Obama: Ahmadinejad deveria visitar campo de concentração

DRESDEN, Alemanha – O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira, 5, que o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que esta semana voltou a qualificar ao Holocausto como um grande engano, deveria visitar Buchenwald, um campo de concentração nazista da Segunda Guerra Mundial. Em uma entrevista na Alemanha ao programa NBC News, ele foi perguntado sobre o que o líder iraniano poderia aprender no lugar. “Ele deveria fazer sua própria visita’, disse. ‘Não tenho paciência com as pessoas que negam a história. E a história do Holocausto não é algo especulativo’.

Obama destacou que seu tio-avô ajudou a liberar o campo de concentração de Buchenwald durante a Segunda Guerra. O lugar, a leste da Alemanha, foi criado pelos nazistas e se estima que 56 mil pessoas, em sua maioria judeus, tenham sido mortas ali.

Obrigação de impedir novos genocídios

Em entrevista coletiva conjunta com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Dresden, Alemanhã, Obama afirmou que a comunidade internacional tem a obrigação de impedir os genocídios, por mais inconveniente que seja tentar. Segundo ele, “é preciso atuar quando houver” esses casos.

O presidente americano, que esta tarde visitará o campo de concentração de Buchenwald, tinha sido perguntado sobre como se pode aplicar o lema “Nunca Mais” referente ao Holocausto aos eventos na região de Darfur, no Sudão, ou no norte do Sri Lanka.

Obama afirmou que seu Governo colabora ativamente para evitar o genocídio no Sudão, onde o presidente Omar Hassan al-Bashir expulsou as organizações humanitárias, e ele mesmo falou sobre a situação em Darfur na quinta-feira com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, que conta com “sólidos laços diplomáticos” no país vizinho.

O presidente americano se encontra na Alemanha dentro de uma viagem pelo Oriente Médio e pela Europa que já o levou à Arábia Saudita e ao Egito. Amanhã, ele viaja para a França. Obama concluirá sua estadia na Alemanha com uma visita à base militar de Landstuhl, onde cumprimentará as tropas americanas no local e percorrerá o hospital onde são atendidos os feridos nas guerras do Iraque e do Afeganistão.

(Com informações da Efe e da Reuters)
Rizzolo: Obama tem pela frente uma missão difícil: agradar árabes e judeus. Na verdade pouco há que se fazer para conter o radicalismo de ambos os lados. A postura de quem é dócil e ao mesmo tempo enérgico, não se coadunam; prova disso são as críticas dos extremistas árabes, afirmando que Obama tenta dar lição ao islamismo. Ainda vamos sentir saudade de Bush..

Obama quer petróleo de Lula, diz ‘El País’

O Brasil e os Estados Unidos estariam mantendo contatos informais com o objetivo de fechar um acordo para aumentar a exportação de petróleo e derivados brasileiros para o território americano, segundo informa, nesta segunda-feira, o jornal espanhol El País.

Segundo o diário, o governo de Barack Obama quer pôr fim à sua dependência energética da Venezuela.

“Se o pacto comercial se concretizar – algo que hoje depende unicamente do Brasil – a consequência mais direta será o deslocamento da Venezuela do mercado energético americano, onde atualmente consegue colocar entre 40% e 70% de sua produção petrolífera”, afirma o El País.

O jornal diz que recebeu de fontes diplomáticas e governamentais de Brasília a confirmação de que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem interesse em aumentar a presença brasileira no mercado americano de hidrocarbonetos, “mesmo que isso implique em uma colisão frontal com os interesses venezuelanos”.

“Tudo dependerá da quantidade que petróleo que a Petrobras consiga bombear nos próximos anos dos poços perfurados nos litorais de Rio e São Paulo, assim como do marco jurídico que Washington e Brasília assinem”, diz o jornal.

Mercado interno

O El País afirma que suas fontes em Brasília insistem em que o primeiro objetivo do governo Lula com os recém-descobertos campos de pré-sal é abastecer totalmente o mercado interno e deixar de depender das importações. “Uma vez atingida esta meta, a Petrobas entrará na rinha pelos mercados mundiais de hidrocarbonetos e derivados. Por causa da proximidade geográfica e da fluidez do diálogo político que já estabeleceu com o novo presidente, os Estados Unidos se convertem no grande comprador natural do ‘ouro negro’ brasileiro.”

O jornal lembra que 11% das importações americanas de petróleo vêm da Venezuela, mas que o governo dos Estados Unidos já está “de olho” há meses nos novos campos de petróleo encontrados no Brasil, tendo, inclusive, reativado sua frota para a América do Sul e o Caribe, composta de 11 embarcações.

