Brasil compra US$ 10 bilhões em bônus e vira credor do FMI pela primeira vez

O Brasil se comprometeu formalmente nesta segunda-feira (5) a adquirir US$ 10 bilhões em bônus do Fundo Monetário Internacional (FMI), assumindo pela primeira vez a posição de credor desta entidade e refletindo seu crescente peso na economia mundial.

“Passamos da condição de devedores à de credores. É uma mudança radical”, declarou à imprensa o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após entregar uma carta ao diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

Mantega havia anunciado que o Brasil emprestaria US$ 10 bilhões ao FMI em junho. Em abril, quando a ideia de um eventual empréstimo ao FMI foi divulgada pela primeira vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perguntou a jornalistas que cobriam o encontro do G20 em Londres: “Você não acha muito chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI?”

“É um momento histórico para nós. É a primeira vez na história que o Brasil empresta recursos ao FMI – e, portanto, à comunidade internacional”, destacou Mantega, que participa em Istambul da reunião anual do Fundo.

O ministro lembrou que o Brasil se beneficiou em 2002 de um pacote de US$ 30 bilhões do FMI para enfrentar as turbulências e a onda especulativa provocadas pela eleição de Luis Inácio Lula da Silva à presidência. Foi o maior valor já emprestado pelo organismo financeiro. Aplicando uma rigorosa política fiscal, Lula saldou toda a dívida no final de 2005.

O Brasil está entre os países que estão conseguindo superar bem a crise econômica mundial, após atravessar uma breve recessão. Mantega fez o anúncio três dias depois da vitória do Rio de Janeiro na disputa pela organização dos Jogos Olímpicos de 2016, ao derrotar as finalistas Chicago, Tóquio e Madri.

Na carta, entregue em mãos a Strauss-Kahn, o Brasil se compromete a “assinar um acordo de compra de bônus emitidos pelo Fundo no valor de US$ 10 bilhões de dólares, sob condições que serão estabelecidas no contrato que assinaremos”, explicou Mantega. “Faremos uma assinatura por dois anos”, indicou o ministro, acrescentando que o acordo será ratificado “nos próximos dias”.

“É importante dizer que nós estamos colocando uma parte de nossas reservas, mas isto não significa uma diminuição da disponibilidade de recursos para o Brasil. É apenas uma mudança de ativos”, ressaltou Mantega, lembrando que o país decidiu comprar bônus que podem ser vendidos a outros países, sem dar o dinheiro diretamente ao FMI.

“Com estes recursos, o FMI poderá ajudar os países que precisam de liquidez”, disse o ministro, explicando que, com esta atitude, o Brasil responde a um apelo feito por Strauss-Kahn aos membros do Fundo para que não acumulem reservas e usem parte delas para dar à instituição os recursos necessários para contribuir com a recuperação da economia.

Bric

Segundo Mantega, os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) decidiram comprar um total de US$ 80 bilhões em bônus do fundo; US$ 50 bilhões serão adquiridos por Pequim e US$ 30 bilhões igualmente divididos por Brasília, Moscou e Nova Délhi.

Agora, os quatro países vão negociar a possibilidade de colocar seus títulos nos Novos Acordos para a Obtenção de Empréstimos (NAP), programa que permitirá ao FMI dispor de 500 bilhões de dólares para conceder empréstimos rápidos a países em dificuldades.

Os BRICs, no entanto, condicionam esta decisão a uma garantia de que seu poder de decisão seja proporcional à contribuição feita ao NAP. O Fundo, por sua vez, se comprometeu no domingo a aumentar em pelo menos 5% as cotas dos países emergentes até 2011.

Os US$ 80 bilhões dos BRICs representam 16% dos 500 bilhões previstos pelo programa, porcentagem que daria ao grupo de quatro países uma minoria de bloqueio.

No domingo, Strauss-Kahn anunciou que sua instituição necessitava de um “aumento considerável” de seus recursos para ajudar os países mais afetados pela crise, a maior desde a Grande Depressão da década de 30.
globo

Rizzolo: Parece um sonho o Brasil finalmente se tornar um credor do FMI. É bem verdade que as condições econômicas mundiais contribuíram para isso, mas por outro lado as políticas de intervenção do Estado na economia observando uma maior regulação dos meios financeiros propiciou ao Brasil um maior solidez econômica.

A grande verdade é que tudo na sua maior parcela se deve ao desenvolvimento do mercado chinês e seu aumento de consumo pelas commodities brasileiras. O povo chinês passou a consumir mais e o Brasil por ser um parceiro mais integrado à economia chinesa do que aos EUA, se beneficiou desse desenvolvimento.

Os recursos que estão sendo emprestados pelo Brasil e outros países, como China e Rússia, ajudarão o Fundo a socorrer países que estão em mais dificuldade por conta da crise, ajudando a retomar o comércio mundial e viabilizando um recuperação mais rápida da economia mundial. Agora, como diz o presidente Lula, “isso é muito chique”, o Brasil ficar credor do FMI. Parabéns ao Brasil e ao governo Lula. Tem seu mérito, ou não tem ? Tem que reconhecer, só bater, não dá, não é ?

Vendas brasileiras caem por 2º mês consecutivo

Rio de Janeiro, 16 jun (EFE).- O volume de vendas no comércio brasileiro caiu 0,2% em abril, comparado ao mês anterior, em dois meses consecutivos de resultados negativos, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As vendas já tinham caído 0,5% em março comparado a fevereiro, seu primeiro resultado negativo em vários meses.

Apesar do volume de vendas em abril ter sido 6,9% superior ao do mesmo mês do ano passado, o IBGE reconheceu que o setor comercial, que até agora tinha se mantido imune, finalmente começou a sentir os efeitos da crise econômica global.

As vendas acumuladas nos primeiros quatro meses do ano aumentaram 4,5%, muito abaixo dos 11% registrados no mesmo período do ano passado.

O volume de vendas acumulado nos últimos doze meses, até abril, aumentou em 7,1%. Até setembro do ano passado, quando crise começou a se agravar, o comércio brasileiro acumulava um aumento anual das vendas de 10,3%.

De acordo com o IBGE, seis dos oito setores comerciais analisados registraram, em abril, uma redução em suas vendas, em comparação com março.

Os mais afetados pela queda das vendas foram o setor de livros, jornais e revistas (-2,7%), móveis e eletrodomésticos (-2,0%) e o setor têxtil, de confecções e de calçados (-1,7%).

As vendas de alimentos, bebidas e supermercado quase não aumentaram (+0,8%). Materiais para escritório e informática tiveram um aumento de 8,9%.

De acordo com o instituto, os setores mais afetados pela queda das vendas são os que dependem em maior proporção do crédito, como os de automóveis, móveis, eletrodomésticos e confecções.

As vendas de móveis e eletrodomésticos, por exemplo, acumularam nos últimos doze meses um crescimento de 8,3%, metade do registrado em setembro do ano passado (16,9%).

O setor de automóveis e motocicletas, que, até setembro de 2008 aumentava suas vendas a um ritmo anual de 21%, cresceu somente 5,1% no último ano, até abril.

De acordo com os analistas do instituto, apesar do comércio indicar estabilidade este ano, o ritmo de crescimento das vendas está muito abaixo do que vinha registrando até antes da crise.

“O comércio está positivo, mas não está crescendo e possivelmente não vai a crescer”, admitiu o economista Nilo Lopes, coordenador do estudo sobre as vendas do comércio no varejo realizado pelo IBGE.

De acordo com Lopes, a aparente estabilidade nas vendas em abril só foi possível graças às medidas que o Governo adotou contra a crise, principalmente à redução dos impostos sobre automóveis e eletrodomésticos linha branca. EFE

Rizzolo: Podemos observar, que a desaceleração foi mais forte em produtos ligados ao crédito, como móveis e eletrodomésticos, que desacelerou de 16,9% em setembro para 8,3% em abril. No varejo ampliado (que inclui carros, motos, partes e peças), a desaceleração foi de 21% em setembro para 5,1% em abril, a crise revelou de forma mais evidente seus efeitos sobre o setor nos resultados dos 12 meses do ano.

Na verdade, o comércio em 12 meses mostrou a face da crise. O setor ainda resiste, contudo, mais do que a indústria. O comércio depende menos das exportações e mais da massa salarial, que resiste graças ao aumento do salário mínimo e aos programas sociais do governo .

