedo pelo presidente de Itaipu, Jorge Samek. O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, havia dito, no entanto, que eram apenas três linhas.

Muniz explicou que foram interrompidas três linhas de corrente alternada e duas de corrente contínua. As linhas de corrente alternada funcionam como um metrô, que para em várias estações. Já as linhas de corrente contínua funcionam como um trem expresso, que vai de um ponto a outro, diretamente, sem paradas. As linhas de corrente alternada que apresentaram problemas ontem foram duas que vão de Ivaiporã (PR) a Itaberá (SP) e uma terceira que vai de Itaberá a Tijuco Preto (SP). Segundo Muniz, as duas linhas de corrente contínua saem direto de Itaipu até Tijuco Preto.

O presidente da Eletrobrás explicou que o sistema é planejado para que problemas pontuais como o de ontem sejam isolados. Assim, segundo ele, o normal seria não haver queda nas linhas de corrente contínua. “E a razão disso é algo que ainda não sabemos. Não sabemos por que as duas linhas de corrente contínua foram afetadas pelas outras que desligaram”, disse. As cinco linhas pertencem a Furnas, que é uma das estatais controladas pela Eletrobrás.

Ele ainda esclareceu que não houve nenhum dano físico às linhas. Ou seja, não houve rompimento de cabo ou queda de torre. O que ocorreu, segundo ele, foi um desligamento causado por algum problema atmosférico, podendo ser o vento ou mesmo uma descarga elétrica. Muniz disse que não deve participar da reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, marcado para as 17 horas, porque a Eletrobrás não integra o órgão.
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Rizzolo: Na verdade do ponto de vista técnico não se sabe ainda os motivos da queda das linhas de corrente contínua. Ao que consta no texto, tampouco se sabe as causas da queda das de corrente alternada. Problemas atmosféricos são apenas uma das suposições. De qualquer forma é de suma importância constatar o que provocou o apagão que eu chamaria de “apaguinho” se comparado for com os apagões na época de FHC.

Charge do Paixão para o Gazeta do Povo

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UGT: só haverá acordo com fim do fator previdenciário

BRASÍLIA – O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Pattah, afirmou hoje que a entidade só aceitará proposta do governo federal para reajuste dos aposentados e pensionistas da Previdência que inclua o fim do fator previdenciário. “Não terá acordo em relação a esse instrumento perverso que reduz os benefícios, que é o fator previdenciário”, disse ele, em conversa com a Agência Estado. Segundo ele, a posição da entidade em favor do fim do fator previdenciário, nos moldes de um projeto de lei de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), foi referendada hoje durante a realização da 8ª Plenária da UGT, em Brasília, que reuniu dirigentes regionais da entidade.

O presidente da UGT confirmou a possibilidade de ocorrer uma reunião entre os dirigentes de todas as centrais sindicais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva amanhã ou na quinta-feira pela manhã, após a 6ª Marcha da Classe Trabalhadora marcada para esta quarta-feira em Brasília. Segundo Ricardo Pattah, o reajuste real de 2,5% que está sendo sinalizado para quem ganha mais de um salário mínimo da Previdência Social pode ser melhorado. “No entanto, a nossa principal condição será o fim do fator previdenciário e vamos panfletar o Brasil com essa nossa posição”, ressaltou o sindicalista.

A proposta do senador Paim, que extingue o fator previdenciário, não agrada o governo porque elevará as despesas com aposentadorias futuras. O fator é uma fórmula que reduz ou eleva o valor final das aposentadorias de acordo com a idade do segurado. O Ministério da Previdência Social é contra a proposta porque, além de acabar com essa fórmula, o projeto também restabelece a chamada “média curta” no cálculo das aposentadorias, considerando apenas os últimos três anos de contribuições ao sistema. Atualmente, considera-se a média das contribuições feitas desde junho de 1994.

O governo não quer o fim do fator, que foi criado em 1999 para desestimular as aposentadorias precoces. Desde então, proporcionou ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) uma economia estimada em R$ 10 bilhões. O governo aceitou apenas uma mudança de critério: as pessoas poderiam se aposentar com benefício integral quando a idade, somada ao tempo de contribuição, resultasse em 95 anos (homens), ou 85 anos (mulheres). Por essa nova fórmula, seria exigido menos tempo adicional de contribuição para não haver redução nos valores finais.

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Rizzolo: É bom saber que, no universo sindical ainda existem pessoas, líderes, comprometidos com a causa dos aposentados como Ricardo Pattah. Desse eu posso falar porque o conheço, e é um amigo. A postura realista de Pattah na defesa do fim do fator previdenciário, faz dele um destaque no universo sindical, comandando a UGT. Falar claramente, sem rodeios que o que queremos é o fim do fator, sem meandros, sem instrumentos de substituição. Acabar com esse fator que na realidade agride a integridade física e moral dos aposentados e daqueles que já deram o seu quinhão de contribuição à nação. O presidente Lula não deixará uma triste lembrança na memória dos aposentados, tenho certeza disso. Parabéns Pattah pela sua postura !