Brasil compra US$ 10 bilhões em bônus e vira credor do FMI pela primeira vez

O Brasil se comprometeu formalmente nesta segunda-feira (5) a adquirir US$ 10 bilhões em bônus do Fundo Monetário Internacional (FMI), assumindo pela primeira vez a posição de credor desta entidade e refletindo seu crescente peso na economia mundial.

“Passamos da condição de devedores à de credores. É uma mudança radical”, declarou à imprensa o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após entregar uma carta ao diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

Mantega havia anunciado que o Brasil emprestaria US$ 10 bilhões ao FMI em junho. Em abril, quando a ideia de um eventual empréstimo ao FMI foi divulgada pela primeira vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perguntou a jornalistas que cobriam o encontro do G20 em Londres: “Você não acha muito chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI?”

“É um momento histórico para nós. É a primeira vez na história que o Brasil empresta recursos ao FMI – e, portanto, à comunidade internacional”, destacou Mantega, que participa em Istambul da reunião anual do Fundo.

O ministro lembrou que o Brasil se beneficiou em 2002 de um pacote de US$ 30 bilhões do FMI para enfrentar as turbulências e a onda especulativa provocadas pela eleição de Luis Inácio Lula da Silva à presidência. Foi o maior valor já emprestado pelo organismo financeiro. Aplicando uma rigorosa política fiscal, Lula saldou toda a dívida no final de 2005.

O Brasil está entre os países que estão conseguindo superar bem a crise econômica mundial, após atravessar uma breve recessão. Mantega fez o anúncio três dias depois da vitória do Rio de Janeiro na disputa pela organização dos Jogos Olímpicos de 2016, ao derrotar as finalistas Chicago, Tóquio e Madri.

Na carta, entregue em mãos a Strauss-Kahn, o Brasil se compromete a “assinar um acordo de compra de bônus emitidos pelo Fundo no valor de US$ 10 bilhões de dólares, sob condições que serão estabelecidas no contrato que assinaremos”, explicou Mantega. “Faremos uma assinatura por dois anos”, indicou o ministro, acrescentando que o acordo será ratificado “nos próximos dias”.

“É importante dizer que nós estamos colocando uma parte de nossas reservas, mas isto não significa uma diminuição da disponibilidade de recursos para o Brasil. É apenas uma mudança de ativos”, ressaltou Mantega, lembrando que o país decidiu comprar bônus que podem ser vendidos a outros países, sem dar o dinheiro diretamente ao FMI.

“Com estes recursos, o FMI poderá ajudar os países que precisam de liquidez”, disse o ministro, explicando que, com esta atitude, o Brasil responde a um apelo feito por Strauss-Kahn aos membros do Fundo para que não acumulem reservas e usem parte delas para dar à instituição os recursos necessários para contribuir com a recuperação da economia.

Bric

Segundo Mantega, os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) decidiram comprar um total de US$ 80 bilhões em bônus do fundo; US$ 50 bilhões serão adquiridos por Pequim e US$ 30 bilhões igualmente divididos por Brasília, Moscou e Nova Délhi.

Agora, os quatro países vão negociar a possibilidade de colocar seus títulos nos Novos Acordos para a Obtenção de Empréstimos (NAP), programa que permitirá ao FMI dispor de 500 bilhões de dólares para conceder empréstimos rápidos a países em dificuldades.

Os BRICs, no entanto, condicionam esta decisão a uma garantia de que seu poder de decisão seja proporcional à contribuição feita ao NAP. O Fundo, por sua vez, se comprometeu no domingo a aumentar em pelo menos 5% as cotas dos países emergentes até 2011.

Os US$ 80 bilhões dos BRICs representam 16% dos 500 bilhões previstos pelo programa, porcentagem que daria ao grupo de quatro países uma minoria de bloqueio.

No domingo, Strauss-Kahn anunciou que sua instituição necessitava de um “aumento considerável” de seus recursos para ajudar os países mais afetados pela crise, a maior desde a Grande Depressão da década de 30.
globo

Rizzolo: Parece um sonho o Brasil finalmente se tornar um credor do FMI. É bem verdade que as condições econômicas mundiais contribuíram para isso, mas por outro lado as políticas de intervenção do Estado na economia observando uma maior regulação dos meios financeiros propiciou ao Brasil um maior solidez econômica.

A grande verdade é que tudo na sua maior parcela se deve ao desenvolvimento do mercado chinês e seu aumento de consumo pelas commodities brasileiras. O povo chinês passou a consumir mais e o Brasil por ser um parceiro mais integrado à economia chinesa do que aos EUA, se beneficiou desse desenvolvimento.

Os recursos que estão sendo emprestados pelo Brasil e outros países, como China e Rússia, ajudarão o Fundo a socorrer países que estão em mais dificuldade por conta da crise, ajudando a retomar o comércio mundial e viabilizando um recuperação mais rápida da economia mundial. Agora, como diz o presidente Lula, “isso é muito chique”, o Brasil ficar credor do FMI. Parabéns ao Brasil e ao governo Lula. Tem seu mérito, ou não tem ? Tem que reconhecer, só bater, não dá, não é ?

Aprovação de Obama fica abaixo dos 60% pela 1ª vez

WASHINGTON – O índice de aprovação do presidente americano, Barack Obama, atingiu uma marca abaixo dos 60% pela primeira vez desde que assumiu o cargo no EUA, em janeiro deste ano, de acordo com uma pesquisa realizada pelo jornal Washington Post e pelo canal ABC News publicada nesta segunda-feira ,20. O levantamento foi realizado por telefone entre 15 e 18 de julho com 1.001 entrevistados. A margem de erro é de 3,5%.

A aprovação de Obama em assuntos como economia e o déficit no orçamento federal decaíram desde a última pesquisa. Pouco menos da metade dos entrevistados aprova a maneira como o presidente está lidando com o problema do desemprego, que já supera os 10% em 15 estados americanos e na capital Washington.

No índice geral, Obama tem 59% de opiniões positivas e 37% de desaprovações. Essa é a primeira vez a aprovação do presidente atingiu uma marca menor que 60%. Os 59% registrados no atual levantamento estão seis pontos percentuais abaixo da marca de um mês atrás.

Outra questão que contribuiu com a queda na aprovação de Obama foi sua política em relação ao sistema de saúde americano, que lhe conferiu 49% de aprovação e 44% de reprovação – há um mês, esses índices eram de 57% e 29% respectivamente.
agencia estado

Rizzolo: Obama é um presidente fraco. Os radicais do planeta já se deram conta disso, e estão à vontade para ameaçar o mundo com suas armas de destruição em massa. Este Blog sempre afirmou que o discurso populista de Obama só impressionava os incautos. Esta aí. Sua popularidade caindo e os radicais sorrindo. Uma potência militar não pode ter um presidente dócil, com medo de magoar; muito pelo contrário, deve ser ágil, firme, e enfrentar os bandidos do mundo. Vamos sentir falta dos republicanos.

Lula diz que neoliberalismo levou mundo para ‘beira do abismo’

FMI não pode mais ser ‘dominado por europeus e norte-americanos, disse.
Ele voltou a pedir também a reforma da Organização das Nações Unidas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (24) que o neoliberalismo é o culpado pela crise financeira internacional. A afirmação foi feita durante discurso na visita oficial da presidente das Filipinas, Gloria Arroyo.

“A crise atual resulta de um ciclo de quase três décadas de equívocos cometidos em nome do neoliberalismo. Foram as teses de Estado mínimo, as privatizações desenfreadas de empresas públicas e a crítica à forte presença reguladora do Estado que conduziram a economia global à beira do abismo”, criticou.

Segundo o presidente, os organismos internacionais precisam ser reformados e não podem mais ser controlados por um grupo de sete ou oito países.

“Ela [a crise] nos mostra que o mundo não pode ser regido por um clube de sete ou oito países ricos, sem levar em conta mais da metade da humanidade. As organizações políticas e econômicas não podem mais prescindir do peso e da legitimidade conferida pelos países em desenvolvimento”, discursou.

Lula voltou a pedir a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU). “É impensável que o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial continuem sendo um condomínio de europeus e norte-americanos. As Nações Unidas também carecem de reforma para oferecer respostas eficazes aos desafios cada vez mais complexos do cenário internacional.”
agencia estado

Rizzolo: Olha sinceramente essa conversa do ” neoliberalismo”, da culpa do capitalismo, do imperialismo, dos exploradores, já se tornou um mantra tão chato que nem mais tenho paciência para ouvir, principalmente do presidente Lula e sua turma. O pessoal do PT aprende uns ” chavões” e repetem muitas vezes no meio de um assunto cujo cerne da questão nada tem a ver com a crítica . O que levou o mundo à beira do abismo não foi o capitalismo em si, nem o fato do FMI ser ” dominado” pelos EUA e Europa, mas a uma inter relação descontrolada das economias mundiais e seus mecanismos regulatórios. Culpar isso ou aquilo num mundo totalmente globalizado e mercantil, e em especial dar uma conotação político ideológica à causa, é argumentação pobre, superficial, esquerdista e fora de moda. Já deu para perceber que hoje estou meio irritado, não é ?

