Serra diz que, ao contrário da Bolívia, Colômbia não faz “corpo mole” ao tráfico

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse nesta terça-feira (8) que o governo da Colômbia, ao contrário do da Bolívia, “não faz corpo mole” no combate ao fornecimento de drogas para o Brasil. Ele havia dito que o governo de Evo Morales era “cúmplice” no tráfico de drogas.

Segundo um relatório divulgado pela Jife (Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes) em fevereiro deste ano, a Colômbia registra o maior número de apreensões de cocaína e de laboratórios destruídos em toda a região.

Serra, no entanto, disse que sua crítica à Bolívia valia para qualquer nação que fornecesse drogas ao país. O tucano se encontrou em São Paulo com especialistas em dependência química e familiares de dependentes para ouvir suas propostas para o tema.

O ex-governador de São Paulo prometeu que, se eleito, irá “fortalecer a ação de compate ao contrabando e repressão ao tráfico”. Ele disse ainda que o SUS (Sistema Único de Saúde) irá financiar internações de dependentes químicos em clínicas especializadas.

Na avaliação do pré-candidato, a atual estrutura institucional do governo federal para o combate às drogas é inadequada. “O esquema Senad [Secretaria Nacional Antidrogas] mais o Ministério da Saúde não funciona”, criticou o presidenciável.

“Tem gente que é contra clinicas especializadas com internação”, disse Serra, em referência à ausência deste modelo na proposta de combate às drogas recentemente elaborada pelo governo. “Acho que o SUS tem que chegar às comunidades terapêuticas”, afirmou.

Uol

Rizzolo: Entendo que esta postura acusatória do pré-candidato Serra em relação ao governo da Bolívia é por demais prejudicial ao Brasil em termos do bom convívio com os países da América Latina. Dar como exemplo a Colômbia contrapondo com a Bolívia no combate ao tráfico é como se quisesse jogar um contra o outro, desqualificando o governo boliviano. Denota sim o espírito acusador de quem se utiliza de todas as formas para se ter um discurso plausível eleitoreiro. A acusação do dossiê, faz parte também de toda essa lógica tucana acusatória, que tem como mote “criar um discurso”. Realmente com todos as vertentes econômicas, sociais, e de popularidade a favor do governo , fica difícil para o PSDB criar um discurso de oposição, e nesse vale tudo, vale a falta de visão de política externa, constrangendo e desconstruindo tudo aquilo que o Brasil realizou no campo da cooperação e respeito em relação aos nosso vizinhos da América Latina. Uma pena isso.

Tuma Júnior marca entrevista e depois se nega a dar explicações

Depois de a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça anunciar uma entrevista coletiva, o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, afirmou que não daria explicações sobre sua suposta ligação com a máfia chinesa, conforme reportagem publicada no Estado de S.Paulo desta quara-feira, 5. Numa rápida declaração à imprensa, Tuma Júnior disse que ainda não teve acesso à investigação da Polícia Federal que mostra a relação dele com um dos chefes da máfia chinesa em São Paulo, Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li. “Não tive acesso. Mas prometo falar assim que tiver”.

A entrevista foi prometida e anunciada pela assessoria de imprensa durante todo o dia. Após mais de cinco horas de espera por parte dos jornalistas, Tuma Júnior anunciou a desistência. Mais cedo, ao Estado de S.Paulo, ele disse que não era dono do cargo que ocupa. “O cargo não é meu”, afirmou, minimizando as acusações. “Eu não fiz nada”.

Tuma Júnior almoçou com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, durante reunião convocada às pressas para discutir o seu suposto envolvimento com Paulo Li.

agencia estado

Rizzolo: Sinceramente, acho um pouco prematuro acusar de forma contundente o policial e secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, até porque como ele mesmo afirmou ainda não teve acesso às investigações. Agora é intrigante pensar que Romeu Tuma Junior, com seu passado de combatividade, honestidade, passa de uma hora para outra como acusado de vínculo com o crime organizado. Sem querer defender, tampouco especular, é válida uma reflexão sobre o fato de que só agora, nesse ano de eleição, é que surgem especulações em relação a membros do governo Lula. Romeu Tuma Junior deve uma explicação ao povo brasileiro, e terá a oportunidade devida para responder a tais acusações que do ponto de vista pessoal, pelo que conheço de sua pessoa, não procedem. Vamos aguardar a versão dele.