“Ainda que não se conheça as reservas exatas, sabe-se que o petróleo encontrado no litoral brasileiro é abundante: se forem cumpridas as previsões, o Brasil passará a ser o oitavo ou o nono produtor do planeta”, diz o diário espanhol. “A previsão é que haja petróleo para exportar não só para os Estados Unidos, como também a outros países que já se mostraram interessados, como a China e o Japão.”

Mas o El País afirma que o Brasil teria um interesse maior em vender derivados, como a gasolina, “o que é mais rentável do que a venda de barris de petróleo cru”.

“Isso explica por que Lula decidiu apostar em uma grande injeção de capital na Petrobras, para a construção de quatro novas refinarias e na ampliação de outras tantas já existentes”, diz o jornal. “O negócio já está andando.”

BBC

Rizzolo:Com o devido acerto, o presidente Lula decidiu investir maciçamente na Petrobras, independente de crise. Os EUA não gostam e não querem ficar dependentes da Venezuela e à mercê dos caprichos de Chavez que não é de confiança do ponto de vista político. Talvez a tão sonhada irmandade da América Latina, apregoada pela esquerda, ficará prejudicada quando os EUA decidirem trocar a Venezuela pelo Brasil no fornecimento de petróleo. Chavez e Lula são bons no discurso e nos abraços, agora quando se fala em dinheiro e mercado a coisa vai mudar.

‘Fome Zero made in USA’ dá US$ 6 por dia para 31 milhões

Uma notícia no diário argentino Clarín conta como vivem os 31 milhões de cidadãos americanos que recebem cupons de alimentação para viver. Um jornalista da Louisiana (o estado mais pobre do país) faz a experiência, tentando viver com US$ 6 (R$ 14) por dia. O plano de socorro de Barack Obama amplia em 13% os gastos com esses cupons, na previsão de que a crise e o desemprego aumentarão sua clientela. Veja a íntegra.

É o lado obscuro da vida em um dos países mais do mundo. Nos Estados Unidos, quem depende dos cupons de alimentação oferecidos pelo “Papai Estado” não recebe mais que um punhado de dólares. Mas a maior crise económica das últimas décadas faz o número necessitados aumentar rapidamente. Nunca houve tantos americanos vivendo desses cupons. E a tendência é aumentar.

Jornalista conta experiência em site

A lista de alimentos Sean Callebs assemelha-se à de uma dieta para emagracer. “Uma porção de cereal, uma banana, uma xícara de chá.. e faltam quatro longas horas até almoço”, ele lamenta.

Em uma experiência que tem tido grande impacto sobre a audiência, este jornalista da CNN resolveu experimentar na própria carne como se pode viver de cupons de alimentação. Ou não. Suas experiências são relatadas em um blog.

Faz um mês que ele tenta viver gastando até US$ 6 por dia. Já chegou quase no fim. Mas este repórter da Louisiana queixara-se em seu blog de permanentes ataques da fome. Poucas vezes você pode comprar frutas e legumes frescos, conta.

Fome à americana

Embora provisoriamente, Callebs experimenta a sina de um em cada dez americanos. Em setembro passado, 31 milhões de pessoas no país compravam alimentos com os cupons.

“Eles são os números mais elevados de todos os tempos”, disse Ellen Vollinger, diretor de Frac, uma organização de Washington de pressão contra a fome.

“Muitos americanos já não sabem onde arrumarão sua próxima refeição”, destaca ela. O aumento do desemprego faz com que a procura de cupons aumente constantemente, mas as carências não terminam aí: cada vez mais pessoas, mesmo tendo um emprego, dependem dos “Food Stamps”.

Muita gente tem até mais de um emprego, mas a renda não basta. “Muitas famílias pulam refeições para pagar o aluguel”, disse Ellen. “Pais deixam de comer para que fique alguma coisa para os filhos e às vezes até crianças passam fome, nos Estados Unidos. É uma vergonha.”

O estigma do cupom

Os cupons de alimentação começaram a ser distribuídos durante a 2ª Guerra Mundial. Hoje, o governo já não distribui cupons papel, mas por meio de um cartão eletrônico, que fornece em média US$ 100 por pessoa.

Desde 2008, o Ministério da Agricultura evita usar o termo cupom de alimentação. O título oficial agoora é “Programa de ajuda para suplementar a nutrição”.

Mas o plano ainda tem um estigma. “Aqueles que precisam muitas vezes se recusam a pedir ajuda”, diz a agente social Srindhi Vijaykumar, da organização DC Hunger Solutions, que promove os cupons nas ruas de Washington. É especialmente difícil chegar até os aposentados, imigrantes e famílias operárias, diz ela.