Mantega: recursos para FMI não reduzirão as reservas

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou hoje que o aporte de US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) não reduzirá as reservas internacionais brasileiras e será realizado assim que a diretoria do fundo concluir a emissão do bônus que será subscrito não só pelo Brasil, mas também pela China (US$ 50 bilhões), pela Rússia (US$ 10 bilhões) e pela Índia, que ainda não anunciou o valor do aporte. Mantega destacou que, dessa forma, os Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China) vão colaborar para reduzir a vulnerabilidade internacional.

Mantega explicou que a emissão do bônus é, na verdade, uma aplicação financeira dos recursos das reservas internacionais brasileiras. Ele disse que a maior parte dos recursos das reservas estão aplicados em títulos do Tesouro norte-americano, que estão rendendo pouco. E, o restante, está alocado em outras aplicações sólidas, como esta que será feita com o FMI. Mantega disse que a vantagem do financiamento ao FMI é que esses recursos ajudarão os países emergentes que estão com escassez de capital neste momento de crise. Mantega destacou que é a primeira vez que o Brasil emprestará recursos ao FMI. “O Brasil está encontrando condições de solidez para emprestar ao FMI. No passado, era o contrário”, destacou Mantega, lembrando o período em que o Brasil teve de recorrer ao fundo para sair de outras crises.

O ministro destacou o fluxo de capital positivo no Brasil e o aumento das reservas internacionais. “Por isso, poderemos fazer essa transação com o FMI com tranquilidade”, disse o ministro. Ele disse que esse é o segundo passo importante tomado pelo Brasil ao decidir tornar-se credor do FMI. Ele lembrou que o convite foi feito no ano passado e que o Brasil aceitou por ter solidez econômica e recursos suficientes para fazer esses aportes. “Esses aportes são importantes para ajudar a encurtar a crise”, disse. Ele lembrou que alguns países estão reduzindo seus investimentos e o comércio exterior em função da retração econômica e por falta de recursos. Para Mantega, a ajuda brasileira poderá contribuir para a retomada do comércio mundial, com o que o Brasil também se beneficiará.
agencia estado

Rizzolo: Parece um sonho o Brasil finalmente se tornar um credor do FMI. É bem verdade que as condições econômicas mundiais contribuíram para isso, mas por outro lado as políticas de intervenção do Estado na economia observando uma maior regulação dos meios financeiros propiciou ao Brasil um maior solidez econômica. A grande verdade é que tudo na sua maior parcela se deve ao desenvolvimento do mercado chinês e seu aumento de consumo pelas commodities brasileiras. O povo chinês passou a consumir mais e o Brasil por ser um parceiro mais integrado à economia chinesa do que aos EUA, se beneficiou desse desenvolvimento.

Os recursos que estão sendo emprestados pelo Brasil e outros países, como China e Rússia, ajudarão o Fundo a socorrer países que estão em mais dificuldade por conta da crise, ajudando a retomar o comércio mundial e viabilizando um recuperação mais rápida da economia mundial. Agora, como diz o presidente Lula, “isso é muito chique”, o Brasil ficar credor do FMI. Parabéns ao Brasil e ao governo Lula. Tem seu mérito, ou não tem ? Tem que reconhecer, só bater, não dá, não é ?

Inflação para mais ricos supera a dos mais pobres em maio

SÃO PAULO – A taxa de inflação para a população de maior poder aquisitivo foi mais expressiva do que a verificada para a população de menor renda na capital paulista em maio. Conforme levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) por meio do Índice do Custo de Vida (ICV), enquanto a variação média do indicador foi de 0,23%, o indicador específico para os mais ricos registrou taxa de 0,29% e o que engloba o custo de vida dos mais pobres apresentou variação de 0,17% no mês passado.

Além do ICV geral, o Dieese calcula mensalmente mais três indicadores de inflação, segundo os estratos de renda das famílias da capital paulista. O primeiro grupo corresponde à estrutura de gastos de um terço das famílias mais pobres (com renda média de R$ 377,49); e o segundo contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento (renda média de R$ 934,17). Já o terceiro reúne as famílias de maior poder aquisitivo (renda média de R$ 2.792,90).

No primeiro grupo, o ICV de maio foi 0,32 ponto porcentual inferior à variação de 0,48% de abril. No terceiro, de maior renda, a taxa de inflação foi 0,04 ponto mais elevada do que a do mês anterior, de 0,25%. No grupo intermediário, o ICV passou de 0,36% para 0,14% entre abril e o mês passado.

De acordo com o Dieese, os reajustes ocorridos no grupo Despesas Pessoais – que subiu 6,65% e representou 0,25 ponto porcentual do ICV geral – tiveram origem no aumento dos cigarros (16,24%), em resposta à alta da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Para o instituto, esta política tributária foi “extremamente regressiva” para a renda familiar, trazendo um agravamento da inflação maior para o grupo de menor poder aquisitivo, do primeiro e do segundo estratos, com contribuições no cálculo de suas taxas de ICV de 0,40 ponto porcentual e de 0,30 ponto, respectivamente, em relação à do terceiro estrato, cuja representação foi de 0,19 ponto porcentual.

Em contrapartida, a taxa média elevada de 0,45% do grupo Habitação foi consequência, segundo o Dieese, do aumento no item Serviços Domésticos e Condomínio, que resultou em maior contribuição, de 0,17 ponto porcentual, no cálculo da taxa do terceiro estrato. No primeiro estrato, a Habitação gerou até um alívio, de 0,01 ponto, enquanto, no intermediário, a contribuição foi de apenas 0,02 ponto porcentual para o ICV destas famílias.

Em Saúde, o subgrupo Assistência Médica foi o responsável pela alta média de 0,27% deste grupo, uma vez que os medicamentos e produtos farmacêuticos indicaram ligeira deflação em seus valores. Dada a forma de despender das famílias de maior poder aquisitivo, estas foram mais impactadas por estes aumentos, que contribuíram com 0,05 ponto no cálculo de sua taxa, em relação aos dos demais estratos: de 0,02 ponto para o primeiro e de 0,03 ponto porcentual para o segundo.

Um grande destaque que ajudou o ICV dos mais pobres foi o comportamento do grupo Alimentação, que apresentou deflação geral de 0,34% em maio. De acordo com o Dieese, a baixa aliviou a inflação das famílias do primeiro estrato em 0,21 ponto porcentual e a do segundo em 0,15 ponto porcentual. Para as dos terceiro estrato, o alívio foi um pouco menor, de 0,05 ponto.

Já o grupo Transporte, que mostrou queda geral de 0,33% no mês passado, amenizou mais a inflação dos mais ricos, em 0,06 ponto porcentual. Para os mais pobres e o setor intermediário, os alívios foram de 0,02 ponto e de 0,04 ponto, respectivamente.

“As variações de preços em maio afetaram as famílias de forma diversa. As pertencentes ao primeiro estrato foram as mais beneficiadas com as quedas nos alimentos e, por outro lado, as mais prejudicadas pelos reajustes do fumo. As de maiores renda, do estrato 3, foram as mais favorecidas pelas baixas no Transporte e mais afetadas pelos reajustes ocorridos na Habitação e Saúde”, disseram os técnicos do Dieese. “As diminuições de valores dos alimentos, transporte e equipamentos, vieram a beneficiar mais as famílias do segundo estrato, as quais também foram bem prejudicadas com o aumento dos cigarros”, complementaram.

agencia estado

Rizzolo: O fato dos mais pobres terem se beneficiado em relação à inflação, denota que a alimentação está em deflação, e isso é um bom sinal. O grande diferencial desta amostragem, nos remete a uma análise do comportamento econômico virtuoso em relação aos mais pobres, vindo de encontro com a política macroeconômica do governo. A inflação quando atinge as camadas mais pobres, tem seu efeito desastroso, corroendo os salários e desestruturando as políticas de inclusão. Para os pobres é uma notícia boa.

Especuladores ganham 10,6% só com diferencial do câmbio

Diferença entre taxas de juros internas e externas aumentaram com resistência em cortar Selic

Nos últimos dias, enquanto a taxa de câmbio provocava protestos de empresários nacionais – afetados pelo encarecimento de seus produtos no mercado externo e pelo barateamento das importações, que ocupam, mais uma vez, uma faixa crescente do mercado interno – surgiram algumas pessoas para saudar os dólares que, momentaneamente, estão entrando no país, como se fossem a redenção da economia.

Resumidamente: o real se sobrevaloriza porque os dólares entram no país em cambulhada – e, quando acontece isso, as empresas nacionais são solapadas pela maior dificuldade de vender tanto no mercado fora do Brasil quanto dentro do país.
Vamos logo aos termos da linguagem popular: achar que isso é bom para a economia do Brasil é coisa de maluco, ou de ingênuo, ou de elemento de má fé.