Mantega: recursos para FMI não reduzirão as reservas

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou hoje que o aporte de US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) não reduzirá as reservas internacionais brasileiras e será realizado assim que a diretoria do fundo concluir a emissão do bônus que será subscrito não só pelo Brasil, mas também pela China (US$ 50 bilhões), pela Rússia (US$ 10 bilhões) e pela Índia, que ainda não anunciou o valor do aporte. Mantega destacou que, dessa forma, os Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China) vão colaborar para reduzir a vulnerabilidade internacional.

Mantega explicou que a emissão do bônus é, na verdade, uma aplicação financeira dos recursos das reservas internacionais brasileiras. Ele disse que a maior parte dos recursos das reservas estão aplicados em títulos do Tesouro norte-americano, que estão rendendo pouco. E, o restante, está alocado em outras aplicações sólidas, como esta que será feita com o FMI. Mantega disse que a vantagem do financiamento ao FMI é que esses recursos ajudarão os países emergentes que estão com escassez de capital neste momento de crise. Mantega destacou que é a primeira vez que o Brasil emprestará recursos ao FMI. “O Brasil está encontrando condições de solidez para emprestar ao FMI. No passado, era o contrário”, destacou Mantega, lembrando o período em que o Brasil teve de recorrer ao fundo para sair de outras crises.

O ministro destacou o fluxo de capital positivo no Brasil e o aumento das reservas internacionais. “Por isso, poderemos fazer essa transação com o FMI com tranquilidade”, disse o ministro. Ele disse que esse é o segundo passo importante tomado pelo Brasil ao decidir tornar-se credor do FMI. Ele lembrou que o convite foi feito no ano passado e que o Brasil aceitou por ter solidez econômica e recursos suficientes para fazer esses aportes. “Esses aportes são importantes para ajudar a encurtar a crise”, disse. Ele lembrou que alguns países estão reduzindo seus investimentos e o comércio exterior em função da retração econômica e por falta de recursos. Para Mantega, a ajuda brasileira poderá contribuir para a retomada do comércio mundial, com o que o Brasil também se beneficiará.
agencia estado

Rizzolo: Parece um sonho o Brasil finalmente se tornar um credor do FMI. É bem verdade que as condições econômicas mundiais contribuíram para isso, mas por outro lado as políticas de intervenção do Estado na economia observando uma maior regulação dos meios financeiros propiciou ao Brasil um maior solidez econômica. A grande verdade é que tudo na sua maior parcela se deve ao desenvolvimento do mercado chinês e seu aumento de consumo pelas commodities brasileiras. O povo chinês passou a consumir mais e o Brasil por ser um parceiro mais integrado à economia chinesa do que aos EUA, se beneficiou desse desenvolvimento.

Os recursos que estão sendo emprestados pelo Brasil e outros países, como China e Rússia, ajudarão o Fundo a socorrer países que estão em mais dificuldade por conta da crise, ajudando a retomar o comércio mundial e viabilizando um recuperação mais rápida da economia mundial. Agora, como diz o presidente Lula, “isso é muito chique”, o Brasil ficar credor do FMI. Parabéns ao Brasil e ao governo Lula. Tem seu mérito, ou não tem ? Tem que reconhecer, só bater, não dá, não é ?

Como a China está lutando contra a crise global

O Ocidente está depositando as suas esperanças na China para reavivar a economia global. Pequim está orquestrando os seus esforços para combater a crise de forma tão meticulosa quanto anteriormente planejou a espetacular ascensão econômica do país.

Por Wieland Wagner, para o Der Spiegel*

Tudo é colorido de vermelho vivo, desde as coberturas das tendas que protegem dos elementos os inúmeros consumidores até os panfletos que os encorajam a comprar. Wang Shiqin, um agricultor de 62 anos, dirigiu-se apressadamente ao mercado nas primeiras horas da manhã. Assim como muitos consumidores daqui, ele já possui um televisor, mas agora quer comprar a sua primeira geladeira – subsidiada pelo governo chinês.

Há um clima misto de carnaval e competição no mercado de Feidong, uma cidade rural na província de Anhui, que fica a cerca de três horas de trem a noroeste de Xangai. Os vendedores apresentam barulhentamente eletrodomésticos, especialmente os de marcas nacionais, cujos preços estão reduzidos devido à campanha do governo para combater a crise financeira global.

Os chineses estão entre os maiores poupadores do mundo, depositando no banco uma parcela de suas rendas que é cinco vezes maior do que a proporção correspondente dos alemães. Mas agora o Partido Comunista quer promover o consumo coletivo.

A indústria chinesa global necessita principalmente, como novos consumidores, dos 800 milhões de agricultores do país. O mesmo ponto de vista prevalece no Ocidente, onde até mesmo a menor dose de otimismo sugerindo que a crise possa terminar em breve é absorvida com avidez.

Ponto de inflexão

Na semana passada, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, afirmou cautelosamente que a economia global está “próxima a um ponto de inflexão”. Em uma manchete de primeira página, o jornal alemão de economia e negócios Handelsblatt afirmou que “a queda livre da economia alemã parece ter chegado ao fim”. A indústria de exportação da Alemanha poderia sair do vermelho, graças em parte à Ásia.

Mas até mesmo os membros do governo em Berlim não estão dispostos a arriscar uma previsão, não ousando afirmar se esta é de fato uma tendência de reversão ou simplesmente uma boa notícia isolada. A China parece ser a principal responsável por essa dose de otimismo. O Ocidente, por sua vez, está esperando que aumente o interesse da China por suas máquinas, produtos industriais e know-how.

O Ocidente deseja que milhões de consumidores chineses como o agricultor Wang substituam, pelo menos parcialmente, os consumidores da Europa e dos Estados Unidos, que, desde que a crise começou, estão comprando cada vez menos produtos “made in China”. Só em abril, as exportações chinesas despencaram cerca de 22%.

Fundos maciços para regiões atrasadas

Não é necessário muito para convencer as massas chinesas a gastar o seu dinheiro, e elas entregam-se entusiasmadamente a um frenesi de consumo em Anhui e outras províncias – especialmente nas regiões relativamente atrasadas do oeste do país – nas quais Pequim está atualmente investindo uma grande quantidade de dinheiro governamental.

“Jiadian Xiaxiang”, ou “Eletrodomésticos para as Vilas”, é o título da campanha em andamento na China. O programa de estímulo econômico é simples: os compradores têm que se identificar como agricultores. Após comprarem os seus novos televisores, geladeiras, máquinas de lavar roupa ou telefones celulares, os consumidores têm um desconto de 13% do preço de compra nos escritórios locais de tributação.

Pequim está utilizando programas de estímulo governamental similares para estimular a compra de automóveis. Um imposto sobre a compra de certos carros pequenos foi reduzido pela metade, chegando a 5%. O governo está gastando o equivalente a cerca de € 560 milhões na esperança de estimular as vendas de automóveis nas zonas rurais. E a estratégia parece estar funcionando. Somente em março, os chineses compraram mais de 770 mil carros, o que representa uma aumento de 27% em relação ao mês anterior, e um novo recorde mensal.

Os programas de estímulo recentemente ajudaram a China a superar os Estados Unidos como o maior mercado mundial de automóveis. Esses programas governamentais, financiados com o auxílio das enormes reservas monetárias chinesas, poderão beneficiar também o Ocidente.

China é que mais investe

Nenhum outro país está injetando dinheiro de maneira tão entusiasmada no exausto ciclo econômico, e em quase nenhum outro lugar um governo intervem tão rigorosa e profundamente no mercado como na República Popular da China.

A China foi um dos primeiros países a anunciar um programa de estímulo econômico. Em novembro de 2008, o governo em Pequim lançou um plano de dois anos para injetar quatro trilhões de yuans (cerca de € 450 bilhões) na economia. Isso é cerca de sete vezes a quantia que o governo alemão pretende investir na sua economia.

Desde o início da crise, Pequim criou novos projetos de infraestrutura praticamente com o apertar de um botão. Alguns projetos tinham sido planejados havia muito tempo, mas outros são totalmente novos. Entre eles está a pavimentação e a reforma de 300 mil quilômetros de rodovias, bem como um investimento equivalente a € 68 bilhões em novas ferrovias, o que é aproximadamente o dobro do ano passado.

No ano anterior, Pequim adiou vários projetos, em parte para reduzir a poluição durante os Jogos Olímpicos, mas também para esfriar aquilo que à época era uma economia super-aquecida. Com parte dessa estratégia, antes da crise o banco central da China aumentou em ocasiões a taxa de juros, mas a seguir reverteu freneticamente essa rota, tendo reduzido desde então os juros em cinco ocasiões consecutivas. Agora os planejadores econômicos de Pequim estão novamente aumentando o ritmo de todos os setores da economia.

