Uma Homenagem do Blog da Dilma aos advogados do Brasil

Recebi com carinho o anúncio de que me tornei o mais novo editor do Blog da Dilma e dedico este anúncio a todos os que me acompanham no Blog do Rizzolo e em especial aos Advogados do Brasil. Obrigado à equipe do Blog da Dilma pelo carinho da recepção !!

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Marina critica plano de banda larga do governo federal

SÃO PAULO – A pré-candidata do PV à Presidência da Republica, Marina Silva, criticou, durante encontro com blogueiros na noite desta segunda-feira, o Plano Nacional de Banda Larga do governo federal, que será coordenado pela estatal Telebrás.

– Não teve discussão (sobre o modelo para expandir a banda larga no país). A participação da sociedade é muito importante. Também acho que é um assunto que não precisaria ser tratado nesse período difícil de disputa eleitoral. Poderia ficar para 2011 ou ter sido feito em 2009. A necessidade de banda larga é inegável. Temos que pensar em um sistema misto. O Estado tem que suprir onde a iniciativa privada não tem capacidade para suprir, mas não tem sentido o estado entrar onde a iniciativa privada tem interesse.

O governo planeja levar o programa a 100 cidades do país neste ano. Durante a conversa, Marina também afirmou que planejava usar a internet para criar ferramentas de transparência para sua campanha e para ajudar na arrecadação de recursos.

– Queremos muitos contribuindo com pouco, não queremos ficar no enquadre de poucos contribuindo com muito.

Para a pré-candidata verde, a transparência das ações governamentais com o uso da internet pode ser uma forma de inibir a corrupção.

Marina respondeu às perguntas de um grupo de 23 blogueiros e representantes de mídias sociais por uma hora e meia. O encontro aconteceu no seu escritório de campanha em São Paulo e teve transmissão pela internet. Cerca de duas mil pessoas acompanharam a conversa.

A pré-candidata do PV afirmou ainda que na era da internet a questão do direito autoral precisa ser discutida.
globo

Rizzolo: Bem pelo menos nem perdi meu tempo, aliás como sabem que apoio a Dilma, nem sequer fui convidado. Mas vale uma reflexeção sobre a candidatura da Marina, que como todos sabem só existe para tentar atrapalhar a candidatura do PT, pura manobra da direita encabeçada pelo PSDB e pelas forças conservadoras. Ora, tudo mundo sabe que pelo discurso do PV, o desafio é a transferência de votos PT para PSDB segundo turno , se houver. Portanto nem vou levar em consideração as elucubrações privatistas de Marina que disse adeus ao seu passado e se jogou nos braços dos poderosos.

Novos números do Bolsa Família mostram melhorias para as crianças

As crianças e jovens de 0 a 17 anos são os principais beneficiários do Programa Bolsa Família, representando 50,6% deles. A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Márcia Lopes, apresentou os dados que fazem parte da nova pesquisa sobre o perfil dos beneficiários do Bolsa Família, nesta segunda-feira (31), em entrevista coletiva. A secretária nacional de Renda e Cidadania, Lúcia Modesto, também participou da entrevista.
Esta é a terceira vez que o Ministério elabora o retrato da população beneficiada pelo programa de transferência de renda do governo federal. O perfil traz informações como escolaridade, cor, condições de habitação e impacto do benefício na renda familiar.

A síntese dos dados é que o Programa conseguiu alterar significativamente o perfil dessas famílias e projeta uma melhoria geracional. Segundo Lúcia Modesto, o impacto maior é nas regiões Norte e Nordeste, onde se concentra o maior número de famílias nas faixa de pobreza e extrema pobreza, mas ela destaca que o retrato da família pobre no Brasil é muito parecido, esteja ela no interior do Nordeste ou na periferia de São Paulo, em termos de insuficiências. “A insuficiência de serviços é muito parecida em todas as regiões”, disse.

Ela admite que apesar das melhorias, o governo ainda tem um grande desafio pela frente. Destaca como avanços a ampliação nas áreas de atendimento à saúde e educação para as crianças e jovens, que são condicionantes do Programa. Os desafios residem nas melhorias na infraestrutura que avançam lentamente.

População de rua

A secretária nacional, responsável em apresentar e analisar os dados, disse que até o próximo mês o Programa deve alcançar o número de 12,7 famílias atendidas, 200 mil a menos do que a meta estabelecida. Ela diz que esse número restante é composto de populações indígenas, quilombolas, ribeirinhos e população de rua, que são de mais difícil acesso. Mas que já tem projetos pilotos de atendimento a população de rua em Belo Horizonte.

Para uma família de rua ser incluída no Programa, explica a secretária nacional, ela precisa ser referenciada em um centro de atendimento social e deve atender as condicionantes de matricular as crianças na escola.

Nesse ponto, ela destaca as três dimensões do Bolsa Família: a transferência de renda, que é a mais conhecida, mas também a de contribuição para a geração futura com o acompanhamento de condicionalidades e ainda a de trazer ações e mecanismos de acompanhamento das famílias atendidas em suas inúmeras insuficiências – ou seja abastecimento de água, esgoto e coleta de lixo.

E cita o exemplo da baixa escolaridade dos responsáveis pelas famílias, com 25 anos ou mais. Eles são público preferencial nos programas de alfabetização de adultos do Ministério da Educação (MEC). Os números já comprovam o êxito dessas ações. De 2007 a 2009, a proporção de analfabetos nesse universo caiu de 17,3% para 13,1%.

Ela desmentiu, com números, a informação fornecida por uma jornalista de que as famílias estavam tendo mais filhos como meios de receber maiores valores do Programa. Em 2005, o número médio de membros da família beneficiária era de 4,3; em 2009, esse número caiu para 3,9 pessoas por família.

Instrumento de gestão

A ministra faz uma avaliação positiva da elaboração de dados não apenas para a execução do Programa Bolsa Família, mas de todos os programas sociais do governo. “Nosso esforço é para que as políticas cada vez mais se integrem, não só a nível federal, mas também nas esferas estaduais e municipais”, diz, destacando a importância de planejamento, estabelecimento de metas e conhecimento da população como fundamental em todos os segmentos.

