Para se ler no frio

“Gosto dos dias frios, dos dias úmidos, daqueles que você se aquece ao sair. Se tiver então caminhando sozinho com este tempo numa rua de paralelepípedo é ainda melhor, a cada passo podemos ver e sentir as pedras já gastas pelo tempo com a face brilhante uma ao lado da outra.
Isso sempre me lembra uma antiga rua chamada Dona Eugênia em Porto Alegre, uma rua de paralelepípedo, tranquila, e que podia-se ver até “alguns ensaios “ de mato crescendo entre uma pedra e outra. Hoje existem poucas ruas de paralelepípedo, elas foram trocadas pelo asfalto sem graça, sem poesia, que não brilha, que não escorrega, que não há pedras iguais, tornaram-se para mim “ruas baseadas na meritocracia capitalista”, ruas onde o “piche gestor” determina o caminho mais rápido.
Saudades das ruas de pedras, que te faziam olhar para os pés, que te encantavam com sonhos, estas eram as ruas de verdade, por onde a água da chuva permeava como quem bebe da natureza.
Vamos fazer da nossa vida uma rua daquelas antigas, onde cada pedaço e cada trajeto nos aquece e nos inspiram a sermos iguais, uma pedra ao lado da outra, eternizando o passado , reafirmando o solidário … gosto dos dias frios, dos dias úmidos eles me fazem sonhar”

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