Caridade: um ato de justiça

*por Yanki Tauber

Baseado nos ensinamentos do Lubavitcher Rebe

O conceito caridade é praticamente inexistente na tradição judaica. Os judeus não fazem caridade: em vez da caridade, o judeu faz tsedacá, justiça. Quando um judeu faz uma contribuição em dinheiro, tempo ou recursos aos necessitados, não está sendo benevolente, generoso ou “caridoso”. Está fazendo aquilo que é certo e justo.

Conta-se a história de um rico chassid que certa vez recebeu uma carta de seu Rebe, Rabi Abraham Yehoshua Heshel de Apt, pedindo-lhe para contribuir com 200 rublos para salvar um colega chassid da ruína financeira. O chassid contribuía regularmente para as obras de caridade de seu Rebe, mas esta carta específica chegou numa ocasião não muito propícia sob o ponto de vista financeiro, e continha um pedido de uma quantia vultosa; após alguma deliberação, o chassid decidiu não responder ao pedido do Rebe.

D’us poderia ter distribuído porções iguais de Seu mundo a todos os habitantes. Mas então o mundo não teria sido mais que uma exibição dos poderes criativos de D’us, previsível como um jogo de computador e estático como uma prateleira de museu.

Pouco depois, a fortuna do chassid começou a diminuir. Uma das empresas teve sérios prejuízos, outra faliu, e então outra; não demorou muito para que ele perdesse tudo que tivera.

“Rebe” – queixou-se ele, quando foi admitido na sala de Rabi Abraham Yehoshua – “sei por que isso me aconteceu. Mas meu pecado foi tão grave para merecer uma punição assim severa? E é certo punir sem um aviso? Se você tivesse me falado como era importante doar aqueles 200 rublos, eu teria cumprido suas instruções ao pé da letra!”

“Mas você não foi punido, de forma alguma” – replicou o Rebe.

“O que está dizendo? Toda minha fortuna me foi tirada!”

“Nada que lhe pertencesse foi tirado de você” – disse o Rebe.

“Veja, quando minha alma desceu à terra, uma determinada quantidade de recursos materiais foi designada para que eu usasse em meu trabalho. No entanto, meus dias e noites são usados para a prece, o estudo e ensinamento da Torá, e a aconselhar aqueles que me procuram pedindo orientação; de modo que não há tempo para administrar todo aquele dinheiro. Então, estas reservas foram colocadas sob a guarda de diversos ‘banqueiros’ – pessoas que reconheceriam sua tarefa de apoiar minha obra. Quando você deixou de cumprir seu papel, minha conta com você foi transferida para outro banqueiro.”

Em nosso mundo, tão flagrantemente – e por vezes violentamente – dicotomizado pela prosperidade e pela pobreza, existem duas perspectivas gerais sobre riqueza e propriedade:

a – Que estas são possessões legítimas daqueles que as ganharam ou herdaram. Se escolherem compartilhar mesmo uma pequena parte de suas posses com outros, este é um ato nobre, que merece louvores e elogios.

b – Que a distribuição desigual dos recursos da terra entre seus habitantes é um engodo. Possuir mais que a cota do outro é uma injustiça, chega a ser um crime. Doar aos necessitados não é “uma boa ação”, mas a retificação de um erro.

A tradição judaica rejeita estas duas opiniões.

Segundo a lei da Torá, dar aos necessitados é uma mitsvá – um mandamento e uma boa ação. Isso significa que, por um lado, não é um ato arbitrário, mas um dever e uma obrigação. Por outro lado, é uma boa ação – um crédito àquele que reconhece seu dever e cumpre sua obrigação.

O judeu acredita que riqueza material não é um crime, mas uma bênção de D’us. Alguém que tenha sido abençoado a esse ponto deve considerar-se um “banqueiro” de D’us – foi privilegiado pelo Criador com o papel de distribuir os recursos de Sua criação a outros.

D’us poderia ter distribuído porções iguais de Seu mundo a todos os habitantes. Mas então o mundo não teria sido mais que uma exibição dos poderes criativos de D’us, previsível como um jogo de computador e estático como uma prateleira de museu. D’us desejava um mundo dinâmico – um mundo no qual o homem, também, fosse um criador e provedor. Um mundo no qual os controles têm, até certo ponto, sido entregue a seres que têm o poder de escolher entre cumprir ou renegar seu papel.

Assim, a Lei Judaica exige que todos dêem tsedacá – até mesmo aquele que é sustentado pela tsedacá dos outros. Se o propósito de tsedacá fosse apenas retificar a distribuição desigual de riqueza entre ricos e pobres, esta lei não faria sentido. Tsedacá, no entanto, é muito mais que isso: é a oportunidade concedida a todos de ser tornarem “um parceiro com D’us na criação.”

Dar tsedacá é, acima de tudo, um exercício de humildade. Perante nós está um ser humano menos afortunado que nós mesmos. Sabemos que D’us poderia facilmente ter dotado esta pessoa de tudo que ela precisa, em vez de nos enviar para prover suas necessidades. Aqui está alguém que sofre com a pobreza a fim de nos proporcionar a oportunidade de fazer um ato Divino!

Pelo mesmo raciocínio, se a Divina Providência nos colocou do lado receptor de um ato de caridade, não precisamos nos sentir desmoralizados pela experiência. Sabemos que D’us poderia facilmente ter nos dado Ele mesmo aquilo que precisamos, e que nossa necessidade de ajuda humana é meramente para dar a outra pessoa a capacidade de realizar um ato Divino. Nosso “benfeitor” está nos dando dinheiro ou algum outro recurso; estamos lhe dando algo muito mais importante – a oportunidade de tornar-se um parceiro de D’us na criação.

Nas palavras de Nossos Sábios: “Mais que o rico dá para o pobre, o pobre dá para o rico.”

Fonte: site do Beit Chabad
Baseado nos ensinamentos do Lubavitcher Rebe, transmitido por Yanki Tauber

Tenha um sábado de paz !!
Ajude a Casa Hope…..

Fernando Rizzolo

Procurador é preso por suspeita de manter arsenal no interior de SP

Polícia apreendeu 18 armas sem registro em dois imóveis do suspeito.
Operação foi feita em Casa Branca e Piracicaba.

