PNBL desenvolverá a indústria nacional

Em recente audiência na Câmara dos Deputados, o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, destacou a necessidade de o Estado ter uma rede própria de comunicações e que a utilize para desenvolver novas empresas e incentivar a concorrência na oferta de serviços de acesso à internet em banda larga. “Acho que esta rede não deve fazer apenas o papel de ser infraestrutura neutra, separada das redes do futuro. O Estado brasileiro precisa ter uma rede própria e com pesquisa nessa área, porque a comunicação é uma coisa estratégica”, disse.

Santanna defendeu que o Plano Nacional de Banda Larga seja baseado em experiências. “Hoje, as empresas coreanas são fornecedoras mundiais. Nós temos a mesma condição de utilizarmos a infraestrutura já formada com as empresas brasileiras e o Congresso precisa atuar, definindo mais claramente o que é empresa brasileira. Atualmente, empresa brasileira é qualquer empresa que tenha uma fábrica aqui. Não é assim que outros países consideram”, afirmou.

Ele considerou essencial a utilização do PNBL para desenvolver a indústria nacional: “Nós temos empresas capazes fazer tudo o que for necessário para implementar esse plano. É fundamental que gente desenvolva indústrias novas e assegure com esse processo o desenvolvimento técnico-científico e de pesquisas no país, aproximando a academia, aproximando as empresas nascentes, as empresas existentes sendo atualizadas, coisa que perdemos no processo de privatização”.

Segundo Santanna, o usuário de telefonia no Brasil paga entre R$ 32 e R$ 42 “sem que nenhum serviço tenha sido prestado, apenas para dispor do terminal em casa. E sabemos também que esse terminal custa R$ 3 para ser mantido”. O resultado disso é que, em 2008, o faturamento das telecomunicações totalizou R$ 177 bilhões, dos quais R$ 144 bilhões de telefonia fixa. “Tirando os impostos sobraram R$ 100 bilhões. Desses, metade é voz móvel e metade é voz fixa. Estamos falando de R$ 100 bilhões, limpos para as operadoras. [Comunicação em] dados foram R$ 34 bilhões, muito menos que o montante em voz”, observou.
Hora do Povo

Rizzolo: Oportunidades para desenvolvermos a indústria nacional não faltam. O Plano Nacional de Banda Larga abre uma enorme possibilidade de participação nacional, para tanto precisamos ter uma política desenvolvimentista de caráter nacionalista. Hoje temos condições tecnológicas de abraçar qualquer projeto por mais desafiador que possa parecer, o legislativo precisa dar o devido respaldo patriótico que o Brasil necessita, para que possamos desenvolver nossa preterida indústria nacional.

Charge do Pelicano para o Bom Dia SP

Dilma: “Acabou o tempo dos exterminadores de emprego e de futuro”

A pré-candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a defender neste sábado (10), em evento realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos no ABC, Grande São Paulo, um Estado forte, a serviço do “interesse nacional”. Apresentando-se como contraponto à oposição, Dilma desconstruiu o slogan da campanha de José Serra, que se lançou neste sábado como pré-candidato à presidência pelo PSDB.
“O Brasil pode mais porque nós pudemos mais”, provocou a ex-ministra. “É a diferença entre nós e eles. Eles podem e nós fazemos”, afirmou Dilma, em referência ao slogan da campanha de Serra, “O Brasil pode mais”. Sem citar nomes, Dilma disse que não pediria para as pessoas esquecer o que ela fez. “Vocês não me verão pedindo que esqueçam o que afirmei ou escrevi”, afirmou, em referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que teria dito a frase.

A pré-candidata também fez um ataque indireto a Serra ao dizer que pode apanhar, mas não sucumbe. “Não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Posso apanhar, sofrer, ser maltratada, mas estou sempre firme com minhas convicções. Em cada época da minha vida, fiz o que fiz por acreditar no que fazia. Só segui o que a minha alma e o meu coração mandavam. Nunca me submeti. Nunca abandonei o barco.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também participou do evento, partiu para o ataque. Mostrando-se bem informado sobre o evento realizado em Brasília para lançar a pré-candidatura de Serra, Lula disse que “o momento auspicioso foi quando o ex-governador de Minas [Aécio Neves] disse que é preciso reforçar as privatizações. Foi o momento de maior aplauso na festa dele”.

“Se não fosse o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, nós teríamos sucumbido na crise”, declarou Lula. “Foi preciso um metalúrgico, socialista, para ensinar esse povo como fazer o capitalismo”.

Já Dilma referiu-se às privatizações ao afirmar que não deixaria que o patrimônio nacional “dilapidado e partido em pedaços.” “Não vou destruir o Estado, diminuindo seu papel a ponto de tornar-se omisso e inexistente”, disse, voltando a chamar a oposição de “viúvas da estagnação”.

vermelho

Rizzolo:O interessante é que a oposição não consegue esconder seu jogo, onde o objetivo principal é privilegiar o capital, as privatizações, o fim do Estado desenvolvimentista. Não há dúvida que quando a candidata Dilma diz “ eles podem , nós fazemos” está se referindo à determinação do governo na implementação dos programas sociais, sem restrições, coisa que a oposição já acena ou sinaliza que quer acabar. E é disso que os pobres tem medo, do retrocesso, do egoísmo social, da desesperança. É bem verdade que a oposição necessitar adequar o discurso de forma a não falar claramente suas intenções neoliberais, mas foi-se o tempo em que o povo comprava conversa mole. Num contexto maior, envolvendo a figura de Serra, nos dá impressão que ele sai candidato com resignação, consciente que é sua ultima oportunidade, mas que sabe que vai para o matadouro, para a derrota inevitável.