Aécio: Azeredo é vítima de ‘conturbado momento político’

BELO HORIZONTE – O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse hoje que o senador tucano Eduardo Azeredo (MG) “foi vítima do conturbado momento político pelo qual estamos passando”. Ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) e abriu processo criminal contra o parlamentar. Azeredo passou a ser réu em ação penal por suspeita de envolvimento com crimes de peculato (uso de cargo público em benefício próprio) e lavagem de dinheiro no esquema de desvio de recursos públicos, caixa 2, na campanha de 1998 ao governo do Estado. O caso ficou conhecido como mensalão tucano.

De acordo com o governador, Azeredo é um homem de bem e quem o conhece sabe disso. Ele reconheceu que problemas ocorreram na prestação de contas e arrecadação de recursos para a campanha, mas disse não ter visto indícios de atuação direta do senador ou de responsabilidade direta dele. Para Aécio, a partir de agora, Azeredo terá oportunidade de mostrar sua participação no processo e garantir sua inocência. “O senador Eduardo Azeredo não foi condenado. O STF apenas autorizou a abertura de processo e, agora, com serenidade e tranquilidade, ele terá condições de se defender e de provar sua inocência.”

O governador mineiro reconheceu ainda que esta foi uma semana difícil para a oposição, considerando não apenas a abertura do processo contra o senador tucano, como também as denúncias envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). “Não foi um bom momento. Mas se me perguntarem se acho que isso terá reflexo na eleição de 2010, não acho que terá.” Para ele, estes são problemas específicos e pontuais. Aécio participou hoje de solenidade de assinatura de ordem de serviço para a última etapa do programa de pavimentação de ligações e acessos rodoviários entre municípios (Proacesso), no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte.
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Rizzolo: Concordo com o governador Aécio, foi uma “semana conturbada”. Esta oposição que sempre esteve engajada nos discursos moralistas e agora se vê desmoralizada. Porém no caso de Azeredo, terá ele, como já afirmei em outro comentário, o amplo direito ao contraditório no decorrer da ação penal. Sinceramente vejo estes fatos que ocorrem na oposição de forma muito triste, isso tudo “descolora a democracia”, faz as instituições perderem o brilho; de nada adianta um regime democrático com uma oposição parca, pobre, sem discurso, desmoralizada, mesmo tendo à sua frente homens como Aécio Neves que eu admiro.

PSDB não tem pressa em definir candidatura, diz Aécio

BELO HORIZONTE – O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse hoje não acreditar que a demora dos tucanos em definir o candidato à Presidência da República venha prejudicando o partido em relação à disputa de 2010. “Nós, do PSDB, não estamos nessa pressa toda de nos definirmos. Nisso, eu e o governador (de São Paulo, José) Serra estamos absolutamente afinados”, afirmou.

Ele avaliou que a demora na definição tem causado muito mais problemas na esfera do governo do que na oposição, à medida em que o governo enfrenta a discussão das candidaturas de uma senadora que saiu do PT, caso de Marina Silva (PV-AC), de um aliado do governo que vem se colocando de forma consistente como candidato (Ciro Gomes, PSB-CE) e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, nome apoiado pelos petistas.

Aécio diz que pretende conversar, possivelmente no próximo final de semana com José Serra, além da direção nacional do partido, em um evento marcado para Goiânia (GO), sobre os rumos que os tucanos irão adotar.

Mas ele manteve a defesa das prévias para a definição da candidatura. “Acho que está no momento de o partido dar sinais mais claros do que irá fazer. No que depender de mim, teremos uma consulta ampla às bases do partido”. Ele diz que ainda não tomou nenhuma decisão sobre um pedido de licença do governo para uma série de viagens pelo País.

Para o governador mineiro, o processo de definição dos partidos, tanto do ponto de vista dos aliados do governo quanto da oposição, está longe de ser concluído. “Estou absolutamente tranquilo. Acho que estamos fazendo o que devemos fazer”, afirmou.

