Políticas eficientes e desarmamento ajudam a reduzir homicídios

O número de homicídios no país apresenta uma tendência de queda pela primeira vez na história recente. Se até 2003 a taxa de homicídios crescia a cerca de 5% ao ano, chegando ao número de 51.043 mortes, a partir de então a tendência é de redução. Em 2007 caiu para 47.707 mortes. Esses números fazem parte do estudo Mapa da Violência 2010 – Anatomia dos Homicídios no Brasil, que foi apresentado hoje (30) em São Paulo.
Segundo o autor do estudo, Julio Jacobo Waiselfisz, do Instituto Sangari, um dos motivos que explicam essa queda na taxa de homicídios a partir de 2003 foi a entrada em vigor do Estatuto do Desarmamento, que estimulou a entrega voluntária de armas e passou a haver mais controle sobre o porte delas. “Em 75% dos casos, os homicídios são cometidos com arma de fogo”, explicou.

Também contribuiu para essa queda no número de homicídios a redução da violência em estados populosos como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. “A partir de 2006, as taxas começam a cair significativamente [nesses três Estados]. E são Estados em que o peso demográfico representa 50% da população [total brasileira]”.

Segundo o pesquisador, o país não tem uma receita pronta e formulada para combater à violência. Mas cita bons exemplos, como em São Paulo, Minas Gerais e no Rio. Ele destaca o caso de Diadema (SP), que é um exemplo internacional. Em 2000, Diadema era um dos municípios mais violentos do Brasil com uma taxa de 147 homicídios a cada 100 mil habitantes. Em três anos caiu para 47.

Com uma política estadual eficiente, São Paulo, por exemplo, deixou de ocupar a 5ª posição no ranking de estados mais violentos (com 29,1 homicídios a cada 100 mil habitantes em 1997) e passou a ocupar a 25 posição (com 15 homicídios a cada 100 mil em 2007).

Em 2007, o Estado mais violento foi Alagoas, com a ocorrência de 59,6 mortes a cada 100 mil habitantes. O menos violento é Santa Catarina, com 10,4 mortos para grupos de 100 mil habitantes.

Apesar dessa tendência de queda, os números ainda assustam. O estudo constatou a ocorrência de mais de 512 mil mortes violentas entre os anos de 1997 e 2007. Só em 2007, por exemplo, 131 pessoas morreram violentamente no Brasil a cada dia.

Fonte: Agência Brasil

Rizzolo: O reflexo dessa queda é a somatória de várias ações quer no âmbito social, quer nas políticas de segurança pública. É fato que o desarmamento contribuiu para a queda, contudo precisamos inferir que a questão da melhor condição de vida, da inclusão, e do combae à criminalidade somou na conclusão do resultado.

Funcionários da USP, Unicamp e Unesp protestam por reajuste salarial

Cerca de mil funcionários da Unicamp, Universidade de São Paulo e Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita filho (Unesp) realizam na manhã desta terça-feira, 30, um protesto por isonomia salarial entre professores e funcionários e para dar início às negociações de reajuste salarial.

O grupo saiu em passeata na frente do prédio da Faculdade de História por volta das 10 horas, seguindo para o portão 1 da universidade. Na Avenida Alvarenga, os manifestantes bloquearam a via, que foi liberada por volta das 11h45.

Segundo um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Aníbal Ribeiro Cavali, o grupo segue agora para a reitoria, onde será feito um novo protesto.
agencia estado

Rizzolo: Na realidade toda essa movimentação, ao contrário do que o governo estadual afirma, é essencialmente legítima e nada tem de política. A argumentação do governo estadual tenta desqualificar o movimento dos professores e tentará também descaracterizar esse movimento nas Universidades. É claro que nas discussões, nos debates, os professores mencionam o descaso tucano com a educação, agora, dizer que isso é propaganda política antecipada, nada mais é do que a falta de um pontual discurso que possa comover a oposição já tão desacreditada.

Charge do Fernandes para o Diário do ABC

Um Discurso Semelhante

Nos anos 70, a imprensa conservadora insistia no argumento de que o regime militar era ideologicamente de viés estatizante. Ainda lembro quando, certa vez, comprei um Jornal da Tarde cujo título afirmava em tom de crítica que o Brasil era praticamente um país socialista em função do grande número de estatais. Com efeito, já havia na época, por parte dos meios de comunicação e do pensamento liberal, sinais de que algo precisava ser feito para promover uma guinada privatista.

Na verdade, o Estado como indutor do desenvolvimento compunha o pensamento do regime da época e era bem-visto por grande parte da população, até porque foi matéria-prima do “milagre brasileiro”. Portanto, a grande discussão em si entre a esquerda e a direita era, naquele momento, a volta do regime democrático e a serviço de quem o Estado se prestava na época. Com a redemocratização do país, os governos Collor, Itamar e FHC promoveram a construção de um novo consenso contra o viés estatal e a favor do mercado e da privatização. Assim, no decorrer dos anos 90, o consenso nacional foi se tornando conservador, apregoando de forma incisiva uma política baseada no Estado mínimo.

Talvez a grande inovação deste ano eleitoral de 2010 seja nos depararmos com dois candidatos que, em sua origem ideológica, sempre souberam do devido papel do Estado como indutor do desenvolvimento. No amadurecimento de suas ideias, souberam considerar o papel restritivo da participação do Estado, dando lugar, em vários segmentos, à iniciativa privada – ou seja, tanto o eventual candidato José Serra quanto a candidata Dilma Rousseff possuem história de militância na esquerda, mas com visão atual e de vanguarda na real dimensão do papel do Estado no cenário econômico.

Com base nisso, poderemos observar discursos semelhantes entre os candidatos e propostas afirmativas de cunho social, da participação de um Estado mais forte, que visam à continuidade do governo do atual presidente – políticas que emprestaram imensa popularidade a Lula. Talvez agora ambos candidatos, num revisionismo ponderado das vertentes socialistas de outrora, possam considerar de forma sensata os caminhos reais da inclusão social e do verdadeiro papel de um Estado saudável.