Um procurador do estado de São Paulo foi preso na quinta-feira (29) em Piracicaba, a 160 km de São Paulo, por suspeita de manter um arsenal em uma chácara em Casa Branca, a 229 km da capital paulista. No local, foram encontradas 16 armas sem registro e muita munição.

Entre as armas apreendidas pela Polícia Civil estavam pistolas, fuzis e carabinas. O procurador não estava no local. No apartamento dele em Piracicaba, onde o procurador foi encontrado, foram apreendidas mais duas armas sem registro.

O suspeito foi levado até a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Piracicaba. Ele foi preso de acordo com o estatuto do desarmamento, por manter em depósito arma sem registro.

G1
Rizzolo: Realmente essa notícia impressiona. Agora precisamos saber a versão do procurador na justificativa de se manter esse verdadeiro arsenal, que segundo o texto estava dentro de sua chacara. Independentemente da notícia em si, a atração que a posse de armas provoca nas pessoas é algo indescritível. O Poder Público deve ser rigoroso na aplicação da Lei, sejam eles marginais dos morros, ou cidadãos acima de qualquer suspeita. O procurador terá direito à ampla defesa e ao contraditório para explicar a suspeita desse arsenal de se fazer inveja aos marginais dos morros do Rio e São Paulo…Por enquanto tudo isso é apenas uma suspeita, vamos ver a versão do acusado…Vamos aguardar…

Cineasta dos EUA assina perfil de Lula na “Time”

Michael Moore faz paralelo entre Brasil e EUA e diz que morte da 1.ª mulher determinou ingresso de líder brasileiro na política.

A revista “Time” incumbiu o polêmico cineasta americano Michael Moore, vencedor do Oscar de melhor documentário em 2003 por “Tiros em Columbine”, de escrever o perfil que apresentaria ao leitor o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, como um dos 25 líderes mundiais mais influentes do mundo.

No perfil, Moore, de 56 anos, apresenta Lula como um “genuíno filho da classe trabalhadora da América Latina” e fundador do Partido dos Trabalhadores, lembrando que ele foi preso por liderar uma greve.

Segundo Moore, quando Lula foi eleito pela primeira vez, em 2002, “os barões usurpadores” do Brasil foram “verificar os medidores de combustível de seus jatinhos”. Por quê? “Eles haviam transformado o Brasil em um dos locais mais desiguais da Terra” e interpretaram a eleição de Lula como a “hora da vingança”.

No texto, o diretor mundialmente conhecido por “Fahrenheit 11 de Setembro” e “Sicho – $O$ Saúde” é categórico ao negar os argumentos que poderiam ser usados para explicar a motivação de Lula para entrar na carreira política.

Para ele, Lula não se tornou um político por ter consciência do quanto é necessário trabalhar duro no Brasil para vencer. Ou por ter sido forçado a abandonar a escola na quinta série para apoiar sua família. Ou por seu trabalho como engraxate. Ou ainda pela perda de um dos dedos em um acidente de fábrica.

Numa indicação de que deve ter assistido ao filme “Lula, o Filho do Brasil”, de Fábio Barreto, Moore afirma que o fator determinante para a carreira política do líder brasileiro aconteceu aos 25 anos, quando testemunhou a morte de sua primeira mulher durante a gestação de um filho, porque “não podia pagar assistência médica decente”.

Ao fazer a afirmação, Moore completa: “Aqui há uma lição para os bilionários do mundo: Deixem as pessoas terem boa assistência à saúde, e elas não lhes causarão muitos problemas.”

Apesar de usar a palavra “mundo” com “bilionários”, o cineasta nesse trecho parece se referir a uma questão que lhe é cara: a problemática assistência à saúde nos EUA, tema de seu documentário “Sicko”. Em seu ativismo, o cineasta foi um dos mais ardorosos defensores da reforma da saúde aprovada no Congresso americano em março, após meses de disputa acirrada nos EUA.

No perfil, Moore também lembra o “Fome Zero”, que virou marca registrada de Lula mundialmente, para criticar os EUA. Moore diz que Lula usa o Fome Zero e “planos para melhorar a educação” para tentar levar o Brasil para o “primeiro mundo”, enquanto “os Estados Unidos se parecem mais com o terceiro mundo a cada dia”.

O cineasta termina o texto fazendo um novo paralelo entre Lula e os EUA. Segundo ele, o que Lula quer para o Brasil “é o que costumávamos chamar de American Dream (sonho americano)”. “Nós, nos Estados Unidos, onde os 1% mais ricos têm mais riquezas do que os 95% mais pobres somados, estamos vivendo em uma sociedade que está rapidamente ficando parecida com o Brasil”, completa.

*Com BBC
Rizzolo: Michael Moore é um cineasta progressita dos EUA, pertence a uma classe de artístas que tentam demonstrar a perversa lógica do consumismo, do capitalismo, do individualismo em detrimento ao coletivo. Sua análise em relação à Lula corresponde à visão crítica que possui sobre o sistema de saúde americano. Com muita propriedade aborda características desse líder nato, trabalhador brasileiro que com sua sensibilidade e acesso a uma dialética popular lógica, chegou a esse patamar de popularidade. Hoje Lula é um orgulho do Brasil.

Charge do Clayton para o O Povo (CE)

Copom eleva taxa Selic para 9,5% ao ano

SÃO PAULO E BRASÍLIA – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira, 28, elevar a taxa Selic para 9,5% ao ano, o que representa um aumento de 0,75 ponto porcentual. Desde julho do ano passado, o juro básico da economia brasileira estava em 8,75% ao ano e é a primeira alta da taxa Selic desde setembro de 2008, quando o juro foi elevado de 13% para 13,75% ao ano.

O mercado estava dividido sobre o resultado da reunião desta quarta, o terceiro encontro do Copom neste ano. De um total de 66 instituições consultadas pela Agência Estado, 35 casas esperavam um aumento da taxa de juros de 0,50 ponto porcentual; 30 aguardavam uma elevação de 0,75 ponto e apenas uma casa previa uma puxada de 1 ponto porcentual da taxa.

