Judeus de todo o mundo comemoram o Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico, que se inicia nesta quarta-feira à noite dia 8 de setembro de 20010. Para saudar a chegada do ano 5771, as famílias seguem a tradição: reúnem-se para jantar, além de comparecerem às sinagogas para orações.
Entendo que momentos para uma reflexão independem de religião, qualquer comemoração que nos leve a pensar, ou a refletir no que somos, e de que forma utilizamos nossas habilidades, sejam elas culturais, técnicas, ou políticas, são valiosas. São intervalos em que esses momentos nos propiciam para que numa tentativa de nos aproximar de algo mais perfeito como a natureza ou Deus, arregimentemos as forças em prol daqueles que atualmente não estão tão fortes e que precisam das nossas habilidades para que possamos libertá-los. O conceito de religião, é o da libertação, e isso está incutido nas tradições judaico cristão, desde quando Moisés libertou o povo judeu do Egito.
Nas sinagogas, o Rosh Hashaná é comemorado com orações e com o toque do Shofar, um instrumento feito de chifre de carneiro e que avisa sobre a chegada dos “Dias de Arrependimento”, que culminam com Yom Kipur – o Dia do Perdão, dia 17 de setembro, a Vespera de Yom Kipur. O Yom Kipur é a data mais sagrada do calendário judaico, em que se faz jejum para atingir uma introspecção completa e pede-se o perdão dos pecados cometidos. Em Yom Kipur, o homem deve responder perante DEUS à pergunta: ” Que tipo de pessoa eu me tornei ?
Na religião judaica existe uma simbologia forte nos rituais, centrada nos alimentos. O pão redondo simboliza os ciclos da vida, a maçã com mel simboliza a idéia de se ter um ano doce, assim com a romã significa uma disposição para que a nossa vida tenha tantos méritos como as sementes dessa fruta.
Desejo aos Judeus e a todos que comemoram essa data como sendo uma referência, que pensem e reflitam até que ponto nossas habilidades estão realmente a serviço daqueles que a necessitam, ou estarão elas se prestando aos poderosos que a tudo tem, poderosos esses que como um Farol no Meio do Oceano apenas pensam em iluminar cada vez mais a parte de cima, deixando a base na mais profunda escuridão. Pela ética judaica, temos que iluminar também aqueles que estão embaixo, vamos iluminar os pés do Farol, vamos enfim trazer luz para quem está na escuridão, na escuridão do desamparo, da falta de oportunidade, da desesperança. Vamos celebrar nesta data, que sejamos inscritos no Livro da Vida, com o compromisso de jamais desistirmos de fazer um Brasil melhor a todo povo brasileiro.
Shaná Tová a todos , independente de religião !
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Fernando Rizzolo