Fernando Rizzolo

Pêssach: a importância da liberdade

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Família comemorando pessach na época medieval (óleo sobre tela)

Esta noite, dia 29 de março, judeus de todo o mundo dão início a uma festa especial : a comemoração da saída do Egito, narrado no Velho Testamento. Comemoraram a passagem de um estado de escravidão, a um estado de liberdade. Através dos anos o conceito de libertação narrado na Bíblia, que se resumia apenas à libertação de um povo, deu também interpretação maior, a toda forma de liberdade, quer do ponto de vista pessoal ou social.

Todos os dias estamos tentando nos libertar dos “Egitos” existentes nas nossas vidas e na sociedade. Quantas são as vezes, que nos escravizamos e nos deixamos escravizar por meio das desigualdades, das tiranias, das doenças, das limitações, ou das humilhações.

Toda liberdade é fruto da conquista. Moisés tentou convencer o faraó a libertar o povo judeu, através da intelectualidade, da argumentação ao mesmo tempo em que contava com a ajuda de Deus. É é assim na vida, precisamos nos educar, nos preparar intelectualmente, estudar, para mudarmos o mundo, e como parceiros de Deus, podermos tentar libertam também o próximo com nosso talento.

Liberdade se conquista através da educação, e da igualdade de oportunidades, instrumentos que servem de ponte à turva travessia entre o obscurantismo escravizante ao brilho da liberdade redentora. Que hoje seja um dia de reflexão para que possamos nos libertar do ” Egitos” que habitam nossas vidas, brindando a passagem com os ideais da solidariedade, da justiça e da ética no nosso País. Leia também artigo meu: Inclusão Social e Liberdade

Fernando Rizzolo

Hoje e amanhã em virtude do Pessach os posts diminuirão

Segundo Datafolha, Serra abre 9 pontos sobre Dilma

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, 27, mostra o pré-candidato do PSDB à presidência, o governador de São Paulo, José Serra, nove pontos à frente da pré-candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff. Segundo o levantamento, realizado nos dias 25 e 26 de março, o tucano tem 36% das intenções de voto, enquanto a petista aparece com 27%. Há um mês, eles tinham 32% e 28%, respectivamente, no mesmo cenário.

O deputado federal Ciro Gomes (CE), pré-candidato do PSB, ficou com 11%, de 12% na pesquisa de fevereiro, e a pré-candidata do PV, senadora Marina Silva (AC) permaneceu estacionada com 8%. Dos 4.158 brasileiros com mais de 16 anos entrevistados, 7% disseram que vão votar branco, nulo ou estão indecisos e 11% não souberam responder.

No cenário de segundo turno, numa eventual disputa entre Serra e Dilma, o tucano também venceria por uma diferença de nove pontos. Serra aparece com 48%, contra 39% de Dilma. Em fevereiro, os porcentuais eram de 45% e 41%, respectivamente.

De acordo com o Datafolha, o pré-candidato Ciro Gomes registrou o maior índice de rejeição entre os presidenciáveis neste mês, com 26%, seguido por Serra, com 25%. Dilma aparece na sequência, com 23%, e Marina Silva tem 22%. Em fevereiro, Serra liderava as rejeições, com 26%, enquanto Dilma e Ciro tinham 23% e 21%, respectivamente. A pré-candidata do PV tinha 19% de rejeição no mês passado.

O levantamento tem margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa Datafolha foi registrada sob o número 6617/2010.

agencia estado

Rizzolo: Bem ainda é muito cedo para avaliações, contudo apenas uma observção, o Instituto do Datafolha, é uma empresa integrante do Grupo Folha de São Paulo, jornal que faz campanha abertamente para o tucano José Serra. Agora vamos aguardar o início da campanha e realmente reavaliar o desempenho dos candidatos. Temos que avaliar todas as pesquisas mesmo as mais suspeitas.

Também quero não ter conta na Suiça – Coluna Carlos Brickmann

Muita gente maldosa vai duvidar de Fernando Sarney, responsável pela gestão do patrimônio da família, quando diz que não sabia dos US$ 13 milhões bloqueados pelo Governo suíço. Por que duvidar? Quem é que nunca deixou de tomar conhecimento de coisas, quem é que nunca se esqueceu de algo?

Este colunista, por exemplo, encontrou outro dia, mergulhada no fundo de um bolso da calça, uma moedinha de dez centavos. E não sabia que estava lá! Claro, se fossem US$ 10 milhões, ou US$ 13 milhões (os números variam conforme a notícia), o colunista saberia. Mas, para alguém como Fernando Sarney, filho de ex-presidente da República e senador, irmão de governadora, irmão de deputado e ex-ministro, gestor de um patrimônio familiar de certo porte, US$ 10 milhões, ou US$ 13 milhões, significam o mesmo que dez centavos para este colunista. É normal que não se lembre. É normal que nem soubesse. O caro leitor não encontra, às vezes, algum troco esquecido no fundo de uma gaveta? Por que isso não pode acontecer com Fernando Sarney?

Há mais de 50 anos sua família governa o Maranhão. Sarney, antes de ser presidente da República, foi governador. Roseana já exerceu o Governo antes; e agora chegou lá de novo, mesmo tendo perdido as eleições. Neste período em que se sacrificou pelo bem do Maranhão, o clã morou em residências oficiais, livre de aluguel, sem despesas com empregados, refeições, segurança. É normal que tenha sobrado algum. E quem, na família, vai se preocupar com café pequeno?

Sem fantasia

Os partidos de oposição já entraram com várias representações no Tribunal Superior Eleitoral contra o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff, por propaganda eleitoral antecipada. Dilma até agora não sofreu qualquer sanção; Lula já sofreu duas multas, uma de R$ 5 mil, outra de R$ 10 mil – ou seja, nada que o impeça de continuar na campanha. Aliás, já ironizou a decisão judicial, dizendo que se for multado de novo vai levar a multa para que seus partidários a paguem.

A lei que proíbe a campanha antecipada é, sem dúvida, ridícula: quanto menos engessado for o processo eleitoral, melhor. Mas a lei existe e está valendo. É preciso, então, lembrar a frase do folclórico e competente treinador argentino Nelson Filpo Nuñez, que dirigia o Palmeiras. Num jogo decidido por pênaltis, o goleiro palmeirense Leão reclamou do goleiro adversário, que segundo ele estava se mexendo antes da cobrança. Filpo ensinou: “Se ele está se mexendo é porque o juiz está deixando. Então, mexa-se também!”