Ela também lembrou que o sentido do Programa é de “complementação de renda” e que 77% das famílias beneficiárias trabalham. Disse ainda que 80% dos recursos são gastos principalmente com alimento, por isso é também importante contribuição para o combate à desnutrição.

Ao encerrar a entrevista, a ministra enfatizou que desde o início, em 2004, quando houve a criação do Ministério, integrando, entre outras ações a execução do Programa Bolsa Família, que ela faz questão de destacar como “o maior programa de transferência de renda do mundo”, houve preocupação com o sistema de monitoramento e construção de indicadores como instrumento de gestão de várias políticas públicos.

O MDS hoje conta com o Cadastro Único de Programa Sociais – um banco de dados com 19 milhões de família, tendo em vista que o recorte foi ampliado, incluindo famílias com renda de até três salários mínimos.

Família típica

A família típica do Programa Bolsa Família tem por responsável legal uma mulher de 37 anos, parda, com a 4a série do ensino fundamental completa, sendo esta família composta por quatro pessoas e tendo renda per capita de R$48,82. Com a complementação do Bolsa Família, essa renda sobe para R$72,42 por pessoa.

Uma família beneficiária no Ceará, por exemplo, é composta de um casal com dois filhos. A família mora em casa própria de tijolos, com quatro cômodos, localizada em área urbana. A casa conta com abastecimento de água e escoamento sanitário via rede pública, coleta de lixo e iluminação pública. Essa família recebeu o primeiro benefício em agosto de 2005 e hoje, com os filhos na idade de 10 e 15 anos, recebe dois benefícios variáveis e, dependendo da renda, o Benefício Básico.

O Benefício Básico, que é pago a quem tem renda familiar per capita de até R$70,00 (extrema pobreza) e de R$120,00 (pobreza), é de R$68,00; mais o benefício variável (gestantes, nutrizes e crianças de 0 a 12 anos e jovens até 15 anos) de R$22,00 e o benefício variável jovem (adolescente de 16 e a7 anos) de R$33,00. O valor máximo pago a uma família é de R$200,00.

De Brasília
Márcia Xavier
Rizzolo:Não é possível que ainda existam pessoas contrárias ao Bolsa Família. Só mesmo quem nunca sentiu fome, ou sabe o que a miséria, desfecha argumentações contrárias ao maior programa de inclusão sócial já visto neste país, e que serve de exemplo ao mundo. Contudo, como já comentei em alguns artigos meus anteriormente, não basta apenas a inclusão social do ponto de vista financeiro, temos que implementar o atendimento à saúde e a educação. O conceito de inclusão social é abrangente e envolve os demais atendimentos.

Charge do Amorim para o Correio do Povo

Abertura dos arquivos e a dignidade dos mortos

Muito se fala sobre a questão dos mortos no regime militar e sobre o aspecto de revanchismo contido nas propostas de revisão da Lei de Anistia. Contudo, pouco se fala de um aspecto puramente ético, que quase chega a ser religioso, que ultrapassa os limites ideológicos do passado e presente, que é a dignidade dos mortos. E quando me refiro à dignidade daqueles que já se foram proponho-me a invadir não só a seara do sentimento abstrato da relação entre um ser que se foi e seus familiares, mas essencialmente a do conteúdo espiritual, humano, que deve permear a cidadania num pleno Estado Democrático de Direito.

Não há que se falar em revanchismo, ou amplitude da Lei de Anistia, quando se quer resgatar a dignidade de um morto. Seja ele quem for – sua raça, sua ideologia, seu credo –, deve o Estado dar às famílias dos desaparecidos o direito de saber sobre o seu paradeiro e ao país o direito de conhecer sua história. Por bem, a seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lançou nesta sexta-feira, dia 16/4, uma campanha em defesa da abertura dos arquivos da ditadura militar. O presidente da entidade, Wadih Damous, diz querer o reconhecimento público de que a ditadura não é uma página virada da história. “Temos cidadãos brasileiros que desapareceram como se nunca tivessem existido”, afirma.

Toda história tem um passado, atores de ambas as partes que participaram desse momento histórico, mas o aspecto da dignidade dos mortos, dos locais onde estes se encontram, da necessidade de se oferecer um sepultamento digno a essas pessoas transcende as paixões e os embates de outrora e restabelece uma postura de Estado ético, presente e, acima de tudo, reconhecedor de suas fragilidades, injustiças e excessos. Desse modo, jamais podemos nos omitir em fornecer os instrumentos de que dispomos para concretizar esse intuito, como a abertura dos arquivos da repressão política na ditadura militar.

Todo esse resgate não é apenas político, revanchista, de caráter ideológico, mas saudosista. Alguns sabem e podem ajudar a tornar real a tão sonhada dignidade do descanso a que qualquer ser humano tem direito, não pelo que pensou ou lutou, mas apenas porque viveu e sem ninguém notar desapareceu.

Fernando Rizzolo

Entre um trabalho e outro

*Por Yanki Tauber

Você entra apressadamente na sala de espera, com quinze minutos de atraso. Isso é intencional: você está tentando reduzir aqueles minutos desperdiçados na sala de espera. Porém uma breve conversa com a recepcionista revela, para sua consternação, que você chegou, por engano, 35 minutos adiantado…

Você perde sua conexão, e o próximo vôo disponível parte na manhã seguinte. Enquanto se registra no hotel do aeroporto, passa pela sua cabeça o pensamento de que jamais esteve antes nessa cidade. O que fazer agora? Algumas compras? Uma caminhada pelo centro? Passar a tarde no quarto pondo o trabalho em dia?

Você está num impasse. Já há algum tempo, tem percebido que não é isso que deseja fazer com sua vida, e é inevitável que seu chefe logo perceba também. Você está explorando diversas possibilidades, mas demorará um pouco até que qualquer delas se materialize. Então, você tem à sua frente uns bons meses de rotina massacrante (e isso na melhor das hipóteses…)

Nos vivemos em dois tipos de tempo: tempo real e tempo intermediário. No tempo real, seguimos com nossa vida: carreira, relacionamentos, família e interação social. Porém existe o tempo da sala de espera, o tempo no aeroporto, o tempo entre dois trabalhos. O truque é aproveitar ao máximo o tempo real e reduzir o tempo intermediário ao mínimo possível.