Quanto à participação do PMDB na composição de forças, até mesmo em nível estadual, o governador disse acreditar que a tendência do partido será a de valorizar as suas posições regionais, independente do caminho que adotar no campo nacional.

“Temos de respeitar o caminho que o PMDB tomar no campo nacional, mas continuo acreditando que, se o PMDB é hoje fortíssimo para a governabilidade do País, é porque privilegiou sempre suas situações regionais, possivelmente até com prejuízo de uma grande unidade nacional. O privilégio das situações regionais é que permitiu ao partido construir grandes bancadas tanto na Câmara quanto no Senado, e acho que isso irá prevalecer.”
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Rizzolo: Concordo em parte, demorar para definir a candidatura da forma que está não é nada bom para o PSDB. Essa aparente calma, essa tranqüilidade, não deve perdurar por muito tempo, até porque as bases aguardam uma postura definida. Em relação ao PMDB concordo com Aécio “a tendência do partido será a de valorizar as suas posições regionais, independente do caminho que adotar no campo nacional”.

PSDB não ameaça programas sociais, diz Aécio

BELO HORIZONTE – O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), afirmou hoje que a manutenção e o aprofundamento dos programas sociais no Brasil são “uma necessidade que ultrapassa partidos”. Ao comentar a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de um projeto de lei para consolidar as políticas sociais de seu governo, Aécio, pré-candidato do PSDB à Presidência, assegurou que a legenda tucana não representa nenhuma ameaça de retrocesso da atual política social.

Na semana passada, o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, disse que a ideia de aprovar no Congresso uma Consolidação das Leis Sociais, inspirada na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), tem por objetivo evitar um eventual retrocesso num futuro governo.

“Não podemos ser incoerentes com aquilo que nós iniciamos. Quem iniciou os programas sociais de transferência de renda e que garantiu a estabilidade, fundamental para que eles pudessem avançar, foi o PSDB”, disse o mineiro, sem perder a ironia. “Quem disse isso já avalia que o PSDB governará o País. É uma boa notícia”.

Em clima de cordialidade, Aécio e Patrus participaram em Belo Horizonte da abertura do 8º Festival Lixo e Cidadania, cujo tema deste ano é “A diversidade cultural em defesa do planeta”. O ministro, que representou o presidente Lula no evento, evitou falar de política.

Aécio, porém, não perdeu a oportunidade de garantir que os tucanos não pretendem desmontar os programas sociais. “Temos que avaliar é se essa lei – eu não conheço sua essência – é o instrumento mais adequado. É uma discussão que o Congresso vai ter que travar. Mas a manutenção e o aprofundamento dos programas sociais, obviamente, é uma necessidade que ultrapassa partidos. Qualquer governo vai ter que mantê-los”, destacou.

Ao propor uma Consolidação das Leis Sociais, o objetivo do governo federal é transformar em lei regras que valem atualmente para programas de grande visibilidade, como o Bolsa-Família e o ProUni.

“Podem ficar tranquilos que no campo social o governo do PSDB vai continuar a trazer avanços para o País”, reagiu mineiro, que voltou a cobrar crédito para os governos que antecederam o atual.

Candidatura

Questionado novamente sobre a possibilidade de uma chapa tucana entre ele e o colega paulista José Serra (PSDB), Aécio disse mais uma vez que é contra.

O governador voltou a dizer também que não tem obsessão pela candidatura ao Palácio do Planalto. “Meu nome está colocado hoje por setores do partido como uma possível candidatura à Presidência da República. Não tenho obsessão por essa candidatura. Acho que ela é possível, acho que ela poderia possibilitar a construção de uma nova convergência”.
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Rizzolo: Sinceramente não acredito que o PSDB se governo viesse a ser, desmontaria os programas sociais. Não há mais possibilidade em função da inclusão social necessária, pertinente, e que na realidade faz parte de um grande projeto de aumento do mercado interno. Os programas sociais impulsionam a economia, integram os excluídos e não há espaço político para uma aventura neoliberal ultrapassada. Acredito que Aécio e Serra, são políticos de boa intenção, desenvolvimentistas e jamais fariam uma maldade dessa com o povo brasileiro.