Serra e Guerra

O martelo ainda não está batido, mas tudo indica que a campanha do governador paulista José Serra à Presidência será comandada por dois tucanos históricos, o ex-secretário Andréa Matarazzo e o senador pernambucano Sérgio Guerra. Há algumas arestas a aparar, já que Matarazzo não é exatamente bem-visto no DEM, parceiro principal do PSDB. Mas, como é amigo antigo de Serra, deve firmar-se no posto. E, como diria o falecido governador Adhemar de Barros, é melhor tê-lo dentro, atirando para fora, do que fora, atirando para dentro.

História viva

A Rede Record estuda o lançamento de uma minissérie sobre o ex-presidente Jânio Quadros, no ano que vem. O professor Nelson Valente, estudioso da vida e Jânio e seu ardente admirador, deve ser o principal consultor do trabalho. Em 2011, completam-se 50 anos da renúncia de Jânio à Presidência.

Cinquenta anos depois

O presidente Lula, aliás, tem muito em comum com Jânio. Nos dois casos, seu contato é direto com o povo, sem precisar de partidos. E Jânio, como Lula, jamais hesitou em sacrificar algum amigo ou aliado quando isso lhe pareceu conveniente. O senador Aloizio Mercadante, que por ordem de Lula desistiu de uma reeleição provável para uma difícil disputa pelo Governo paulista, que o diga.

A grande festa

O escândalo da Câmara Municipal de Campinas, SP, com o registro de cenas de sexo pelas câmeras de segurança, pode ser tudo, menos inédito. Os grandes prédios legislativos, com suas amplas salas pouco frequentadas, sempre foram utilizadíssimos para a prática do esporte bretão. Há alguns anos, na Assembléia Legislativa paulista, um grupo de jornalistas se reuniu silenciosamente diante de uma porta mal fechada que se abriu com o vento. Lá dentro, lado a lado, um deputado e um jornalista estavam tão entretidos com duas bonitas funcionárias que nem perceberam a multidão. Algum tempo depois, um parlamentar do PCdoB foi flagrado em ação, com uma segurança casada, por um funcionário que não gostava dele e fez a denúncia. O jornal Noticias Populares deu o caso em manchete histórica: “PCdoB mete o pau na repressão”. Houve também o caso da famosa repórter com o famoso parlamentar, surpreendidos nus por uma ex-namorada.

Pode haver ação por quebra de decoro. Mas o precedente pode ser perigoso.

Maria Joana da esquina

Atenção para a agenda de Jeany Mary Corner, famosa organizadora de festas: ali há muito sobre o mensalão. E tudo sobre a vida noturna secreta de Brasília.

Muito Obrigado

“Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, em 1945, a Europa estava devastada. Os judeus haviam sido dizimados e os poucos sobreviventes tinham perdido literalmente tudo. Era o caso de um jovem rapaz polonês que havia perdido toda a sua família, seu dinheiro e até mesmo a sua saúde. Estava completamente abandonado em uma enfermaria que cuidava de feridos de guerra. Seu tio, um milionário que morava nos Estados Unidos, fez um gigantesco esforço para encontrar o rapaz. Levou-o para viver nos Estados Unidos com sua família e pagou os melhores médicos e os mais caros remédios até que ele ficou completamente curado.

Como o rapaz tinha pouco estudo, seu tio pagou também os melhores professores particulares para o prepararem para a universidade. Comprou-lhe roupas novas, servia-lhe apenas as melhores comidas e bebidas. O rapaz começou a se desenvolver e entrou em uma excelente universidade. Lá conheceu uma boa moça, terminou como um dos melhores alunos de sua turma e conseguiu um bom emprego. Após algum tempo decidiu que era hora de casar e construir sua própria família. Novamente seu tio o ajudou, pagando todo o casamento e ajudando-o em cada pequeno detalhe. Um dia antes do casamento, o jovem olhou para o tio, apertou-lhe a mão e disse:

– Tio, obrigado por tudo o que você fez por mim.

O tio ficou furioso. Agarrando-o pela gola da camisa, ele falou:

– Eu te salvei da morte, cuidei da sua saúde, te dei as melhores roupas e comidas, cuidei dos seus estudos e do seu casamento, e tudo o que você me diz é “obrigado por tudo”? É assim que você demonstra todo o seu agradecimento?”

Assim nos comportamos com D’us, que nos dá tudo: vida, comida, roupa, saúde, inteligência. E na maioria das vezes, quando nos lembramos de agradecer, dizemos apenas “muito obrigado”.

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O Shabat desta semana é conhecido como “Shabat Hagadol”, o último Shabat antes da festa de Pessach, que começa na noite da próxima segunda-feira (29 de março de 2010). Lemos a Parashá Tzav, que continua descrevendo alguns dos serviços realizados no Mishkan, entre eles os Korbanót (sacrifícios). Um Korban em especial que nos chama a atenção é o “Korban Todá” (Sacrifício de agradecimento), que era oferecido por qualquer pessoa que havia passado por um grande perigo e havia escapado com vida. Nossos sábios explicam que havia quatro casos em que a pessoa tinha que trazer o Korban Todá: ao ser libertado da prisão, após se curar de uma doença grave, após atravessar o oceano e após atravessar o deserto. Atualmente, quando não temos mais o nosso Beit-Hamikdash (Templo Sagrado), o Korban foi substituído pelo Birkat Hagomel, uma Brachá (Benção) pronunciada em público após passar por um dos quatro perigos mencionados anteriormente, em um agradecimento a D’us pela bondade de nos ter salvo.

O Korban Todá está muito relacionado com a festa de Pessach, pois a essência de Pessach é o reconhecimento e o agradecimento a D’us por todas as bondades que Ele fez conosco durante a época em que éramos escravos no Egito e fomos retirados de lá com Mão forte e Braço estendido. Grande parte da Hagadá que lemos no Seder de Pessach é composta de louvores e agradecimentos a D’us. E um dos momentos especiais de agradecimento é quando lemos o “Daienu” (Nos bastaria). Apesar de “Daienu” parecer uma divertida canção de crianças, ela nos ensina uma importante e profunda lição para nossas vidas. Uma lição de como deve ser o nosso agradecimento pelas bondades que recebemos dos outros.