A pesquisa foi conduzida antes das declarações do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, no último fim de semana, que embaralharam ainda mais as expectativas no mercado de juros. Na terça-feira, a expectativa majoritária no mercado de juros era de alta de 0,75 ponto após os últimos comentários do presidente do BC. “A mensagem que eu daria aos players é de que não tentem ler nas entrelinhas do que o Banco Central disse nas atas ou no relatório de inflação (e tentem encontrar) um sinal dado por um membro ou por outro. Não há sinais”, disse Meirelles à agência Dow Jones, no domingo.

Na terça-feira, dia 20, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e na entrevista que concedeu à Agência Estado, no dia 22, Meirelles havia reafirmado que a condução da política monetária contempla o horizonte de 12 meses à frente e o ano de 2011. “No regime de metas de inflação, o BC implementa uma estratégia de política monetária visando a assegurar a convergência da inflação para o centro da meta no horizonte relevante que, neste caso, são os 12 meses à frente e o ano de 2011”, disse.

Os economistas do mercado financeiro trabalham com a previsão de que a taxa básica de juros termine 2010 no nível de 10,25% a 12,75% ao ano, conforme o levantamento realizado pela Agência Estado. Para os analistas, o atual cenário de atividade econômica aquecida, de inflação corrente mais pressionada e de expectativas também mais altas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tanto de 2010 como de 2011, obriga o Banco Central a promover ajustes consecutivos na Selic a partir deste mês para evitar problemas futuros no cumprimento das metas de inflação.

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 8 e 9 de junho. A ata da reunião desta quarta será divulgada pelo BC na quinta-feira da próxima semana, dia 6 de maio.

agencia estado

Rizzolo: Infelizmente o Banco Central tem uma visão pobre do que podemos chamar de desenvolvimento do mercado interno, da geração de emprego, e das exportações. Como sempre a legitimação vem sob a velha bandeira do controle da inflação. Com isso cada vez mais as exportações ficam prejudicadas, a valorização do real continua alta, e a festa dos especuladores enxarca o país com dólares para fins de realização de lucros a custa do cassino Brasil. Para finalizar, inflação se combate com aumento da produção, com investimentos nos meios de produção, com o fortalecimento do mercado interno.

Doleiros dizem que Igreja Universal enviou R$ 400 milhões ao exterior

Igreja Universal do Reino de Deus é acusada de ter enviado para o exterior cerca de R$ 5 milhões por mês entre 1995 e 2001 em remessas supostamente ilegais feitas por doleiros da casa de câmbio Diskline, o que faria o total chegar a cerca de R$ 400 milhões. A revelação foi feita por Cristina Marini, sócia da Diskline, que depôs ontem ao Ministério Público Estadual e confirmou o que havia dito à Justiça Federal e à Promotoria da cidade de Nova York.

O criminalista Antônio Pitombo, que defende a igreja e seus dirigentes, nega as acusações.

Cristina e seu sócio, Marcelo Birmarcker, aceitaram colaborar com as investigações nos dois países em troca de benefícios em caso de condenação, a chamada delação premiada. Cristina foi ouvida por três promotores paulistas. Ela já havia prestado o mesmo depoimento a 12 promotores de Nova York liderados por Adam Kaufmann, o mesmo que obteve a decretação da prisão do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), nos Estados Unidos – ele alega inocência.

Os doleiros resolveram colaborar depois que a Justiça americana decidiu investigar a atividade deles nos Estados Unidos com base no pedido de cooperação internacional feito em novembro de 2009 por autoridades brasileiras. Em Nova York, eles são investigados por suspeita de fraude e de desvio de recursos da igreja em território americano.

Seus depoimentos foram considerados excelente pelos investigadores. Ela afirmou aos promotores que começou a enviar dinheiro da Igreja Universal para o exterior em 1991. As operações teriam se intensificado entre 1995 e 2001, quando remetia em média R$ 5 milhões por mês, sempre pelo sistema do chamado dólar-cabo – o dono do dinheiro entrega dinheiro vivo em reais, no Brasil, ao doleiro, que faz o depósito em dólares do valor correspondente em uma conta para o cliente no exterior. Cristina disse que recebia pessoalmente o dinheiro.

Subterrâneo. Na maioria das vezes, os valores eram entregues por caminhões e chegavam em malotes. Houve ainda casos, segundo a testemunha, que ela foi apanhar o dinheiro em subterrâneos de templos no Rio.

Cristina afirmou que mantinha contato direto com Alba Maria da Silva Costa, diretora do Banco de Crédito Metropolitano e integrante da cúpula da igreja, e com uma mulher que, segundo Cristina, seria secretária particular do bispo Edir Macedo, fundador e líder da igreja.

De acordo com a testemunha, ela depositou o dinheiro nos EUA e em Portugal. Uma das contas usadas estaria nominada como “Universal Church”. Além dela, os promotores e procuradores ouviram o depoimento de Birmarcker. Ele confirmou a realização de supostas operações irregulares de câmbio para a igreja, mas não soube informar os valores.

Os doleiros Cristina e Birmarcker estão na relação de investigados no Caso Banestado (inquérito federal sobre evasão de divisas). Em 2004, foram alvo da Operação Farol da Colina – maior ofensiva da história da Polícia Federal contra crimes financeiros no País. Cristina e Birmarcker foram presos na ação e hoje respondem a processo na 2.ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

No Brasil, Macedo e Alba estão entre os diretores do chamado Grupo Universal processados sob as acusações de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro obtido de fiéis por meio de estelionato. Alba representaria no País as empresas Investholding e Cableinvest, ambas sediadas em paraísos fiscais. A acusação sustenta que elas seriam usadas para a lavagem de dinheiro.

Provas. Os promotores brasileiros têm ainda como prova um relatório financeiro feito pelo Ministério Público Federal que relaciona algumas remessas supostamente ilegais feitas pela Diskline para a Cableinvest. A empresa teria movimentado recursos por meio da conta Beacon Hill, no JP Morgan Chase Bank, de Nova York, mantida pelos doleiros.

As provas sobre essas remessas foram encontradas em um CD apreendido na sede da casa de cambio pela PF. Uma tabela descreve remessas que totalizam R$ 7,5 milhões (em valores da época) feitas entre agosto de 1995 e fevereiro de 1996.