Não é bem assim, diz o Lubavitcher Rebe. Segundo o Rebe, existe apenas um tipo de tempo. Há jornadas longas e jornadas curtas, há trabalhos grandes e pequenos, existem oportunidades óbvias e situações nas quais coçamos a cabeça e nos perguntamos: O que estamos fazendo aqui? Mas todo o tempo é real; cada momento é crucial. Todo segmento de nossa vida, não importa quão efêmero ou temporário, tem um centro, um propósito, um objetivo.

Em uma de suas cartas, o Rebe explica seus fundamentos para esta opinião: a história das viagens de nossos ancestrais através do Deserto do Sinai.

O Livro de Bamidbar descreve como os Filhos de Israel acamparam e viajaram no deserto. Bem no centro do acampamento israelita ficava o Mishcan, o Santuário portátil que abrigava a Divina Presença. Ao redor do Mishcan estavam as tendas dos Cohanim e Levitas, que serviam no Santuário. E além do acampamento Levita ficavam, como os raios de uma roda, as tendas comunitárias das doze tribos de Israel – três tribos a leste, três ao sul, três a oeste e três tribos ao norte.

Acima do Mishcan pairava uma nuvem, significando a Divina Presença que ali habitava; quando a nuvem se erguia, era o sinal de que estava na hora de seguir adiante. Não havia um período preestabelecido para cada acampamento. As vezes a nuvem – e o povo – ficavam estacionados por um ano, e às vezes por uma única noite. Sempre que a nuvem se levantava, o povo se punha a caminho.

Dissemos que o Mishcan era portátil. Mas não era uma pequena tenda dobrável. Este fabuloso edifício incluía quarenta e oito paredes de 6 metros, cem bases com 70 quilos cada, mas de duas dúzias de enormes tapeçarias, e numerosos pilares, prendedores, revestimentos e utensílios. Era necessário uma equipe de 8.580 Levitas para desmontar, transportar e montar o Mishcan a cada vez que o povo se mudava.

E a Torá enfatiza que todo o processo se repetia a cada vez que o povo viajava, incluindo aquelas vezes em que acampavam por uma única noite. A cada vez, o Mishcan era erigido e 600.000 famílias montavam suas tendas na formação prescrita ao seu redor.

Assim, o povo sabia que nunca estavam apenas “atravessando” ou “matando tempo” em uma conjuntura específica na jornada. Cada acampamento, não importa o quanto fosse breve ou temporário, deveria ter seu centro, seu foco, seu objetivo: sua própria maneira distinta de fazer D’us Se sentir em casa junto deles.

fonte: site do Beit Chabad

Tenha um sábado de paz !

Fernando Rizzolo

Serra insulta outro país amigo: a Bolívia

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, insultou a Bolívia e seu povo ao dizer que o país exporta 90% da cocaína consumida no Brasil e que o seu “governo é cúmplice”. “Você acha que a Bolívia iria exportar 90% da cocaína consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível. O governo boliviano é cúmplice disto”, disse o tucano em entrevista à Rádio Globo, na quarta-feira.

Após a agressão, Serra tentou minimizar o ocorrido alegando que fez apenas “uma análise” da situação: “Não temo um incidente diplomático. A melhor coisa diplomática para o governo da Bolívia é passar a combater ativamente a entrada da cocaína no Brasil”. Justo a Bolívia, que acolheu o ingrato em sua Embaixada na manhã do dia 1º de abril de 1964.

O candidato do PSDB já tinha provocado a ira dos argentinos depois de declarar, durante reunião na Federação das Indústrias de Minas Gerais, que o Mercosul é uma “farsa”, que o bloco “só serve para atrapalhar” e é uma “barreira para o Brasil fazer acordos comerciais”. A Argentina é o principal parceiro comercial do Brasil no Mercosul.

Como se não bastasse atacar os países amigos do Brasil na América do Sul, o pré-candidato tucano está despejando números e informações falsas. Na sabatina com os presidenciáveis promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), terça-feira (25), ele disse que a taxa de investimento em São Paulo triplicou em seu governo. Foi corrigido por Gustavo Patu, da sucursal da “Folha” em Brasília: “O tucano José Serra misturou dados enganosos e de consistência duvidosa ao atacar a escassez de obras públicas no Brasil e exaltar a expansão desses investimentos durante sua gestão no governo paulista. Diferentemente do que disse, a taxa de investimentos públicos – a participação deles na economia – não chegou a triplicar em São Paulo. Passou de 0,43% para 0,97% do PIB estadual”.

No mesmo evento, José Serra disse diante dos representantes da indústria que o Brasil tem a “maior carga tributária do mundo”. O tucano excluiu alguns países desse mundo. A carga tributária no Brasil corresponde a 35,8% do PIB, (ver matéria na página 11) e está atrás de outros países como a França (46,1%), a Alemanha (40,6%), a Itália (42,6%), a Bélgica (46,8%), a Dinamarca (50%), a Áustria (43,4%), a Finlândia (43,6%), segundo a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) – Revenue Statistics (2009). Como pode alguém que se incensa como “experiente” e “preparado” cometer um erro primário desse?
hora do povo

Rizzolo: Essa postura de Serra no que tange aos países irmãos da América Latina é lamentável. Não podemos condenar, tampouco acusar os países vizinhos de serem coniventes com o narcotráfico. O estranho nisso tudo é a tendência ao ódio expressado por Serra aos países que compõem o Mercosul. A grande pergunta é saber como um pré candidato à presidência pretende , se eleito, conviver com os demais países da América Latina com um discurso como este. O autoritarismo esta sempre presente no bojo dos discursos de Serra, e isso podemos inferir sem ter que utilizarmos de muita observação. O destempero verbal de Serra para com a Bolívia é também revelador do despreparo do ex-governador de São Paulo para conduzir uma política externa com serenidade.

Charge do Simon Taylor para o Charge Online

Lula manda refazer as contas para manter os 7,7%

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à equipe econômica para refazer as contas sobre a arrecadação porque não está disposto a vetar o reajuste de 7,72% para os 8,3 milhões de aposentados que ganham acima de um salário mínimo. Lula já decidiu barrar a emenda que extingue o fator previdenciário, mas não quer arcar com o ônus político de um veto duplo no fim de seu mandato e num ano eleitoral.