Umas das maiores virtudes de um ser humano é saber ter “Acarat Hatóv” (reconhecer as bondades que recebe dos outros). Mas Acarat Hatóv não é apenas dizer “muito obrigado”, é refletir sobre todo o esforço que foi investido para que a bondade chegasse até nós. Por exemplo, quando somos convidados a jantar em uma casa, ao sair nós agradecemos pela comida. Mas precisamos lembrar quantas bondades estão por trás daquele prato de comida. Para a comida estar pronta na mesa foi necessário alguém sair para comprar os ingredientes, lavá-los, prepará-los, cozinhá-los e arrumar toda a mesa. Quando o prato de comida está sendo servido, é apenas o último estágio de uma série de bondades anteriores. Passamos às vezes uma vida inteira casados sem nos dar conta de quanto esforço nossas esposas fizeram para que a janta esteja servida na mesa na hora em que voltamos do trabalho.

É isso o que o “Daienu” nos ensina. O “Daienu” é composto de 14 “estágios” de agradecimento. Expressamos que se D’us tivesse feito bem menos por nós, mesmo assim estaríamos agradecidos, mas Ele fez mais e mais, superando nossas expectativas. Ele poderia apenas nos ter tirado do Egito, mas fez ainda mais e castigou os egípcios que nos fizeram mal. Ele poderia ter apenas nos libertado fisicamente, mas fez ainda mais e nos libertou espiritualmente, nos entregando a Torá. Ele poderia ter nos deixado no deserto, mas fez ainda mais e nos trouxe para a Terra de Israel. Quando olhamos todos os “estágios” de bondades que D’us fez conosco, fica óbvio que não é suficiente apenas um “muito obrigado”.

A palavra “Todá” (agradecimento) vem de “Lehodót”, que significa tanto “agradecer” quanto “reconhecer”. Apenas podemos agradecer de verdade quando reconhecemos o que recebemos de bom. Se uma pessoa nos dá um relógio Rolex e pensamos que é falsificado, falaremos apenas um “obrigado”. Apenas quando reconhecermos o verdadeiro valor do relógio é que nosso agradecimento será sincero.

Precisamos aplicar este ensinamento em nossas vidas. Um exemplo trazido pelo Rabino Simcha Cohen em seu livro “Tikshoret” é quando uma pessoa faz uma festa e convida muitas pessoas. Como há muitos convidados, o dono da festa muitas vezes deixa de dar uma atenção especial a alguns dos convidados. Quantas vezes fazemos uma festa e no meio de uma animada conversa com um dos convidados chega outra pessoa que nos interrompe? Como não queremos parar a conversa no meio, damos apenas um rápido “oi” e logo voltamos à conversa anterior. Talvez aquele convidado tenha feito um gigantesco esforço para poder estar na festa e não soubemos dar valor. Ele precisou deixar seus filhos sozinhos com uma baby-sitter contratada, ficou muito tempo no trânsito e pagou um alto valor para estacionar o carro. E quando a pessoa chega, após todo este esforço, é literalmente ignorada pelo dono da festa. Isto acontece apenas porque não paramos para refletir e entender os esforços que estão atrás de cada bondade que recebemos. Recebemos as bondades e achamos tudo normal e óbvio.

Ensinam os nossos sábios que se não reconhecemos o bem recebido das pessoas mais próximas, certamente nunca chegaremos a reconhecer as bondades que D’us faz conosco. Por que? Pois D’us nos faz bondades o tempo inteiro, sem interrupção. O simples fato de estarmos respirando é um ato de grande bondade de D’us. Poder abrir os olhos de manhã e enxergar é uma bondade sem tamanho. Até mesmo ir ao banheiro e verificar que o corpo está funcionando como uma máquina perfeita é uma grande bondade. Porém, se não nos acostumamos a parar e refletir, as bondades se banalizam e não conseguimos mais reconhecê-las.

Voltando à Hagadá, observamos que após o “Daienu” repetimos novamente todos os 14 “estágios” resumidamente em um único parágrafo. Por que? Para ver o quadro completo, todas as bondades juntas pronunciadas de uma só vez. Para aprendermos a dar valor a tudo o que recebemos dos outros. Para aprendermos a enxergar sempre o quadro completo. Para deixarmos de receber bondades sem perceber o esforço que está por trás delas. Somente assim poderemos um dia chegar a reconhecer e agradecer as bondades que recebemos constantemente de D’us.

SHABAT SHALOM e PESSACH KASHER VE SAMEACH (Um Pessach Kasher e alegre)

Rav Efraim Birbojm

Tenha um sábado de paz !

Fernando Rizzolo

Governo Serra enfrenta greve dos professores com prisão e censura

O governo de José Serra deu novas provas nesta quarta-feira (24) do jeito tucano de governar e se relacionar com os movimentos sociais. A Polícia Militar prendeu três professores da rede estadual de ensino que integravam um grupo de algumas dezenas de docentes que protestavam contra a administração tucana durante inauguração do Centro de Atenção à Saúde Mental, em Franco da Rocha (SP). Também usou cassetetes e gás de pimenta contra os manifestantes. Além disto, os tucanos determinaram silêncio e censura nas escolas sobre a paralisação.

O centro foi inaugurado pelo governador. Cerca de 40 soldados da PM e integrantes da Força Tática foram mobilizados para a repressão, de acordo com o comandante do 26º Batalhão da PM, José Carlos de Campos Júnior.

Repressão

A confusão começou quando os policiais tentaram impedir o protesto. Os professores resistiram e a polícia não pensou duas vezes: usou cassetetes e gás de pimenta para dispersar os manifestantes.

Enquanto o incidente se desenrolava, Serra discursava em palanque montado no Hospital Psiquiátrico do Juqueri, tradicional unidade clínica de Franco da Rocha. Ao final do discurso, o tucano fez comentários sobre as obras, mas não quis falar sobre a repressão. Os três manifestantes presos foram levados à delegacia de Franco da Rocha e a política pretende indiciá-los por desacato à autoridade e perturbação da ordem.

Intransigência

Maria Isabel, presidente da Apeoespe, explicou que o Sindicato está orientando os professores a realizarem manifestações durante eventos com a presença do governador para forçar a negociação.