Aécio reitera que vai ‘lutar até o fim’ por prévias

BELO HORIZONTE – Ao lançar o Programa de Fortalecimento e Revitalização das Associações Microrregionais, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, reiterou que irá “lutar pelas prévias até o fim”, para que o PSDB defina quem será o candidato à Presidência da República. “As prévias partidárias são hoje o melhor instrumento que o PSDB tem para definir qual será o seu candidato. Não sou dono do partido, mas continuarei a insistir que o partido realiza a partir de janeiro as prévias”, afirmou. O governador disse ainda que pretende manter suas viagens aos Estados do Norte e Nordeste e espera que em dezembro o partido anuncie a data de realização das prévias para escolha do candidato à Presidência.
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Rizzolo: Concordo com Aécio, as prévias são realmente válidas. Ademais, já não há mais a sensação de embate político entre Serra e Aécio e isso, para a desgraça do PT surgiu numa hora errada. Dilma Rousseff ainda não decolou, muito embora ainda é cedo para previsões. A grande preocupação não é saber propriamente quem será o próximo presidente, mas sim se este continuará com uma política desenvolvimentista como a que se desenhando nos últimos anos. Vamos ver.

Aécio e Serra selam aliança, afinam discurso e criticam Lula

SÃO PAULO – Entre caipirinhas de cachaça mineira e pães de queijo, os dois principais pré-candidatos do PSDB sacramentaram nesta segunda-feira, 14, em São Paulo, a promessa de estarem juntos nas eleições de 2010, independentemente de quem for o cabeça de chapa. Demonstrando afinação, os dois criticaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, jurou que fará campanha para o governador de São Paulo, José Serra, caso o paulista seja escolhido pelo partido para concorrer à Presidência. Serra comprometeu-se a fazer o mesmo pelo mineiro.

A promessa foi feita durante a cerimônia de inauguração do Espaço Minas Gerais, centro de negócios do governo mineiro na capital paulista, na tarde desta segunda-feira. O espaço está estrategicamente localizado na esquina da Rua Minas Gerais com a Avenida Paulista.

“Se a decisão do PSDB for em torno do governador José Serra, eu serei o primeiro a levantar a mão e me colocar à disposição para com ele percorrer o Brasil”, disse Aécio, ao que Serra respondeu de pronto: “Se for o Aécio, eu serei o primeiro a lhe levantar as mãos e estar nas ruas fazendo sua campanha, porque isso será muito bom para o Brasil.”

Os governadores se esforçaram em mostrar sintonia no discurso de crítica ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Serra voltou a atacar a “volúpia centralizadora federal”, em referência ao apetite da União na arrecadação de impostos. Aécio tomou o termo emprestado e acusou a “volúpia arrecadatória” do presidente Lula. O líder tucano e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que participou do evento, fez coro aos dois: “Hoje parece que o Brasil depende de um homem só. Não dá. Tem de ser uma coisa mais democrática.”

Defensor contumaz das prévias para a escolha do candidato tucano a presidente, Aécio as classificou apenas como “um instrumento importante de mobilização partidária”. Para Serra, as prévias são “um instrumento, como há outros também”.

Observado de perto por FHC, Aécio foi comedido ao falar da possibilidade de uma chapa puro-sangue. “Temos um quadro partidário extremamente plural no Brasil. É natural que as alianças entre partidos se reflitam na composição de chapa”, disse. “O governador Serra e eu estaremos juntos em 2010. Em que posição, o tempo vai dizer.”

Apesar do clima de cordialidade, os dois governadores esquivaram-se de responder se aceitariam concorrer como vice um do outro. “Essa questão não está posta”, frisou Serra. FHC aplaudiu a moderação: “Não é o momento ainda de saber quem vai ser vice ou se vai ter prévia. O importante é que o partido está unido.”
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Café com leite

Debaixo de um grande toldo transparente para abrigar da chuva um público de 400 convidados, Aécio fez questão de negar qualquer caráter eleitoral na cerimônia: “Aqui não é um comitê de campanha.” Em seguida completou, em tom de mistério: “Só se for para que o Brasil possa melhorar muito a partir do ano que vem.”

