Senado manterá reajuste a aposentados em 7,7%, diz líder do governo

BRASÍLIA – O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou nesta terça-feira, 18, que manterá o reajuste do salário dos aposentados em 7,7%, como está na Medida Provisória (MP) aprovada há duas semanas pela Câmara dos Deputados. O líder disse, no entanto, que fará duas correções no projeto que, se aprovadas, tornarão obrigatória uma segunda análise da MP pela Câmara dos Deputados.

A primeira alteração será, segundo o senador, em uma das tabelas anexadas à Medida Provisória. No texto, os benefícios são reajustados em 7,7%, mas na tabela o teto das aposentadorias está reajustado em apenas 7%. O erro ocorreu porque, durante as negociações, o reajuste que era previsto em 6,14% pela MP original foi alterado para 7% e depois para 7,7%. Na troca de índices, um deles não foi corrigido na tabela.

Jucá também pretende fazer mudanças na emenda que acaba com o fator previdenciário, aprovado pelos deputados. “Sobre os aposentados, vou manter o índice de 7,7% e consertar a tabela, que veio com problema. Em relação ao fator, vou procurar uma alternativa porque o fim do fator simplesmente não é bom”, afirmou o líder governista. A Medida Provisória de reajuste das aposentadorias vence no dia 1º de junho. Se o texto não for aprovado até lá, perderá o efeito e nenhum aumento será concedido, a não ser o reajuste inflacionário previsto em lei.

agencia estado
Rizzolo: Alternativa em relação ao fator previdenciário? Não…. Depois de tudo o que foi dito na camara, o apoio de vários setores, a luta dos aposentados, o líder do governo no Senado, o Sr. Romero Jucá (PMDB-RR), alega que vai procurar uma alternativa, “porque o fim do fator realmente não é bom” ? Realmente é lamentável e imagino eu a alternativa que será proposta e a reação dos aposentados. Não é possível que ainda existam parlamentares que insistem em ficar insensíveis à causa dos aposentados. Se o argumento é falta de recurso, lancem mão do pré sal, aumentem impostos, diminuam os empréstimos ao FMI, enfim façam o que quiser, apenas não desapontem os pobres aposentados do nosso país.

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Incêndio no Butantan é exemplo do descaso do Poder Público

A destruição da maior coleção científica de cobras do mundo – durante o incêndio que atingiu o Instituto Butantan, na manhã do último sábado (15) – foi definida como uma perda incalculável do ponto de vista histórico e científico por pesquisadores de todo país. Mas segundo alerta o diretor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), Hussam Zaher, o acervo pode ter sido negligenciado pelo Poder Público. “A ciência foi deixada de lado”, criticou nesta segunda-feira (17).

O pesquisador denuncia que o Prédio das Coleções do instituto não possuía um sistema adequado de combate ao fogo. A construção do galpão que abrigava os espécimes também era imprópria para o acervo que guardava.

“A coleção era muito bem curada. O que faltou aí foi gestão do Poder Público, entender a real dimensão da importância daquilo que ele tinha e colocar à disposição os recursos necessários para proteger esse patrimônio”, afirmou Zaher, à Agência Brasil.

Zaher alerta que teme que o mesmo possa ocorrer no museu que dirige, na USP. “Espero que isso sirva de lição. Sou diretor de um museu que é o maior do Brasil e o maior da América Latina. No Museu de Zoologia, temos 10 milhões de exemplares preservados. Se esse museu queimar, não sei o que dizer”, lamentou. “Há anos estamos pedindo um prédio novo. Estamos esgotados. Não há mais espaço. Há anos clamamos por condições melhores. Estamos em condições precárias”, queixou-se.

A perda do material do Butantan, segundo Zaher, não foi financeiro, mas científico. “O prejuízo foi do conhecimento, da perda de um patrimônio científico inestimável. Isso é uma perda que não se recupera mais. Não temos como recuperar esse acervo que foi construído ao longo de 100 anos de pesquisa, em muitas áreas que não existem mais. Durante esse período, exemplares foram coletados em regiões que, agora, são estacionamentos, cidades, fazendas ou que foram totalmente destruídas. Essa história não pode ser refeita”, explicou.

Antes mesmo da conclusão do inquérito policial que investiga as causas do incêndio, é possível afirmar que o grande responsável pelas perdas irreparáveis dos mais de 500 mil espécimes do acervo foi o despreparo e a inexistência de Políticas Públicas efetivamente comprometidas com as pesquisas científicas em nosso país.

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Rizzolo: Como tudo o que é científico, histórico, o exemplo do incêndio no Butantan mostra o descaso do Poder Público com a memória, com o conhecimento em todas as áreas. Existe uma tendência a se privatizar tudo que tradicional e humano. E isso não ocorre só nesse fato, a privatização das salas da Faculdade de Direito da USP são um exemplo claro dessa aberração privatista do governo do Estado. Concordo plenamente com os estudantes de Direito da USP em preservar as Arcadas dessa intervenção privada e descabida. Pior do que um incêndio que queima um acervo, é o abandono e a insensibilidade do Estado com aqueles que realmente fizeram a história e contribuíram para o aprimoramento cultural desse país.