A equipe econômica, porém, continua pressionando o presidente, sob o argumento de que não há recursos. A alternativa oferecida para resolver o problema é um abono de 6,14% sobre as aposentadorias e pensões acima de um mínimo. Na prática, esse grupo já recebe o valor corrigido desde janeiro.

Até ontem, Lula resistia a optar pelo abono – que não é incorporado ao benefício – e mandou os técnicos fazerem novos cálculos. “A pressão está grande, mas ele ainda não bateu o martelo. Não quer vetar o reajuste e acha que ainda pode encontrar uma solução”, disse ao Estado um auxiliar do presidente.

Pelos cálculos apresentados a Lula, a diferença entre o reajuste de 6,14% e os 7,72% aprovados pelo Congresso provocaria um impacto anual no Orçamento de R$ 1,5 bilhão. “Nós até aceitamos o veto sobre o fim do fator previdenciário, criado para desestimular as aposentadorias precoces, mas vamos pedir ao presidente que conceda o reajuste”, afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que comanda a Força Sindical. “Um abono é muito pouco, tão pequeno que parece até uma esmola para os aposentados.”

Sem querer mexer nesse vespeiro, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse que Lula é um homem “com muita sensibilidade” e admitiu que há defasagem na correção das aposentadorias acima de um mínimo desde outros governos. Ex-ministra da Casa Civil, Dilma ressalvou, no entanto, que o presidente tomará a decisão sem comprometer o equilíbrio das contas públicas.

Em conversas reservadas, Lula não escondeu a contrariedade com o Congresso. Disse a ministros que o Legislativo deixou um “abacaxi” para ele descascar. Apesar do discurso para consumo externo de que o prejuízo eleitoral de um veto não é tão grande, ele está preocupado. Sabe que o corte do reajuste será explorado pelo pré-candidato do PSDB, José Serra, e pode respingar na campanha de Dilma.

As centrais sindicais convidaram o presidente para participar da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, marcada para o dia 1.º, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Previsto para reunir representantes de 5 mil sindicatos, o ato foi planejado sob medida para aprovar as propostas que as centrais entregarão aos pré-candidatos à Presidência.

Lula ainda não confirmou presença na conferência. Com receio das multas aplicadas pela Justiça Eleitoral, que vê campanha antecipada para Dilma, ele agora avalia com cuidado a conveniência de comparecer a esse tipo de manifestação. Além disso, confidenciou a interlocutores que só irá se não tiver vetado o reajuste de 7,72%.

agencia estado

Rizzolo: É realmente triste ver um sindicalista afirmar “Nós até aceitamos o veto sobre o fim do fator previdenciário, criado para desestimular as aposentadorias precoces, mas vamos pedir ao presidente que conceda o reajuste”, como afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). Ora, quando todos se esforçam para pressionar Lula a não vetar o mais importante aspecto que é o fim do fator previdenciário, vem a frase ” Nós até aceitamos o fim do fator previdenciário “. É uma pena que depois de tanto esforço de todos nós, líderes sindicais nos deixem órfãos e entregam a toalha dessa forma.

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CCJ aprova emenda que acaba com controle da Polícia

Proposta de emenda constitucional aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara hoje acaba com o controle externo da atividade policial exercida pelo Ministério Público e cria o Conselho Nacional de Polícia. O novo órgão, formado em sua grande maioria por policiais, acumulará poderes. Será responsável por elaborar os atos que regulamentam a atividade, apurar denúncias contra os policiais e abrir processos disciplinares.

A votação na comissão teve momentos tensos. O deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), delegado da Polícia Federal e um dos principais defensores da proposta, iniciou um bate-boca com o deputado José Genoino (PT-SP). Visivelmente alterado, Itagiba se levantou da cadeira e, aos berros, em direção a Genoino, mandou o deputado, que o interrompera, “calar a boca!”. Itagiba ouviu de volta: “Cala a boca, o quê!? Aqui você não é delegado, não!”, reagiu Genoino. A sala estava tomada por delegados que pressionavam pela aprovação da proposta.

Contrário ao projeto, Genoino argumentou que o conselho fere o pacto federativo, porque tira o controle da Polícia hoje exercido pelos governadores. A indicação para o conselho é do presidente da República e, além disso, o relatório anual sobre a situação das polícias no País passará a ser encaminhado ao Congresso Nacional pelo presidente da República. “A Polícia não é um poder autônomo, mas comandado por um poder civil eleito pelo povo. A Polícia tem o poder do uso da arma”, afirmou Genoino.

O deputado Flávio Dino (PCdoB-MA) afirmou que a proposta retira o poder hierárquico do governador sobre a Polícia, que ficará submetida apenas ao conselho. “Teremos uma instituição de Estado (Polícia) sem qualquer controle externo”, afirmou Dino. Entre as consequências, o deputado aponta que o delegado ficará “senhor absoluto de todo o processo”. O Conselho Nacional de Polícia, segundo o projeto, será formado por 17 integrantes, 10 deles delegados de Polícia.

O presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), César Mattar Júnior, afirmou que a mudança aumentará a impunidade de policiais infratores. Ele aponta a aprovação da proposta como uma reação à atuação do Ministério Público, que vem punindo os policiais que cometem irregularidades. “A Polícia não quer se submeter ao controle de ninguém. O controle deixará de ser externo, passará a ser interno e quem perde é a sociedade”, afirmou Mattar Júnior.

O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), Carlos Eduardo Benito Jorge, criticou o controle externo da Polícia feito pelo Ministério Público que, segundo ele, “só apura o que tem holofote, o que tem repercussão”. Ele argumentou ainda que o controle a ser exercido pelo conselho será mais abrangente porque haverá representantes da sociedade. “O fato de a maioria ser de delegado, não quer dizer que o conselho será corporativista”, disse.

A proposta, do deputado Régis de Oliveira (PSC-SP), foi aprovada com o apoio do PMDB, do PSDB, do PSB, do PP e do PSC. Genoino, Dino e o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) tentaram adiar a votação, mas foram derrotados. “O conselho é para reprimir o abuso de delegados de Polícia”, disse Oliveira.
agencia estado

Rizzolo: Não vejo com maus olhos a proposta do Conselho Nacional de Polícia. Como o Conselho contará com membros da sociedade civil, a abrangência será maior com a participação da sociedade. Não vejo nada de ruim nisso, acredito na instituição da Polícia Judiciária, e acho importante essa autonomia.



