Com medo do fracasso, PSDB lança cartilha e cursos “anti-Dilma”

Em um pequeno auditório de São Miguel Paulista, na zona leste da cidade, cerca de 70 militantes e simpatizantes do PSDB receberem uma missão: ampliar a vantagem do pré-candidato tucano à presidência, José Serra, em São Paulo. O foco da estratégia é atacar a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff.

O evento faz parte de um programa nacional do PSDB, o Comunicar 45, idealizado pela direção tucana com o objetivo de treinar militantes a defender o partido e a candidatura de Serra ao Planalto ao mesmo tempo em que atacam o governo Lula, o PT e a pré-candidata Dilma Rousseff. O programa tem até uma página na internet e disponibiliza links com imagens dos treinamentos no Flickr .

Em São Paulo, a tarefa foi dada pelo presidente estadual da legenda, o deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame, que iniciou anteontem uma série de palestras na tentativa de neutralizar o bom desempenho petista principalmente no Nordeste e, de quebra, ajudar o pré-candidato do partido ao governo do Estado, Geraldo Alckmin, a vencer a disputa ainda no primeiro turno. O encontro em São Miguel Paulista, que durou mais de duas horas, chegou a provocar bocejos entre participantes e até mesmo oradores.

A iniciativa do dirigente tucano se explica pela obsessão de Thame em não ser desmentido depois de ter dito, no mês passado, que Serra abriria uma vantagem de 5 milhões de votos sobre Dilma em São Paulo. Na ocasião, chegou-se a convocar uma reunião de 47 coordenadores tucanos para traçar a estratégia que garantisse o cumprimento da meta. (leia mais: PSDB quer ‘arrasar’ Dilma em SP; só falta combinar com eleitores).

Serra está pior que Alckmin

O desafio, agora, será alcançar essa meta mesmo com os índices de aprovação do governo Serra sendo piores que os de Alckmin, que deixou o governo com 66% de aprovação, segundo o Datafolha. Já José Serra deixou a administração estadual com 55% de aprovação, segundo o mesmo instituto de pesquisa. A aposta é que, desta vez, o partido esteja mais unido em torno deste objetivo, pelo menos no Estado de São Paulo.

A caravana de treinamento da militância tucana pelo interior deve passar pelos municípios em que o PSDB teve seus piores desempenhos na última eleição presidencial. Em Hortolândia, na região de Campinas, por exemplo, Lula bateu Alckmin com quase 32 mil votos de diferença. Em Várzea Paulista, na região de Jundiaí, a vitória petista teve 14 mil votos a mais. Em municípios vizinhos onde havia um núcleo tucano, no entanto, Geraldo Alckmin conseguiu derrotar Lula com vantagens também significativas. “Isso significa que nesta guerra não basta termos uma artilharia aérea (programas de televisão), é preciso ter cavalaria (militantes e simpatizantes)”, prega Mendes Thame.

Cartilha tucana ataca Dilma

Na plateia de São Miguel Paulista, líderes comunitários, religiosos e alguns moradores das favelas da região assistiram a uma aula de história tucana. Desde o significado da sigla (Partido da Social Democracia Brasileira) até dicas de como rebater críticas sobre privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, passando por ataques ao suposto despreparo de Dilma Rousseff para comandar o País.

A cartilha ensina, por exemplo, que a privatização da Vale do Rio Doce gerou empregos, aumentou a arrecadação e as exportações da empresa triplicaram. Compara a telefonia antes e depois, com imagens de fichas que eram utilizadas em telefones públicos e de um iPhone, da Apple, simbolizando o avanço tecnológico promovido pela privatização da telefonia no governo FHC. A apresentação prega aos militantes que as prioridades do governo são: ensino técnico, abertura de mercados, geração de “empregos verdes”, defesa da democracia, transparência e cultura da paz. Tudo muito teórico sem muita conexão com a realidade da “cavalaria” tucana que assiste aos cursos de preparação ministrados por Thame.

