O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou hoje “o preconceito” dos ricos contra os pobres e “a inveja” que setores da elite, a seu ver, alimentam contra alunos carentes que se formam com auxílio do Programa Universidade para Todos (ProUni). Lula disse que seu governo promoveu uma revolução na educação, mas que ainda há um longo caminho pela frente. Ele acrescentou que seu governo teve de enfrentar fortes barreiras para vencer “o maldito preconceito, uma doença entranhada na cabeça das pessoas”. Segundo Lula, o preconceito e a inveja “são doenças crônicas que precisariam de uma especialidade da medicina para tratá-las”.
Lula discursou hoje na abertura do seminário “Perspectivas profissionais na área de saúde”, destinado aos primeiros formandos em Medicina do ProUni. Ele citou que o programa foi lançado em 2005 e, até agora, já beneficiou 704 mil estudantes com bolsas parciais e integrais, 4.400 deles na área de medicina. Para concorrer às bolsas integrais do ProUni, o candidato deve ter renda familiar de até um salário mínimo e meio por pessoa. Para as bolsas parciais (50%), a renda familiar deve ser de até três salários mínimos por pessoa.
Após o discurso, Lula posou para fotos com cada um dos formandos e seus familiares, que lotaram o auditório de um hotel em Brasília, onde se realiza o seminário. “Não sei se terei foto melhor que esta para justificar a minha passagem pela presidência”, disse ele, emocionado. Segundo ele, historicamente, o Brasil foi pensado e governado para “uma pequena parcela da sociedade”. “Só uma parte tinha direito a cursos de graduação, mestrado e doutorado. A outra parte era predestinada a fazer o primário e, no máximo, o secundário, para, a muito custo, conseguir um emprego”.
Ele ressaltou os investimentos do seu governo em educação e criticou os antecessores que não deram a mesma prioridade ao setor. “Alguns presidentes passaram o mandato todo sem fazer uma só universidade”. “Em oito anos, eu, o Haddad (ministro da Educação, Fernando Haddad) e o Alencar (vice-presidente, José Alencar) fomos os que mais fizemos universidades federais e escolas técnicas neste País. Falo com orgulho”, completou. Segundo ele, aplicação de recursos em educação não é gasto, é investimento. “No meu governo, tratamos recursos para educação como investimento e não como gasto. Aliás, o investimento que mais retorno dá ao País”.
Vice de Serra
Ao final do evento, quando deixava o local, um repórter questionou o que ele tinha achado do vice da chapa do tucano José Serra, o deputado Índio da Costa (DEM-RJ), e devolveu a pergunta: “Quem é? Não sei quem é”. Diante da informação sobre o nome do vice, indagou novamente: “De onde ele é?”. O repórter respondeu: “Do Rio” e, então, Lula limitou-se a dizer: “Ah é?”.
agencia estado
Rizzolo: Muitos estudos levantam a questão sobre qual seria a melhor forma de fazermos maior inclusão na área da saúde à grande massa carente, que, muitas vezes, se encontra longe dos grandes centros médicos e de pesquisa. Todavia, o cerne da questão sempre passa pela falta de médicos, de estrutura dos hospitais ou de oportunidade daqueles que por questão financeira não podem estudar medicina. Faltam médicos no Brasil, o número de faculdades de medicina no Brasil em relação à população é pequeno, precisamos dar oportunidade aos estudantes pobres que sonham ser médicos. Ingressar numa universidade particular abre as oportunidades e o ProUni é o instrumento social de acesso a este sonho. Agora preconceio existe, ser médico sempre foi um previlégio da elite, que por poder pagar aos seus filhos as melhores escolas, os colocavam em condição de melhor desempenho nos vestibulares, ou então tinham poder aquisitivo para pagar uma fortuna faculdade particular. Uma injustiça para com os jovens pobres.