Quem usa os cupons é confrontado com algumas dificuldades no supermercado. O carentes têm em média US$ 3 por dia para fazer compras. Por isso muitas vezes são obrigados a fazer cortar alimentos.

“As pessoas só compram o que é barato, não é perecível e enche a barriga”, diz Vijaykumar. O crédito mensal normalmente é consumido em duas ou três semanas. “Muitas famílias vão então para os sopões”, disse Ellen Vollinger.

Obama aumenta verba do programa

Não poucos depositam as suas esperanças no novo governo de Barack Obama. O plano de socorro económico de US$ 787 bilhões, lançado na semana passada pelo chefe da Casa Branca, permitirá um aumento de 13% na verba para os cupons de alimentação.

No entanto, Ellen estima que a fome vai aumentar nos EUA. “Esta recessão certamente não será breve.”

A crise também atingiu duramente a classe média. De acordo com dados do Departamento do Comércio, o seu consumo caiu novamente em dezembro, pelo sexto mês consecutivo, enquanto a taxa de poupança subiu 2,9% no fim de 2008.

Annie Moncada, 63 anos, confessa que comprava coisas “desnecessárias”. Mas agora seu cupom está guardado. “Agora eu ponho na panela mais carne moída e menos bifes e também economizo mais eletricidade”, diz. Tal como ela, milhares de famílias cortam gastos, passeios, idas a restaurantes ou ao cabeleireiro. O fim da crise parece longe.

Fonte Clarin/Vermelho

Rizzolo: O início de tudo, que culminou com a crise financeira dos EUA, foi na realidade a falta de regulamentação do setor financeiro americano. A política liberal excessiva, fez dos EUA um País onde a irresponsabilidade republicana poderia ser responsabilizada pela sua omissão.

O surgimento do Estado nos momentos críticos da economia, poderia ser evitado, se na composição macroeconômica, houvesse o mínimo de intervenção do Estado e menos liberalismo ganancioso e descontrolado, expresso nos derivativos podres. Já passa de 5 milhões o número de americanos recebendo auxílio-desemprego. O número de pedidos iniciais do benefício subiu para 667 mil pessoas na última semana, o maior desde outubro de 1982, elevando o total para 5,1 milhões de pessoas. É a maior marca da série, que começou a ser contabilizada em 1967.

O problema do povo americano foi ter sido alvo durante anos dos ataques do liberalismo, contra as políticas sociais como o seguro saúde, e outros. Viver com US$ 6 por dia não é fácil, porém é o que o Estado neste momento oferece para se redimir de sua opção pelo abandono e pela ganância desenfreada. Sobrou para o Obama, que com seu discurso também alimenta a esperança.

Pacotes nos EUA fracassam em estimular negócios e Bolsas europeias caem

As Bolsas europeias operam em baixa nesta quarta-feira. A aprovação do pacote de estímulo à economia dos EUA no Senado e o anúncio de um novo programa para resgatar o setor bancário americano fracassaram em trazer otimismo para os mercados financeiros.

Às 10h38 (em Brasília), a Bolsa de Londres estava em baixa de 0,39% no índice FTSE 100, indo para 4.196,75 pontos; a Bolsa de Paris caía 0,67% no índice CAC 40, indo para 3.000,57 pontos; a Bolsa de Frankfurt tinha baixa de 0,13% no índice DAX, operando com 4.499,90 pontos; a Bolsa de Amsterdã tinha baixa de 0,19% no índice AEX General, que estava com 250,88 pontos; a Bolsa de Zurique, estava em baixa de 0,65%, com 5.111,14 pontos no índice Swiss Market; e a Bolsa de Milão tinha baixa de 0,78% no índice MIBTel, que ia para 14.418 pontos.

Na Ásia, as medidas também não animaram os investidores. A Bolsa de Hong Kong recuou 2,46%; a de Xangai caiu 0,19%; a de Sydney (Austrália) perdeu 0,41%; e a de Seul (Coreia do Sul) caiu 0,72%. A Bolsa de Tóquio (Japão) não abriu devido a um feriado. Nos EUA, as duas ações do governo pouco adiantaram para impedir as quedas nos principais indicadores do mercado financeiro americano. O índice Dow Jones Industrial Average, da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês), teve queda de 4,62%.

Geithner anunciou ontem um plano conjunto do Departamento do Tesouro, do Federal Reserve (Fed, o BC americano) e do setor privado para resgatar os bancos que tiverem problemas com títulos “podres” (de alto risco de calote). O programa pode movimentar mais de US$ 1,5 trilhão.