30 mil vozes no Pacaembu pelos 7,7% e fim do fator previdenciário

O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sintapi/CUT), Epitácio Luiz Epaminondas (Luizão), avalia que a Assembleia da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, convocada pelas centrais sindicais para o dia 1º de junho, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, “será um coro solidário de mais de 30 mil vozes pelo reajuste de 7,7% nos benefícios e pelo fim do fator previdenciário.

Por Leonardo Severo*

“Para nós, que temos uma longa trajetória e história no movimento sindical, esta somatória de diferentes bandeiras e concepções na Conferência aponta para uma ação comum na disputa de projetos com o conservadorismo e a reação”, acrescentou.

Conforme Luizão, é essencial a movimentação cutista nos Estados e em Brasília “para sensibilizar o presidente Lula a sancionar o projeto que faz justiça a 8,3 milhões de pessoas, aprovado por ampla maioria na Câmara e por unanimidade no Senado”. “Precisamos cada vez mais fortalecer o mercado interno, desenvolver a nossa economia, mas o centro deve ser sempre o ser humano. Entre os que tanto contribuíram para o progresso do país estão os aposentados, que foram os trabalhadores de ontem que, infelizmente, pagaram tanto para receber tão pouco”, esclareceu.

Manipulação estatística

“Dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) demonstram que ao contrário do que vem sendo divulgado por setores da mídia, de que a Previdência Social é deficitária, ficou provado e comprovado que a Seguridade Social trabalha com superávits, pois é um sistema composto por Saúde, Assistência e Previdência Social”, explicou Luizão. “O próprio presidente Lula disse que se você pegar o que pagam os trabalhadores e o que recebem, não há déficit”, declarou o sindicalista, denunciando que o suposto déficit é decorrência de uma manipulação estatística.

Na verdade, para impor aumento de alíquotas ou reduzir os benefícios, os setores privatistas e neoliberais levam em conta apenas a receita obtida a partir da folha de pagamentos e desconsideram as demais provenientes da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). “A verdade que salta aos olhos não se vê publicada nos jornalões nem divulgada pelas emissoras de rádio e televisão: a Previdência apresentou um superávit de R$ 22 bilhões em 2009, mesmo em meio à crise, tendo sido de R$ 40 bilhões no ano anterior. Portanto não tem nenhum sentido a desorientação divulgada por alguns ministros da equipe econômica que se pronunciaram equivocadamente pelo veto presidencial à correção das aposentadorias”, argumentou Luizão.

Não existe déficit da Previdência

A compreensão do líder do Sintapi/CUT é corroborada pela análise do professor do Instituto de Economia da Unicamp, Eduardo Fagnani, que também contesta os setores da mídia que alegam que a Previdência é deficitária. “As contas apresentadas estão erradas. Não existe déficit nenhum na Previdência”, completou o professor, que fará palestra na próxima semana no Congresso da CNTSS (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social). “Foi dito que a Previdência é um dos maiores programas de distribuição de renda. Concordo plenamente. Inclusive, por contas que já fiz sobre isso”, enfatizou.

Na avaliação de estudiosos e especialistas, a Previdência Social é hoje uma grande distribuidora de renda no país, sendo que em 60% dos municípios brasileiros, o que é destinado para o pagamento de benefícios é maior do que o repassado pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Para o senador Paulo Paim (PT-RS), o assunto “aposentadoria” envolve mais do que números: “É um assunto que envolve a vida, o cotidiano, as famílias, o presente e o futuro de milhões de brasileiros. Ou seja, nós estamos falando do destino do nosso país e da nossa gente”, sublinhou, defendendo que o presidente Lula sancione os avanços.

*Jornalista da CUT
vermelho
Rizzolo: Agora é hora de todos serem solidários a iniciativas como esta proposta pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados e Idosos, as informações contidas no texto acima, demonstram que existe uma manipulação na informação e nos dados com intuito de propagar uma visão errônea de que a previdência não tem recursos. Todos sabem a previdência é o maior instrumento de distribuição de renda e com certeza o presidente Lula será sensível ao que foi aprovado no Congresso.

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Charge do Jorge Braga para o O Popular

Apenas metade das escolas no Brasil oferece acesso à internet para alunos

GENEBRA – Apenas metade das escolas brasileiras tem acesso à internet. Os dados foram publicados nesta terça-feira, 25, pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), que indica que a taxa brasileira é bem inferior à média dos países ricos. O acesso de escolas brasileira à internet é ainda inferior às taxas de Omã, Chile, Arábia Saudita, Tunísia e Turquia. Na Jordânia, 80% das escolas estão conectadas.

Nos países ricos, praticamente 100% das escolas estão conectadas à internet e a maioria à banda larga. Na Croácia, Suécia e Reino Unido, todas as escolas já contam com a internet de alta velocidade. Já em 2004, 97% dos colégios canadenses estavam conectados.

No caso do Brasil, a taxa ao final de 2009 seria de 56%. No Chile, a taxa é de mais de 65%. No Uruguai, o governo conseguiu garantir que 100% das escolas tenham acesso à internet de alta velocidade.

Outra constatação é de que menos de 10% das bibliotecas brasileiras fornecem acesso à internet aos visitantes. No México, a taxa é de 40%.

Língua

Apesar da baixa presença em escolas brasileiras, a internet vem observando um aumento importante no uso do português na rede. Hoje, a língua de Camões é a 6a mais usada no mundo virtual. No total, 73 milhões de internautas usam o português para se comunicar, um número superior aos usuários em alemão ou árabe. O português já rivaliza com o francês, que tem 74 milhões de usuários na rede.

A lingual mais usada na internet é o inglês, com quase 464 milhões de usuários adotando o idioma como ferramenta principal de comunicação. Mas a língua de americanos, britânicos e australianos vem perdendo espaço. Em 1996, 80% dos usuários da internet eram anglófonos. Essa taxa caiu para 30% em 2007 e hoje é de apenas 15%. Na prática, isso reflete o fato de que um número cada vez maior de usuários que não falam inglês estão ganhando acesso â rede.

Hoje, a segunda língua mais “falada” na rede é o chinês, diante do tamanho da China e do número crescente de internautas. No total, são 321 milhões de internautas que usam prioritariamente o chinês como língua. O espanhol vem na terceira posição, com 131 milhões de usuários.

