Explosão nos EUA mobiliza 100 unidades de emergência

NOVA YORK – O sargento Chuck Jacobucci afirmou à rede de notícias CNN que mais de 100 unidades de emergência, como bombeiros, já foram enviadas à usina elétrica em Middletown (Connecticut), onde uma explosão deixou ao menos dois mortos, segundo autoridades policiais, e no mínimo cem feridos. De acordo com o vice-marechal dos bombeiros em Middletown, Al Santostefano, a explosão ocorreu às 15h17 de Brasília.

Além da usina, vários prédios dos arredores foram destruídos. Al Santostefano afirmou que 50 trabalhadores estavam no setor da planta em que ocorreu a explosão. O vice-comissário do Departamento de Gerenciamento de Emergências e Segurança Doméstica, Betsy Hard, afirmou que ainda não sabe quantas pessoas foram mortas ou feridas. Pelo menos sete ambulâncias foram vistas deixando o local com as sirenes apagadas.

De acordo com o jornal Hartford Courant, moradores sentiram a explosão a 16 quilômetros de distância do local. Uma testemunha disse que “há corpos por toda parte”. As autoridades esperam que o número de mortos seja ainda maior e estão buscando vítimas. Segundo a CNN, o hospital Middlesex informou que está recebendo pacientes que vêm da explosão. A mídia local fala em “mortes em massa” na usina de energia a gás, que ainda não estava em funcionamento. A Kleen Energy Systems é a empresa responsável pela usina, construída ao longo do Rio Connecticut. Com informações da Dow Jones e da Associated Press.
Agencia estado
Rizzolo: Precisamos saber de que forma deu-se essa tragédia, se foi uma fatalidade ou um atentado. Vamos aguardar mais informações.

Pochmann: Brasil requer novos métodos de combate à pobreza

O Brasil requer inovadores métodos de combate às diferentes formas de pobreza, sobretudo na desigual repartição da renda

Por Marcio Pochmann*, no jornal Folha de S. Paulo
“Miséria é miséria em qualquer canto/ Riquezas são diferentes”

(“Miséria”, Titãs)

Assim como as sociedades se transformam, as condições de produção e reprodução da pobreza alteram-se com o passar do tempo. Ainda no século 19, por exemplo, David Ricardo e Thomas Malthus difundiram a percepção acerca do processo de naturalização da pobreza por identificar que a reprodução humana ocorria em ritmo superior à capacidade econômica de produzir alimentos e renda para todos.

Os críticos da concepção da pobreza natural, como Alexis de Tocqueville e Karl Marx, explicitaram que os pobres não resultavam do maior aumento populacional em relação à produção, mas da incapacidade de o capitalismo redistribuir adequadamente o excedente econômico gerado. A riqueza crescia simultaneamente à elevação ou manutenção de enormes contingentes de pobres nas economias mais avançadas.

No final do século 19, pesquisadores como Benjamin Rowntree e Charles Booth avançaram em métodos científicos originais para medir a pobreza, que passou a ser identificada por critérios de insuficiência de renda necessária ao padrão de vida.

A pobreza extrema (severa) explicitaria o mero acesso ao consumo mínimo correspondente à sobrevivência, enquanto a pobreza absoluta indicaria o acesso necessário ao consumo básico para a reprodução humana. O prévio estabelecimento de uma cesta de necessidades mínimas ou básicas a ser atendida mensalmente corresponderia ao custo monetário de aquisição no mercado de bens e serviços.

Diante das condições gerais de insuficiência de renda para o acesso ao padrão de vida mínimo ou básico, que permitia identificar e dimensionar as diferentes manifestações da pobreza, houve o desenvolvimento de um conjunto de políticas públicas de oferta de bens (alimentos, terras, empregos) e serviços (educação, saúde, assistência social) e, ainda, das transferências diretas de renda para o enfrentamento do sofrimento humano.

O avanço das políticas públicas de caráter distributivo permitiu, em consequência, reduzir e até superar a pobreza extrema, quando não a absoluta, mesmo sem contemplar medidas contra a concentração da renda e riqueza. Só com o aparecimento das políticas redistributivas é que se tornou possível combater, de fato, a má repartição do excedente econômico.

Até então, o Estado compunha o fundo público por meio de impostos, taxas e contribuições para repassá-los, posteriormente, à sociedade na forma de serviços, bens e transferência direta de renda, sem considerar o desigual ônus arrecadatório sobre os distintos segmentos sociais.