Até porque estamos diante de uma incursão meramente especulativa, como mostra o fluxo cambial de maio, divulgado pelo Banco Central. Para se ter uma ideia, os especuladores, somente em maio, ganharam 10,6% sem fazer absolutamente nada, apenas trocando dólares por reais e reais por dólares, devido à taxa de câmbio. Somente com essa vadia operação, ficaram com mais 10,6% do que aquilo com que entraram no país.

Naturalmente, eles não ganharam só com isso – também ganharam com os juros do BC, com ações na Bolsa, com a papelada do cassino, isto é, do “mercado futuro”, e especulando no mercado a vista do dólar. Isso, evidentemente, sem criar um só emprego no país, sem abrir um armarinho ou um botequim, quanto mais (ou menos) uma fábrica.

Porém, o que faz com que o real suba artificialmente, embalado por um câmbio que somente “flutua” de acordo com a manipulação dos especuladores? E por que, no meio de uma crise, em vez de retirarem recursos do país, eles estão entrando com dólares?

Em primeiro lugar, eles estão retirando recursos do país – esses 10,6% de ganho são recursos do país. Se ainda não saíram do país, se ainda não enviaram esses recursos para fora, é apenas porque o bolo está crescendo – isto é, estão sequestrando mais recursos do país e enfiando-os em seus cofres.

Em segundo lugar, como já disseram vários economistas, no primeiro aperto da crise, ou aqui ou em seus países, eles todos farão uma revoada – levando, inclusive, as reservas, essa coleção de fumaça do sr. Meirelles, pois não há como classificar de outro modo uma montanha de dinheiro constituída pelos dólares que os especuladores trocaram por reais, e que podem destrocar na hora que quiserem.

Mas por que eles vieram agora, se desde a falência do Lehman Brothers, em setembro, estavam ocupados em tirar com um balde a água que entrava aos borbotões em seu barco? Primeiro, eles estão usando o dinheiro do povo americano – até agora, o governo americano injetou US$ 14,9 trilhões (mais do que o PIB dos EUA) no sistema financeiro, segundo relatório do Deutsche Bank (cf. “U.S. Rescue Aid Entrenches Itself”, The Wall Street Journal, 21/05/2009).

Porém, o mais decisivo é que Meirelles ofereceu carne – a nossa – para os abutres. O motivo mais fundamental da atual invasão é simples: o diferencial de juros do Brasil em relação a quase todos os países é estúpido. Não é apenas que todos os países do mundo, com exceção de quatro, têm juros reais que não chegam a 2%. O mais importante é que a taxa real do BC, 5,8% é cavalar em relação aos EUA, onde o juro real está em zero, à Europa – onde o juro real mais elevado (o de Portugal) é 1,7%, o da Alemanha é 0,6% e o da Inglaterra é -2,3% (menos 2,3%) – e ao Japão, onde o juro básico real é 0,2%.

Evidentemente que os abutres, sobretudo quando estão com fome, não iam dispensar essa presa. Nada como tomar dinheiro em seus países a preço zero e vir ganhar mais de 10% sem fazer nada.

A única pessoa no país que nega que o diferencial de juros seja o responsável pela sobrevalorização do real, é o presidente do BC. O economista Luiz Gonzaga Belluzzo disse outro dia que “eu não sei se ele diz isso por convicção ou por escapismo, mas é lamentável em qualquer hipótese”. Como se sabe, Belluzzo é um homem muito educado. Por isso não lhe ocorreu, ou não falou, em outra hipótese, muito mais provável: que Meirelles faça isso por interesse. Não por acaso é funcionário aposentado do BankBoston.

Com razão, afirma Belluzzo, “se não quiserem controlar capitais, por julgarem um sacrilégio, que pelo menos reduzam bastante a Selic”.

No entanto, segundo a propaganda de Meirelles, o Brasil nunca teve juros tão baixos. Além de não ser verdade – já houve até juro negativo no Brasil – Meirelles está escondendo o mais importante: o diferencial entre os juros do Brasil e os juros dos EUA, Europa e Japão, aumentou, não diminuiu.

O diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, em termos reais, é, hoje, de 5,8 pontos percentuais – isto é, o juro básico real é 580% maior que o dos EUA.
Pois em fevereiro e março esse diferencial era de 5,35 pontos percentuais. E, mais, o diferencial aumentou barbaramente do início da crise americana até dezembro, pois, enquanto o FED (o BC dos EUA), em 2008, reduzia a sua taxa básica de 2% nominais para 0,25%, o BC do sr. Meirelles aumentava a taxa nominal de 11,25% para 13,75%, mantendo esta elevadíssima taxa durante todos os quatro meses iniciais da crise. É verdade que em termos nominais houve uma redução do diferencial em janeiro, como disseram alguns áulicos de Meirelles – mas isso não significa nada. O problema são as taxas reais.

Aliás, esses áulicos, geralmente do PSDB ou coisa que o valha, deveriam consultar um correligionário, o economista Yoshiaki Nakano, ex-secretário da Fazenda do Estado de São Paulo. Em recente artigo, diz o sr. Nakano, que pode ser reacionário, mas não é um muar, como certos colegas seus de partido: “o Banco Central do Brasil reagiu com cautela excessiva, olhando a inflação pelo retrovisor (….). Além disso, quando sinalizou que os juros seriam reduzidos em ritmo bastante lento, o diferencial entre os juros aumentou fortemente, já que os demais países reduziram suas taxas mais agressivamente. O aumento no diferencial da taxa de juros por si só foi um fator de forte atração [para os especuladores], pois os bancos e outras instituições podem captar no mercado monetário de curto prazo a taxa de juros próxima a zero nos EUA” (grifos nossos).

E, mais:

“Para o capital especulativo existe ainda outro fator que torna o real extremamente atraente. O nosso regime de ‘câmbio flutuante’ é presa fácil de profecias que se autorrealizam (….). E cada ponto percentual de apreciação se soma ao diferencial da taxa de juros para compor o retorno do especulador. (….) Assim, o lento ritmo de queda na taxa de juros e a expectativa de apreciação tornaram o real uma aplicação com altíssimo retorno em meio a uma grande crise financeira. Quanto mais especuladores são atraídos, mais o real se aprecia e maior é seu retorno. Desta forma, a taxa de câmbio deverá se apreciar ainda mais de acordo com a convenção do mercado. No momento, aparentemente, a convenção é de que a taxa de câmbio vai cair para R$ 1,80. Ao chegarmos a esta taxa, novas quedas poderão ocorrer segundo uma nova convenção e, numa profecia que se autorrealiza, atrairá cada vez mais especuladores”.

Não deixa de ser interessante que Nakano consiga ver em que poderá redundar, se não forem tomadas as necessárias providências, esse festival especulativo: “As suas consequências são previsíveis, com segurança: o real já apreciou e desencadeou um ciclo de apreciação que deverá terminar bruscamente, em algum momento, causando dramática reviravolta”.

Nós diríamos, apenas, que isso é óbvio.

CARLOS LOPES
Hora do Povo

Rizzolo: Não há como negar os fatos. O diferencial de juros do Brasil em relação a quase todos os países é enorme. Não é por acaso que todos os países do mundo, têm juros reais que não chegam a 2%. O mais importante é que a taxa real do BC, 5,8% é uma monstruosidade em relação aos EUA, onde o juro real está em zero, à Europa – onde o juro real mais elevado (o de Portugal) é 1,7%, o da Alemanha é 0,6% e o da Inglaterra é -2,3% (menos 2,3%) – e ao Japão, onde o juro básico real é 0,2%.

É claro que o problema da apreciação do real é macroeconômico, e visa interesses que não do mercado interno e tampouco no desenvolvimento do País. Com efeito, a valorização do real dos últimos anos solapou a competitividade de diversos segmentos industriais e reduziu nossa capacidade exportadora. Temos que evitar a revalorização da moeda, bem como a desoneração tributária, para obtermos a recuperação do poder competitivo dos produtos industriais brasileiros. O fato de Meirelles ser refratário à diminuição das taxas de juros estrangula a indústria nacional e as exportações. Pouco patriótico, não?

Presidente ironiza tamanho da oposição no país

Em entrevista ontem em São José, na Costa Rica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou o tamanho da oposição que torce contra o seu governo.