Outra indicação da proliferação de outras línguas na rede é o número de sites registrados como .in (Índia), .ru (Rússia) e .cn (China). Mais da metade dos usuários de Internet hoje ainda usam alfabetos não-latinos, o que também exigiu a adequação dos caracteres. Hoje, a Google já reconhece 41 línguas e o Windows 7 deve anunciar sua versão 2011 em 160 idiomas, 59 a mais que em 2009.
agencia estado
Rizzolo: Bem, pode ser que ainda não tenhamos todas as escolas integradas na rede, mas o governo federal tem se esforçado para isso. O grande problema é que uma política de banda larga não se faz da noite para o dia, lançado em abril de 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa Banda Larga nas Escolas completa agora dois anos bem perto da meta de equipar todas as 64.879 escolas públicas urbanas do país com computadores de acesso rápido à internet. A expectativa é que isso ocorra até o fim deste ano, beneficiando 37 milhões de estudantes, de acordo com os responsáveis pela sua implantação, no Ministério da Educação e na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Esperem que chegaremos lá.

Parte do eleitorado de Serra é também ‘lulista’

Quase um quarto dos eleitores de José Serra (PSDB) manifestou um comportamento dúbio e paradoxal na última pesquisa Datafolha: eles também afirmaram que votarão “com certeza” no candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesse contingente há brasileiros que dizem ignorar a opção eleitoral de Lula, mas também os que estão convictos de que o presidente apoia Serra. Quase um décimo dos eleitores do tucano pensa assim.

Menos da metade dos serristas afirma que não votaria em um candidato apoiado por Lula. Outros 26% dizem que talvez o façam, e 23% anunciam que seguirão “com certeza” a opção de voto do presidente.

Os eleitores com “duas caras” são cerca de 11,5 milhões. Até a eleição, eles terão de se posicionar de maneira coerente: ou abandonarão o barco lulista ou votarão na pessoa efetivamente apoiada pelo presidente, conforme sua intenção declarada.

O eleitorado de Dilma é menos heterogêneo: 76% dele afirma que votará no candidato de Lula e 17% diz que “talvez” o faça. Mas no grupo dilmista o paradoxo também se manifesta: 5% de seus simpatizantes afirmam que não votariam em um candidato apoiado pelo presidente.

Esses dados mostram que os resultados das pesquisas ainda podem oscilar muito até a campanha eleitoral avançar e entrar no cotidiano da população, com a consequente queda da desinformação sobre os candidatos.

Essa desinformação se distribui de forma desigual no eleitorado. É maior entre as mulheres, entre os mais pobres e entre os moradores do Nordeste. Na região, 59% dos eleitores dizem que pretendem votar no candidato de Lula, mas 41% ignoram que Dilma ocupa esse papel.
Televisão. Na semana passada, o PT aproveitou a propaganda partidária a que tinha direito para fazer campanha para Dilma. Em inserções de 30 segundos e em dez minutos de programa em rede nacional, o partido associou a pré-candidata a Lula e a programas sociais do governo.

A ofensiva propagandística fez efeito, como demonstrou a ascensão da petista no Datafolha – de uma desvantagem de 12 pontos porcentuais em abril, ela passou para uma situação de empate com Serra, ambos com 37% das intenções de voto. O programa, porém, foi menos assistido justamente nos bolsões em que há mais desinformação sobre a relação entre Lula e Dilma.

No Nordeste, por exemplo, 67% dos moradores negaram ter visto propaganda de Dilma nos 30 dias anteriores à pesquisa. Nas demais regiões, esse índice variou entre 60% e 62%.

Entre os eleitores com renda de até dois salários mínimos – dos quais 37% não sabem quem é o candidato de Lula –, apenas 33% assistiram à propaganda de Dilma. Entre os que ganham mais de dez salários mínimos, 61% viram a candidata na TV.

No grupo que viu a propaganda. Dilma tem 45% das intenções de voto, contra 33% para Serra. Na parcela do eleitorado que não assistiu ao programa petista, é o tucano quem lidera, por 38% a 33%.
agencia estado

Rizzolo:Como já comentei anteriormente, não acredito que a propaganda partidária da TV por si só tenha influenciado as pesquisas, muito mais pela falta de discurso da oposição e pela postura de Serra ao contemplar os avanços do governo Lula, faz com que o eleitor já preocupado com um eventual retrocesso neoliberal, entenda que votar num candidato indicado pelo presidente é a opção mais segura, o que logicamente não deixa de ser verdade. A grande massa vê os efeitos da política econômica do governo no próprio bolso e isso é mais forte argumento pró Dilma.

Os Jovens e o Desemprego Juvenil

Um dos maiores problemas circunstanciais de qualquer crise financeira é a falta de perspectiva geral no que diz respeito à oportunidade de emprego. Essa situação agrava-se em demasia quando determinada faixa populacional é mais diretamente atingida, como os jovens. É de se analisar que as políticas de empregabilidade nos países ricos sempre estiveram nas pautas sociais, e houve, no decorrer da história, um elenco de lutas nesse sentido.

Contudo, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), composta de economias de alta renda, com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – ou seja, elencada por países desenvolvidos –, alerta para o agravamento do desemprego juvenil. Num documento recém-divulgado, a OCDE constata que, se os jovens já eram vulneráveis antes da crise e foram suas primeiras vítimas, o futuro não vislumbra nada de bom, uma vez que, de acordo com a Organização, a situação continuará a deteriorar-se por vários anos.

No estudo, observa-se que quatro milhões de jovens engrossaram as fileiras do desemprego durante a crise, elevando este índice para 18,8% em 2009, mais do dobro da taxa média de 8,6% para o conjunto da população. Enquanto o desemprego geral aumentou 2,5 pontos percentuais, o juvenil agravou-se 5,9 pontos.

É sobre esses dados que podemos fazer uma reflexão crítica sobre os efeitos das crises financeiras nos países ricos, onde a participação do Estado como regulador desse segmento foi quase nula ou omissa. No caso de países em desenvolvimento como o Brasil, onde houve uma política mais realista e mais intervencionista do ponto de vista regulador do Estado, a crise e o desemprego em geral, em especial no tocante aos jovens, não foram tão significativos.