O documento faz, ainda, comparações entre as biografias de Serra e Dilma e aponta o envolvimento da candidata petista no movimento armado durante o regime militar. A apresentação mostra o currículo acadêmico dos dois candidatos e reforça o suposto despreparo de Dilma contra o suposto extenso currículo acadêmico de Serra. Vale lembrar que a direção nacional do PSDB afirmou à imprensa que não iria baixar o nível da campanha nem utilizar a participação de Dilma na luta contra a ditadura como argumentos da campanha. Mas parece que, na prática, o jogo sujo dos tucanos já está em andamento.

Da redação,
com informações do portal IG

Rizzolo: Bem esse é o papel da oposição, agora o grande problema nesse curso, é encontrar argumentos plausíveis para contrapor o avanço do desenvolvimento do país, da inclusão, enfim municiar os opositores com argumentos que possam ser revalidados pela população. Acho difícil, contudo com boa vontade, mesmo com sono e bocejo, se o curso for de curta duração, pelo menos os participantes votarão no tucano.

Charge do Clayton para o O Povo

EUA recrutam jovens para fazer a ciberguerra

Os soldados do século 21 (pelo menos uma parte deles) não sairão das academias militares, mas das faculdades de informática. Não se distinguirão por sua mira ou suas qualidades de sobrevivência, mas por dominar as técnicas para infiltrar-se nos sistemas informáticos do inimigo, ou evitar seus ataques.

A ciberguerra não é nenhum roteiro de filme de ficção científica, mas uma realidade à qual cada vez mais estados dedicam recursos. Porque se pode combater de muitas formas o inimigo e nas sociedades tecnicistas de hoje em dia uma das mais contundentes formas de ataque pode ser contra seus sistemas informáticos.

Nos Estados Unidos, tanto empresas privadas como o governo recrutam cada vez mais especialistas em cibersegurança. Um exemplo: na semana passada, foi celebrado na Califórnia um seminário patrocinado por empresas como Boeing, Cisco e Intel, destinado a descobrir os melhores talentos em cibersegurança entre jovens estudantes de informática.

Segundo explica Alan Greenberg, diretor de tecnologia da Boeing, nos próximos três anos calcula-se que, entre o setor público e privado, nos Estados Unidos serão necessários contratar até 60 mil especialistas em segurança informática.

A colaboração entre ambos os setores é fundamental para garantiar a segurança informática nacional, já que 85% das infraestruturas críticas do país (abastecimento elétrito, redes de telecomunicações, sistemas bancários etc.) estão em mãos de empresas privadas.

O problema é que o governo tem dificuldades para encontrar um número suficiente de profissionais qualificados que ocupem os postos de trabalho necessários. As autoridades federais só estão satisfeitas com 40% dos currículos recebidos, de acordo com um informe de Booz Allen Hamilton.

Por isso, o governo colabora com empresas e universidades em todo o país para localizar os jovens mais talentosos. Depois de uma série de competições locais, como a citada acima, no próximo 16 de abril será celebrada em Sant Antonio a final nacional, com o patrocínio da Microsoft, McAfee y Accenture.

Por sua vez, o governo organiza paralelamente o “U.S. Cyber Challenge”, com o objetivo de recrutar 10 mil jovens especialistas em segurança informática, uma nova categoria de funcionários, com um grande futuro aos seus pés, pois terão um salário mínimo de US$ 100 mil ao ano e trabalho não lhes faltará.

Fonte: Baquía

Rizzolo: A necessidade de combate aos crimes cibernéticos é uma realidade. Os governos devem estar atentos para essa forma de usurpação técnica. Aqui mesmo no Brasil estamos tendo problemas dessa ordem, o site do PT essa semana esteve fora do ar por questões técnicas, uma infecção de vários arquivos do site por vírus causou o problema, o que leva páginas de busca como o Google a apresentar o seguinte alerta: “Esse site pode danificar o seu computador”.