Dilma defende relação com Irã em encontro com comunidade israelita

SÃO PAULO – A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse nesta segunda-feira, 13, que as boas relações diplomáticas entre Brasil e Irã não significam que o País endossa as teses do presidente Mahmoud Ahmadinejad, tais como a negação do holocausto. A ex-ministra fez a afirmação após se reunir na capital paulista com integrantes da Confederação Israelita do Brasil (Conib).

Dilma foi enfática ao chamar o holocausto de “barbárie” e aproveitou o momento para dizer que tem uma avó que, provavelmente, era judia. “Nem eu nem o governo Lula nem o presidente achamos admissível a negação do holocausto. Ele ocorreu e as provas são contundentes. Não é admissível a volta daquela barbárie em qualquer período histórico”, afirmou.

Porém, Dilma disse não concordar com a estratégia do isolamento e da guerra contra países com os quais existem divergências. “A melhor estratégia não é a guerra nem o isolamento. Não é tentar resolver pela forma como foi resolvida com Iraque e Afeganistão”, afirmou.

Ela destacou ainda que sua relação com Ahmadinejad “não é pessoal”. “A relação com o Irã busca a paz”, afirmou. “Nós somos um povo pacífico e devemos sistematicamente defender isso. Não significa que aprovemos a negação do holocausto nem a utilização de métodos bárbaros do apedrejamento de uma mulher”, explicou. Questionada sobre sua opinião em relação ao conflito entre Israel e a Palestina, Dilma disse que as duas nações têm direito a ter um Estado e a viver em paz.

Sobre sua avó, Dilma contou que ela usava o sobrenome Coimbra, uma indicação de que poderia ser uma judia que adotou o Brasil para viver e que mudou de sobrenome ao chegar. “Eu imagino que minha avó fosse judia porque ela se chamava Coimbra, era de origem portuguesa e acho que ela tinha todos os traços”, afirmou. “Pelas características físicas, acho que era uma cristã-nova.”

Orgulho

Após o encontro, o presidente da Conib, Claudio Luiz Lottenberg, afirmou que Dilma comentou o fato de provavelmente ter origem judia com orgulho. Sobre as relações entre Brasil e Irã e o conflito entre Israel e Palestina, Lottenberg disse ter ficado satisfeito com o posicionamento da candidata. “Ela foi muito objetiva, muito séria e consistente”, afirmou. “Ela pediu que nós entendamos, enquanto brasileiros, que dentro de uma estrutura de Estado estas relações são normais”, disse, a respeito de Ahmadinejad.

De acordo com ele, os temas relacionados à política externa dominaram as discussões com a candidata. “Ela disse que não nutria nenhum tipo de simpatia em relação à postura do presidente do Irã, mas que efetivamente o relacionamento com o Irã deve existir e, portanto, dentro de um contexto internacional, isso é parte da atividade dela enquanto foi ministra do governo Lula. Agora, se for eleita, a relação será sem qualquer tipo de proximidade com o presidente do Irã”, disse Lottenberg.

Já sobre a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação a Ahmadinejad, Lottenberg foi mais crítico. “O presidente é um indivíduo que habitualmente quebra protocolos e que permite aproximações. Ele é uma pessoa naturalmente envolvente e sem grande atividade protocolar. Não sei se isso dá para confundir com amizade”, disse.

“A gente acha que presidente Lula tem cacife político e credibilidade internacional para pressionar de maneira pública o presidente do Irã. Mas não acredito que ele tenha uma admiração de caráter pessoal (por Ahmadinejad) e que ele o apoie de maneira pessoal”, afirmou.
estadão

Rizzolo: A Dilma tem uma noção muito precisa sobre o conflito do Oriente Médio, da necessidade da paz, do entendimento, e das dificuldades enfrentadas por Israel nas tratativas com o Hamas. Por outro lado, Claudio Lottemberg da Conib é uma pessoa intelectualmente capaz e competente para compreender as relações internacionais e seus meandros. O importante é que a candidata provou que condena a aproximação irrestrita ao Irã, assim como deixou claro que condena o absurdo das afirmativas de Ahmadinejad sobre o Holocausto. Parabéns à Conib e especial ao Claudio Lottemberg pela inciativa !


Charge do Amarildo para o A Gazeta

Vox Populi: Dilma abre 30 pontos sobre Serra

Dilma Rousseff (PT), foi a única candidata que oscilou positivamente na medição do tracking Vox Populi/Band/iG deste domingo (12). A candidata tinha 52% da preferência do eleitorado e atingiu hoje 53% das intenções de voto. Serra (PSDB) permanece estacionado com 23%.

A oscilação da candidata está dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O principal adversário da petista, o candidato José Serra (PSDB), se manteve no patamar de 23% constatado na medição de sábado.

A candidata do PV, Marina Silva, também se manteve com 9% da preferência dos entrevistados pelo instituto Vox Populi.

O número de eleitores que declaram voto branco ou nulo oscilou de 4% para 5% de sábado para domingo e os entrevistados que não sabem em quem votar ou não souberam responder a pesquisa somaram 10% do total.

Espontânea

Com o resultado da medição de hoje, Dilma abriu 30 pontos percentuais de diferença em relação ao tucano José Serra. Com esse patamar, a candidata do PT venceria as eleições ainda no primeiro turno.

Na pesquisa espontânea, quando não são apresentados os nomes dos candidatos ao eleitor, Dilma também oscilou de 43% para 44%, enquanto Serra e Marina se mantiveram com 18% e 7%, respectivamente.

Lula tem 1% da preferência

A novidade na sondagem deste domingo é que caiu o número de eleitores que ainda dizem que vão votar no presidente Lula no pleito de 3 de outubro.

Desde quando o Vox Populi iniciou a publicação do tracking diária, em 31 de agosto, 2% do eleitorado ainda admitia que iriam votar em Lula na próxima eleição. Agora, esse patamar caiu para 1% na pesquisa espontânea, assim como o número de eleitores que afirma votar no “candidato do PT”, que também saiu de 2% para 1% neste domingo.

A cada dia, o instituto realiza 500 novas entrevistas. A amostra consolidada com 2000 entrevistas, portanto, só é totalmente renovada após quatro dias. O levantamento foi registrado junto ao TSE sob o nº 27.428/10.

Fonte: iG

Rizzolo:Sinceramente, quando vejo um debate como o da Rede TV de ontem, observo que o candidato Serra passa uma imagem extremamente pretensiosa, e mesmo caindo vertiginosamente nas pesquisas, continua com a síndrome de “ Tasse”, ou seja, insiste em “ tá se achando “. Talvez isso explique a imensa rejeição do povo brasileiro em relação ao candidato tucano. Já Dilma a cada dia, se porta mais segura, firme e determinada e ao mesmo tempo capitaliza o seu senso de mulher cuidadora, isso é um fato, é a realidade.

Aliás explorar a questão da quebra do sigilo, já não mais provoca transferência de votos ao tucano, até porque são factóides fabricados, prova disso é o fato da revista Veja ter sido desmentida, na tarde deste domingo, pela principal personagem da matéria, Fábio Baracat, apresentado como se fosse dono da empresa Via Net Express Transporte Ltda, que supostamente teria participado de um aparelhamento do Estado, em reportagem assinada pelo jornalista Diego Escostegui. Em menos de 12 horas depois de chegar aos assinantes, a publicação foi desmarcarada por uma nota de esclarecimento, distribuída a todos os diários do país. Provavelmente essas variáveis expliquem essa subida dia a dia da candidata petista, uma pessoa certa para dar continuidade ao desenvolvimento do Brasil.