Façam seu jogo, caros leitores. Identifiquem o autor das frases e a quem se dirigia. Recebi-as do leitor Alex Solomon, que coleciona pensamentos de políticos:
“Todos podem cometer erros e atribuí-los a outros: isso é fazer política”.
“Este é um país extremamente fértil: plantam-se funcionários públicos e colhem-se impostos”.
“É preciso saber o que se quer. Uma vez sabido, é preciso ter a coragem de dizê-lo. Uma vez dito, é preciso ter energia para fazê-lo”.
“Em política, sucedemos a imbecis e somos substituídos por incapazes”.
“Democracia é o poder, dado aos piolhos, de comer leões”.
“Nunca se mente tanto quanto antes da eleição, durante a guerra e depois da caça”.
“A honra é como a virgindade, só existe uma vez”.
“Os funcionários públicos são os maridos ideais. Chegam em casa descansados e já leram o jornal”.
“A vida me ensinou que há duas coisas que podemos dispensar: a Presidência da República e a próstata”.
“Manejar o silêncio é mais difícil do que manejar as palavras”.
Não, caros leitores, o autor das frases não pensava em Lula, Serra, Dilma – aliás, não pensava sequer no Brasil, mas na França do século passado. É Georges Clemenceau, primeiro-ministro francês por seis anos e apelidado “O Tigre”.
França, Brasil
O ministro Nelson Jobim com certeza leu os pensamentos do Tigre e falou sobre ele com o presidente Lula. Clemenceau, que governou a França durante boa parte da 1ª Guerra Mundial, dizia que a guerra é um assunto sério demais para ser confiado aos militares. A compra de aviões de guerra franceses pelo Brasil segue este pensamento: a opinião dos militares não é lá muito levada em conta.
Jogada de mestre
O cerco oficial a Aécio Neves, que quer seu secretário Antonio Anastasia no Governo e se eleger senador, vai-se apertando. O presidente Lula já interveio, conforme esta coluna informou na última quarta, para obrigar dois candidatos do PT ao Governo a renunciar e a apoiar o peemedebista Hélio Costa, recebendo em troca a coordenação da campanha de Dilma (Fernando Pimentel) e a candidatura ao Senado (Patrus Ananias). O outro candidato ao Senado seria o vice José Alencar, imbatível. Restaria a Aécio, sem esforço, a segunda vaga para o Senado. Mas os bons resultados do tratamento médico de Alencar o estimulam a sair para o Governo, o que tira qualquer possibilidade de vitória de Anastasia. Hélio Costa iria para o Senado. E Itamar Franco, sempre uma incógnita, herdando votos de Alencar, seria o terceiro candidato para a disputa de duas vagas. Aécio pode chegar lá: é muito popular e bem aprovado. Mas não será tão fácil como imaginava.
Nosso guia…
É injusta a tempestade de críticas ao presidente Lula por ter abandonado os presos políticos cubanos à própria sorte e por tê-los comparado a bandidos. Lula não poderia nunca defendê-los: já pensou o pito que levaria de Hugo Chávez?
…genial dos povos
O Brasil precisa agir com diplomacia, mantendo sua posição de liderança (ou, como gosta de dizer o assessor Top Top Garcia, “protagonismo”). Se o Brasil sai da linha, na próxima reunião bolivariana O Cara fica sem sobremesa.
Vale um livro de renda mínima
A ministra-candidata Dilma Rousseff (PT) e o ministro-candidato Hélio Costa (PMDB) foram convidados a falar à Câmara dos Deputados sobre o anunciado vazamento de informações sobre a criação de uma estatal de banda-larga (aquele caso da Eletronet, em que se denunciou o milagre da multiplicação dos reais). Este colunista aposta um livro do senador Eduardo Suplicy como Dilma não vai. Aliás, Hélio Costa também não vai. E se for, tudo bem: com a oposição que temos, tanto faz haver ou não interrogatório. Não há a menor diferença.
A festa do turismo
A corrida de Fórmula Indy em São Paulo deve render, segundo os cálculos da Prefeitura, algo como R$ 250 milhões em negócios diversos. Um mês depois, outro evento do mesmo porte se realiza na cidade: o Super Office Solution, maior feira de arquitetura e mobiliário para escritórios da América Latina, espera movimentar R$ 275 milhões. A feira reúne 180 empresas no Pavilhão da Bienal, entre 5 e 9 de abril. A Flex Eventos, organizadora do evento, espera 50 mil visitantes. É um setor que cresce firme: a arquitetura corporativa movimentou, em 2009, cerca de R$ 15 bilhões em todo o país.
Boa notícia, má notícia
O deputado federal José Eduardo Cardozo, do PT paulista, anunciou que não se candidatará mais a cargos proporcionais. A cargos majoritários também não deve candidatar-se, já que o PT sempre procura ter candidatos com condições de vitória. Mas Cardozo garante que continuará na política, mesmo sem cargo.