De qualquer modo, o grande desafio tanto dos países ricos quanto daqueles em desenvolvimento é traçar políticas claras e específicas para a criação de novos empregos, com vistas à população jovem, criando possibilidades e incentivos no encaminhamento das políticas de formação de mão de obra, na geração do primeiro emprego, na educação de base e, acima de tudo, na preservação da dignidade e esperança do jovem de se sentir integrado no mercado de trabalho. Sem isso, com certeza lançaremos os jovens do nosso país ao ostracismo da desilusão, ao abraço perdido do narcotráfico e ao desalento patriótico da desesperança e engrossaremos o universo da já profetizada “geração perdida”.

Fernando Rizzolo

Charge do Clayton para o O Povo

Datafolha: Dilma cresce 7% e Serra cai 5%

Seguindo a tendência de outras pesquisas, que indicam crescimento da pré-candidata petista Dilma Roussef – de acordo com pesquisa do Instituto Vox Populi do último dia 15, na pesquisa estimulada, Dilma teria 38% das intenções de voto e Serra, 35% -, a pesquisa da Datafolha deste sábado (22/5) mostra os dois candidatos empatados em 37%. A coincidência entre as duas pesquisas é o crescimento das intenções de voto para a ex-ministra petista e a queda de pontos percentuais do pré-candidato tucano.

A pesquisa Datafolha foi realizada na quinta e sexta-feira (20 e 21/5), com 2.660 entrevistados. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A pré-candidata Marina Silva (PV) segue em terceiro lugar, com 12%. A pesquisa apontou que 5% dos pesquisados votariam em branco, nulo ou em nenhum candidato. Os indecisos somam 9% e a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Dilma cresce, Serra diminui

A alta de sete pontos percentuais é em relação à pesquisa Datafolha de 15 e 16 de abril – quando Dilma aparecia com 30% das intenções de voto. No mesmo período, Serra perdeu cinco pontos percentuais, já que estava com 42% e Marina manteve a pontuação.

Na pesquisa espontânea, quando os candidatos não são apresentados, Dilma também cresceu. Em dezembro, ela tinha 8%, crescendo para 13% em abril e agora, está isolada em 19% em primeiro lugar. José Serra tem 14%. Na mesma pesquisa, 5% dizem votar em Lula, que não pode ser candidato. Outros 3% afirmam votar no “candidato do Lula”, e 1% no “candidato do PT”. Por isso, virtualmente Dilma teria 28% na espontânea.

Rejeição é maior para tucano

Em relação ao índice de rejeição, a petista Dilma Rousseff também conseguiu um boa pontuação, o índice caiu de 24% para 20%, a rejeição de Marina Silva, também reduziu de 20% para 14%. Já o tucano José Serra teve alta na rejeição de 24% para 27%.

O único empate técnico que aparece na pesquisa é em relação ao segundo turno. A candidata do PT tem 46% e o candidato do PSDB tem 45%. Na última pesquisa Serra estava dez pontos à frente, com 50%, contra os 40% de Dilma.

Programa de TV

Para o diretor-geral do datafolha, Mauro Paulino, “o principal fato que pode ser apontado como responsável por essa alta da candidata é o programa partidário de TV que o PT apresentou recentemente”. A identificação da pré-candidata com o presidente Lula foi bem explorada pelo programa petista e de fato parece ter surtido efeito.

Outros fatores importantes de serem considerados entre as duas pesquisas são a desistência do PSB em lançar Ciro Gomes à presidência e a definição do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) de que não será mesmo candidato a vice na chapa tucana. Segundo a Vox Populi, Minas Gerais foi um dos estados onde cresceu a intenção de votos na pré-candidata do PT.

Entretanto, o que a pesquisa da Datafolha ainda não divulgou foi o seu detalhamento, que deverá ser publicado nos próximos dias, indicando onde Dilma cresceu e o Serra caiu. A pesquisa do Vox Populi, da semana anterior, trazia o crescimento de Dilma entre as mulheres e nas regiões Sul e Sudeste.

De São Paulo, Luana Bonone, com agências

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Rizzolo: Pessoalmente não acredito que o programa partidário da TV tenha tido um impacto tão grande ao influenciar o eleitor dessa forma. A grande verdade é que o pré candidato Serra ou a oposição, é vazia no seu discurso, amorfa no debate, e ainda elogia a gestão petista. Serra não se apresentaria como oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E mais, foi-se o tempo em que o trabalhador brasileiro não sabia a diferença entre as propostas dos candidatos, alem disso, a grande massa não acredita nas propostas da oposição e seu viés neoliberal. A candidatura Dilma cria musculatura a medida que a percepção do povo aumenta que somente Dilma poderá levar adiante o projeto desenvolvimentista do governo Lula.

Um Psicoterapeuta em Auschwitz

*Por Chana Weisberg

Shema Yisrael Hashem Elokeinu Hashem Echad… Ouve, ó Israel, o Eterno é nosso D’us, o Eterno é Um.

Essas palavras são o ponto alto das nossas preces diárias, expressando poderosas pérolas de fé.

Essas palavras têm sido murmuradas no decorrer dos tempos, em épocas de grave desafio, em porões escuros, por aqueles que exalavam seu último suspiro, num auto-da-fé na Espanha ou numa câmara de gás na Alemanha nazista.

Há também palavras de esperança e felicidade, entoadas com alegria ao celebrar importantes acontecimentos.

Porém eu não esperava ler essas palavras hebraicas num clássico campeão de vendas, um livro de psicologia que foi considerado pela Biblioteca do Congresso como um dos dez livros mais influentes nos Estados Unidos.

“A Busca do Homem por um Significado”, por Viktor Frankl, vendeu mais de doze milhões de cópias em todo o mundo. Frankl descreve suas experiências nos campos de concentração nazistas, porém mais que as suas provações, ele escreve como psicólogo sobre o que lhe deu força para sobreviver.

Frankl descreve pungentemente como os prisioneiros que desistiram da vida e da esperança por um futuro eram inevitavelmente os primeiros a morrer. Eles morreram menos pela falta de comida que pela falta de algo pelo qual viver. Em contraste, Frankl se manteve vivo pensando em sua mulher, e sonhando em fazer palestras sobre como as suas experiências reforçaram aquela que já era uma parte importante de sua tese antes de entrar nos campos – que a força de motivação fundamental de toda pessoa é a busca por um significado.