“Certamente no Brasil tem hoje menos gente torcendo para o governo não dar certo. Hoje tem pouca gente. Bem pequenininho o número de torcedores contra”, disse o presidente ao lado de seu colega costarriquenho, Oscar Arias.

Lula citou a oposição ao responder a uma pergunta da ministra da Comunicação da Costa Rica, Mayi Antillón, sobre a diferença entre os seus dois mandatos. Durante o seu primeiro governo (2003-2006), o petista reclamava frequentemente de seus opositores.

A frase sobre o “pequenininho” número de pessoas que torcem contra sua administração é uma referência às últimas pesquisas de opinião. Segundo levantamento do Datafolha realizado no final do mês passado, 69% dos entrevistados classificam seu governo como ótimo ou bom, contra apenas 6% que o julgam ruim ou péssimo.

Na entrevista, Lula disse que o Brasil conseguiu se recuperar em meio a uma crise financeira mundial: “Não tiramos um centavo de política social, as taxas de juros estão caindo, a inflação está caindo. Está tudo do jeito que Deus gosta”, afirmou.

Ao falar das obras de infraestrutura, ele voltou a reclamar dos órgãos de fiscalização –Ministério Público, Tribunal de Contas da União e Controladoria Geral da União. “Você tem os executores geralmente mal remunerados e os fiscalizadores geralmente bem remunerados… Eles [os técnicos] preferem fazer concurso para fiscalizar do que para executar”.

Como exemplo de sua crítica aos embargos, citou a paralisação por sete meses de obras numa rodovia federal na região Sul por terem sido encontrados sapos em meio à abertura de um túnel. “Era só tirar ele [sapo] e deixar passar o túnel.”

Improvisação

Na cerimônia oficial de chegada à Costa Rica, ontem, em São José, o presidente Lula teve de ouvir o Hino Nacional brasileiro ao lado de uma bandeira do país confeccionada em apenas um dos lados.

A convite do Planalto, os jornalistas EDUARDO SCOLESE e JORGE ARAÚJO foram da Cidade da Guatemala a São José em um avião da FAB

folha online

Rizzolo: O presidente tem razão, hoje poucos são os que não reconhecem os avanços no governo Lula. Problemas sempre existem em qualquer governo, mas após a prova de fogo da crise internacional, pouco sobrou para se criticar. Quando se fala em crítica econômica, esta sim ainda dá margem para discussões. Queda da taxa de juros, variação cambial, desenvolvimento do mercado interno, remessa de lucros e dividendos, proteção à indústria nacional, são questões ainda que muita luta exige, pois esbarra nos interesses internacionais. Entendo que o fortalecimento do mercado interno se dá com estas variáveis acima mencionadas, e em relação a isso falta ainda no governo Lula.

Vendas de imóveis em São Paulo caem 43% no 1º trimestre

SÃO PAULO – As vendas de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo caíram 43% no primeiro trimestre, para 4.831 unidades, em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram comercializadas 8.478 unidades, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 20, pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP).

No primeiro trimestre, as vendas de imóveis de três dormitórios corresponderam a 42% do total de unidades, os de dois dormitórios, a 36%, os de quatro dormitórios, a 21%, e de um dormitório, a 1%.

O Secovi-SP citou dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) que apontam lançamentos de 3.154 unidades na capital paulista no primeiro trimestre, 55% a menos que as 7.025 unidades do intervalo equivalente de 2008. O total vendido no trimestre superou o volume de lançamentos no período. O aumento de estoque registrado no fim de 2008 “começa a ser compensado com as vendas deste ano”, conforme o Secovi-SP.

No mês de março, foram lançadas 1.561 unidades no município de São Paulo, acima das 1.211 de fevereiro e das 382 de janeiro. As vendas chegaram a 2.162 imóveis novos, ante 1.556 em fevereiro e 1.113 em janeiro, o que indica, segundo o Secovi-SP, que os efeitos da crise financeira internacional sobre o setor imobiliário “são cada vez mais tênues”.

Conforme o Secovi-SP, sondagem realizada, no início de maio, com “parcela significativa de empresas do setor” estimou aumento de 20% a 25% do número de unidades negociadas no mês de abril em relação a março.

O Secovi-SP reiterou que, este ano, os lançamentos vão somar 28 mil unidades, mas revisou o volume de vendas projetado para mais de 29 mil unidades. O indicador vendas sobre oferta (VSO) esperado para o fim de 2009 passou a ser, portanto, de 12%, ante a projeção passada de 11%. A VSO foi de 13,8% em 2008 e de 16,2% em 2007. No primeiro trimestre, a média do indicador foi de 8%.
agencia estado

Rizzolo: O mercado imobiliário é o típico segmento que depende da oferta de crédito, da confiabilidade de quem constrói, da capacidade financeira daqueles que em momentos de crise e de desemprego, assumem compromissos de risco. A característica do imóvel é não ter a devida liquidez e isso em momentos de crise, desemprego, e falta de crédito pesa muito nas decisões. A notícia confirma o que este Blog sempre sustentou, a crise do mercado imobiliário brasileiro.

Ademais o risco da saúde financeira das construtoras abaladas com a crise contribui para o forte desaquecimento do setor. Por mais que o setor ainda insista em que os números podem melhorar, a grande verdade é que em época de crise investir em imóvel acaba sendo a última opção. A melhor coisa em época de crise é não se arriscar mormente em se tratando de ativos com pouca liquidez.

Publicado em últimas notícias, Banco Central, banco do Brasil, Bancos não emprestam dinheiro, construtoras dão notebook, construtoras dão notebook e som, construtoras e o " efeito Incol", construtoras em crise, cotidiano, Crise, Crise Financeira, crise imobiliária no Brasil, crise no Brasil, economia, geral, imóveis, mercado imobiliário em crise, Minha Casa, News, Nossa Caixa Desenvolvimento, notícias, Política, Principal, setor imobilário dribla a Lei, vendas de imóveis caem. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »

Perdigão e Sadia confirmam megafusão que cria a Brasil Foods

A Sadia e a Perdigão anunciaram oficialmente nesta terça-feira, por volta das 9h, a fusão entre as duas empresas, conforme antecipado por Cristiane Barbieri na edição desta terça-feira da Folha. “Da associação resultará a BRF Brasil Foods S.A. com sede social na cidade de Itajaí, Santa Catarina”, informaram as empresas em comunicado conjunto enviado ao mercado.

As empresas convocaram entrevista coletiva às 10h30, em São Paulo, para esclarecer dúvidas sobre a transação. Participam os presidentes dos conselhos da Sadia, Luiz Fernando Furlan, e da Perdigão, Nildemar Secches –ontem, eles jantavam em um restaurante em São Paulo enquanto o contrato era assinado.

Segundo o comunicado, o acordo foi aprovado pelos Conselhos de Administração das duas empresas e ainda precisa passar por adesão dos acionistas de ambas. “A concretização da associação também depende da apresentação da operação aos órgãos antitruste de outras jurisdições nas quais essa exigência legal seja necessária, em virtude de a Perdigão e a Sadia possuírem operações.”

Entre esses orgãos estão, por exemplo, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a SDE (Secretaria de Direito Econômico).

No processo de fusão previsto, a Perdigão muda de nome para BRF e a Sadia para HFF, e em seguida ocorre a incorporação das ações da HFF pela BRF. Os Conselhos de Administração das duas empresas serão formadas pelas mesmas pessoas, e o presidente de uma será co-presidente da outra.

A Brasil Foods ainda realizará uma oferta pública de ações no valor estimado de R$ 4 bilhões, que segundo as empresas tem o objetivo de captar recursos.

O comunicado não menciona a participação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no negócio, mencionado como um dos investidores na oferta.

Brasil Foods

A nova empresa nasce com os apostos de décima maior empresa de alimentos das Américas, segunda maior indústria alimentícia do Brasil (atrás apenas do frigorífico JBS Friboi), maior produtora e exportadora mundial de carnes processadas e terceira maior exportadora brasileira (atrás de Petrobras e da mineradora Vale).

Com 119 mil funcionários, 42 fábricas e mais de R$ 10 bilhões em exportações por ano, a gigante surge com um faturamento anual líquido de R$ 22 bilhões.

A fusão foi concretizada depois de meses de negociações. A elaboração final do contrato, informa a reportagem, foi marcada por muitas idas e vindas entre advogados e executivos de bancos de investimentos envolvidos no acordo.