A categoria está em greve desde o Dia Internacional da Mulher (8 de março) reivindicando um reajuste salarial de 34,3%, concurso público e outras medidas. Mas o governo não quer conversa e procura desqualificar o movimento, tachando-o de “político eleitoral” e sustentando que apenas 1% dos professores aderiu à paralisação, informação rechaçada pelos dirigentes da Apeoespe, que estimam em 55% o percentual de trabalhadores que decidiram cruzar os braços.

Desrespeito

Serra chegou a classificar a greve de “trololó”, dando a entender que a mobilização é irrelevante para o governo e a sociedade. “É um total desrespeito aos professores”, afirmou Isabel. “A categoria tem grandes responsabilidades sociais e não é devidamente retribuída”, sublinhou. Um professor ganha apenas 764 reais por 30 horas de aula, segundo ela.

“Estamos vendo o governador inaugurar obras e para isto não falta dinheiro, mas a educação, que é uma obra fundamental para a sociedade, tem sido tratada com desprezo”, ponderou. Os professores estão indignados e a adesão ao movimento é crescente. A Apeoesp pretende reunir 100 mil trabalhadores e trabalhadoras na próxima assembleia da categoria, convocada para a tarde de sexta-feira (26) diante do Palácio Bandeirantes.

Com o envolvimento das bases e o apoio da sociedade (especialmente de pais e alunos), a Apeoesp pretende sensibilizar os deputados estaduais e abrir canais para o diálogo e a negociação, segundo a presidente da entidade. Isabel destacou que as reivindicações não se limitam ao reajuste dos salários, “queremos rediscutir a avaliação por mérito, que deixa 80% da categoria sem nenhum reajuste e concurso público, entre outras medidas para melhorar a qualidade da educação em nosso Estado”.

Censura

O tucano José Serra também determinou a censura e o completo silêncio nas escolas sobre a greve. Pelo menos 77 escolas estaduais da zona leste de São Paulo foram orientadas a não dar informações para a imprensa sobre a greve dos professores, de acordo com informações publicadas pelo jornal “O Estado de São Paulo”.

A iniciativa partiu da Diretoria de Ensino da Região Leste 3, em comunicado enviado por e-mail aos diretores das escolas no início do mês. A região leste 3 compreende os distritos de Cidade Tiradentes, Guaianases, Iguatemi, José Bonifácio, Lajeado e São Rafael.

No texto, a diretoria afirma que, por causa da paralisação, que teve início no dia 8, “A imprensa está entrando em contato diretamente com as escolas solicitando dados e entrevista.” E pede: “Solicitamos ao diretor de escola para não atender a esta solicitação.” O comunicado ainda orienta como proceder em relação ao envio de informações sobre a greve para o governo, detalhando dias e turnos em que os professores estiveram ausentes.

Cortina de fumaça

Para a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo), a medida “fere a liberdade de expressão”. A palavra apropriada para a orientação é “censura”. O governador paulista pretende mascarar a realidade com a cortina de fumaça das informações manipuladas pela Secretaria de Educação, que insiste na afirmação de que apenas 1% dos professores participa da paralisação, “mais uma inverdade”, na opinião dos sindicalistas.

A intransigência do governador tucano lembra a conduta elitista e autoritária do governo FHC diante do movimento sindical. O primeiro mandato do tucano foi marcado pela repressão e desmantelamento das entidades sindicais dos petroleiros. O modo com que Serra trata os professores, que constituem uma das categorias mais injustiçadas e depreciadas em nosso país (daí a péssima qualidade da educação no Brasil), é um sinal do que seria um eventual retorno dos tucanos ao Palácio do Planalto.

Veja as principais reivindicações da categoria:

• Reajuste imediato de 34,3%
• Incorporação de todas as gratificações e extensão aos aposentados sem parcelamento
• Contra o provão das ACTs
• Contra o PLS 403 (Senado Federal)
• Pela revogação das leis 1093, 1041 e 1097
• Concurso público de caráter classificatório

site: vermelho

Rizzolo: As atitudes do governador Serra são deploráveis, falta espírito democrático, respeito, e acima de tudo a capacidade de ouvir à parte contrária em suas demandas. Não podemos conceber nos dias de hoje prisões de manifestantes, além disso afirmar que o direito de greve é um “trololó” denota a ideologia autoritária que permeia o PSDB. A greve dos professores é legítima, e deveria ser recebida com respeito assim como atendida nas sua plenitude. Pretender anular um movimento dizendo que ele não existe é negar a democracia. Talvez isso explique a saída do Chalida do PSDB para o PSB. Uma vergonha.

Suprema Corte dos EUA suspende execução uma hora antes da injeção letal

Hank Skinner foi condenado por morte de parceira e 2 filhos dela no Texas.
Ele alega que não cometeu o crime porque estava sob efeito de remédios.

A Suprema Corte dos Estados Unidos suspendeu nesta quarta-feira (24) a execução de um condenado à morte, menos de uma hora antes do cumprimento da pena capital, depois de um apelo da França e de seus advogados de defesa para permitir a realização de novos exames de DNA que supostamente provariam sua inocência.

“Eu já tinha me conformado que ia morrer”, disse ele após ser informado por seu advogado. “Estou ansioso pelo teste de DNA, então posso provar minha inocência e sair deste inferno.”

Henry “Hank” Skinner alega que a realização de novos exames de DNA comprovaria que ele não cometeu o triplo assassinato na noite de Ano Novo de 1993, pelo qual foi senteSkinner, de 47 anos, que atualmente é casado com uma ativista francesa contrária à pena capital, foi condenado no Texas em um julgamento, celebrado em 1995, em razão das mortes de sua namorada na época e dos dois filhos dela.
O Estado do Texas recusou-se, mesmo às custas de Skinner, fazer os teste de DNA que, segundo ele, comprovariam que não foi o autor dos crimes.

A acusação demonstrou, durante o processo, a presença do acusado no local da tragédia, isto é na própria casa, um fato que ele não contesta.

Mas afirma que só uma terceira pessoa poderia ter dado os golpes, porque estava desmaiado em um sofá no momento dos crimes, incapaz de cometer o crime. A presença de um coquetel de ansiolíticos, de comprimidos contra a dor e álcool em seu organismo havia sido confirmada num exame de sangue.

Há dez anos, Skinner recebeu o apoio de um professor de jornalismo da Northwestern University que refez a investigação com seus alunos. David Protess se disse convencido de que testes de DNA o eximiriam de toda a culpa.