Serra relembrou as ligações históricas entre os dois Estados. “Minas Gerais e São Paulo nunca deixaram de estar juntos, estão juntos e vão estar juntos.”

Aécio e Serra dividiram palco com líderes tucanos e com representantes de partidos que devem formar a base aliada do PSDB nas próximas eleições, como o ex-governador Orestes Quércia, presidente do PMDB paulista, e o prefeito da Capital, Gilberto Kassab, do DEM, afilhado político de Serra.

Habitué do mundo das celebridades, Aécio Neves levou ao evento ídolos do esporte, como o jogador do Corinthians, Ronaldo, e o técnico da seleção brasileira de vôlei, Bernardinho. Tucano de carteirinha, o humorista Tom Cavalcanti também marcou presença.

Enquanto esperava a chegada de Serra, que atrasou 30 minutos, Aécio assistiu ao lado do ex-governador e secretário de Desenvolvimento paulista, Geraldo Alckmin, e de FHC a apresentação de um grupo de dança e percussão. Na calçada em frente ao casarão, artesãs desenharam com areia colorida, lado a lado, as bandeiras de São Paulo e de Minas Gerais. Para encerrar a festa, foi servido caipirinha de cachaça mineira, espumante e pão de queijo.
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Rizzolo: O PSDB parece afinado. Isso é bom, do ponto de vista democrático. Agora esta observação do FHC de que hoje parece que todos nós dependemos de um só homem, expressa a pura realidade. E isso com certeza não é nada bom para a nossa democracia. A política café com leite sempre foi baseada em entendimentos, e Serra com Aécio unidos se complementam, dando ao PSDB maior densidade eleitoral. Muito boa essa possível aliança.

Aécio vem a SP inaugurar ‘consulado’ mineiro

SÃO PAULO – A economia, culinária e cultura de Minas Gerais desembarcam na próxima segunda-feira em São Paulo a reboque do governador mineiro, Aécio Neves (PSDB). O virtual candidato tucano à sucessão presidencial de 2010 vem à capital paulista inaugurar na esquina da Rua Minas Gerais com a Avenida Paulista o Espaço Minas Gerais.

Iniciativa do governo mineiro, o casarão vai funcionar como um centro avançado de negócios de Minas Gerais com empresários do Brasil e do mundo, uma vitrine para novos negócios. Concorrente de Aécio na disputa pela vaga tucana nas eleições do ano que vem, o governador paulista, José Serra, deve participar do lançamento da casa.

O Espaço Minas Gerais já abre com uma extensa programação, até janeiro de 2010. Em setembro, o casarão vai abrigar um evento de moda, antecipando tendências da Semana de Moda de Belo Horizonte, que acontece em novembro. Outubro será o mês da gastronomia, com a exposição e degustação de quitutes e bebidas produzidos em Minas. Em novembro, será a vez de trazer o artesanato da região para São Paulo e, em dezembro e janeiro, de mostrar as atrações turísticas mineiras.
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Rizzolo: Minas Gerais sempre foi um Estado politicamente de vanguarda. Os exemplos são muitos na história do Brasil, ter a oportunidade aqui em São Paulo de se ter um Espaço Minas Gerais, é fantástico. Minas possui coisas que nos remetem à uma visão sabia na maneira de viver, haja vista mencionados nos poemas de Drummond. Tenho pessoalmente um carinho muito grande por Minas Gerais, não é à toa que a minha primeira viagem na infância, aos 5 anos com meu avô, foi à Poços de Calda, tenho a foto até hoje. A forma de se fazer política em Minas é completamente diferente dos outros Estados, em Minas se conversa, se mobiliza, ao cheiro de cafe no bule. Parabéns ao governador Aécio Neves peça inciativa. Espero ser convidado ao evento.