Na esfera estadual, as investigações seguem em duas frentes – uma comandada pela Promotoria do Patrimônio Público e Social e outra pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A primeira pode levar ao bloqueio e à perda dos bens dos diretores da igreja no Brasil. A segunda investigação pode levar à condenação criminal dos acusados.
agencia estado

Rizzolo: Bem, esta não é a primeira vez que surgem acusações contra a Igreja Universal, que evidentemente devem ser apuradas com o rigor apropriado. Contudo, ao que parece, existe em determinados segmentos da mídia uma verdadeira cruzada contra as atividades da referida Igreja, e aos evangélicos de uma forma geral, o que leva por certo à conclusão de que sempre há um componente político por trás de todas as acusações. A delação premiada é controversa, e na minha opinião pessoal, extremamente perigosa para a devida instrução criminal, portanto delação premiada, componentes políticos religiosos, conflitos de mídia, tudo pode levar à devida suspeição. Enfim apurar é o papel do Ministério Público.

PSB decide apoiar Dilma para “somar, unir e avançar”

O PSB oficializou nesta terça-feira (27) que Ciro Gomes não será candidato à Presidência da República. Após reunião da Executiva, o partido decidiu não indicar candidato próprio para a disputa. A legenda avaliou que se enfraqueceria nos Estados caso mantivesse a candidatura de Ciro Gomes. A tendência é que o PSB declare apoio à candidatura de Dilma Rousseff, do PT. Durante o anúncio, foi lida uma nota afirmando que Ciro é um “administrador vitorioso” que “engrandeceu o debate republicano”.

“Foi quase uma escolha de Sofia. Ou levar à degola vários candidatos ao governo e ao Senado ou ter a candidatura própria”, afirmou Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, para quem o apoio a Dilma é o caminho natural da legenda.

Em nota distribuída à imprensa, o partido afirma que “a Comissão Executiva Nacional avalia como correta e consequente a participação do PSB no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É dever das forças populares contribuir para a continuidade desse projeto, a partir do qual o Brasil retomou o caminho do desenvolvimento soberano”, diz o documento.

Eduardo Campos afirmou que ele e o vice-presidente do partido, Roberto Amaral, se reunirão com Ciro ainda nesta terça-feira ou amanhã no Rio de Janeiro, onde ele está, para discutir o futuro político do deputado. O presidente da legenda afirmou que falou com Ciro assim que a Executiva tomou a decisão e que o deputado recebeu a notícia com tranquilidade. O presidente do PSB disse ter certeza de que Ciro seguirá a orientação do partido.

Entre os diretórios regionais do PSB, apenas sete queriam que o partido apresentasse candidato próprio. Na reunião de hoje, apenas dois membros da Executiva votaram a favor de lançar um candidato.

Nos últimos dias, Ciro deu várias declarações polêmicas que refletem seu estilo pessoal mas que ao ganharem ampla repercussão contribuíram para sepultar suas chances de disputar o Palácio do Planalto pela terceira vez. Ciro já havia se candidatado à Presidência em 1998 e 2002, quando ainda era filiado ao PPS.

Tratamento igualitário

Eduardo Campos afirmou que o partido se reunirá na próxima terça-feira (4) com o PT para tratar do apoio da legenda à pré-candidata petista Dilma Rousseff. Campos marcou a reunião com presidente do PT após a decisão da Executiva.

Na internet, corre a versão de que o PSB irá cobrar uma “fatura alta” do PT em troca da desistência de disputar a Presidência. Mas o presidente do PSB negou que a decisão de não ter candidatura própria esteja vinculada a qualquer contrapartida do PT dentro dos Estados. Segundo Campos não há nenhum acordo sobre as disputas regionais. Campos afirmou que a única exigência será a não discriminação de candidatos do partido. “Não estamos condicionando a decisão daqui a qualquer acordo com relação aos candidatos a governador […]. O que não vamos aceitar é tratamento com discriminação com os candidatos do PSB. O que valer para o candidato do PT vai valer para os candidatos do PSB”, disse Campos.

O PSB quer o apoio do PT em quatro Estados, especialmente no Piauí, onde terá como candidato ao governo Wilson Martins, no Espírito Santo, onde Renato Casagrande será o candidato do partido ao governo, na Paraíba, onde a legenda lançará Ricardo Coutinho, e no Amapá, onde a disputa terá Camilo Capiberibe. O PSB também terá candidatos próprios ao governo em pelo menos outros seis Estados: Ceará (Cid Gomes), Rio Grande do Norte (Iberê Ferreira), Pernambuco (Eduardo Campos), Rio Grande do Sul (Beto Albuquerque), Mato Grosso (Mauro Mendes) e em São Paulo, com Paulo Skaf. Neste último, o PT ainda tenta atrair o apoio dos socialistas para a candidatura do senador Aloizio Mercadante ao governo estadual, oferecendo a vaga de vice a Paulo Skaf. Mas o PSB paulista tem dito que as chances de Skaf ser vice de Mercadante são, hoje, as mesmas de Mercadante ser vice de Skaf.

Dilma diz querer Ciro de volta e mais perto

Mais cedo, antes do PSB tomar a decisão de não ter candidatura própria, a pré-candidata Dilma Rousseff disse querer uma reaproximação com Ciro Gomes. Nos últimos dias, Ciro deu declarações que a imprensa repercutiu como sendo críticas à pré-candidata petista. “Não vou responder ao deputado Ciro Gomes. O deputado Ciro Gomes sempre esteve ao nosso lado, espero que ele volte a estar de uma forma mais próxima agora”, disse Dilma a jornalistas antes de participar de um evento promovido pelo sindicato dos caminhoneiros. “Para mim, o Ciro sempre foi um apoio”, resumiu.

O chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, seguiu na mesma linha e afirmou que Ciro foi um homem ‘leal’ ao presidente, por isso suas palavras não foram mal interpretadas pelo Palácio do Planalto. “Tudo o que ele falar não vai diminuir o nosso respeito e carinho por ele. Não há nenhum palanque que vai diminuir o carinho que temos por ele. Consideramos o Ciro muito mais aliado do que muitos que elogiam o governo apenas”, disse.