Frente à crise, o governo e o Partido Comunista estão colocando rapidamente de lado as considerações relativas à proteção ambiental e à sustentabilidade, que foram levantadas cada vez mais nos últimos anos, tanto no exterior quanto na China. Em apenas dois dias, o Ministério do Meio Ambiente do país aprovou apressadamente 90 projetos que têm um valor total de 240 bilhões de yuans (€ 27 bilhões), incluindo usinas de geração de energia elétrica, usinas de alumínio, fábricas de cimento e siderúrgicas. Esse processo acelerado de aprovação é apelidado, sem nenhuma ironia, de “Passagem Verde”.

Os comunistas da China veem-se subitamente mais uma vez em seu elemento. Eles estão bastante acostumados com campanhas governamentais, desde à época que o então líder Mao Tsé-tung invocou o fatídico “Grande Salto Adiante” na década de cinquenta, e mais tarde lançou a Revolução Cultural.

Embarcados na mesma canoa furada

Atualmente, o inimigo número um do partido é a crise global, que é originária principalmente dos Estados Unidos, o importante mercado de exportação de Pequim. A China está preocupada também com os seus investimentos financeiros nos Estados Unidos. Tendo cerca de um terço das suas reservas em moeda estrangeira de US$ 1,9 trilhão (€ 1,4 trilhão) investido em títulos do Tesouro dos Estados Unidos, a China é o maior credor da superpotência ocidental. Em outras palavras, chineses e norte-americanos estão essencialmente embarcados na mesma canoa furada.

Para proteger os seus devedores do colapso, os chineses têm como única opção continuar comprando títulos do Tesouro norte-americano. Porém, Pequim está tirando vantagem da crise para apresentar-se como uma alternativa aos Estados Unidos e como uma futura superpotência. Para a liderança chinesa é gratificante observar o Ocidente buscando soluções que cheiram a capitalismo estatal.

Os líderes chineses têm uma boa chance de vencer a competição global, pelo menos no curto prazo. Afinal, a economia de mercado planejada é a área deles. Além do mais, o Partido Comunista não tem que se preocupar com nenhum parlamento democraticamente eleito, que fosse capaz de procurar influenciar a sua “economia de mercado com características chinesas”. E eles podem praticamente ordenar aos seus bancos estatais que concedam empréstimos às companhias, muitas das quais são também estatais.

Somente em março, os bancos chineses aumentaram o volume dos seus empréstimos às companhias em um valor equivalente a € 216 bilhões. Como resultado, os investimentos nas fábricas e nos imóveis nas áreas urbanas aumentaram mais de 30% de janeiro a abril.

Gerentes onipotentes da crise

O partido tem também enviado os seus membros para visitar companhias em todo o mundo. Parte do objetivo dessas visitas é determinar que companhias necessitam de apoio governamental. Ao mesmo tempo, as autoridades do partido passaram a pressionar os gerentes de companhias locais para que estes não demitam nem fechem fábricas – uma tendência que gerou uma onda inicial de protestos no país no final do ano passado.

A princípio, a crise pegou o partido de surpresa na província de Guangdong, o centro exportador no sudeste da China, uma região vizinha de Hong Kong. Quando milhares de fábricas privadas que produziam produtos baratos como sapatos e brinquedos foram fechadas, cerca de 20 milhões de trabalhadores migrantes em toda a China perderam os seus empregos. Mas as autoridades locais do partido garantiram o recebimento de salários atrasados pelos recém-desempregados.

Em Xangai, os gerentes de crise do Partido Comunista são praticamente onipotentes. Nesta cidade de arranha-céus, autoridades comunistas municipais controlam as grandes companhias mais importantes, das redes de supermercados à maior fabricante chinesa de automóveis. Recentemente, a cidade gastou um bilhão de yuans para salvar discretamente da falência a SVA, uma fabricante local de televisores de tela plana. “O partido é fundamental para superar as dificuldades econômicas”, afirma Yu Zhengsheng, líder do Partido Comunista em Xangai.

O objetivo coletivo dos planejadores econômicos da China é obter um crescimento de 8%, o que a liderança de Pequim considera o patamar mínimo necessário para preservar a constantemente invocada harmonia social neste país enorme.

De fato, a China provavelmente anunciará no final do ano um crescimento que esteja totalmente sincronizado com os números planejados – não importando se o índice verdadeiro de crescimento seja de exatos 8% ou, por exemplo, de 7,8%.

Libertando a China da dependência das exportações

No primeiro trimestre de 2009, a terceira maior economia mundial cresceu 6,1%. O número é desapontador quando comparado ao crescimento de dois dígitos experimentado pela China até 2007. Não obstante, a República Popular da China ainda está em boa forma se comparada ao Ocidente, que está mergulhando cada vez mais profundamente na recessão.

O primeiro-ministro Wen Jiabao já indicou que ainda possui “mais pólvora” disponível para proteger o seu país da crise. Mas, ao construir novas estradas, ferrovias e aeroportos, Pequim só está elevando a proporção já elevada e nada saudável de tais investimentos na economia em geral, que já excedeu os 40% em 2007.

Oferecer descontos de impostos para carros e televisores não resolverá o verdadeiro desafio da China, que é libertar-se da dependência das exportações no longo prazo e estimular o consumo doméstico.

Para atingir esse objetivo, a China terá que reduzir a desigualdade crescente entre ricos e pobres. Na década de oitenta, os chineses das áreas urbanas ganhavam em média aproximadamente o dobro dos moradores das zonas rurais. Em 2008, a população urbana ganhava 3,3 vezes mais do que a população rural.

A República Popular da China necessita urgentemente desenvolver um sistema de bem estar social que seja bem mais amplo do que os atuais planos para essa área. A maioria dos 1,3 bilhão de habitantes da China não contam com serviços de saúde adequados nem com aposentadorias significantes.

A China, que se industrializou com atraso, necessita urgentemente – e bem mais do que o Ocidente – de empresários privados dispostos a assumir os riscos envolvidos no desenvolvimento das suas próprias marcas de alta tecnologia. Mas, em vez disso, os planejadores econômicos do país continuam socorrendo as gigantescas empresas estatais com os seus empréstimos.

Até mesmo o banco central de Pequim, no seu relatório trimestral mais recente, manifestou preocupação quanto à necessidade de a China acelerar “a inovação e a reforma”.

Em vez disso, os líderes provinciais do partido procuram perpetuar a glória da organização erigindo prédios ostentatórios de aço e concreto. Ni Jinjie, um famoso comentarista financeiro, adverte que se Pequim continuar distribuindo dinheiro indiscriminadamente, “a estrutura da nossa economia poderá sofrer um rápido desequilíbrio”.

A nova bolha da China já está começando a crescer silenciosamente nos mercados. Em Shenzhen, onde o índice das ações já subiu mais de 50% neste ano, os reguladores do mercado sentiram a necessidade de divulgar um alerta oficial aos investidores chineses: “Cuidado com os perigos da especulação cega com ações!”.

Tradução: UOL

*Der Spiegel é um jornal alemão.

Rizzolo: A China depende de insumos e parte dessas commodities é importada do Brasil e de outros países. A economia chinesa possui característica poupadora, o conceito de consumo na China ainda é incipiente, e para isso o governo promove através de incentivos estatais, as necessárias condições para que o consumismo tome conta dos chineses. Mais ou menos a dinâmica de incentivo na compra de bens é feita como no Brasil, na renúncia tributária e diminuição dos impostos a favor do consumo de bens, o que acarreta um aumento do nível econômico. É interessante observar o comportamento da economia chinesa, e bom também é lembrar, que tudo fica mais fácil em função da economia ser planificada que pode assim atuar com maior eficiência nos setores mais vulneráveis, e incidindo de forma pontual na oferta de créditos e recursos advindas de bancos estatais que possuem o compromisso com a sociedade.

‘50% da crise é um pouco de pânico’, diz Lula

Presidente voltou a dizer que crise pode ser ‘passageira’.
‘Vivemos momento de credibilidade e estabilidade política’, completou

Ao falar sobre a economia mundial nesta terça-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil vive momento de “estabilidade e credibilidade política” e que o pessimismo tem grande influência sobre os efeitos da crise.

“Num momento em que precisamos todo santo dia fazer quase que uma procissão de fé em reafirmar as convicções no país, (…) se a gente não fizer assim, vai se deixar abater pela primeira notícia negativa que ler. (…) Às vezes eu chego a pensar que 50% do resultado da crise é um pouco de pânico que tomou conta da sociedade. Quando conversei com Obama (Barack, presidente dos Estados Unidos) eu dizia que se não houver movimento mundial para convencer o consumidor a acreditar no poder de consumo, comprar o que precisa, a economia para.”

