Pesquisa CNI/Ibope aponta polarização Serra x Dilma

O governador tucano José Serra e a ministra petista Dilma Rousseff foram os candidatos presidenciais que ganharam pontos na pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta segunda-feira (7). Serra passou de 35% para 38% em relação à edição anterior, de setembro, e Dilma de 15% para 17%. Os outros perderam intenção de voto, numa tendência que parece favorecer a ideia da “eleição plebiscitária” do presidente Lula, cujo governo subiu mais três pontos.

O governador tucano José Serra e a ministra petista Dilma Rousseff foram os candidatos presidenciais que ganharam pontos na pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta segunda-feira (7). Serra passou de 35% para 38% em relação à edição anterior, de setembro, e Dilma de 15% para 17%. Os outros perderam intenção de voto, numa tendência que parece favorecer a ideia da “eleição plebiscitária” do presidente Lula, cujo governo subiu mais três pontos.

A nova edição da pesquisa, com entrevistas feitas entre 26 e 30 de novembro, pesquisa apenas dois cenários eleitorais, refletindo o afunilamento do elenco de candidatos: um com Serra como presidenciável tucano (veja o gráfico ao lado) e outro com o governador mineiro, Aécio Neves.

No cenário com Serra, deputado Ciro Gomes, do PSB, passou de 17% em setembro para 13% agora e foi portanto ultrapassado por Dilma – embora no limite da margem de erro. A senadora Marina Silva (PV-AC) perdeu dois pontos porcentuais em comparação a setembro e teve 6% de intenção de votos.

No cenário com Aécio como candidato tucano, Ciro permanece em primeiro, mas oscila dois pontos para baixo, de 28% para 26%. Dilma ganhou dois pontos, de 18% para 20%. Aécio oscilou de 13% para 14% e e Marina de 11% para 9%.

Serra é duas vezes mais conhecido

Nos dois cenários o índice de pessoas que declaram voto em branco ou nulo se reduziu (em um ponto, no primeiro e em dois no segundo). Porém a taxa de indecisos, que disseram não saber em quem votar, subiu dois pontos no primeiro cenário e três no segundo.

José Serra permanece comno o presidenciável mais conhecido: 31% disseram que o conhecem ‘bem’ e 38% 1ue conhecem ‘mais ou menos’. No caso de Dilma, estes números ficam em 10% e 22%, abaixo de Ciro (11% e 34%) embora acima de Aécio (10% 4 20%) e Marina (5% e 16%).

Dilma teve um aumento de um ponto em sua rejeição, que atingiu 41% em novembro, ante 40% em setembro. Já Serra teve leve queda na rejeição, de 30% para 29%. Ciro Gomes ficou estável, com rejeição de 33%. A rejeição a Aécio Neves caiu de 37% para 36%. Já a de Marina Silva subiu de 37% para 40%.

Aprovação de Lula sobe na renda alta

A aprovação do governo Lula subiu mais segundo a CNI/Ibope, com as respostas ‘bom’ e ‘ótimo’ passando de 69% para 72% e as ‘ruim e ‘péssimo’ caindo de 9% para 6%. Já a confiança pessoal no presidente passou de 76% para 78%, em contraste com uma redução de 22% para 19% no índice dos que não confiam em Lula.

O governo Lula continua a ser mais bem avaliado pelas camadas mais pobres, mas elevou sua aprovação sobretudo nas faixas de maior renda. O saldo positivo (‘bom’ e ‘ótimo’ menos ‘ruim’ e ‘péssimo’) cresceu 19 pontos na faixa de cinco a dez salários mínimos de renda e 21 pontos (1) na de mais de dez mínimos.

