Kassab decide aumentar IPTU em até 60%

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) decidiu aumentar em até 60% o IPTU dos imóveis comerciais em São Paulo em 2010. Para os residenciais, o reajuste será de até 40%. O prefeito definiu os valores no fim de semana.
A prefeitura vai reajustar, na verdade, a planta genérica de valores, uma tabela que define o valor venal dos imóveis em cada rua da cidade. Essa tabela serve de base para o cálculo do valor a ser pago de IPTU.

No mês passado, a Folha antecipou que os estudos da prefeitura já apontavam para correção de até 357% no valor do IPTU, caso da rua Barão de Ladário, no Brás.

De acordo com Kassab, independentemente do novo valor venal dos imóveis residenciais, o reajuste máximo será de 40% em 2010. Ele chama isso de “trava”.

Kassab também afirmou que muitos imóveis terão redução de IPTU. “Eu posso adiantar que será um número muito grande de pessoas que estarão isentas”, disse o prefeito.

A Secretaria de Finanças está elaborando o projeto de lei que será encaminhado nesta terça-feira (17) à Câmara Municipal. A pasta não informou o número de contribuintes que estarão isentos nem quantos terão o teto do reajuste.
uol
Rizzolo: Com esse aumento Kassab está comprando uma briga com seus eleitores. Politicamente isso não é bem visto pela classe média, aliás o destino destes recursos é que precisamos inferir se realmente vão para os programas sociais e de inclusão, o resto é perfumaria.

Serra critica governo e diz que desemprego de 8% é alto

PRESIDENTE PRUDENTE – A taxa de desemprego no Brasil ainda é alta para um País em desenvolvimento, argumentou hoje o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Em discurso com tom de candidato, ele falou das realizações de seu governo e alfinetou o governo Lula. “O emprego não cresce satisfatoriamente e, quando cresce, falta gente qualificada”, disse. “Duzentos mil empregos não são preenchidos por falta de qualificação”, disse o governador, durante inauguração da Usina Conquista do Pontal, da ETH Bioenergia, do grupo Odebrecht, em Mirante do Paranapanema.

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de outubro registrou a criação de 230.956 empregos formais, um resultado recorde para o mês, segundo informou hoje o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. De janeiro a outubro deste ano, segundo dados do ministério, foram criadas 1.163.607 vagas formais.

Serra se entusiasmou e até parafraseou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao falar das Faculdades de Tecnologia (Fatecs). “Nunca antes neste Estado se investiu tanto em educação”, afirmou, acrescentando que, até agora, foram instaladas 49 unidades. O governador não respondeu às perguntas dos jornalistas sobre o acidente envolvendo o Rodoanel, na sexta-feira.

A Odebrecht controla 60% da Usina Conquista do Pontal, que custou mais de R$ 400 milhões. Para a obra, foram contratados 1,3 mil funcionários e, numa área de 80 mil hectares, a usina vai processar em torno de 2,7 milhões de toneladas de cana por safra. O parceiro da Odebrecht na usina é o grupo japonês Sojitz Corporation.
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Rizzolo: Bem falar sobre desemprego quando se criou de janeiro a outubro deste ano, segundo dados do ministério, 1.163.607 vagas formais, é simplesmente absurdo, resta apenas criticar a falta de mão-de-obra especializada que é um problema que não se resolve da noite para o dia. A oposição está completamente perdida, sem discurso, vazia, e o que se vê são tentativas de desmoralizar o governo com dados que do ponto de vista desenvolvimentista não batem com a realidade.

Torós deixa diretoria do BC e Aldo Mendes será indicado

BRASÍLIA – O Banco Central confirmou no início da noite que o diretor de Política Monetária, Mário Torós, deixou o cargo nesta segunda-feira conforme já sinalizado pela Agência Estado na sexta-feira. Segundo nota, ele deixou a instituição “a pedido” e “por motivos pessoais”. A intenção de deixar o banco já havia sido declarada internamente há alguns meses e sua saída foi acelerada nos últimos dias após entrevista publicada na sexta-feira pelo jornal Valor Econômico.

Ele informou, na entrevista, que no auge da tensão causada pela crise, o Brasil viveu uma corrida bancária e, em poucos dias, R$ 40 bilhões migraram dos pequenos e médios bancos para as grandes instituições. Também disse que o Banco do Brasil soube por um diretor do BC que o Banco Votorantim estava com a saúde financeira fragilizada. Normalmente avesso à imprensa e cauteloso com as palavras, Torós detalhou ao jornal a reação do governo brasileiro à crise e divulgou dados que eram guardados a sete chaves.

As declarações de Torós causaram surpresa no BC porque o diretor é discreto e não tem declarações polêmicas no histórico. Houve também desconforto porque o diretor teria divulgado fatos que não poderiam ser levados ao público, como a troca de e-mails com o presidente da instituição, Henrique Meirelles.

No mercado financeiro, ficou a percepção de que o diretor usou a entrevista como um “balanço” de sua gestão e como forma de mostrar sua importância no processo de enfrentamento da crise. Para pessoas de dentro do BC, “vender” essa imagem é importante em um momento de busca por uma posição para retornar à iniciativa privada.

Em Brasília, há expectativa de que a saída de Torós pode ser a primeira de uma série. Além do próprio presidente Meirelles que pode deixar o cargo em março para disputar as eleições do próximo ano, os diretores de política econômica, Mário Mesquita, e de liquidações, Gustavo do Vale, também teriam intenção de deixar o BC brevemente.

Indicação

O BC informou que o presidente da instituição, Henrique Meirelles, vai encaminhar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a recomendação da indicação de Aldo Luiz Mendes para ocupar o cargo de diretor de Política Monetária, que era ocupado por Mário Torós. O indicado ocupou entre 2005 e 2009 a vice-presidência de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores do Banco do Brasil e atualmente presidia a Companhia de Seguros Aliança do Brasil.

Aldo Mendes já exerceu o cargo de diretor de Finanças e mercado de capitais no BB e foi vice-presidente da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), além de ter integrado os conselhos de administração da BM&F e da Central Interbancária de Pagamentos (CIP). O indicado é doutor em economia pela Universidade de São Paulo.
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Rizzolo: É claro que nessa história toda existe um componente político, mas na verdade tudo ocorreu devido a profunda irresponsabilidade do Banco Central tratou da questão cambial. O BC acabou estimulando operações especulativas com o câmbio, o chamado “swap reverso”, uma operação em que em uma ponta ficava o BC e na outra grandes empresas exportadoras ou financeiras. Cada vez que o real valorizava, essas empresas perdiam dinheiro com exportações. Para compensá-las, o BC instituiu o tal “swap reverso”, um jogo de cartas marcadas que permitia às empresas lucrar no mercado financeiro com a valorização do real. Uma verdadeira aberração financeira, especula-se que os prejuízos do BC com essa jogatina chegaram a US$ 10 bilhões apenas em 2008 !