“Vivemos um momento de estabilidade e credibilidade política. Não há venda barata de otimismo”, disse Lula, ao ressaltar que o Brasil está melhor do que outros países em relação aos problemas da economia mundial.

Na cerimônia de comemoração dos 110 anos da Kablin, fabricante de papéis, em Telêmaco Borba (PR) ele voltou a dizer que a crise “pode ser muito mais passageira do que se imagina”.

Burocracia

O presidente criticou a burocracia no setor público, disse que há “ineficiência”, mas que os servidores têm baixa remuneração.

“Minha surpresa é de que a máquina pública brasileira é extraordinária. Se você for nas instituições, ministérios, têm técnicos da mais alta qualificação, mas ganham pouco. (…) Quanto ganha o presidente do Banco Central para administrar milhões? (…) Se vende a idéia de que a máquina pública é cara, o que é cara não é a máquina, é a ineficiência”, disse Lula.

Em seu discurso, Lula criticou a burocracia para liberação de licenças. “O Juscelino, se ele governasse o Brasil hoje e tivesse que construir Brasília, ainda não teria conseguido a licença ambiental para fazer a pista para o avião pousar. O Brasil desaprendeu a construir.”

O presidente citou o caso específico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e disse que a instituição tem bons técnicos, mas tem dificuldades em emprestar.

“O problema não é que não tem técnico, é que nos últimos 15 anos, o BNDES desaprendeu a emprestar. (…) Mas a melhora tem sido excepcional e tenho cobrado o Luciano (Coutinho, presidente do BNDES) todo dia. Eu não quero que nenhum empresário desista de seus projetos por que não conseguiu empréstimo”, afirmou.
globo

Rizzolo: Não é bem assim presidente. A crise não é fabricada pela imprensa, tampouco fruto de pânico. Se assim fosse os psiquiatras, e psicólogos já teriam extirpado a tal crise com antidepressivos, e ansiolíticos. A verdade é que o presidente não aceita que a crise em si prejudique sua popularidade. É compreensível, agora uma nova versão “psicológica da marolinha”, não dá para aceitar. Vamos combater a crise com uma política macroeconômica eficaz, com menores taxas de juros, menor spreads, e acima de tudo sem as chamadas manobras diversionistas.

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Vendas no varejo americano têm maior queda em três anos

As vendas no varejo dos Estados Unidos caíram com a maior intensidade em três anos, em meio à crise financeira e às dificuldades de acesso ao crédito, segundo os dados divulgados pelo governo norte-americano nesta quarta-feira.

O recuo de 1,2% anunciado pelo Departamento do Comércio norte-americano foi maior que o previsto (os analistas previam decréscimo de 0,7%) e o mais alto desde agosto de 2005 (queda de 1,4%).

A retração das vendas foi puxada com a queda de 3,8% nas vendas de veículos. Excluindo o comércio de veículos, as vendas também apresentaram fragilidade, em queda de 0,6% –o dobro do esperado nesta comparação.

Os dados confirmam a tendência atual dos norte-americanos de reduzir seus gastos ante a crise financeira e a dificuldade de ter acesso ao crédito.

O resultado apresenta um aumento significativo do risco de recessão nos Estados Unidos, uma vez que o consumo responde por dois terços da atividade econômica do país.

As vendas das lojas de departamentos caíram 1,5% e das lojas de imóveis, recuaram 2,3%.
folha online

Rizzolo: Na realidade o dado das vendas no varejo americano mostrou que o consumo caiu, isso põe a perder metade dos ganhos de janeiro e fevereiro . Como se não bastasse, houve uma deflação forte na atacado. Sinal de que a demanda do comércio também está pequena. Não há espaço para repasses de preços. Isso denota que infelizmente, a crise ainda não passou como muitos advogam. O momento ainda é de cautela.

Novo presidente do BB diz que vai reduzir juros de forma agressiva

O novo presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, afirmou que o banco irá reduzir as suas taxas de juros e o “spread” bancário de forma agressiva, mas dentro dos padrões de qualidade na análise do crédito. Bendine assume o cargo oficialmente no próximo dia 23, em substituição a Antonio Francisco de Lima Neto.

“Spread” é a diferença entre o custo de captação do dinheiro e a taxa cobrada nos empréstimos aos clientes. As altas taxas no Brasil têm sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem pressionado as diretorias do BB e da Caixa Econômica Federal desde o ano passado para reduzir seus números.

“Não é para imaginar que vamos entrar abaixando o ‘spread’ de forma desorganizada. O banco vai ser mais agressivo, a gente sempre teve taxas mais competitivas. Isso vai ser mantido”, afirmou Bendine nesta segunda durante teleconferência com analistas do mercado financeiro.

O novo presidente do BB afirmou também que o banco manterá suas exigências para concessão de crédito de forma a não provocar um aumento da inadimplência.

“Vamos manter o nosso rigoroso padrão de análise de crédito e vamos trabalhar a fim de evitar qualquer descolamento no aumento da inadimplência. Nossa agressividade não será no recuo da análise de crédito. É alavancar o crédito, mas com responsabilidade.”

Apesar de ter negado na semana passada que tenha qualquer vinculação com o PT, Bendine foi questionado sobre a motivação política relacionada à sua indicação. Ele afirmou que o governo, como controlador da instituição, é quem indica o presidente do BB e confirmou o compromisso de baixar os juros.

“Eu assumi perante o ministro da Fazenda uma política mais agressiva no desbravamento da disponibilidade do crédito e de manter essas taxas competitivas para que o BB possa ocupar novos espaços no mercado.”

No dia do anúncio da troca, a ação ordinária do BB desabou 8,15%. O temor do mercado se concentrou sobre a alteração em regras do banco que poderiam afetar a rentabilidade.

Lula

Na semana passada, no dia da troca de presidente no BB, Lula disse que a queda dos juros é sua “obsessão” e que isso pode ter influenciado a mudança.

“A redução do ‘spread’ bancário, neste momento, é uma obsessão. O Guido Mantega [ministro da Fazenda] sabe disso, o Banco do Brasil e a Caixa sabem disso”, afirmou Lula.

“Não há nenhuma necessidade de o ‘spread’ bancário ter subido tanto no Brasil de julho pra cá. Estamos numa fase em que o Banco Central e a Fazenda estão estudando isso e, obviamente, quem tem bancos públicos, como tem o Brasil, pode começar essa tarefa de reduzir as taxas.”

Folha on line

Rizzolo: A nova política do Banco do Brasil, vem ao encontro do anseio do povo brasileiro por taxas de juros menores em função também do aumeto dos “spreads”. A postura do Banco do Brasil em ser mais agressiva, e ao mesmo tempo cautelosa, demonstra que há como conciliar interesses públicos com lucratividade do banco.

Ao contrário do que muitos afirmam, o Banco do Brasil tem uma função social, o governo como maior acionista tem que determinar suas diretrizes. Com isso poderemos ter uma reação que influencie os bancos privados, e desperte a competitividade ente os bancos. Precisamos pensar novos conceitos sobre bancos, implementando bancos populares, comunitários, que ofereçam crédito ao pequeno empresário brasileiro, ao pequeno comerciante, à enorme população pobre deste país. Na composição do spread, a inadimplência corresponde a 37,35% e o resíduo líquido ( ganho) 26,93%, existe margem para mexer com estes números, com certeza. Leia artigo meu na Agência Estado: A Popularidade e a Queda na Arrecadação

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Paul Krugman: Façam bancos tediosos

Há 35 anos, quando eu estava fazendo minha pós-graduação em economia, apenas os menos ambiciosos dos meus colegas procuravam carreiras no mundo das finanças. Já então os bancos de investimento pagavam mais do que as universidades ou o serviço público – mas não muito mais, e de qualquer maneira todo mundo sabia que trabalhar em bancos era, para ser franco, tedioso. Nos anos que se seguiram, os bancos se tornaram qualquer coisa menos tediosos, como bem sabemos.

Por Paul Krugman*

As transações ousadas floresceram, e as escalas salariais das finanças dispararam, o que levou o setor a atrair alguns dos melhores e mais brilhantes jovens do país. (Está bem: não estou certo quanto à parte do “melhores”).

E todos nos asseguravam de que nosso setor financeiro superdimensionado seria a chave para a prosperidade. Em lugar disso, porém, as finanças se transformaram no monstro que devorou o mundo.

Recentemente, os economistas Thomas Philippon e Ariell Reshef publicaram um estudo que poderia levar o título Ascensão e Queda dos Bancos Tediosos (mas na verdade se chama Salários e Capital Humano no Setor Financeiro dos EUA, 1909-2006), no qual demonstram que as atividades bancárias passaram por três eras nos Estados Unidos ao longo dos últimos cem anos.