A adesão do PSB à pré-candidatura de Dilma Rousseff é uma grande reforço para a campanha da ex-ministra da Casa Civil. Além de aumentar ainda mais seu tempo de propaganda no rádio e na TV, o PSB oferecerá boa estrutura nos estados e colocará sua militância e dirigentes para pedirem votos para a candidata petista.

A saída de Ciro Gomes da corrida presidencial também reforça o caráter plebiscitário da disputa, tal como deseja o presidente Lula. Ainda que Marina Silva (PV) tente se apresentar como uma alternativa intermediária, a campanha deve mesmo se concentrar na comparação dos 8 anos de Fernando Henrique Cardoso no Planalto com os 8 anos do governo Lula.

Veja abaixo a íntegra da nota emitida pelo PSB logo após a reunião de sua direção executiva

“A Comissão Executiva Nacional do Partido Socialista Brasileiro reuniu-se nesta data em sua sede em Brasília para avaliar o quadro político-eleitoral do País e deliberar, depois de ouvidos os Diretórios Estaduais, sobre o papel a ser desempenhado pelo PSB na sucessão presidencial. Decidiu, por maioria de voto, não apresentar candidatura própria à Presidência da República.

A Comissão Executiva Nacional avalia como correta e consequente a participação do PSB no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É dever das forças populares contribuírem para a continuidade desse projeto, a partir do qual o Brasil retomou o caminho do desenvolvimento soberano, com maior repartição de renda e menor exclusão social.

As eleições de outubro não estão definidas. A aliança da oposição representa um desafio real aos socialistas e outras forças populares. O PSB está pronto para ampliar sua presença nos governos estaduais e no Senado, e duplicar sua representação na Câmara dos Deputados, reafirmando-se como um partido capaz de liderar, ao lado de outros, o avanço das mudanças há tanto tempo exigido pelo povo brasileiro. Sob tal perspectiva, para o PSB a disputa das eleições em outubro, em todos os seus níveis, é um projeto estratégico, condicionado, obrigatoriamente, pelos balizamentos da conjuntura.

Ao patrocinar a pré-candidatura presidencial do deputado federal Ciro Gomes, enxergou o PSB, associadamente a esse projeto estratégico, a possibilidade de contribuir para o aprofundamento das mudanças iniciadas pelo governo do presidente Lula.

De nenhuma forma foram em vão os esforços do PSB e do deputado Ciro Gomes nestes movimentos iniciais da campanha presidencial. Administrador vitorioso em diversos níveis de governo, homem de ideias e de atos em favor do País, Ciro Gomes engrandeceu o debate republicano. Com ele, expusemos nossas propostas aos brasileiros, mobilizando a nossa militância e abrimos novas e concretas vias de crescimento partidário. O PSB permanece firme e ativo no processo sucessório. Nele, queremos somar, unir e avançar, em favor da construção de uma nação à altura das mais legítimas esperanças socialistas.

Brasília, 27 de abril de 2010.

Comissão Executiva Nacional (CEN)

Partido Socialista Brasileiro (PSB)”
vermelho

Rizzolo: Foi a melhor solução, predominou o bom senso por parte do PSB. Ciro não tinha a menor condições, ademais, depois das declarações destemperadas nada mais restava a fazer. Para a pré candidata Dilma Rousseff a decisão foi excelente, terá mais espaço, mais articulação; agora Ciro Gomes demonstrou seu ruim temperamento, que na política significa um grande erro e defeito. Se não disponibilizar logo sua boa vontade numa aproximação amigável com o PT e Dilma, muitos poderão entender que tudo se tratou de pura traição política.

Charge do César para o Jornal da Manhã (SC)

Redução da Jornada e o Mercado Interno

Muito se tem discutido sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95, que reduz a jornada de trabalho no Brasil de 44 para 40 horas semanais. A grande questão suscitada pelos opositores da emenda, e que serve de esteio argumentativo, é que tal redução deveria ser feita sempre por meio de negociação, e não em forma de lei. Além disso, eles alegam que essa medida elevaria o custo das empresas, ou seja, aquelas que pudessem substituir mão de obra por processo de automação fariam isso, mas não mais contratariam funcionários.

Com efeito, o argumento patronal de que a redução de jornada de trabalho aumentaria os custos da produção é antigo. Ele é usado desde a década de 1920 do século passado, quando o movimento sindical brasileiro tentava proibir o trabalho de crianças de 5 e 6 anos de idade e lutava para conquistar férias e outros direitos. Ademais, todos sabem que os empresários lutam pela jornada negociada, mas não admitem a negociação quando se trata da terceirização e da redução da contribuição previdenciária, querendo que estas sejam, sim, estabelecidas por lei.

Do ponto de vista histórico, em termos de aplicabilidade, a França, com sua jornada de 35 horas, enfrentou e ainda enfrenta forte resistência do patronato. Contudo, predomina a avaliação, incluindo do Ministério do Trabalho francês, de que gerou entre 300 mil a 500 mil novos empregos. Seus efeitos no mercado de trabalho só não foram melhores porque o empresariado usou de todos os meios para reverter a medida, apelando especialmente para a intensificação e flexibilização do tempo de trabalho.

A boa notícia vem da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que após estudos concluiu que, no caso de adoção das 40 horas semanais no Brasil, seria beneficiado diretamente um contingente de 18,7 milhões de trabalhadores brasileiros. Eles compõem 33,2% das pessoas ocupadas no país, ou seja, 31,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. Desse grupo, 58,6% trabalhavam em 2008 mais de 40 horas semanais, enquanto 41,4% trabalhavam 40 horas ou menos por semana.

Por bem, é grande hoje o número de empresários que enxergam os benefícios da medida, quer do ponto de vista da melhor condição de vida do trabalhador, de sua saúde e de sua integração familiar, quer do ponto de vista do fortalecimento do mercado interno, no combate ao desemprego, no aumento do consumo e na inclusão social, fortalecendo, assim, também a musculatura social na capacidade do aumento do poder aquisitivo e da consequente elevação da produção industrial.

A redução da jornada de trabalho propõe criar um círculo duradouro de participação no mercado de trabalho, que se traduz por cidadania, desenvolvimento intelectual e, acima de tudo, pela esperança da tão sonhada oportunidade do primeiro emprego, instrumento de percepção de uma vida digna por parte dos jovens do nosso país.