A autobiografia de Frankl é seguida por um esboço de sua doutrina terapêutica de cura da alma encontrando significado na vida. Sua teoria ganha credibilidade a partir do pano de fundo de suas experiências pessoais nos campos de concentração e como ele encontrou significado enquanto enfrentava seu sofrimento.

Um forte encadeamento implícito em todo o livro é a força e o amor que ele extraiu não somente das lembranças de sua mulher, como também de sua fé.

Como ele declara em seu livro, “A Busca do Homem por um Significado Definitivo”: “D’us não está morto, nem mesmo depois de Auschwitz.” Pois a crença em D’us é incondicional, ou então não é crença. Se for incondicional, enfrentará o fato de que seis milhões morreram no Holocausto; se não for incondicional, então vai desmoronar se apenas uma única criança inocente tiver de morrer… Não adianta barganhar com D’us, ele diz e argumenta: ‘Até o ponto de seis mil ou até um milhão de vítimas no Holocausto eu mantenho minha fé em Ti; porém acima de um milhão nada mais pode ser feito, e sinto muito mas devo renunciar à minha fé em Ti… Uma fé fraca é enfraquecida por provações e catástrofes, ao passo que uma fé forte fica ainda mais fortalecida por elas.”

Pouco depois de chegar a Auschwitz, Frankl foi privado do objeto mais precioso que possuía – um manuscrito que era a obra de sua vida, e que tinha escondido no bolso do casaco. Percebendo que as chances de sobreviver eram pequenas, “não mais que uma em vinte e oito”, ele teve aquela que descreve como “talvez a experiência mais profunda nos campos de concentração.”

“Eu tive de passar e superar a perda de minha criança mental. E parecia como se nada nem ninguém fosse sobreviver a mim; nem uma criança física nem uma mental que fosse minha. Portanto fui confrontado com a questão de que sob tais circunstâncias minha vida, em última análise, estava vazia de significado.

“Eu ainda não tinha percebido que uma resposta a essa pergunta com a qual eu lutava tão apaixonadamente já estava reservada para mim, e que pouco depois essa resposta me seria dada. Foi isso que aconteceu quando tive de entregar minhas roupas e por minha vez recebi os trapos rasgados de um interno que já tinha sido enviado à câmara de gás… Em vez das muitas páginas do meu manuscrito, encontrei no bolso no casaco recém-ganho uma única página de um livro de preces em hebraico, contendo a prece mais importante, Shema Yisrael. Como poderia eu ter interpretado tamanha “coincidência” como não sendo um desafio para viver meus pensamentos em vez de meramente colocá-los no papel?”

E então na sentença que conclui este livro campeão de vendas que foi traduzido em vinte e quatro idiomas, Frankl novamente expõe essa eterna proclamação de fé.

“Nossa geração é realista, pois chegamos a conhecer o homem como realmente é. Afinal, o homem é aquele ser que inventou as câmaras de gás de Auschwitz; no entanto, ele é também aquele ser que entrou naquelas câmaras de cabeça erguida com a oração do Shemá Yisrael nos lábios.”

O que há na prece Shemá Yisrael que tem inspirado tantos através das maiores dificuldades e tem conferido tamanho significado e propósito para nos ajudar a sobreviver até mesmo nas circunstâncias mais desesperadoras?

Creio que além da simples afirmação de fé num único poder Superior e o profundo significado místico oculto nas palavras dessa prece especial, há quatro elementos psicológicos vitais que fizeram dela nosso alicerce da fé:

1 – Relevância: Ouve, ó Israel – Uma religião ou estilo de vida não pode começar e terminar com teorias; deve também dirigir-se à parte humana dentro de nós. O Shemá não começa no âmbito da ideologia, nos céus, com uma declaração de fé despersonalizada. Fala endereçando todos e cada um de nós. Ouve, ó Israel, ouve essa mensagem, e faz dela uma parte do teu ser, porque não está falando sobre ti, não para ti, mas está te chamando.

2 – Pertencer: A prece Shemá está no plural (“nosso D’us” e não “meu D’us”), falada como um grupo coletivo, dirigindo-se a nós todos como Israelitas. Os seres humanos têm uma necessidade de se identificarem uns com os outros. O senso de fazer parte. Recebemos força uns dos outros e a fortaleza de sermos parte de algo maior que nós mesmos. Mais atraente que a ideologia é uma sensação de pertencer a uma família expandida – apesar das barreiras. Aquele senso de comunidade é um dos nossos alicerces mais fortes.

3 – Personalização: D’us é nosso D’us. D’us é “nosso”. D’us que é transcendental e infinito é também nosso D’us pessoal que está conosco em todos os momentos, segurando nossa mão tanto em tempos de celebração quanto nas horas de desespero. D’us não é apenas um governante objetivo, que cria e regula o cosmos. Ele é “nosso”, está perto de nós, entendendo subjetivamente a parte mais profunda de nós mesmos, mais do que a entendemos; Ele está conosco em tempos de necessidade, júbilo e sofrimento.

4 – Individualidade: Por mais que precisemos todos de um senso de pertencer e de comunidade, não devemos negar nossas diferenças individuais. A declaração do Shemá termina com as palavras “D’us é um” (em vez de D’us é “singular” ou “sozinho”). A unicidade de D’us está presente na diversidade do mundo. Como disseram os mestres chassídicos: “Não há nada além d’Ele.” Enquanto a conformidade tolhe o crescimento, a “unicidade de D’us” deveria nos possibilitar descobrir e cultivar a unicidade e unidade Divina dentro de cada um de nós.

Uma base da teoria de Frankl é que forças além do nosso controle pode levar tudo que possuímos exceto uma coisa – nossa liberdade de escolher como vamos reagir à situação.

Após descrever a angústia de suas experiências em Auschwitz, Frankl conclui suas memórias pessoais: “A experiência mais elevada, para o homem que regressa ao lar, é a maravilhosa sensação de que após tudo que ele sofreu, não há nada de que precise temer – exceto seu D’us.”

Esta pode tornar se nossa crença mais poderosa.

*Fonte: site do Beit Chabad

Tenham um sábado de paz !

Fernando Rizzolo