Antes de 1930, os bancos eram um setor excitante, povoado por diversas figuras monumentais, responsáveis pela construção de gigantescos impérios financeiros (alguns dos quais, como se descobriu posteriormente, baseados em fraudes). Esse setor financeiro ativo e ambicioso presidiu uma rápida expansão do nível nacional de dívidas. A dívida domiciliar, como proporção do PIB (Produto Interno Bruto), quase dobrou entre a Primeira Guerra Mundial e 1929.

Durante essa primeira era de predomínio das finanças, os executivos dos bancos recebiam salários médios muito superiores ao de suas contrapartes em outros setores. Mas o setor perdeu o glamour quando o sistema financeiro entrou em colapso durante a Grande Depressão.

Bancos conservadores

O setor bancário que emergiu daquele colapso era estreitamente regulamentado e bem menos audacioso do que antes da Depressão e também muito menos lucrativo para aqueles que o geriam. Os bancos se tornaram tediosos, em parte porque os banqueiros se tornaram muito conservadores quanto aos empréstimos. A dívida domiciliar, que havia caído acentuadamente como proporção do PIB durante a Depressão e a Segunda Guerra Mundial, estabilizou-se em níveis bastante inferiores aos dos anos 30.

É estranho dizer, mas a era de bancos tediosos foi também uma era de espetacular progresso econômico para a maioria dos norte-americanos. Depois de 1980, porém, os ventos políticos mudaram, muitas das regulamentações que pendiam sobre os bancos foram suspensas, e os bancos voltaram a ser excitantes.

A dívida começou a subir rapidamente, e terminou por atingir proporção do PIB semelhante à que existia em 1929. E o setor financeiro explodiu em tamanho. Pela metade da década, respondia por um terço dos lucros empresariais. Enquanto essas mudanças aconteciam, as finanças uma vez mais se transformaram em carreira de alta remuneração.

De fato, a disparada nas rendas do setor financeiro teve papel importante na criação de uma segunda era dourada nos Estados Unidos. É desnecessário dizer que os novos superastros acreditavam ter direito à fortuna conquistada. “Acredito que os resultados que nossa companhia obteve, que são a origem da grande maioria de minha fortuna, justificam o que recebi”, disse Sanford Weill em 2007, um ano depois de se aposentar no Citigroup. E muitos economistas concordavam.

Colapso

Apenas algumas pessoas afirmavam que esse sistema financeiro superdimensionado poderia chegar a um fim destrutivo. Talvez o mais notável desses profetas de dificuldades seja Raghuram Rajan, da Universidade de Chicago e ex-economista chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional). Ele argumentou, em uma conferência de 2005, que o rápido crescimento do setor financeiro havia ampliado o risco de “um colapso catastrófico”.

Mas outros participantes da conferência, entre os quais Lawrence Summers, hoje presidente do conselho de assessoria econômica da Casa Branca, ridicularizaram as preocupações de Rajan. E o colapso aconteceu. Boa parte do aparente sucesso do setor financeiro era ilusório, como agora sabemos. (As ações do Citigroup perderam mais de 90% de seu valor desde o discurso autocongratulatório de Weill.)

Ainda pior, o colapso do castelo de cartas das finanças causou devastação no restante da economia; o comércio mundial e a produção industrial estão caindo mais rápido do que aconteceu na Grande Depressão.

E a catástrofe resultou em apelos por maior regulamentação do sistema financeiro. Mas minha sensação é de que as autoridades estão pensando simplesmente em termos de reordenar as posições nos organogramas de fiscalização dos bancos. Não estão preparadas para fazer o que precisa ser feito: tornar os bancos tediosos novamente.

Parte do problema é que bancos tediosos significam banqueiros e executivos mais pobres, e o setor financeiro continua a ter muitos amigos em posições de poder. Mas é também questão de ideologia. A despeito de tudo que aconteceu, muita gente que ocupa cargos importantes ainda associa um mundo financeiro sofisticado a progresso econômico.

Será possível persuadi-los do contrário? Teremos a força de vontade necessária a impor reformas financeiras sérias? Se não, a crise atual não será um evento único, mas sim um prenúncio do que está por vir.

* Prêmio Nobel de Economia 2008 e professor na Universidade Princeton (EUA); texto publicado no The The New York Times e republicado em O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo

Rizzolo: Os bancos tediosos na realidade, são aqueles dotados de uma regulamentação do Estado, tendência esta que se apresenta agora no mundo financeiro de caráter redentor. Muitos economistas, e não só Raghuram Rajan, da Universidade de Chicago e ex-economista chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), já previam este colapso. A grande verdade é que a redescoberta da regulamentação do setor financeiro, não acabará com o capitalismo; o objetivo não é estatizar em si, mas usar o Estado como uma infusão curativa para que depois possa sair de cena e deixar – muito embora sem perder de vista – as operações fluírem. O difícil será sair desta fase da intervenção, que poderá demorar décadas, o suficiente sim para questionar o modelo do capital em si, e este sim poderá ser o momento das eventuais mudanças do ponto de vista ideológico.

G20 anuncia investimento de US$ 1,1 tri para ‘encurtar recessão’

Os líderes do G20 – o grupo formado pelos países mais ricos do mundo e pelos principais países em desenvolvimento – encerraram nesta quinta-feira a reunião de cúpula em Londres com a promessa de destinar mais de US$ 1 trilhão para combater a crise financeira global.

A maior parte desse dinheiro, US$ 750 bilhões, deve ser destinado ao FMI (Fundo Monetário Internacional), mas um investimento de US$ 250 bilhões está previsto para impulsionar o comércio global.

O G20 também decidiu reservar mais US$ 100 bilhões para ajudar especificamente os países mais pobres afetados pela turbulência econômica.

Além de aprovar a injeção de recursos, os líderes chegaram a um consenso sobre outros pontos, como a imposição de sanções a paraísos fiscais e um compromisso com a Rodada de Doha de liberalização do comércio mundial e contra o protecionismo.

“Este é o dia em que o mundo se uniu para reagir à recessão global, não com palavras, mas com um plano para a recuperação global e para reforma, com um cronograma claro”, disse o anfitrião do encontro, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, ao encerrar a reunião em Londres.

Segundo Brown, não há “consertos rápidos” para enfrentar a crise, mas as promessas anunciadas pelos países do G20 poderão “encurtar a recessão e salvar empregos”.

Doha

O G20 decidiu criar um novo órgão internacional, que atuará junto com o FMI para garantir uma cooperação entre os países e implementar um sistema de alerta para problemas no sistema financeiro.

Brown disse que os líderes do G20 concordam em relação à necessidade de “agir urgente” para concluir a Rodada de Doha e denunciar países que adotem medidas protecionistas.

Houve um consenso também em relação à necessidade de um maior controle do sistema financeiro, incluindo as operações de fundos hedge – que movimentam bilhões de dólares e são atualmente livres de regulamentação.

“Nós decidimos que, de agora em diante, eles serão regulados”, afirmou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em entrevista coletiva.

“Eles terão que ser declarados e estar sujeitos a mais supervisão. E haverá mais transparência na forma que os fundos são gerenciados, mais controle sobre a forma como os bancos fazem negócios em relação aos fundos hedge.”

Antes da reunião, analistas apontavam uma divisão no G20 entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, que seriam favoráveis à ampliação das verbas de estímulo às economias, e França e Alemanha, favoráveis a uma ênfase maior na regulamentação do sistema financeiro.

Em suas declarações, Brown destacou que iniciativas nacionais para estimular a economia já estão sendo tomadas, no “maior estímulo macroeconômico que o mundo já viu”, mas não falou de novos investimentos nesse sentido.

“Nós estamos no meio de uma expansão fiscal que verá, até o final do ano que vem, uma injeção de US$ 5 trilhões em nossas economias.”

Paraísos fiscais

Em relação aos paraísos fiscais, a declaração final prevê a imposição de sanções a todos que se recusem a adotar as regras da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) para combater a lavagem de dinheiro e a evasão fiscal.

“Nós concordamos que os paraísos fiscais que não fornecem informações solicitadas vão acabar”, disse Brown. “A OCDE publicará nesta tarde uma lista de paraísos fiscais que não colaboram e em relação aos quais uma atitude precisa ser tomada imediatamente.”

De acordo com o repórter da BBC John Moylan, a cúpula do G20 será considerada um sucesso se a recessão global, resultado da crise financeira, for aguda, mas breve, e não longa como alguns analistas avaliam que será.

Tanto o FMI como o Banco Mundial preveem que a economia mundial terá seu primeiro encolhimento em décadas neste ano.

O G20 reúne as maiores economias do mundo e é responsável por 90% da produção econômica mundial, 80% do comércio global e dois terços da população mundial.

bbc

Rizzolo: Ontem manifestantes exigiam da cúpula do G-20, que se reúne na cidade, que tomassem medidas contra a “economia de cassino” que envolve o mundo, em especial os países centrais.