As discordâncias eram com relação ao valor patrimonial do banco Concórdia, que pertence à Sadia. Desde o início, estava decidido que a área financeira do grupo ficaria fora da BRF. A avaliação de seu valor para baixo, no entanto, significou milhões de reais a menos em ações, para os acionistas da Sadia.

folha online

Rizzolo: Interessante é que a Sadia teve problemas com derivativos após o agravamento da crise e isso inverteu o jogo. Não há dúvida, que essa operação de compra vai aumentar a concentração no mercado de frangos e isso com certeza irá diminuir a competição no setor. Seria de bom alvitre que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) avaliasse os efeitos desta fusão, e se haverá prejuízos ao consumidor. É sempre bom lembrar, que quando a Ambev foi criada, muita gente como Mantega ficou entusiasmado. Hoje, a empresa já não é mais brasileira, mas belga. Para vocês verem como são as cosias.

Ministro diz que a oposição quer privatizar a Petrobras

CURITIBA – O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta segunda-feira, 18, em Curitiba, que a oposição, com a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades na administração contábil da Petrobras, pretendem “desmoralizar” a empresa com o intuito de privatizá-la. “O que o PSDB gostaria mesmo é de privatizar a Petrobras e eles não conseguiram fazer isso no governo Fernando Henrique”, disse.

“Provavelmente vão querer desmoralizar a Petrobras para fazer isso no futuro, mas tenho certeza de que não vão conseguir.” Bernardo afirmou que o governo vai esclarecer todas as suspeitas levantadas contra a empresa. “E vamos continuar fazendo investimentos na área do pré-sal normalmente, mantendo a Petrobras com a grande empresa que é”, destacou. Segundo ele, o Brasil anda na contramão da tendência mundial. “Enquanto os grandes países desenvolvidos estão fazendo tudo para proteger suas empresas, nós fazemos alguma coisa para derrubar a maior empresa do continente sul-americano”, reclamou.

“A oposição, no seu afã de dificultar as coisas para o governo pode prejudicar uma empresa que é das maiores do mundo.” O ministro do Planejamento ressaltou, no entanto, que a instalação da CPI não conseguirá paralisar as atividades do governo. “Nós vamos fazer a disputa política, vamos acompanhar essa gritaria que estão fazendo, mas de forma alguma vamos deixar paralisar, nem as ações de investimento da Petrobras serão paralisadas, nem o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nem o programa Minha Casa, Minha Vida. Vamos tocar tudo normalmente”, assegurou Bernardo.
agência estado

Rizzolo: Durante alguns dias tentei refletir sobre esta questão da CPI da Petrobras. Nunca fiquei tão à vontade para não tomar partido da oposição, tampouco defender o governo, senão vejamos: Denúncias existem, indícios de irregularidade não faltam, e o correto é instaurar uma CPI e se aprofundar nas investigações do ponto de vista técnico-jurídico, contudo o que está ocorrendo, é que a oposição tenta utilizar a CPI como cortina de fumaça para se resguardar também das denúncias de improbidade parlamentar no Congresso – pura manobra diversionista.

Ao mesmo tempo que, ao desmoralizar a Petrobras, pavimenta-se o terreno para um debate sobre uma eventual privatização, o que é abominável. A verdade é que vem a CPI numa hora errada, engendrada para servir a fins eleitoreiros. Mas como passarmos incólumes às denúncias? Não há como, o povo pedirá uma investigação.

E o pior a CPI não é só da Petrobras, é também da ANP Agência Nacional do Trabalho, há várias suspeitas sobre a ANP e foi isso que motivou a oposição a pedir a abertura da CPI. Entre elas, estão a suspeita de desvios na distribuição de royalties do petróleo e um estranho acordo feito pela agência com os usineiros.

A ANP pagou R$ 178 milhões a quatro sindicatos de usineiros que entraram na Justiça contra ela. Mas o caso só havia sido julgado em 1ª instância e caberia recurso. O normal seria defender os cofres públicos, levando o caso até o último tribunal, para só então pagar, caso perdesse. Bem, o circo para 2010 já está montado com todos os atores, bem-intecionados e mal – intecionados.

Serra critica a demora do Copom para baixar taxa básica de juros

Ao participar do Exame Fórum, na última segunda-feira, em São Paulo, o governador José Serra (PSDB) criticou a lentidão do Banco Central na redução da taxa básica de juros (Selic) e afirmou que o Copom deveria ter aproveitado a crise para derrubar a taxa em 3 ou 4 pontos percentuais logo no início da crise, de uma só vez e sem avisar ninguém por antecedência.

“Mesmo em setembro, com a crise nas ruas, o Banco Central subiu juros. É evidente que, nesse contexto, a crise de crédito atingiu as empresas. O BC tem agido corretamente agora ao reduzir taxas e expectativa futura, mas o fato é que, no auge da crise, demorou para resolver esse problema”, disse.

Segundo Serra, “foi um erro da política econômica, insuficiente conhecimento da economia, não é má fé. Eu acho que é problema estritamente de conhecimento e de receios. Nunca tem de se subestimar que o responsável não quer cometer erros. Mas às vezes, por não querer cometer erros, acaba cometendo”, disse.

O governador também disse temer que os primeiros sinais de estabilização da economia mundial façam o BC parar de baixar os juros. “Não vejo motivo nenhum para o BC não baixar os juros em 1 a 1,5 ponto em junho”.

Hora do Povo

Rizzolo: O governador está coberto de razão, o pior na demora na queda da taxa básica de juros é que nesse nível ainda atrai uma enxurrada de dólares para o País de especuladores que visam se beneficiar das altas taxas, fazendo com que o real fique valorizado, prejudicando nossas exportações, principalmente a de manufaturados. Acredito que não há na realidade uma má-fé, mas sim um enorme receio em relação às tomadas de decisão do ponto de vista macroeconômico.

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Poupança acima de R$ 50 mil vai pagar imposto em 2010, anuncia governo

As cadernetas de poupança com saldo acima de R$ 50 mil vão passar a pagar Imposto de Renda em 2010. O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O imposto só será cobrado se a taxa básica de juros (Selic) cair abaixo de 10,5% (que é o valor atual dela).

Se a poupança for a única renda da pessoa, haverá isenção de imposto até R$ 850 mil. O IR só será cobrado acima desse valor. Além disso, o imposto será menor que o de outros aplicadores.

O imposto a ser pago por quem tem mais de R$ 50 mil em poupança vai variar conforme a taxa Selic. Quanto mais baixa a Selic, maior será a taxação.

O imposto será cobrado sobre um percentual do rendimento. Se a Selic ficar entre 10% e 10,5%, vai ser cobrado imposto sobre 20% do rendimento. Se a Selic cair a 7,25%, será tributado 100% do rendimento. As alíquotas de tributação serão as mesmas do IR normal (7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%). Veja como fica na tabela ao lado.

A incidência de imposto só começa a contar a partir do saldo de R$ 50 mil. Se alguém tem R$ 70 mil na poupança (R$ 20 mil a mais que os R$ 50 mil isentos), só os R$ 20 mil acima da faixa de isenção entram na nova regra.

Segundo o analista de investimentos Raphael Cordeiro, quem tivesse R$ 100 mil na poupança, com Selic entre 10% e 10,5%, pagaria R$ 192,50 de imposto no ano. A rentabilidade da poupança, que hoje está em torno de 7% ao ano, cairia para 6,6%.

As mudanças são somente para o próximo ano. “Em 2009, não acontece nada. Todos os poupadores terão o mesmo rendimento”, afirmou Mantega.

“Hoje, 99% das cadernetas de poupança no Brasil são de aplicações que vão de R$ 100 a R$ 50 mil”, disse o ministro em entrevista coletiva.

“As mudanças estão sendo feitas para garantir que a poupança continue sendo o investimento mais importante e seguro para o grosso da população brasileira. Queremos impedir que grandes investidores migrem para a poupança causando uma distorção em um instrumento tradicional da economia brasileira e que a poupança se transforme em um instrumento de especulação financeira”, disse Mantega.

O ministro confirmou, ainda, que para este ano, caso a taxa Selic seja menor que 10,25% ao ano, o governo reduzirá a cobrança do Imposto de Renda nos fundos de investimento.

“Neste ano de 2009, caso a Selic caia abaixo de 10,25%, para impedir que haja essa migração de grandes investidores para a poupança, estaremos reduzindo a tributação do IR para os investimentos que não são caderneta da poupança. Esses investidores perdem o rendimento da Selic, e a gente atenua com a dimunição do IR.”