Se os pobres pagam mais tributos proporcionalmente à renda que os ricos, as políticas distributivas podem reduzir a pobreza sem, contudo, diminuir decisivamente a concentração da renda e da riqueza. Por conta disso, a antiga medida de pobreza assentada no conceito de insuficiência de renda para atender determinado padrão de consumo mínimo ou básico passou a ser substituída pela medida de pobreza relativa.

Ou seja, a pobreza que considera as condições de vida alcançada pelos ricos (concentração da renda), não somente o limite mínimo da sobrevivência ou da reprodução humana.
Foi nesse contexto que as políticas públicas distributivas (saúde, educação, transferência direta de renda) foram combinadas com as políticas redistributivas, o que tornou o sistema tributário comprometido com a justiça social.

A progressão tributária sobre a distribuição da renda, acompanhada por políticas distributivas, possibilitou combater efetivamente as diferentes formas de pobreza. Essa é a fase em que o Brasil se encontra atualmente, e precisa urgentemente avançar. Em 2008, o país registrou 28% da população na condição de pobreza absoluta e 10,5% na pobreza extrema. Para o ano de 2016, as projeções do Ipea indicam a superação da pobreza extrema e apenas 4% da população na pobreza absoluta.

Como em 2008 a pobreza relativa alcançou 54% dos brasileiros (quase duas vezes mais que o contingente medido pela pobreza absoluta e 5,1 vezes a pobreza extrema), percebe-se que o rumo brasileiro certo requer, ainda, inovadores métodos de combate às diferentes formas de pobreza, sobretudo na desigual repartição da renda e da riqueza.

*Economista, presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp. Foi secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo (gestão Marta Suplicy).

Rizzolo: Conheço Pochmann pessoalmente e considero-o um dos grandes pensadores da política macroeconômica brasileira, seus textos pontuais e lúcidos nos levam a reflexões sobre como enxergar o Brasil de hoje e de amanhã. Não há dúvida que a questão tributária brasileira é injusta aos mais pobres, que proporcionalmente pagam mais tributos. É preciso pensar novas formas de distribuição de renda em face à dinâmica da economia brasileira concentradora de capital, método de combate à pobreza devem avançar com as políticas públicas e evidentemente tributárias.

Câmara aprova lei que considera alimentação um direito social

O plenário aprovou, nesta quarta-feira (3), em segundo e último turno, a PEC 47/03, do senador Antonio Carlos Valadares (PSB /SE), que inclui o direito à alimentação como um dos direitos sociais previstos no artigo 6º da Constituição. A proposta vai à promulgação em sessão do Congresso.
Atualmente, o texto constitucional prevê como direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, e a assistência aos desamparados.

Segundo o relator da comissão especial que analisou a proposta, deputado Lelo Coimbra (PMDB/ES), a inclusão atende a tratados internacionais aos quais o País aderiu, garantindo que as ações de combate à fome e à miséria se tornem políticas de Estado e não estejam sujeitas a mudanças administrativas.

Combate à miséria

Coimbra argumentou que a inclusão do direito à alimentação vai garantir a manutenção ou criação de políticas de apoio aos segmentos vulneráveis e também de políticas de combate à miséria.

Entre essas políticas, ele destacou as de renda; de uso de técnicas de produção sustentáveis; de promoção de práticas de boa alimentação; de garantia de água e alimentação em tempos de crise; e do direito à qualidade nutricional dos gêneros alimentícios. (Fonte: Agência Câmara)

Rizzolo: É claro que de forma mais genérica o direito à alimentação já está previsto na Constituição, porem a PEC 47/03, sublinha e reforça esse direito sagrado. Observem que de tudo faz o governo para garantir que os avanços sociais perdurem, mesmo que governos neoliberais voltem ao poder. Aliás esse é no meu entender, o maior receio do povo brasileiro , ou seja um retrocesso social promovido por um governo mais interessado no capital do que nas pessoas.

É samba, é ginga, é dinheiro que voa – Coluna Carlos Brickmann

É Brasil brasileiro, terra de samba e pandeiro. Fale de nós quem quiser falar, mas com os Rafale o ministro Jobim e o presidente Lula estão pertinho do céu.

Comprando os caças supersônicos franceses, os mais caros que participaram de nossa concorrência internacional, o Brasil mostrou uma série de virtudes:

1 – É soberano. Escolheu sozinho. Os Rafale são caros mas são nossos. E só nossos: nenhum outro país quis comprá-lo da França.

2 – Está com a economia em ordem. Países menos afortunados, como a Índia, anunciam ter recebido ofertas do Rafale por bem menos do que o Brasil pagou, e até agora o recusaram, por achá-lo caro. Aqui não se faz economia de tostões.