A truculência da polícia inglesa acarretou pelo menos uma morte, muitos feridos e 63 presos. Na revolta, o Royal Bank of Scotland – beneficiado com cerca de US$ 30 bilhões de dinheiro público (20 bilhões de libras esterlinas) – teve sua sede, que fica próxima ao Banco da Inglaterra, atacada, janelas estilhaçadas e seu hall de entrada ocupado.

Hoje, com mais calma, o primeiro-ministro inglês, Gordon Brown anunciou os pontos mais importantes do anúncio do G-20.

1 – O total de aporte na economia mundial chegará a US$ 5 trilhões até o fim do ano que vem. Isso contando o que já foi feito e o que ainda será.

2 – Os recursos disponíveis para que o FMI ajude países com problemas serão triplicados, passarão de US$ 250 bilhões para US$ 750 bi.

3 – Serão reservados US$ 250 bilhões para financiar o comércio internacional.

4 – Os países que fazem parte dos “paraísos fiscais” serão regulados e muitos e terão que transmitir informações fiscais e tributárias. Haverá incentivos para que isso aconteça e sanções aos que não concordarem.

5- Haverá maior regulação no sistema financeiro. Os bancos terão limite menor para alavancagem, e terão que correr menos riscos. Isso inclui as agências de risco e os fundos de investimento hedge.

6 – Haverá estímulos para diminuição do consumo de carbono e ações para a criação de “empregos verdes”.

7- A Rodada Doha será reaberta com novas negociações sobre o comércio internacional.

As bolsas pelo mundo reagem bem ao anúncio do encontro. O índice Ibovespa, da bolsa brasileira, mantém alta de 4,60%.

Mercado vê economia estagnada neste ano, mostra Focus

SÃO PAULO – O mercado financeiro brasileiro reduziu fortemente sua estimativa para o crescimento econômico deste ano e cortou também os prognósticos para a taxa de juro Selic e para a produção industrial, segundo o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 23.

A previsão para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009 caiu de 0,59% na semana anterior para 0,01%. O cenário para 2010 permaneceu em 3,50%. A projeção para a produção industrial este ano recuou de -1,59% para -2%.

O prognóstico para a Selic caiu de 9,75% para 9,25% neste ano e para o próximo permaneceu em 9,75%
O mercado manteve a visão para a Selic na reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom) em 10,25% agora.

A estimativa para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano caiu de 4,52 para 4,42% , enquanto para 2010 ficou estável em 4,50%.
agência estado

Rizzolo: Observem que haverá menor crescimento, menor inflação, menores taxas de juros e consequentemente, piora na arrecadação. O Focus é uma consulta a 100 instituições do mercado financeiro – departamentos econômicos de bancos e consultorias – e o número que sai é uma média. Na verdade, mediana: o ponto em que metade está abaixo e metade está acima daquele número. A verdade é que diante desse crescimento zero, e inflação abaixo da meta o que se pode dizer é que, conhecendo-se o Banco Central, ele deve reduzir sim a taxa de juros na reunião de abril.

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Vencendo os desafios

Os desafios sempre existiram na humanidade, muitos os tem como sendo uma provação divina, outros os entendem como uma oportunidade de crescimento. A verdade é que em épocas e crise, vencer desafios torna-se mais difícil e exige de nós paciência e uma certa dose de determinação.

Mas como encontrar forças se à primeira vista toda economia mundial está envolta a um ar de desânimo e desalento? Talvez uma das explicações mais interessantes e reveladoras, está na Torá quando da construção do Mishkan Kodesh (Tabernáculo), que quando pronto, estava tão pesado que ninguém tinha condições físicas de carrega-lo. Foi exatamente aí que houve a presença divina que o tornou leve, e de fácil transporte.

Quando nos dispomos a empreender algo com a razão e o coração, e temos Deus como inspirador, nenhum esforço ou desafio é em vão; no último momento, via de regra, surge a intervenção divina como houve no Mishkan. Todos sabem que um profissional competente, não basta ter apenas o conhecimento em si, se a base deste conhecimento não tem um conteúdo espiritual maior que a eleve e a santifique.

De nada adianta um médico, um cientista, um pesquisador, se propor a desenvolver um trabalho profissional e ético, sendo que no bojo da sua proposta não há um comprometimento com uma parceria divina e espiritual, que proporcionará a devida instrumentalidade emocional e racional ao desenvolvimento do seu trabalho, dando um sentido maior a tudo. Até mesmo na procura de um novo emprego, há que se firmar uma parceria com Deus para que possamos exteriorizar nosso potencial profissional, energizando-o com um viés espiritual mais humano.

Talvez muito do que falta na política brasileira em termos de ética e comprometimento, se dá ao fato de que a maioria no meio político pensa apenas em si, ignora as necessidades reais do povo, dando um sentido individualista de seu mandato a favor de si mesmo. É interessante notar que aqueles que possuem uma ideologia mais a esquerda, por força de suas convicções, passam a se tornar mais próximos dos pobres, e por conseqüência mais parceiros de Deus no cumprimento de sua missão política.

Marx era judeu, e vestígios do judaísmo persistem no socialismo; parafrasenado um rabino que conheci nos EUA, ” Existem muitas formas de se manifestar uma religiosidade, uma delas é se tornar um intransigente defensor dos pobres e humildes “. Na verdae, todo movimento que soma a força espiritual emocional, quer ela seja fruto de qualquer manifestação, política ou religiosa, tem maior combustão libertária, e desobstrui com mais facilidade os desafios que a sociedade nos impõe.

Em época de crise vencer os desafios, enfrentá-los apenas com a razão, torna a empreita vazia e sem esperança, saber que temos a oferecer é mais que um simples conhecimento, nos eleva a uma condição de parceria espiritual, que por fim torna tudo mais agradável aos olhos de Deus, convencendo Ele de certa forma a te ajudar. Seja um parceiro de Deus aqui na Terra.

Tenha um sábado de paz.

Fernando Rizzolo

Brasil se torna o 5º maior credor dos EUA em títulos do Tesouro

São Paulo – O Brasil aumentou sua posição em títulos do Tesouro dos Estados Unidos (“treasuries”) em janeiro e assumiu a quinta posição no ranking, ultrapassando o Reino Unido, com US$ 133,5 bilhões desses títulos.

Em dezembro passado, o Brasil detinha US$ 127 bilhões em Treasuries, segundo tabela no site do Tesouro norte-americano.

O primeiro lugar do ranking é ocupado pela China, com US$ 739,6 bilhões, enquanto o Japão está na segunda posição, com US$ 634,8 bilhões.

A terceira posição é ocupada por países exportadores de petróleo, que juntos detêm US$ 186,3 bilhões em papéis do Tesouro dos EUA, e o quarto lugar está com Centros Bancários no Caribe, com US$ 176,6 bilhões.

O Reino Unido passou para o sexto lugar, com US$ 124,2 bilhões de títulos do Tesouro dos EUA em janeiro, abaixo dos US$ 130,9 bilhões que detinha em dezembro. As informações são do site do Departamento do Tesouro dos EUA.
Agência Estado

Rizzolo: Esses títulos ainda são o investimento mais seguro do mundo. Recentemente, em meio à turbulência, a remuneração de alguns desses papéis caiu para quase zero por causa do aumento na demanda por esses títulos – resultado de investidores fugindo de qualquer tipo de risco. outros países vêm diversificando as reservas.

Contudo, países como a Rússia e Índia vêm diversificando bastante as reservas, reduzindo bastante a exposição ao dólar. A Rússia deve estar com cerca de 45% das reservas denominadas em dólar, ante menos de 40% da Índia. A Índia tem muitos depósitos no BIS. A China tem muitos títulos da Fannie Mae e Freddie Mac, além de Treasuries. Por ironia os papeis do centro do furacão da crise passam a ser os preferidos.

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Um novo olhar sobre o mercado interno

Influenciados pelo expansionismo, pela utópica instabilidade econômica brasileira, e acima de tudo pela crença da vulnerabilidade política do País, muitas empresas brasileiras priorizaram o mercado externo em detrimento aos investimentos no mercado interno brasileiro. Poucos observavam que o nível de investimento internacional, se avolumava na medida em que as políticas de inclusão se faziam prioridades nos últimos dez anos.

O mercado interno, na verdade, foi o principal responsável pelo crescimento de 5,4% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2007. Assim como a demanda interna foi responsável por uma contribuição de 6,9 p.p. (pontos percentuais) na expansão da economia brasileira no ano passado, ao passo que a demanda externa teve influência negativa, de 1,4 p.p. Não resta a menor dúvida, que em 2007 o aumento do investimento, aliado ao consumo das famílias – que cresceu 6,5% em 2007 – foram os principais fatores para este resultado, alem disso em 2008, o dinamismo da demanda interna continuou sustentando a atividade econômica no trimestre encerrado em agosto do referido ano.