O governo também vai reduzir o Imposto de Renda dos fundos de investimento -que atualmente estão em 22%. Deverá ser editada uma medida provisória, antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. “Vamos ter de estudar a forma legal para essa mudança. É como se fosse um desconto, que depois se recompõe, caso haja uma nova alta da taxa Selic acima de 10,25%”, disse Mantega.

“A tendência é que os administradores tenham de baixar a taxa de administração dos fundos de investimento, caso contrário, eles vão perder clientes porque não serão competitivos”, disse Mantega.

Razões da mudança
Os primeiros rumores de que poderiam haver alterações na caderneta de poupança ocorreram em março e diziam respeito ao cálculo do rendimento do investimento.

A principal preocupação seria por conta dos cortes promovidos na taxa Selic, que fez com que a modalidade tivesse juros mais atrativos do que os dos títulos públicos, o que poderia levar a uma migração de dinheiro dos fundos de investimento.

A ideia do governo com a cobrança de imposto sobre os ganhos das aplicações em poupança de valor mais elevado é inibir a especulação com a caderneta.

Com a tendência de queda da taxa básica de juros (Selic), a rentabilidade da poupança, formada pela variação da Taxa Referencial (TR) mais 6,17% ao ano, se torna uma opção mais interessante que fundos ou CDBs. A aplicação dos fundos é importante porque é uma fonte para os programas monetários do governo, que vende títulos ao mercado para captar recursos.

Simulação feita por um banco a pedido do jornal “Valor Econômico” mostra que se o juro cair para 8,5% ao ano, e considerando que a caderneta renda apenas os juros de 6,17% ao ano, somente fundos de renda fixa ou DI com taxa de administração igual ou inferior a 1% conseguiriam empatar ou ganhar da poupança por prazos mais longos de aplicação.

Ou seja, apenas aplicações sujeitas à alíquota de 15% seriam competitivas. Mas carteiras com taxas maiores ou aplicações por prazos inferiores a dois anos já perderiam para a caderneta. Isso significaria a maior parte dos fundos de varejo, que hoje cobram mais de 1% ao ano de taxa de administração.

TR fica como está
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que o governo não quis alterar a TR. “Não se mexe na TR e isso é para simplificar todo o processo. Existiriam algumas razoes técnicas para mudar, mas a conclusão que se chegou é de que, de fato, não se justifica em função de que uma mudança desta magnitude deve prevalecer e, portanto, não é necessário mexer na TR neste momento”, afirmou Meirelles

Meirelles afirmou que as mudanças anunciadas eliminam um “limite institucional” para eventuais quedas na taxa básica de juros. “Não estamos aqui dizendo que a Selic vai cair. Mas estamos dizendo que não é razoável ter um limite institucional para impedir a queda da Selic caso seja necessário.”

(Com informações do Valor Online)

Rizzolo: O grande problema, é que a medida não resolve a questão de forma definitiva. Se o novo piso para os juros agora é 7,25%, como ficaria se a Selic precisar cair abaixo disso? O governo vai fazer novas medidas pontuais? De qualquer forma o objetivo é válido, ou seja abrir espaço para queda da taxa de juros de forma duradoura no Brasil

Juro básico a 10,25% fragiliza mercado interno frente à crise

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu na quarta-feira (29) a taxa Selic em 1 ponto percentual, passando de 11,25% para 10,25% ao ano. O pequeno recuo na taxa básica de juros desagradou trabalhadores e empresários, que consideraram o corte como tímido, insuficiente e conservador.

Em condições normais de temperatura e pressão, uma taxa de 10,25% ao ano, ou 5,8% reais (descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses), já seria bastante elevada. Em um ambiente internacional de profunda crise – com a quase totalidade dos países do G7 em recessão, Estados Unidos incluso –, mais ainda. Esse fato, entre outras coisas, cria dificuldades para as exportações brasileiras, o que significa dizer que o espaço maior para o crescimento da nossa economia, mais que nunca, está no mercado interno. Daí a urgente necessidade da redução dos juros para viabilizar a ampliação do crédito e dinamizar a atividade produtiva, gerar empregos e aumentar o consumo. Enfim, fortalecer o mercado interno.

No início de março, antes da penúltima reunião do Copom, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou o estudo “A Gravidade da Crise e a Despesa de Juro do Governo” sugerindo a redução da Selic para 7% ao ano, em termos nominais, um pouco mais de 2,5% de juros reais. Ainda assim, o Instituto considerava uma “taxa demasiadamente alta para tempos de crise”. Hoje, segundo a consultoria UpTrend, 36 das 40 maiores economias mundiais estão com juros reais iguais ou inferiores a 1,7% ao ano. Iguais a zero ou com taxas negativas, 19 países. Ou seja, bem distantes do patamar (5,8% ao ano) estabelecido pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e sua trupe.

A crise, originada no coração do sistema capitalista, não atingiu em cheio a economia brasileira. Dois fatores foram fundamentais para isso: a decisão do governo de manter os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a resistência do movimento sindical ao não aceitar a redução geral dos salários, como pretendiam os monopólios, o que implicaria em uma redução drástica do consumo, portanto, enfraquecimento do mercado interno. Contudo, seja pela sabotagem aberta do BC, seja pela atuação das multinacionais, a crise externa não deixou de resvalar em nossa economia. Um aspecto tem se mostrado um claro entrave para estimular a ampliação da demanda e a atividade produtiva: a escassez de crédito, dificultado principalmente pelos juros cavalares. Isto é, a demora em reduzir os juros, em um primeiro momento, e os cortes a conta gotas, posteriormente, têm sido um dos fatores de contenção à retomada do crescimento verificado nos três primeiros trimestres do ano passado.

Segundo a Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do primeiro trimestre deste ano, “a queda da produção atingiu as pequenas empresas com maior intensidade” e o “acesso ao crédito continua difícil”. Para o setor industrial, a falta de demanda é um dos principais problemas, sendo que “as perspectivas com relação à demanda externa são mais pessimistas”. O nível de utilização da capacidade instalada recuou a 68%. “Não obstante, o pessimismo dos empresários com relação à evolução futura da economia diminuiu”, diz a CNI.

O próprio presidente do BC já disse repetidas vezes que os efeitos da redução ou aumento dos juros são verificados após seis meses. Pois bem, se de retomada do crescimento se trata, não dá para o Banco Central ficar apenas chancelando a cada reunião do Copom as estimativas dos “analistas” financeiros – que, em última instância, é o que tem acontecido -, mantendo os juros nas alturas e dificultando os investimentos das atividades produtivas. Por outro lado, também não há razão para se manter o intervalo das reuniões em 45 dias. Aliás, o período entre uma reunião e outra foi aumentado de 30 para 45 dias exatamente para protelar as reduções dos juros.

A necessidade da expansão da produção é incompatível com o nível atual dos juros básicos. Protelar uma drástica redução da Selic é querer, aí sim, que a crise entre e se instale de mala e bagagem.

VALDO ALBUQUERQUE
Hora do Povo

Rizzolo: É claro que diante da crise internacional, reduzir a taxa Selic em 1 ponto percentual, passando de 11,25% para 10,25% ao ano, ou 5,8% reais (descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses, significa quase nada. Até porque, uma taxa apreciável em termos internacionais está por volta de 2 a 3%, como por exemplo nos países da Europa. O grande problema é que com esta taxa de juro ainda altíssima, predispõe a entrada maciça de dólares, valorizando o real, e por conseqüência prejudicando as exportações, principalmente a de manufaturados.

Até que um pouco parece proposital, sem mesmo atermos a uma possível ” teoria conspiratória” contra o desenvolvimento econômico do País. Na verdade a postulação de que a alta taxa de juro mantem a inflação sob controle, serve apenas para que os devaneios da política econômica dêem margem a pensarmos o que quiser, inclusive nisso. Tenho pena dos pequenos empresários brasileiros que geram emprego, não tem crédito, concorrem com os grandes grupos e ainda sonham com um mercado interno aquecido.

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Crise põe em risco 60 mil empregos no setor de máquinas–Abimaq

RIBEIRÃO PRETO, SÃO PAULO, 28 DE ABRIL – A indústria de máquinas no Brasil pode cortar entre 50 mil e 60 mil trabalhadores nos próximos cinco meses, se o ritmo de queda no faturamento do setor se mantiver ou se o governo não adotar uma política de desoneração de impostos para equipamentos, afirmou nesta terça-feira o presidente da entidade que representa o setor.

Segundo, Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), desde setembro de 2008, quando a crise de crédito se aprofundou, as indústrias de equipamentos nacionais já demitiram aproximadamente 15 mil trabalhadores.