Mais cedo nesta quarta-feira, o embaixador da França em Washington fez contato com as autoridades texanas pedindo que a execução fosse suspensa.

Tanto o presidente francês, Nicolas Sarkozy, quando o chanceler, Bernard Kouchner, manifestaram apoio à esposa de Skinner, Sandrine Ageorges-Skinner.
“O presidente da República (Nicolas Sarkozy) e o ministro (das Relações Exteriores, Bernard Kouchner) declararam à sua esposa francesa, Sandrine Ageorges-Skinner, “todo o apoio”, segundo nota do Quai d’Orsay, o ministério das Relações Exteriores francesa.

Depois de passar 15 no corredor da morte, Skinner devia ter sido executado às 18h locais desta quarta-feira, com injeção letal.

O Texas executou 451 pessoas desde 1976, e os Estados Unidos liberaram 17 condenados já no corredor da morte nos últimos anos, graças a testes de DNA.
globo

Rizzolo: Esse é o grandre problema da pena de morte, na verdade o sistema processual de instrução pode ser falho e portanto pode-se cometer injustiças. Nesse caso específico houve uma intervenção da França, mas podemos imaginar quantos casos de injustiça se foram cometidos no decorrer de sua aplicação nos EUA.

Charge do Pelicano para o Bom Dia SP

Ex-marido atira contra mulher e é morto pela filha

Crime ocorreu dentro de casa, em Porto Real, na madrugada de quarta.
Polícia diz que homem era viciado em crack e tinha histórico de agressão

Durante uma briga, ao tentar desarmar o pai, que já tinha disparado contra a mãe, a filha do casal acabou atirando e matando o próprio pai, dentro de casa. Segundo a polícia, a mãe nada sofreu e a filha está foragida. O crime ocorreu no por volta das 4h desta quarta-feira (24), na cidade de Porto Real, no Sul Fluminense.

De acordo com policiais da 100ª DP (Porto Real), o homem de 50 anos, que era separado da mãe da suspeita, seria viciado em crack. Ele teria ido a casa da ex-mulher armado com um revólver calibre 32. Segundo um inspetor, ele teria várias passagens pela polícia por agressão, sendo enquadrado inclusive pela Lei Maria da Penha.

No meio da confusão, a filha, que é formada em direito, teria acertado o pai com a arma dele. O homem morreu no local, dentro de casa, na Avenida Dom Pedro II, a principal via do Centro de Porto Real, segundo a polícia. A mãe, de acordo com a polícia, está em casa de parentes. A arma do crime foi recolhida no local por policiais do 28º BPM (Volta Redonda).
Globo

Rizzolo: É impressionante a que ponto chega a violência no nosso país, e na maioria dos casos nos crimes existe uma correlação com o mundo das drogas. Precisamos urgentemente de uma legislação mais abrangente, rígida, e que venho aos anseios da sociedade. A reforma do Código de Processo Penal, se aprovada, já é um avanço nesse sentido. O pior é que ainda tem aqueles que desejam a liberação das drogas, imaginem a que ponto chegaremos.

Racismo e preconceito: desemprego é o triplo entre negros e latinos pobres

O levantamento desmascara o racismo que impera nos EUA, assinalando que, em média, os salários recebidos pelas famílias de origem latino e afro-americana representam 68 e 61,6%, respectivamente, da dos lares cujos membros são brancos. “O Censo dos EUA revela que a proporção de brancos que viviam na pobreza era de 8,6% em 2008, mas a taxa aumentava a quase o triplo entre os cidadãos afro-americanos e latinos, com 24,7 e 23,2%, respectivamente (The New York Times, 29 de setembro de 2009)”. Uma quarta parte dos índios nativos vivem abaixo da linha da pobreza, com os EUA se negando a assinar a Declaração da ONU sobre os povos indígenas.

Outro dado que expõe o racismo da sociedade estadunidense aponta que em 2008, 30,7% dos latinos, 19,1% dos afro-americanos e 14,5% dos brancos careciam de qualquer seguro médico (Salários, Pobreza e Cobertura do Seguro Médico nos Estados Unidos: 2008, http://www.census.gov). De acordo com um informe do Departamento de Moradia e Desenvolvimento Urbano, no ano fiscal de 2008 se registraram 10.552 queixas relacionadas com a discriminação no acesso à moradia, 35% das quais foram consequência da exclusão racial (The Washington Post, 10 de junho de 2009).

O desemprego entre os cidadãos negros com idade entre 16 e 24 anos atinge o recorde de 34,5%, mais do que o triplo da taxa média. Nas maiores cidades, mais de um milhão de pessoas foram interrogadas por agentes da polícia nas ruas, das quais quase 90% eram homens pertencentes a minorias étnicas. Entre eles, a metade eram afro-americanos, 30% latinos e só 10% eram brancos.

O Registro assinala que “as mulheres estadunidenses têm dificuldades para encontrar emprego, recebem salários baixos e são frequentemente vítimas de violência. De acordo com estatísticas reveladas pelo Censo dos EUA, a média salarial das trabalhadoras em tempo integral em 2008 foi de 77% a recebida pelos homens em posição correspondente”. As mulheres também são vítimas frequentes de violência e abusos sexuais nos EUA, que têm a taxa mais alta de estupros entre os países que dispõem desse tipo de estatísticas. Ela é 13 vezes mais alta que a do Reino Unido e 20 vezes superior à do Japão (Ourrence of rape, http://www.sa.rochester.edu).

O documento chinês cita um informe do Departamento de Agricultura dos EUA que mostra que 16,7 milhões de crianças, um quarto do total nacional, não tiveram suficiente alimentação em 2008 (The Washington Post, USA Today, 17 de novembro de 2009).
Hora do Povo

Rizzolo: O sistema capitalista norte-americano discrimina os negros e latinos há muitas décadas. Existe uma restrição velada ao contratar negros e latinos para muitas das atividades no mercado de trabalho nos EUA. O que não é diferente aqui no Brasil, os salários pagos aos negros no nosso país são proporcionalmente menores, e as oportunidades também são reduzidas, portanto no nosso caso as ações afirmativas continua sendo uma solução humanitária, de bom senso, e inclusiva. Aqueles que contestam estas ações integrativas ainda sonham com a senzala.