Fernando Rizzolo

Motorista erra manobra em shopping e fere uma pessoa em SP

Ao se atrapalhar com a marcha do carro automático, um motorista feriu levemente outra pessoa na tarde desta segunda-feira (26) quando manobrava na garagem do Shopping Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. De acordo com a assessoria de imprensa do local, ele bateu com o veículo na parede e pedaços de concreto atingiram um cliente que passava pela calçada, ainda na área interna do shopping. A vítima teve um corte na cabeça e passa bem.

Um buraco foi formado na fachada do shopping. A assessoria de imprensa do shopping informou que o motorista estava no G3. Às 16h30, o cliente machucado ainda recebia os primeiros-socorros no ambulatório do shopping. A assessoria do Shopping Morumbi informou que, mesmo aparentando estar bem, o homem foi levado ao hospital. Os bombeiros foram chamados para a ocorrência às 16h e disseram que, quando chegaram, o cliente já tinha sido socorrido.

globo

Rizzolo: Na realidade acidentes desse tipo ocorrem em grande número numa cidade grande, contudo vale a pena uma reflexão em relação a estes estacionamentos do Shoppings Centers em São Paulo. A grande verdade é que a cada dia um número maior de veículos circulam nos estacionamentos desses estabelecimentos, que pelo preço cobrado, deveriam dar conforto, amplitude, e espaço para a demanda de veículos. Mas o que se vê, é a procura por uma vaga de forma angustiante por parte dos consumidores, o que por muitas vezes leva ao trágico ocorrido. Sou partidário da isenção total de cobrança pelos estacionamentos em Shoppings, entendo ser um absurdo ir a um centro comercial, para consumir, comprar, e ainda ser obrigado a pagar para procurar vagas como se estivesse numa verdadeira gincana. Uma absurdo !!

Com ajuda da Folha, Serra tenta remendar opinião sobre Mercosul

Poucos dias depois de afirmar que o Mercosul é uma “farsa” e só atrapalha, sinalizando que gostaria de acabar com a participação do Brasil no bloco, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, voltou atrás. Diante das repercussões para lá de negativas – dentro e fora do Brasil – ele concedeu uma entrevista na qual decidiu se retratar, mudando o tom.

Conforme noticiou o Valor Econômico do último dia 21, o tucano havia declarado, em evento na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), que “Ficar carregando esse Mercosul não faz sentido”. Ele disse ainda que “a união aduaneira é uma farsa, exceto quando serve para atrapalhar”.

Neste domingo (25), contudo, em uma entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo – sempre benevolente quando se trata do PSDB -, Serra teve todo o espaço necessário para tentar desfazer a besteira. “Não quero acabar com o Mercosul” é título da entrevista.

“O Mercosul deve ser flexibilizado, de modo a evitar que seja um obstáculo para políticas mais agressivas de acordos internacionais”, diz ele agora sobre um Mercosul que, de “farsa” – na sua opinião – passou a apenas uma “obra inconclusa”, em menos de uma semana.

O estrago das declarações anteriores foram maiores que o esperado, pelo visto. Até mesmo a imprensa argentina se poscionou contra o tucano. O jornal argentino Clarín afirma que sua visão sobre o tema “supõe que o Brasil deva se afastar de Argentina, Paraguai e Uruguai, porque é a única maneira para seu país formar áreas de livre comércio com Estados Unidos e Europa”.

Em outras palavras, defensor da cartilha neoliberal, de fato o PSDB não teria interesse na integração latino-americana, em detrimento de uma política pró-norte-americana.

“Não se trata de acabar com o Mercosul, pelo contrário”, diz Serra agora, a uma entrevistadora que não “se lembra” de perguntar por que, então, ele havia dito o contrário há tão pouco tempo. Nem sequer menciona a palavra “farsa”. “O senhor disse que o Mercosul atrapalha a busca brasileira por novos mercados. O que propõe mudar no bloco?”, é o questionamento da Folha.

Apenas uma pergunta traz à tona, ainda que discretamente, o desconforto causado pelo ex-governador de São Paulo. “A reação argentina a sua declaração não foi positiva”, diz a repórter, ao que Serra repete: “O que defendo é flexibilização do bloco, a fim de que nos concentremos mais no livre comércio. Claro que essa não seria uma decisão unilateral do Brasil. Teria de ser bem negociada com nossos parceiros do Mercosul.”

A tentativa de remendar o erro não apaga, contudo, o que bem lembrou o Clarín: as declarações de Serra contra o Mercosul “retomam teses já defendidas por ele quando foi derrotado por Lula em 2002”.

vermelho
Rizzolo: Infelizmente a situação da oposição é complicada, pois tem que adequar o discurso eleitoral com a cartilha neoliberal, ” flexibilizar o Mercosul” era tudo o que faltava. rsrs

Charge do André para o O Imparcial ( Araraquara)

Jornal argentino critica posição de Serra sobre Mercosul

O jornal argentino Clarín questionou as declarações de José Serra, pré-candidato tucano à presidência da República, que classificou o Mercosul como uma “farsa” e “um obstáculo para que o Brasil faça seus próprios acordos individuais em comércio”. As declarações foram feitas durante encontro de Serra com empresários na Federação de Indústrias de Minas Gerais (FIEMG).

Por Marco Aurélio Weissheimer, em Carta Maior

Serra disse ainda que “não tem sentido carregar o Mercosul” e que “a união aduaneira é uma farsa exceto quando serve para impor barreiras” ao Brasil.

As declarações do ex-governador de São Paulo surpreenderam negativamente várias lideranças latinoamericanas pelo desprezo que revelaram em relação ao processo de integração na América Latina. A sinalização de Serra foi clara: caso seja eleito, é o fim da integração.

As declarações do tucano, assinalou o Clarín, retomam teses já defendidas por ele quando foi derrotado por Lula em 2002. Essa visão, diz o jornal argentino, “supõe que o Brasil deva se afastar de Argentina, Paraguai e Uruguai, porque é a única maneira para seu país formar áreas de livre comércio com Estados Unidos e Europa, sem necessidade de “rastejar” diante de seus sócios”. Uma resolução do Mercosul, lembrou o jornal, estabelece que nenhum dos países do bloco pode realizar acordos comerciais separadamente sem discutir com os demais.