O Ibope ouviu 2.002 eleitores em 143 municípios entre os dias 26 e 30 de novembro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Rizzolo: Como já comentei anteriormente, ainda é prematuro para se desenhar cenário político para 2010, contudo não há dúvida que Serra é mais conhecido, isso todos sabemos, mas o que ocorre é que está existindo sim uma transferência de popularidade a Dilma, algo que todos duvidavam, e observem que a corrida presidencial nem começou. Vamos observar.Da redação, com CNI

OAB-DF entrega 11º pedido de impeachment de Arruda

BRASÍLIA – A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal, Estefânia Viveiros, entrou hoje na Câmara Legislativa do Distrito Federal com o décimo primeiro pedido de impeachment do governador do Estado, José Roberto Arruda (DEM), por crime de responsabilidade. “A OAB está cumprindo seu dever institucional, pedindo o impeachment do governador e seu vice”, disse ela, que estava acompanhada do presidente da OAB nacional, Cezar Britto. “O que aconteceu aqui interessa a todo o Brasil. Demos o nosso apoio a um ato de quem quer um País melhor”, afirmou Britto.

Na semana passada, a Procuradoria-Geral da Casa rejeitou seis pedidos protocolados por terem como autores entidades representativas ao invés de cidadãos, como prevê a legislação. Por isso, o pedido da OAB apresentado hoje foi assinado “pela cidadã” Estefânia. Dois pedidos de impeachment – do advogado Evilázio Viana Santos e do ex-deputado distrital Chico Vigilante (PT) – já foram aceitos e encaminhados à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
agencia estado

Rizzolo: Alguma coisa há de que ser feito em face a tanta corrupção. Por bem a OAB se utiliza de um apropriado remédio jurídico em nome de uma cidadã que o” impeachment”. Vamos ver se isso vai dar em alguma coisa, a qualidade da nossa democracia está deplorável.

Inclusão Social e a Saúde

Como sabemos, não há mais espaço na América Latina para as políticas que visam apenas ao desenvolvimento industrial, que beneficiam a especulação financeira ou que, de maneira indireta, socorram somente uma parcela da sociedade privilegiada, em detrimento de uma grande população carente em todos os sentidos. Os governos da atualidade, incluindo o dos Estados Unidos, pontuam a questão da inclusão social como forma de enfrentar os problemas da miséria – que atinge boa parte da população mundial – com programas específicos.

Não podemos nos referir à inclusão social apenas como uma questão de transferência de renda, mas devemos vinculá-la à participação dos meios de que dispõe o Estado na garantia dos direitos fundamentais previstos na nossa Carta Magna, como educação, saúde, trabalho, entre outros, como tem norteado alguns programas como o Bolsa-Família, que vincula o recurso à educação dos filhos. Contudo, numa visão mais abrangente, podemos verificar que, muito embora exista a boa intenção, alguns direitos acabam sendo preteridos pelo Poder Público, sob a justificativa econômica, os quais, na realidade, perfazem a essência do que chamamos de real inclusão social, como, por exemplo, a prestação adequada dos serviços de saúde pública à população necessitada.

Do ponto de vista meramente material, a referência à inclusão social, incidindo apenas na condição do poder de compra, é uma das más-formações conceituais de um programa real de inclusão. De forma prática, temos de margear a transferência de renda, dando o devido suporte aos demais direitos fundamentais do cidadão, como a saúde pública, otimizando de modo global a conceituação de inclusão, tendo em vista que, de nada adianta apenas aumentar o poder de compra, ou seu reflexo futuro na educação, se não adequarmos a esse aumento uma saúde pública de suporte, eficaz, àqueles que passam a integrar a sociedade, por intermédio dos notórios programas de transferência de renda.

Nessa esfera de pensamento, defrontamo-nos com a imperiosa necessidade de disponibilizarmos recursos à saúde como forma primordial de sustentabilidade dos programas inclusivos, valendo-nos de impostos como a CSS (Contribuição Social para a Saúde), que visa dar uma estrutura financeira direta ao desenvolvimento dos programas de assistência à saúde, tanto de adultos quanto de crianças. A abrangência conceitual da inclusão social passa cada vez mais pela visão plena da satisfação do cumprimento dos direitos fundamentais previstos na Constituição, sob pena de apenas estarmos avalizando o mero consumo, promovendo uma cadeia consumista de estrito cunho material, deixando de vincularmos o essencial, que é a inclusão da população carente num todo, exercitando as prerrogativas saudadas pela nossa Constituição, que, por excelência, é humana e progressista.

Fernando Rizzolo