PSDB quer 2 mil em anúncio da candidatura de Serra

O PSDB pretende fazer uma festa para duas mil pessoas no dia 10 de abril, em Brasília, para lançar a candidatura presidencial do governador de São Paulo, José Serra. Além de reunir lideranças do País, incluindo candidatos a governador que darão palanque ao tucano nos Estados, a direção partidária quer mobilizar representantes da sociedade civil e personalidades das áreas empresarial e cultural. A solenidade ocorrerá no Centro de Eventos Brasil XXI, que tem capacidade para 1.500 pessoas sentadas.

Após o lançamento, Serra dará início a uma agenda de viagens. “Nosso candidato vai andar o País inteiro”, diz o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). O partido já articula contatos do presidenciável com “segmentos sociais e econômicos”. A agenda não ficará restrita a eventos partidários. A prioridade serão os eventos com a população. “Reuniões fechadas com políticos não dão voto.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Rizzolo: A oposição tenta recuperar o tempo perdido causado pelo silêncio de Serra. O que eu sinto nessa campanha de oposição é um desânimo por parte até dos membros do PSDB. As propostas com certeza esbarrarão na imitação do discurso do governo para tentar atrair simpatizantes à causa tucana. Como já disse anteriormente o grande problema em si não é o candidato Serra, esse nós conhecemos seu passado, mas o que o PSDB o transformou, um prisioneiro dos interesses maiores.

Entre a Natureza e o Homem

Desde a Antiguidade, o homem tem se deparado com percalços da natureza, vivenciando-os na forma de doenças, pestes, terremotos, enchentes ou tornados, o que o torna vulnerável ao próprio planeta. Muitos foram os homens que se dedicaram a estudar e compreender esses efeitos devastadores que ocorrem desde os primórdios da humanidade, e, na verdade, somente no campo da medicina foi possível observar avanços significativos, mas em termos climáticos a imprevisibilidade ainda é fatal.

Já seria deveras preocupante se o ser humano contasse como fator ameaçador apenas com as causas supracitadas; contudo, o que observamos ao longo da História é que, além das causas naturais, estamos de tempos em tempos predispostos a violências humanas de cunho ideológico, que levam milhares de pessoas à morte. Ao contrário das causas naturais, que muitas vezes não podem ser previstas, as de origem ideológicas podem e devem ser prevenidas por meio da democracia, da liberdade plena, pelo efetivo combate ao preconceito, fator decisivo no desenrolar de histórias trágicas como as vivenciadas no período da Alemanha nazista.

É nesse aspecto, e em clima democrático, que devemos combater a tentativa de desqualificação da verdadeira história vivenciada por milhares de vítimas do holocausto, mormente quando proferida por “pseudorreligosos” como o bispo britânico Richard Williamson, que em abril terá de depor no Tribunal de Justiça alemão por expressar que o extermínio de judeus pelos nazistas não passou de uma “enorme mentira”, como publicou a revista Der Spiegel.

Muitas vezes, é desanimador observarmos que, do ponto de vista natural, a história da humanidade se traduz numa luta incessante pela sobrevivência. Todavia, muito pior que lutar para nos mantermos longe de pestes e doenças ou das tragédias climáticas incontroláveis é saber que a semente do ódio ainda é cultivada de alguma forma pelos obreiros do mal, discípulos do totalitarismo, fazendo com que a sustentabilidade entre a natureza e o homem continue a ser um dos maiores desafios das próximas gerações, que fatalmente poderão ser sacrificadas vítimas dos imprevisíveis terremotos que assolam o planeta ou exterminadas pelos terríveis vendavais do preconceito.

Fernando Rizzolo

Charge do Mariosan para o O Popular

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Sarkozy sofre derrota acachapante na França

Os franceses confirmaram neste domingo seu voto contra a direita no poder, liderada pelo presidente Nicolas Sarkozy, no segundo turno das eleições regionais, última votação na França antes das presidenciais de 2012, segundo as projeções dos institutos de pesquisa.

Após o fechamento das urnas, às 20h (16h de Brasília), o Instituto OpinionWay informou que a União para um Movimento Popular (UMP, direita), no poder, obteve 36,1% dos votos, contra 54,3% para a oposição, representada pelo Partido Socialista (PS), a Europa Ecologia e a Frente de Esquerda (liderada pelo Partido Comunista).

A neofascista Frente Nacional recebeu 8,7% dos votos em nível nacional, o que permitirá um bom número de deputados provinciais ao partido liderado por Jean Marie Le Pen.

Estes resultados confirmam o voto contra o governo Sarkozy, que enfrenta no momento o menor índice de popularidade desde o início do mandato.

A direita manteve a Alsácia, seu bastião no leste da França, e venceu na ilha de Reunión, no oceano Índico.

Mas com a vitória na Córsega, a oposição passa a controlar 21 das 22 regiões metropolitanas da França.

“Estas eleições confirmam o sucesso da esquerda. Não soubemos convencer”, disse o primeiro-ministro francês, François Fillon, após tomar conhecimento das projeções.

“Assumo minha parte da responsabilidade e amanhã conversarei com o presidente”, lastimou Fillon.

Grande abstenção

Após tais resultados na última eleição antes das presidenciais na França, em 2012, Sarkozy deverá proceder com uma ampla reforma ministerial.

O líder da UMP, Xavier Bertrand, também reconheceu a ampla vitória da oposição: “a esquerda ganhou estas eleições, precisamos admitir isto”.

Jean Francois Copé, presidente do bloco governista de senadores, classificou o resultado de “derrota real”.

A primeira secretária nacional do PS, Martine Aubry, disse a Sarkozy, nesta noite, que “mude profundamente de política”.

“Os franceses falaram, é preciso ouvi-los”, declarou a líder do PS no discurso de vitória, durante a apuração dos votos.

O prefeito de Paris, Bertrand Delanoe, do PS, considera que o resultado foi “muito negativo” para o governo, que “precisa corrigir sua política”.

Uma das grandes vitoriosas deste domingo foi Ségolène Royal, do PS, que em sua região de Poitou Charente, no centro do país, obteve mais de 60% dos votos, o que lhe habilita a se apresentar novamente como candidata à presidência.

Segundo Ségolène, estes resultados “mostraram o papel de trampolim das regiões contra a ineficiência”. A socialista prometeu “fazer todo o possível para transformar esta esperança em ação”.