3 – O Brasil faz sua parte na luta contra a crise internacional. A fabricante do Rafale, que andou tendo problemas, agora respira tranquila. Além disso, o Brasil salvou alguns milhares de empregos na França, nossa aliada.

4 – O Brasil, caso raro entre os países latino-americanos, demonstra o predomínio dos civis sobre os militares. Não deu a menor bola para o relatório da Aeronáutica sobre a concorrência, que colocou o Rafale em terceiro lugar e o sueco Grippen em primeiro; militar, aqui, obedece às ordens do ministro civil, mesmo que o ministro adore vestir uma farda camuflada tamanho GG – XL, certamente fabricada sob medida, para acomodar tanta musculatura.

E, se o Brasil comprou da França um porta-aviões que, em dez anos de operação, passou quatro no estaleiro, por que iria reclamar dos supersônicos?

É veado. Vai encarar?

O general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho, candidato ao Superior Tribunal Militar, acha que homossexuais não devem integrar as Forças Armadas. O almirante Álvaro Luiz Pinto é menos radical: diz seguir um teólogo francês para quem a Igreja Católica podia ter gays, desde que seguissem o voto de castidade.

Besteira dos dois. Alguns dos grandes guerreiros da História eram homossexuais notórios e sabiam tudo de guerra. Como Alexandre, o Grande, que foi da Macedônia à Índia, de conquista em conquista; ou o romano Júlio César, que se qualificava como “marido de todas as mulheres e mulher de todos os maridos”. Ou Alcebíades, herói de Atenas e de Esparta, que foi apaixonado por Sócrates. Ou Pausânias, que sucedeu Leônidas no trono de Esparta e derrotou os persas, e considerava o homossexualismo “uma forma superior de manifestação amorosa”.

Não está na hora de parar de discutir temas para os quais a História já deu resposta e cuidar do armamento e treinamento das Forças Armadas?

Questão política

Esqueça essa história de que Aécio Neves vai esperar as pesquisas do final do semestre para definir se será ou não vice de José Serra na campanha presidencial. Política é diferente: se, no momento da decisão, Serra estiver mal nas pesquisas, Aécio não aceitará ser seu vice. Mas, se Serra estiver bem, ele é que não aceitará Aécio. Há um momento político em que a entrada de Aécio na chapa terá influência eleitoral. Depois de definidas as tendências, Aécio fica mesmo em Minas.

Bola de cristal

Por falar nisso, ainda é um pouco cedo para dar às pesquisas eleitorais, no país ou nos Estados, uma importância excessiva. A rigor, pesquisa passa a valer mesmo a partir do início do horário eleitoral gratuito, quando a campanha eleitoral atinge a massa do eleitorado. E até isso às vezes falha: há um caso clássico, em que o presidente americano Harry Truman, vitorioso na campanha de reeleição, posa com um jornal que previa em manchete a vitória do adversário. Aqui mesmo políticos como Luiza Erundina, Maria Luíza Fontenelle e Jaques Wagner perderam feio nas pesquisas e ganharam bonito nas urnas.

A sorte de Temer

O presidente da Câmara, Michel Temer, pode não ser o candidato preferido de Lula para a vice-presidência da República. Pode não ter realizado aquela que seria sua vocação manifesta: mordomo de filme de terror. Pode não ter conseguido realizar o sonho de derrotar Orestes Quércia no PMDB de São Paulo. Porém é um homem de sorte e tem motivos para festejar. Na abertura do Congresso, Dilma Rousseff beijou vários deputados. Mas Temer, embora próximo, foi poupado.

A nossa sorte

Boas notícias também são notícia:

1 – o ministro da Justiça, Tarso Genro, deixa o cargo na quarta-feira.

2 – o candidato que indicou para seu posto, o deputado José Eduardo Cardozo, que nos faria sentir saudades dele, parece ter sido preterido pelo secretário-geral do Ministério, Luiz Paulo Barreto. Só isso já representa um avanço.

A lei vai pegar, sim

Desde o ano passado, está em vigor em São Paulo uma lei que obriga as concessionárias de serviços públicos a emitir a quitação anual do pagamento dos consumidores. Com isso, a população fica livre de acumular recibos velhos. Mas as concessionárias estão fingindo que não é com elas. O deputado estadual tucano Fernando Capez, autor do projeto, acaba de representar à Procuradoria da Justiça exigindo que a lei seja cumprida. Vale a pena acompanhar a boa iniciativa.