“Se continuarmos tendo quedas de 20, 30, 40 por cento (no faturamento), não tem o que fazer, teremos que cortar na carne”, afirmou Aubert, em entrevista a jornalistas durante a Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina.

“Corremos os risco de ter 60 mil demissões no setor se nada for feito”, declarou, apontando que essa redução no emprego pode ocorrer até setembro, se mantiver a tendência atual de redução no faturamento.

Além da crise de crédito e dos juros altos do país, o fato do Brasil taxar investimento, diferentemente de outros países, agrava o problema da indústria, afirmou Aubert, lamentando que o câmbio continua desfavorável para o setor, apesar da recente valorização do dólar frente ao real.

Os dados mais atualizados da Abimaq, até fevereiro, indicam uma queda no faturamento de 26 por cento no primeiro bimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, para 8,09 bilhões de reais.

“Se o faturamento cai de 20 a 30 por cento, e há indicações de que isso continue, vamos chegar no mesmo nível de março de 2007, quando tínhamos 200 mil empregados”, destacou, observando que atualmente a indústria conta com aproximadamente 250 mil trabalhadores.

Entre os setores com mais demissões, Aubert aponta aqueles fabricantes de ferramentas.

Ele considerou, no entanto, a redução tributária para a indústria automotiva ou para os fabricantes de eletrodomésticos como algo importante no momento atual.

“As montadoras têm uma capilaridade em outros setores, isso é importante, mas é um antitérmico, não está atacando a doença crônica, que é a maior carga tributária do mundo.”

AGRÍCOLA MANTÉM EMPREGOS

Os fabricantes de máquinas e implementos agrícolas, que já contam com algumas desonerações tributárias, têm verificado queda expressiva no faturamento, de 44 por cento no primeiro trimestre na comparação com o mesmo mês de 2008, mas o emprego está se mantendo em torno de 43 mil trabalhadores no país, de acordo a Abimaq.

“As máquinas agrícolas têm isenção de IPI, mas isso não basta”, afirmou Celso Casale, diretor da entidade. “Quando se constrói uma máquina, há imposto em toda a cadeia de equipamentos”, destacou ele, apontando que a indústria automotiva emprega metade do número de trabalhadores do setor de máquinas.

Segundo Aubert, o setor de fabricantes de equipamentos agrícolas no Brasil é bastante dinâmico e acaba segurando o emprego. “Mas se continuar a ter essa queda no faturamento, vai ter dispensa.”
agencia estado

Rizzolo: Bem, se em função da crise mundial todo segmento entender que tem legitimidade para requerer desoneração tributária, acaba a arrecadação do governo que já está baixa. Este blog foi um defensor do segmento do setor de máquinas, quando defendeu a não importação de máquinas usadas do exterior. Agora, desoneração tributária todos querem, e empregos ameaçados existem para todos os segmentos, cabe ao governo ser discricionário e fazer uso do bom senso. A arrecadação não pode cair, e de forma nenhuma os programas de inclusão devem estar ameaçados pela farra da desoneração sob os mais variados pretextos. Leia artigo meu; Máquinas Usadas sob velhos pretextos.

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Dilma pede a empresários que acelerem obras do PAC

PORTO ALEGRE – A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, reiterou hoje pedido a empresários envolvidos em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para adotar um segundo turno de trabalho, onde for possível, ao realizar a primeira de 27 apresentações estaduais sobre o andamento dos investimentos. O aumento de ritmo nas obras do PAC tem duplo efeito, conforme ela, de estímulo ao crescimento econômico e combate aos efeitos da crise financeira mundial.

O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Pereira Zimmermann, observou que a antecipação de obras no setor elétrico é vantajosa também para o fluxo de caixa dos empreendedores, que podem ofertar energia mais cedo no mercado e gerar receita.

Dilma reafirmou a meta de crescimento de 2% do Produto Interno Bruto do Brasil em 2009, apesar da redução de expectativa feita pelo Fundo Monetário Internacional, que ontem divulgou previsão de queda de 1,3% para a economia nacional este ano. A ministra disse que o FMI não tem mais o mesmo nível de informações que tinha sobre a economia brasileira até 2002. Ela lembrou que, em 2005, o FMI permitiu que o Brasil investisse R$ 500 milhões em saneamento, mesmo sem que o País terminasse de pagar seu empréstimo com o fundo. Em apenas uma obra do PAC – a recuperação do Rio dos Sinos (RS) – serão investidos R$ 500 milhões, comparou a ministra.

“Eu sei que hoje eles não têm a mesma informação”, afirmou. “Nós éramos obrigados a informar até a última vírgula do que se fazia aqui dentro”, acrescentou, sobre a prestação de contas ao fundo. A ministra também argumentou que o FMI não tem dados sobre programas como o Minha Casa, Minha Vida, a desoneração fiscal de produtos da linha branca e providências para ampliar o crédito em setores específicos que o governo tem adotado. “Não vejo nenhuma razão para ter respeito religioso por qualquer avaliação de qualquer órgão em detrimento das do governo”, avaliou.
agência estado

Ela admitiu que o governo, como os demais órgãos, tem dificuldade de fazer avaliações diante da crise e está tomando medidas para atenuar seu impacto. “Nós estamos trabalhando com a meta de um crescimento entre 1,5% e 2% este ano”, reiterou, ao citar medidas anticrise do governo, como o lançamento do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, a liberação de recursos para investimento pela Petrobras e uma política “agressiva” de preços mínimos e crédito na agricultura. “O governo não tem poupado esforços no sentido de combater a crise”, declarou. “Por isso, eu olho para a estimativa do FMI como ela é, uma estimativa.”
agencia estado

Rizzolo: No tocante as obras do setor elétrico, estas são de suma importância. Não há como pensar em desenvolvimento sem geração de energia suficiente. Já na antecipação das obras do Pac, concordo com a ministra Dilma, não podemos nos ater a informações e dados do FMI.

A dinâmica macroeconômica é por demais variável, e os dados que o governo dispõe são confiáveis. Impulsionar a economia através dos programas desenvolvimentistas é caminho para alavancar a economia e produzir um mercado interno mais robusto. É por aí mesmo, estamos descobrindo que agir de forma contrária às recomendações do FMI pode nos levar à prosperidade. Agora Dilma além de “acelerar seu visual” precisa tornar-se mais dócil quando fala. Marta poderá ajudá-la nesse aspecto, aqui em São Paulo. Ou não ?

Brasil é “potência” e “grande jogador mundial”, diz Obama

SÃO PAULO (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o Brasil “é uma potência econômica e grande jogador no cenário internacional” e que ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva devem ser “parceiros”.

As declarações foram feitas em entrevista à rede de TV CNN en Español transmitida nesta quinta-feira.

Perguntado sobre o sentimento antiamericano em alguns países da América Latina, Obama respondeu que “os tempos mudaram” e destacou o papel exercido pelo Brasil no cenário internacional.

“Estamos no século 21 agora. Os tempos mudaram. Um país como o Brasil é uma potência econômica e grande jogador no cenário internacional”, disse Obama.

O presidente norte-americano afirmou ainda que ele e Lula deveriam ser parceiros. “Minha relação com o presidente Lula é a de dois líderes que têm grandes países, que estão tentando resolver os problemas e criar oportunidades para nossos povos, e devemos ser parceiros.”

Obama concedeu a entrevista antes de sua primeira visita oficial à América Latina. O presidente norte-americano desembarcou no México nesta quinta-feira e participa da Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, que começa na sexta-feira.

Reuters

Rizzolo: Obama tem razão. O Brasil deveria se aproximar cada vez mais dos EUA ao invés de fazer coro com líderes da América Latina como Chavez, Morales e outros como o Irã. Mas a esquerda permite? Não, não permite, não gosta e não acredita em Obama. No início a esquerda mundial achava que poderiam induzir Obama a ter um comportamento esquerdista, mas não conseguiram. Nunca gostei do Obama, todos sabem, é um populista. Mas foi eleito. Gostando ou não, não podemos ficar em cima do muro, aproveitando as oportunidades para apenas fazer discurso de acordo com a platéia. O Brasil está hoje dia diante de um cenário internacional propício para uma maior parceria com os EUA, tudo conspira a favor, agora seria o momento de negociar e sermos o maior aliado dos EUA. Mas não, não é ? O que os ” companheiros” vão achar?

PIB chinês no 1º trimestre tem menor expansão desde 1992

PEQUIM, 16 de abril (Reuters) – A China iniciou 2009 com o mais fraco crescimento já registrado, mas uma recuperação em março sugere que a terceira maior economia do mundo pode ver tempos melhores à frente, afirmam analistas.