O Clarín também ironizou algumas afirmações do tucano. Serra disse que, sob um eventual governo seu, o mais importante será aumentar as exportações. “O certo”, diz o jornal”, “é que essa foi uma conquista obtida por Lula: desde que iniciou seu governo, no dia 1° de janeiro de 2003, o presidente conseguiu passar de 50 bilhões de vendas ao exterior para 250 bilhões. Ou seja, quintuplicou a presença brasileira nos mercados mundiais”.

Ao qualificar o Mercosul como uma farsa, Serra parece desconhecer, diz ainda o jornal, que o grosso das exportações industriais do país tem como destinatários países da América Latina. “Segundo estatísticas oficiais, 90% das vendas de produtos manufaturados de Brasil no mundo ocorrem no Mercosul e em mercados latinoamericanos”, diz ainda a publicação Argentina, que conclui:

“O candidato socialdemocrata evitou dizer como pretende reformular a posição do Brasil. Mas ignora que não é simples passar, como pretende, de um mercado comum definido por uma unia aduaneira a uma simples zona de livre comércio como a que existe no NAFTA. Ele pode desde já conquistar o desprestígio regional, além de submeter-se a severas punições por conta da ruptura de contratos internacionais”.

Vermelho

Rizzolo: Como já comentei anteriormente, é desastrosa essa afirmação e vai ao encontro dos interesses internacionais que conta com a fragmentação do Bloco latino americano. Não é possivel surgir propostas com esta, que são a expressão da marcha a ré dos avanços nos entendimentos entre a s nações do sul. Será que esse é o pensamento de Serra, ou pertence à cartilha do PSDB ? Muito preocupante afirmações como esta…

Serra ataca integração do Brasil com vizinhos

O pré-candidato tucano à Presidência da República, José Serra (PSDB/SP), atacou o Mercosul, afirmando que o bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela “é uma farsa”, que “só serve para atrapalhar”. “O Mercosul é uma barreira para o Brasil fazer acordos comerciais”, disse Serra, sugerindo que a melhor forma de fomentar as exportações seria o fim do Mercosul para “criar uma zona de livre comércio”.

O ex-governador de São Paulo participou, na última segunda-feira (19), de um encontro com empresários reunidos pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). No evento, Serra insinuou que a participação do país no Mercosul “não faz sentido”, menosprezando o papel desempenhado pelo bloco na integração econômica do Brasil com os países vizinhos.

O tucano fez questão de ignorar, por exemplo, que dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em janeiro passado, apontaram que a corrente de comércio com a Argentina – principal vizinho do bloco – em 2009 ocupou o terceiro lugar entre os parceiros comerciais do Brasil, com valor superior a 24 bilhões de dólares, atrás apenas de China (US$ 36.102) e Estados Unidos (US$ 35.922).

Somando o fluxo de comércio com a Venezuela, cuja integração plena ao Mercosul ainda não foi concretizada, o valor ultrapassa 28 bilhões de dólares. O incremento da corrente de comércio (soma das exportações e importações), que serve para medir o fluxo comercial entre dois países ou blocos econômicos, é um retrato evidente de como o fortalecimento que o Mercosul teve a partir da posse de Lula alterou o modelo de inserção subordinada aos países ricos.

O Mercosul teve suas bases estruturais lançadas no Protocolo de Ouro Preto (MG), em 16 de dezembro de 1994, que deu sequência ao Tratado de Assunção (Paraguai), em 1991.

Na reunião com os empresários, o pré-candidato do PSDB disse que poderá promover uma revisão em todos os contratos de empresas privadas com a União caso seja eleito. Segundo Serra, os financiamentos do BNDES também serão redirecionados.

Além de palestra na Fiemg, Serra seguiu o mesmo roteiro feito pela ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à presidência, em sua visita a Belo Horizonte. Teve uma reunião com políticos locais e deu entrevista à Rádio Itatiaia, onde declarou que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) “não existe”. “O PAC é uma lista de obras, vamos ser realistas. A maior parte não foi feita. As obras, a gente tem que definir, tocar e fazer acontecer”, alegou, quando questionado se daria continuidade às obras do programa.
hora do povo

Rizzolo:Existem certas afirmações que nos fazem saltar os olhos. Mesmo em reuniões informais, opiniões diversas, infundadas, não podem ser levadas em consideração e devem ser respeitadas, agora quando um pré – candidato faz uma afirmação desse tipo, alegando que o Mercosul tem que ser revisto, ignorando os avanços comerciais que houveram na região, é desastroso e também preocupante. É claro que para as grande potências não interessa uma América Latina unida , coesa. Portanto o pré candidato apregoa algo não do interesse comum da região, haja vista os números apresentados no texto, mas provavelmente propostas dos países desenvolvidos que apostam nessa fragmentação.

Campanha pela Memória e pela Verdade – OAB/RJ

Inteligente e Correto

*Por Eliezer Cohen

Ser inteligente e correto são dois conceitos com os quais convivemos diariamente. Cada um de nós, à nossa própria maneira, tenta viver de modo tal que reflita tanto profundidade intelectual quanto comportamento virtuoso. Muitos acreditam que habilidade intelectual produz a ação correta, e de fato, o indivíduo inteligente tem a oportunidade de avaliar suas ações para assegurar-se que o resultado será correto.

Porém é possível que habilidade intelectual seja a base da ação correta? E quanto àqueles que não foram abençoados com uma mente rápida? As pessoas mais lentas estão fadadas a ser “os perversos” de nossa geração?

Sobre este tópico, há uma famosa parábola judaica que ilustra claramente o relacionamento entre inteligência e integridade.

Certa vez, dois eruditos estavam sentados discutindo vários tópicos da Torá. O anfitrião trouxe uma chávena de chá a cada um dos distintos sábios. Em seguida, voltou com um prato contendo dois deliciosos biscoitos, um para cada visitante.