O índice de abstenção, estimado em entre 47,5% e 49%, foi inferior ao registrado no primeiro turno, de domingo passado (53,6%), e este aumento de participação permitiu à direita evitar um desastre maior.

No total, 43,5 milhões de franceses foram convocados para eleger neste domingo 1.839 deputados provinciais para um mandato de quatro anos.

Da redação, com agências

Rizzolo: Isso demonstra a insatisfação dos franceses com a direita representada por Sarkozy. A política egoísta do presidente francês o levou a derrota, em Paris o descontentamento com o presidente é geral, tinha que dar no que deu a derrota. O descontentamento com o presidente Nicolas Sarkozy é cada vez maior. A crise da economia fechou empresas e fez o desemprego explodir. A resposta de Sarkozy, no entanto, foi a edição de um pacote de 20 bilhões de Euros (R$ 34 bilhões) de ajuda aos banqueiros e empresários.

Mas a festa continua – Coluna Carlos Brickmann

Todo mundo pensava que o Carnaval já tinha acabado. Mas:

1 – O governador paulista José Serra demorou meses para admitir sua candidatura à Presidência. Enfim, no dia de seu aniversário, anunciou apoteoticamente aquilo que todos já sabiam. E onde fez o anúncio: no Jornal Nacional, da Rede Globo? No Jornal da Bandeirantes Gente, da Rádio Bandeirantes? Na capa da Veja? Em rede nacional de TV, aproveitando algum horário de seu partido, o PSDB? Não, nada disso: fez o anúncio num programa de TV da hora do almoço, com audiência inferior a três pontos. E ainda disse que não fez o anúncio.

2 – Um grupo de prefeitos mineiros, que em 2006 apoiou a reeleição do tucano Aécio Neves para o Governo e de Lula para a Presidência (“Lulécio”), estuda apoiar o candidato de Aécio ao Governo, Antonio Anastasia, e a candidata de Lula à Presidência, Dilma Rousseff. Título divulgado por eles para a combinação de candidatos: Dilmasia. Só falta ser com “z”. Eta nome mais apropriado!

3 – O candidato tucano ao Governo de Goiás, Marconi Perillo, comemorou seu aniversário, no dia 5, com uma festa no Atlanta Hall, em Goiânia. O momento culminante ocorreu com a exibição de um vídeo de sua filha que estuda na Tasis em Lugano, na Suíça. É uma escola americana de excelente qualidade que opera em quatro países. Só a matrícula sai por 1.500 francos suíços, ou pouco menos de R$ 3 mil reais. Imagine-se a emoção do pai, que ganha R$ 16 mil como senador e faz tanto sacrifício para garantir à filha uma educação de nível!

DEM no fim

Esta informação vai cansar de ser desmentida, mas é verdadeira: o DEM, herdeiro do PFL, deve acabar no início do ano que vem. Sem seus líderes históricos, que morreram (como Antônio Carlos Magalhães) ou se aposentaram (como Jorge Bornhausen), ou estão sitiados pelos adversários (como César Maia), enfrentando problemas como o de seu único governador, o de Brasília, o DEM está nas cordas. Imagine a situação do prefeito paulistano Gilberto Kassab: se fica no enfraquecido DEM, sua carreira sofre; se sai, pode perder o mandato por mudar de partido. Se Serra for eleito, o PSDB pode ser o destino de boa parte do DEM.

Desmentido nº 1

César Maia, chefe supremo do DEM no Rio e respeitado analista político, confirmou e desmentiu a notícia. Disse que, se antes nem se falava no DEM sobre isso, hoje há setores que gostariam de uni-lo ao PSDB. Mas acrescentou: “É um equívoco e uma vontade ao mesmo tempo. A mídia e a elite querem impor um sistema binário no Brasil com PT e PSDB”.

Marinho aéreo

Demorou, mas aconteceu: o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, do PT, que viajou à Suécia a convite da Saab, fabricante dos supersônicos Gripen, já escolheu seu favorito na concorrência internacional para reequipamento da FAB: por pura coincidência, é o Gripen. O Rafale, francês, é o favorito de seu líder político, o presidente Lula, mas Marinho não resistiu à emoção de voar num Gripen e conhecer sua fábrica: “Acredito tratar-se de uma oportunidade única para uma real transferência de tecnologia para o Brasil e de ampla geração de empregos voltados à alta tecnologia”. Marinho sabe que, se houver transferência de tecnologia, a cidade beneficiada será São José dos Campos ou Gavião Peixoto, onde há fábricas da Embraer, e não São Bernardo. Mas não se importa. É um patriota!

Escorregando no óleo

O deputado Ibsen Pinheiro, do PMDB gaúcho, é um homem correto, bem preparado, mas nem sempre está certo. Neste caso da redivisão dos royalties do petróleo, está errado: primeiro, porque os Estados produtores têm custos (de infraestrutura, de recomposição do meio-ambiente, de rápido crescimento populacional) e merecem uma indenização por eles; segundo, porque não se arranca de um Estado uma quantia tão volumosa sem criar problemas – no caso do Rio, são R$ 5 bilhões por ano. Mas o fato é que o projeto de Ibsen não teria passado se o Governo, amplamente majoritário na Câmara, não quisesse aprová-lo. E é sempre bom lembrar que Ibsen é do PMDB, sócio do PT na base do Governo Lula, mesmo partido do governador Sérgio Cabral, que chora mas afaga o presidente.

Ponto futuro

Outro tema interessante que mobiliza os políticos é o destino dos lucros do pré-sal. Tudo bem – tirando alguns probleminhas, claro, como o fato de que o petróleo situado na região do pré-sal ainda demora para ser extraído, exige montanhas de investimentos, apresenta dificuldades técnicas que é preciso resolver e só se viabiliza com o barril custando caro, pelo menos tão caro quanto hoje, para que extraí-lo não dê prejuízo, em vez de lucro. Como não se diz no Interior (já que a frase lá é bem mais direta) estão contando com o ovo dentro da galinha.

De graça, mas pagando

A Anatel acaba de resolver definitivamente a questão da cobrança dos pontos adicionais de TV a cabo: as operadoras não podem cobrar por eles. Mas podem cobrar aluguel pelo decodificador, que hoje é cedido sem pagamento. O caro leitor vai continuar pagando (talvez até mais), mas com outro nome.