A atual crise econômica, nos impulsiona para uma nova realidade que nos compele a repensar o Brasil de dentro para fora. Somos 190 milhões de consumidores, um potencial fantástico, que até agora de certa forma, fora preterido pelas grandes empresas brasileiras e cobiçado pelo mercado internacional. Um exemplo clássico é a Embraer, que decidiu praticamente abandonar o mercado interno de aviões, para participar em proporção maior no mercado internacional fragilizado pela crise.

Só para se ter uma idéia, o programa Bolsa Família, aqueceu a economia em pequenas cidades, em especial do Norte e do Nordeste, onde mais da metade dos benefícios é paga; no Brasil são 11 milhões de pessoas que se beneficiam com o programa de inclusão, consumindo bens e impulsionando a economia, e o melhor, para implementá-lo, o governo desembolsa menos de 1% do PIB.

Com efeito, os programas de inclusão vem ao encontro a esta nova visão sobre o mercado interno brasileiro, que se fortalecido, poderá ser a grande saída para as empresas brasileiras e as demais. O perfil de novos produtos, inserido numa nova estratégia adequada a uma recém classe média ascendente, fazem desse novo desafio uma oportunidade fantástica, ao mesmo tempo em que cria um ciclo virtuoso de consumo no País. É sempre bom lembrar, que uma nova visão sobre o mercado interno, não exclui de forma alguma alguns mecanismos de proteção – mesmo que seletivos, incidindo sobre produtos sensíveis – no sentido de nos precaver do excedente de produtos oriundos do exterior em função da crise; produtos estes abaixo dos preços de mercado, inviabilizando dessa forma nossa produção nacional.

Rever as prioridades investindo no mercado interno, contrapõe -se à política de expansão no mercado internacional – adotado por muitas empresas – onde atualmente não mais vislumbra-se o potencial mercadológico de outrora. Quem sabe um novo olhar sobre o mercado interno, aliado à possibilidade de fortalecê-lo implementando e promovendo a indústria nacional, seja a saída e ao mesmo tempo um retorno a nos fazer acreditar num novo Brasil.

Fernando Rizzolo

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Pessimismo em diluição

Segundo Millôr Fernandes, ” o otimismo é o pessimismo em diluição ” . Diluir o pessimismo foi a tarefa do presidente Lula desde que a crise internacional se instalou. Tem lá suas razões, e que provavelmente abordam muito mais questões de cunho popular, do que bons conselhos que em última instância poucos acreditaram, principalmente o empresariado.

À parte a escassez de crédito que pegou todos de surpresa, o empresariado sempre viu um certo exagero do presidente e notavelmente associava isso a um movimento interno de perpetuação e proteção da sua popularidade. Em verdade, situações econômicas graves não se resolvem com prioridades políticas eleitorais. Talvez este tenha sido o maior erro do governo, ao demorar e tratar a crise como sendo um “problema de Bush” ou uma simples “marolinha”.

No que diz respeito à queda do PIB – 3,6% no último trimestre -, muitos são os fatores que contribuíram, além da tardia compreensão e extensão da crise por parte do governo; a principal foi a dificuldade de obtenção do crédito, que no meu entender foi crucial na contribuição da queda do consumo das famílias que hoje representa 60% do PIB.

O pior, esse consumo das famílais, subia há 19 trimestres, desde 2003, e agora caiu -2,0%. Alegarmos que isto reflete já os efeito da crise na economia real, não é sensato, a questão principal foi a restrição ao crédito; além disso com o otimismo apregoado pelo governo, os Bancos já previam forte inadimplência, o que provocou na verdade um aumento real dos ” spreads”.

Outro número nada bom foi o nível de investimento, que caiu 9,8% no quarto trimestre, e é compreensível em função dos altos estoques, e de certa forma pelo comprometimento dos gastos públicos, que fez mais do PAC muito mais um ganho político do que investimento propriamente dito. A grande saída para a real mudança deste quadro de estagnação, é um corte nos juros num patamar maior, só assim poderemos viabilizar e minimizar o quadro econômico.

Podemos de certa forma entender que a política no Brasil induz a uma a letargia nas tomadas de decisões, principalmente em época de disputa eleitoral. Prioriza-se a nível de popularidade, fazer a suscessão, e as questões econômicas acabam sendo preteridas pelas de cunho político. Talvez ainda tenhamos tempo, muito depende agora do Copom, do Banco Central, do Bancos, dos ” spreads”, para que o banho de água fria dilua o pessimismo que nos abateu. Menos otimismo e mais realismo.

Fernando Rizzolo

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O dia em que Chávez riu por último

Ainda me lembro quando desembarquei em Caracas em setembro de 2007, a convite de uma instituição ligada ao governo bolivariano. Fui convidado a participar de um seminário da Fedecamaras no Hotel Alba, um antigo hotel Hilton, que o socialismo bolivariano havia “expropriado”.

A imponência do hotel permanecia, e tudo ainda lembrava um hotel americano na sua essência, porem podia-se observar toques de socialismo quer nos hóspedes, quer no “cuidado estatal” de uma forma geral nas dependências do hotel. Não seria honesto deixar reconhecer, que fiquei surpreso com a diversidade de opiniões sobre Chávez. O sentimento do povo oscilava entre o ódio e o amor, entre a esperança e o medo.

Na época ninguém poderia imaginar que o exemplo de capitalismo, de livre mercado, de liberalismo, do ” imperialismo americano”, como afirma Chavez ,fosse ruir e mergulhar em 2008 na crise das ” subprimes”. Até os mais experientes economistas, ou apegados e teóricos socialistas bolivarianos, traziam longos discursos sobre a natureza selvagem do liberalismo, e em contraponto apregoavam uma participação maior do Estado como interventor e regulador do mercado, mas o que jamais poderiam imaginar, é que seus discursos, serviriam de matéria -prima para sanar uma crise que estava por vir na América do capital.

Aquela postura ” estatizante bolivariana”, assustava o mercado venezuelano, os empresários, a elite, e segmentos da classe média, a ponto do governo na época, restringir a moeda americana e sua circulação, evitando a evasão. Mas como nada é perfeito, e para tudo se dá um jeito, milhares de venezuelanos dos setores mais bem aquinhoados da sociedade, acreditando na propaganda da mídia dos monopólios privados que martelava contra o “socialismo” de Hugo Chávez, um “comunista que não respeita a propriedade privada”, preferiram confiar seu dinheiro à sucursal em Caracas do banco texano Stanford, pensando que os recursos estariam lá mais seguros do que nos bancos venezuelanos.

Foi para surpresa dos precavidos, e daqueles que imaginavam salvaguardar seu dinheiro fora do alcance de Chavismo, que neste mês a Comissão de Valores dos EUA (SEC, sigla em inglês) denunciou o Stanford Financial Group por um esquema gigantesco de fraude que envolve cifras no valor de oito bilhões de dólares envolvendo transferência para o exterior.

Infelizmente ficou enfim comprovado, que no afã de fugir do socialismo bolivariano, e seus discursos estatizantes, e obter uma boa rentabilidade, os vultuosos depósitos – mais de uma quarta parte dos dólares – grande parte deles ligados à oposição, acabaram sendo investidos em certificados de depósitos fraudulentos por parte da norte-americana Stanford, com taxas de juros suspeitosamente altas.

Tal como numa novela mexicana ou confirmando o fato de que quem ri por último acaba rindo com mais dinheiro, o Banco Stanford faliu e levou consigo dinheiro de contas de venezuelanos que tentavam evadir do Estado bolivariano mais de 2 bilhões de dólares.

Segundo fontes da Reuters, esses venezuelanos investiram mais de 2 bilhões de dólares em suas empresas offshore, o que fez com que a Superintendência de Bancos e Outras Instituições Financeiras (SUDEBAN), interviesse na instituição com a anuência do Diretório do Banco Central da Venezuela. O governo bolivariano acabou tomando medidas para proteger a classe baixa e média dessa tragédia financeira de cunho cautelar.

A notícia me remeteu a um breve comentário na época, de um taxista em Caracas quando lhe perguntei o que achava sobre Chavez. Ele virou a cabeça bruscamente, quase batendo-a no retrovisor e disse: ” Se pudesse o pouco que tenho enviava aos EUA”; ao carro virar a esquina, vi do alto um grande “out-door” de Chavez, com uma camisa vermelha e um amplo sorriso. Hoje penso comigo indignado com a notícia: “talvez o líder bolivariano já previa alguma coisa, com certeza mandinga bolivariana…”

Fernando Rizzolo

Direção da Embraer colocou 50,9% das ações nos EUA

Estatal estratégica, privatizada foi transformada pela atual gestão em montadora de aviões

Em 1990, a Embraer realizou 63% de suas vendas dentro do Brasil; em 1991, essa parcela passou para 68%, o que se repetiu no ano seguinte; em 1993, o percentual foi de 62%; em 1994 – somente em dezembro desse ano a empresa deixou de ser estatal – 60% das vendas da Embraer foram internas. Somente em 1997, três anos após a privatização, a situação se inverteu: nesse ano, 84% das vendas da Embraer foram feitas para o exterior (dados da Embraer, citados por Roberto Bernardes em “O Caso Embraer – privatização e transformação da gestão empresarial: dos imperativos tecnológicos à focalização no mercado”, Cadernos de Gestão Tecnológica Nº 46, São Paulo, CYTED: PGT/USP, 2000, pág. 20).