Um dos biscoitos era obviamente maior que o outro, e o menor deles estava um tanto esmigalhado. Cada um dos eruditos olhou para o prato e constatou a desigualdade. As regras da etiqueta exigem que a pessoa que se serve primeiro, como prova de finesse, deve pegar o menor, demonstrando assim consideração e estima pelo amigo. Não somente isso, como também era costume que o erudito mais notável se servisse em primeiro lugar. No entanto, não seria de bom tom declarar-se um erudito mais importante, pois isso trairia a fachada de humildade que cada sábio mantém sobre si mesmo.

Cada um deles queria o biscoito maior, e portanto nenhum ousava servir-se primeiro.

Ambos os eruditos esperaram pacientemente que o outro pegasse o biscoito, Porém nenhum esticou a mão para apanhá-lo.

“Rabi Yankel, por gentileza, o senhor é um renomado erudito, queira servir-se primeiro.”

“Não, meu caro Rabi Schmendel, sou como o pó de suas botas. Deve servir-se antes de mim.”

E assim foi, cada qual tentando convencer o outro a servir-se em primeiro lugar.

Sentaram-se então em silêncio por alguns instantes. Finalmente, um dos sábios esticou a mão e agarrou o biscoito grande.

Enquanto o levava até a boca, o outro exclamou: “Não acredito que o senhor cometeu ato tão inconveniente! O senhor, um verdadeiro erudito de Torá, de família tão distinta, como pôde comportar-se de maneira degradante, pegando o biscoito maior?!?”

“Ora, caro amigo, o que teria feito em meu lugar?”

” Se eu tivesse me servido primeiro, obviamente teria pegado o biscoito menor” – explicou o amigo.

“Hummm” retorquiu o primeiro – “neste caso, do que reclama? Não recebeu o biscoito menor?”

A moral:

Vivemos segundo diversas regras e costumes. A diferença entre pessoas simples e homens inteligentes é que o simplório não tem os argumentos para justificar sua transgressão. Uma pessoa inteligente pode fazer com que seu erro não pareça ser um erro, e um indivíduo extremamente sagaz pode nos convencer que, não somente aquilo não foi uma transgressão, como na verdade foi um ato correto. E uma pessoa excepcionalmente inteligente pode nos fazer acreditar que, não somente nenhum erro foi cometido, e ele não apenas é um homem íntegro, como na verdade aquilo foi feito única e exclusivamente para nosso próprio benefício.

Durante a Inquisição Espanhola, muitos dos eruditos converteram-se ao Cristianismo, ao passo que as pessoas simples deram a vida para santificar o Sagrado Nome de D’us, sofrendo mortes horríveis e proclamando Shemá Yisrael enquanto a alma abandonava seu corpo sofrido. Aquelas pessoas inteligentes convenceram a si mesmas que era melhor converter-se que morrer, que sua conversão era apenas uma fachada. Os indivíduos mais simples não puderam se convencer disso – a conversão era estritamente proibida.

Obviamente, D’us criou os homens com capacidades intelectuais variadas. Ele espera que nós, não importa se intelectualmente aguçados ou vagarosos, nos comportemos de maneira íntegra.

Nossa tarefa é não sermos levados por pessoas habilidosas que tentam nos fazer acreditar que suas ações são corretas. E mais ainda, cabe às pessoas realmente inteligentes não se deixarem convencer por sua própria inteligência de que estão sempre corretas. Uma pá é uma pá, e um pecado é um pecado.
fonte: site do Beit Chabad

Tenha um sábado de paz !

Fernando Rizzolo

PSB decide que Ciro não vai disputar Presidência

O PSB deve anunciar na próxima terça-feira que o deputado Ciro Gomes não será candidato a presidente da República, informa reportagem de Vera Magalhães, Fernando Rodrigues e Maria Clara Cabral (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

Até lá, o partido cumprirá um ritual para dar uma saída honrosa a Ciro: consultará os diretórios sobre uma aliança com o PT.

Como a maioria dos diretórios opinará por uma aliança com o PT, caberá ao governador de Pernambuco e presidente da sigla, Eduardo Campos, anunciar a retirada de Ciro.

Ciro foi avisado ontem, em reunião com a cúpula partidária, de que as conversas com a campanha de Dilma Rousseff avançaram e que o PSB entregou ao PT uma lista de cinco Estados em que espera alguma contrapartida dos aliados.

Foram relatados vários casos regionais em que caciques que antes manifestavam apoio à candidatura própria já estão se acertando com o PT.

Em queda nas pesquisas, o deputado se comprometeu a aceitar a decisão. No cenário sem Ciro do mais recente levantamento do Datafolha, a diferença entre José Serra e Dilma Rousseff se amplia de 10 para 12 pontos. O tucano passa de 38% a 42%, enquanto a petista oscila de 28% a 30%. Marina Silva (PV) também sobe dois pontos e chega a 12%.

Ciro decidirá em quais campanhas estaduais do PSB pretende ajudar.

Isolamento

Em reunião realizada ontem, a cúpula do PSB informou a Ciro que o partido está isolado politicamente e que isso dificultará sua candidatura ao Palácio do Planalto.

O vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, disse que a prioridade hoje é a de eleger uma bancada parlamentar maior e dar apoio aos candidatos ao governo. Durante o encontro, Ciro viu uma exposição sobre o cenário em todos os Estados, do cenário nacional e das pesquisas de intenções de votos.

“Hoje o partido tem condições de ter candidato próprio e de não ter. A questão é que vamos avaliar todos os fatores e chegar a uma decisão consensual. Não tem nenhuma chance de adiarmos nada, a decisão sai na terça-feira”, disse Amaral.

Outro lado

Em nota, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) diz que nunca desistirá de disputar a Presidência.

“Ciro afirma que continua candidato, que considera sua postulação importante para o PSB e para o País e que jamais desistirá de concorrer à Presidência. Se o seu partido decidir por não apresentar candidatura própria que assuma o ônus da decisão, a qual ele aceitará e respeitará como filiado”, diz nota divulgada por sua assessoria.

folh online
Rizzolo: Sinceramente, o bom senso deve imperar nesse caso. É claro que Ciro Gomes não tem a menor chance, e se disputasse serviria aos anseios da oposição, por bem entendo que o PSB deve apoiar a pré candidata do PT, senão estará fazendo o jogo político errado. Agora Ciro tem que entender e colocar suas pretensões políticas pessoais não acima dos interesses da maioria progressista desse país.

Charge do Fred para o Charge Online