Um salto no empréstimo e no gasto público contrabalançou o colapso das exportações. A expansão do PIB foi de 6,1% no primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, abaixo da leitura de 6,8% registrada nos três meses anteriores.

O dado também ficou abaixo da previsão de analistas de 6,3% de crescimento e foi o menor da série iniciada em 1992.

Por outro lado, o governo não divulga o dado do Produto Interno Bruto (PIB) na comparação com o trimestre imediatamente anterior, mas economistas calculam que no primeiro trimestre esse crescimento ficou entre 5,3% e 6,2%, acima da alta de 0,9 a 2,5% calculada para o quarto trimestre do ano passado.

“A economia nacional em geral mostrou mudanças positivas, com uma performance melhor que a esperada”, disse Li Xiaochao, porta-voz da agência nacional de estatísticas, em entrevista coletiva.

Ele ressaltou, no entanto, que a queda das exportações está abatendo os lucros corporativos, reduzindo a receita do governo e atrapalhando a criação de empregos.

“A economia nacional está sendo confrontada pela pressão de uma desaceleração.”

Muitos economistas dizem que a retomada no fim do trimestre dá crédito às promessas do governo de que a China pode sobreviver à crise mundial e crescer 8% neste ano, um patamar visto como mínimo para gerar empregos no país.

Os dados abertos do PIB também forneceram otimismo aos analistas.

O crescimento na comparação anual do investimento em capital fixo saltou inesperados 28,6%, enquanto a produção industrial cresceu 8,3% em março, recuperando-se do recorde de baixa de 3,8% apurado entre janeiro e fevereiro.

“A economia começou a se beneficiar do fim do processo de desestocagem, assim como do pacote de estímulo do governo”, afirmou Mingchun Sun, do Nomura Global Economics em Hong Kong.

“Empréstimos bancários muito mais fortes que o esperado e o crescimento dos investimentos no primeiro trimestre sugerem que o crescimento será muito forte no segundo trimestre.”

folha online
Rizzolo: O que observamos, é uma retomada da economia chinesa no final do trimestre, e isso nos leva a pensar que a China poderá sobreviver à crise mundial e ainda crescer 8% neste ano. Se isso se confirmar, estaremos num patamar mínimo de crescimento da China, mas aceitável. O governo chinês anunciou em novembro um plano de estímulo econômica de cerca de US$ 585 bilhões, com medidas fiscais e, sobretudo, grandes investimentos, principalmente em infraestruturas.

A economia brasileira depende bem mais do mercado chinês do que do próprio mercado dos EUA, e muito da relação do aumento dos preços das commodities está interligado ao crescimento da economia chinesa. O pacote de ajuda do governo ao Agronegócio vem em boa hora, precisamos estar atentos a uma eventual maior demanda por commmodities pelo mercado chinês.

Emprego formal tem pior trimestre desde 1999, mas melhora em março

A forte queda do emprego formal no Brasil em janeiro fez com que o primeiro trimestre deste ano tivesse o pior resultado desde 1999, apesar de o mês de março ter registrado criação de vagas.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira e fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho.

No primeiro trimestre, o país perdeu 57.751 empregados. No mesmo período do ano passado, houve geração líquida de 554.440 empregos.

Em março deste ano, 34.818 pessoas entraram no mercado de trabalho formal, resultado de 1.419.511 admissões e 1.384.693 demissões.

Foi o segundo mês em que a criação de vagas superou os desligamentos de pessoal, mas insuficiente para deixar o saldo do trimestre positivo. No terceiro mês do ano passado, a criação líquida de vagas foi de 206.556.

No mês passado, seis dos oito setores pesquisados registraram saldo positivo de admissões. As exceções ficaram com indústria de transformação e comércio.

Entre os setores que criaram novas vagas, o destaque coube ao setor de serviços (49.280 vagas), impulsionado pelas áreas imobiliária (16.956 empregos) e educação (19.143 vagas). No ramo de serviços, a área financeira foi a única que registrou queda líquida, de 239 postos.

(Com informações do Valor Online)

Rizzolo: É bem verdade que os programas desoneração tributária para alguns segmentos, e o PAC, ajudaram na elaboração deste resultado em março. Contudo é bom lembrarmos que precisamos no Brasil criar 4 milhões de novos empregos por ano para absorver a mão obra dos saem e dos que ingressam, principalmente os jovens. No acumulado dos últimos 12 meses, pela primeira vez em quase 5 anos, o saldo ficou abaixo de 1 milhão: caiu para 840 mil, o que significa que a variação ficou ainda mais negativa entre fevereiro e março, saindo de -40,9% para -52,6% em março.

Observem que a melhora se dá em setores que de alguma forma, foram beneficiados pelo governo. De qualquer maneira é uma boa notícia, muito embora ainda tímida para assinalarmos uma luz ao final do túnel. O péssimo resultado do primeiro trimestre, nos dá uma idéia da dimensão da crise e, pessoalmente, não acredito que a recuperação da economia já está dando seus ares, como o governo insiste em afirmar.

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Contra a crise, Mantega sinaliza novos cortes de impostos

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que novas medidas de redução de tributos e de incentivo à economia, para combater os efeitos da crise, serão anunciadas em breve. “A redução de impostos continuará, mas será de forma graduada, de acordo com nossas possibilidades”, explicou, durante a audiência conjunta na Câmara dos Deputados nas comissões especiais de acompanhamento da crise. “Vamos tomar medidas em vários setores, mas não podemos antecipar, para não travar esses setores até o anúncio das ações”, argumentou.

Mantega afirmou que o governo tem procurado reduzir a carga fiscal para os contribuintes e empresários desde que o deputado Antonio Palocci (PT-SP) era o ministro da Fazenda. O ministro afirmou também concordar com a existência desnecessária de burocracia e com a necessidade de reduzi-la. “É preciso encurtar o ciclo produtivo porque, entre outras coisas, isso diminui os custos”, disse.

Ele reforçou que o compromisso do governo é manter os investimentos públicos e privados e que irá procurar fazer o maior superávit primário possível – arrecadação menos as despesas, exceto o pagamento de juros. “Em época de crise todos os países abrem mão de suas ideologias e fazem ação anticíclica. Vamos continuar priorizando o PAC e buscando o melhor fiscal possível”, disse o ministro em audiência conjunta na Câmara dos Deputados.

Mantega disse que não ouviu falar em nenhuma redução da meta de superávit primário mas que é preciso esperar o anúncio da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2010, marcada para as 16 horas, para ver se tem novidades.

Diesel

O ministro afirmou que o preço do diesel vai cair “em algum momento”, acompanhando a trajetória internacional. Ele fez a afirmação quando mencionava o aumento dos custos para o setor agrícola. Na avaliação de Mantega, a agricultura precisa de apoio tanto no momento do plantio quanto no da comercialização. “Estamos atentos a isso”, afirmou, acrescentando que o Banco do Brasil já liberou 40% a mais de recursos para a safra em relação a outros anos. “A previsão é de colhermos 138 milhões de sacas, a segunda maior safra da história”, comentou.

Justiça

Mantega disse que não têm fundamento técnico as ações na Justiça que solicitam correções da caderneta de poupança em função de perdas geradas por planos econômicos do passado. O ministro argumentou que os bancos não corrigiram a poupança nesses momentos porque o governo determinou e que, portanto, os bancos não se apropriaram de nada. “Do ponto de vista técnico, não houve perda para o poupador”,afirmou. Para o ministro existe o risco de planos do passado criarem novos esqueletos, que terão de ser pagos agora, e que causariam prejuízos não só ao setor privado como ao governo.

agência estado

Rizzolo: Bem, a questão dos novos cortes de impostos, é bem-vinda. Claro que não existe contribuinte que queira pagar mais impostos, ou que por certo entenda que a carga tributária no Brasil seja pequena. Contudo o ajuste fino entre corte de impostos e a queda na arrecadação, tem seus efeitos de bomba de efeito retardado na medida em que o governo arrecada menos e promete mais.

O PAC, os projetos de inclusão social, a política de desoneração tributária, as bondades para alguns segmentos, a espremida no superávit primário, tudo gira em torno de um propósito claro: a popularidade do presidente Lula. O grande receio do governo está nesta questão, e para isso tudo é legitimado, sem o menor receio das eventuais conseqüências. Leia artigo meu na Agência Estado: A popularidade e a queda na arrecadação

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