Hoje, segundo a diretoria da Embraer, “a empresa depende fundamentalmente do mercado externo e do desempenho da economia global – mais de 90% de suas receitas são provenientes de exportações” (Comunicado à Imprensa, 19/02/2009 – grifo nosso).

Nenhuma companhia, muito menos de fabricação de aviões, pode se sustentar sem uma forte base no mercado interno. A Boeing é a maior exportadora dos EUA em valor de vendas – no entanto, até agora suas receitas provenientes de fora dos EUA atingiram, no máximo, 50% do total (cf. o discurso de seu então presidente, Phil Condit, na Export-Import Annual Conference de 2001). No ano passado a percentagem da receita que veio do mercado externo foi 40,7% (cf. o relatório anual da Boeing, divulgado em seu site). E observemos que isto é hoje, quando a empresa norte-americana é um polvo gigantesco que atua em 70 países. Durante 50 anos – ela foi fundada em 1916 – a parcela da receita que vinha do exterior era muito menor, somente se expandindo quando foi lançado o Boeing 737, em 1967.

Não deixa de ser interessante ouvir as loas de alguns ao “sucesso externo” da Embraer depois da privatização, geralmente acompanhadas da história de que a companhia estava falida quando dava prioridade ao mercado interno, isto é, quando pertencia à Aeronáutica.

Antes de entrarmos nas dificuldades financeiras da Embraer quando era estatal, observemos que a privatização foi, na verdade, uma desnacionalização. Hoje a composição acionária da empresa é um charco em que 50,9% das ações estão nos EUA – todas as ações da Embraer são “ordinárias”, isto é, capital votante. O Janus Capital Management tem 10,5% das ações; o Oppenheimer Funds tem 6,2%; o Thornburg Investment Management’s tem 5,2%; na Bolsa de Nova Iorque estão mais 29,8%; o notório testa-de-ferro Júlio Bozano tem 10,4%; e estão na Bolsa de São Paulo outros 18,2%.

Apesar disso, a Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, o BNDES e a União, somados, têm 19,7%. Porém, há um “acordo de acionistas” que só permite a cada um o uso de 5% das ações nas votações das assembléias da empresa – um “acordo” que só tem um objetivo: impedir o Estado de usar seus 19,7% para valer os interesses do país.

Não é surpreendente, portanto, que tenha parecido tão excelente para a direção da Embraer a ideia de transformá-la num entreposto para o mercado externo. O problema é que isso é mais ou menos como boiar no mar, sem porto seguro. Na primeira tempestade nem o dinheiro do BNDES impede o boiante de se empanturrar de água salgada. Os 4 mil trabalhadores que a Embraer quer demitir são apenas o primeiro – e dramático – sinal de naufrágio, a demandar providências enérgicas do governo.

Quanto aos problemas da Embraer quando era estatal, eles nada tiveram a ver com a prioridade para o mercado interno – até porque, num país continental como o Brasil, é evidente a necessidade de aviões de variado porte, literalmente, do Oiapoque ao Chuí, ou seja, da Amazônia ao Rio Grande do Sul. Com um território tão grande e uma carência quase tão grande de transportes e comunicações, é preciso ser muito estúpido para dizer que “não havia mercado” para os aviões da Embraer no Brasil. Pelo contrário, o mercado natural da Embraer é o Brasil.

A Aeronáutica, portanto, estava plenamente justificada quando fundou a Embraer com o objetivo de desenvolver nossa capacidade tecnológica e industrial para suprir a necessidade nacional de aeronaves.

Mas uma fábrica de aviões necessita de uma política de desenvolvimento da aviação. Era preciso incentivar as empresas regionais e nacionais de aviação a comprar os aviões da Embraer – como os americanos, franceses, alemães e italianos fazem há décadas com as suas empresas. Era necessário estabelecer uma linha de financiamento via BNDES para a compra de aeronaves da Embraer – e isso foi negado, como de resto a qualquer companhia estatal, da mesma forma que virou um panamá depois que elas foram privatizadas. Era evidente a necessidade de um plano nacional de vias aéreas ligando os recantos mais afastados do país – e isso nunca foi feito, em contraste do que acontecia com os automóveis em relação às estradas de rodagem.

O autor do trabalho acima citado, que está longe de ser um adversário da privatização da Embraer, aponta que “para os novos controladores os reais interesses são o resultado econômico e financeiro e não os ideais almejados pelos antigos dirigentes iniciais da Embraer, que eram o desenvolvimento e capacitação de tecnologia nacional” (Roberto Bernardes, “O Caso Embraer”, pág. 54).
Resta acrescentar que esse “resultado econômico e financeiro” foi obtido ao estilo do proprietário da galinha dos ovos de ouro – de forma temerária, irresponsável, em síntese, burra.

E antes que apareçam alguns privatistas lembrando os benefícios das exportações da Embraer, vale lembrar que a empresa, depois que deixou de ser propriedade pública, tornou-se também uma grande importadora: “Do total de matérias–primas e componentes utilizados no processo de produção da empresa, em 1999, cerca de 95% provinham do mercado internacional. (….) atualmente (….) a empresa encontra-se praticamente descolada da cadeia produtiva industrial nacional”. (Roberto Bernardes, “O Caso Embraer”, pág. 53 – grifo nosso).

Em suma, a empresa se tornou uma montadora de aviões a partir de componentes importados – e dependendo do BNDES para vender no exterior o resultado da montagem: “Sem este suporte [do BNDES] no financiamento das vendas dificilmente a empresa teria obtido sucesso ou até quem sabe, sobrevivido à forte concorrência no mercado de jatos regionais”. (“O Caso Embraer, págs. 55/56).

No entanto, o grande sucesso de vendas da Embraer é um avião projetado na época em que era estatal, o ERJ145, um desenvolvimento do Brasília (EMB120) que já estava pronto quando a empresa foi privatizada. A grande contribuição dos privatistas foi esquartejar a fabricação do ERJ145: “A empresa espanhola Gamesa ficou responsável pela produção das asas, naceles do motor, carenagens da junção asa/fuselagem e as portas do trem de pouso principal. A Sonaca, empresa sediada na Bélgica, se comprometeu com a fabricação das portas de bagagem, de serviço e a porta principal, localizadas na fuselagem, além de uma seção dianteira da fuselagem e outra traseira e os dois pilones dos motores. A empresa chilena ENAer passou a produzir o conjunto de empenagem horizontal/profundo e a empenagem vertical. O interior da cabine de passageiros e compartimento de bagagem foi desenvolvido e fabricado pela [americana] C&D Interiors” (pág. 59 de “O Caso Embraer”).

CARLOS LOPES
Jornal Hora do Povo

Rizzolo:
Neste excelente texto, podemos observar o ” desvio de conduta” que originalmente inspirou a Aeronáutica na criação da Embraer, com o objetivo de desenvolver nossa capacidade tecnológica e industrial para suprir a necessidade nacional de aeronaves. A Embraer, como outras empresas nacionais privadas, sempre desprezaram o potencial do mercado interno brasileiro, ao mesmo tempo em que eram agraciadas com financiamentos do BNDES. No caso da Embraer o financiamento via recursos públicos, beneficiava os compradores, e sem ele jamais a empresa estaria apta a concorrer. A empresa se portava como uma estatal ao se beneficiar dos empréstimos, e como uma empresa privada ao exorbitar seu direito de demitir em massa os trabalhadores. Leia também artigo meu: Embraer: quando o governo financia o desemprego

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Nos EUA se pesca até armamento nos lagos

A quantidade de armas em circulação nos EUA é tão grande, que surpresas podem acontecer. Devin Sullivan um pacato pescador enganchou sua linha linha em algo estranho que pensou ser uma tartaruga quando estava pescando com seu padrasto no lago da floresta de Craighead em Arkansas.

Mas quando Sullivan bobinou em sua linha, descobriu que tinha pescado um rifle Remington 870. Os dois homens levaram o rifle a uma delegacia de polícia de Jonesboro, o qual está motivo de investigação.

Na verdade o rifle poderia ser fruto de roubo, furto ou envolvido em um algum crime. Contudo o investigador sargento Todd Nelson tem uma outra explanação possível. Disse a um canal de televisão local (KAIT), que ele foi jogado talvez que no lago por alguém ” que não agüentava mais o cônjuge ” que provavelmente fosse viciado no esporte da caça.

Só nos EUA, mesmo ! Cada hipótese criminal… ( risos..)