A falta de detalhes sobre como funcionará exatamente o plano de resgate dos bancos foi apontado como o fator que causou o desânimo dos investidores. “Não estamos impressionados e o mercado também parece não ter se impressionado”, disse o estrategista Ryan Larson, da Voyageur Asset Management, ao diário “International Herald Tribune”.

“O que estamos vendo (…) é que não há otimismo suficiente no horizonte para uma alta significativa no curto prazo”, disse ao diário, por sua vez, o analista Christoph Riniker, da corretora Julius Baer, em Zurique (Suíça). “Os ganhos que vimos até agora sugerem que 2009 será um ano fraco na maioria dos setores. Ainda há muita incerteza.”

Recessão

Também afeta o humor do mercado financeiro europeu o anúncio, feito pelo Banco da Inglaterra (BC britânico) hoje, de que o Reino Unido está em uma “profunda recessão”. “As projeções mostram que um relaxamento maior da política monetária pode ser necessário. Isso provavelmente vai incluir ações destinadas a aumentar a oferta de dinheiro a fim de estimular a normalização de gastos”, disse o presidente do BC britânico, Mervyn King.

O Reino Unido não deve voltar a apresentar crescimento econômico até o fim deste ano, segundo as projeções do banco. Até lá, a queda nos juros, o aumento da oferta de dinheiro, a queda da libra em relação a outras moedas, os recuos já registrados nos preços das commodities e os esforços combinados no mundo todo para descongelar os mercados de crédito devem começar a dar frutos, segundo o BC britânico.

No mês passado, o ONS (Escritório Nacional de Estatísticas) informou que, no quarto trimestre do ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) britânico registrou uma contração de 1,5% em comparação com o trimestre anterior, período também marcado por um índice negativo. Trata-se da primeira vez desde 1991, depois que a economia do país registrou forte desaceleração nos últimos dois trimestres de 2008, arrastada pela crise financeira global.

O ONS informou hoje que a taxa de desemprego no Reino Unido chegou a 6,3% da população ativa no último trimestre de 2008, segundo dados oficiais divulgados nesta quarta-feira. Trata-se da pior taxa desde 1998. O número de pessoas desempregadas no período aumentou em 146 mil em relação ao trimestre anterior e chegou a 1,97 milhão.
Folha on line

Rizzolo: A forma pela qual a explicação de Geithner foi interpretada causou uma confusão total. O plano é mal redigido e confuso, o que levou o mercado a interpretá-lo como pouco transparente. A intenção de fazer com que os bancos passem por um teste de estresse, para ver se estão com saúde financeira para receber uma injeção de capital público, é complicada, até porque o que poderia ocorrer se tal não passasse no teste? O problema é a total falta de transparência num governo em que prometeu ser claro e cristalino. Só conversa, viu!

O Poder das Palavras

Assim como D’us faz o universo natural com palavras, também fazemos ou desfazemos universos sociais com palavras

A campanha presidencial de Barack Obama foi, entre outras coisas, uma vitória para a quase esquecida arte da retórica política. Suas frases longas, perfeitamente balanceadas, sua habilidade de mudar de assunto e perspectiva sem perder o fluxo da narrativa, suas sutis evocações de dois mestres do gênero, Abraham Lincoln e Martin Luther King, foram demonstrações vivas do poder do discurso público para mover a imaginação e elevar corações. Quando bem feita, a oratória é a música da mente.

Meras palavras, alguém poderia dizer. Porém para a sensibilidade religiosa, certamente a judaica, palavras não são meras. A Torá nos diz que D’us criou o universo com palavras. Seu primeiro presente ao primeiro ser humano, feito à Sua imagem, foi a capacidade de dar nomes aos animais e usar palavras para entender o mundo. Quando Ele quis curar a arrogância dos construtores da Torre de Babel, meramente “confundiu a linguagem”, pois sem palavras não podemos nos comunicar; sem comunicação não podemos cooperar; e sem cooperação somos indefesos e sozinhos. A pessoa humana é, segundo uma antiga tradução aramaica da Torá, uma “alma falante”.

Em nenhum lugar isso ficou mais evidente que nos Profetas do antigo Israel, que não tinham poder, exército, trono, nada exceto a palavra que D’us colocou em suas bocas. Porém suas palavras transformaram os horizontes morais da humanidade. Pense sobre Amos: “Que a justiça corra como a água, e a integridade como um riacho poderoso.” Ou Yeshayáhu: “Aqueles que confiam no Eterno renovarão suas forças; eles se erguerão com asas como as águias; eles correrão, e não ficarão cansados; e caminharão, sem desmaiar.” Ou Micah: “O que o Eterno exige de você é que aja justamente, ame a misericórda e caminhe humildemente com o seu D’us.”

D’us, na Torá, revela-Se em palavras, e nós, no ato da prece, oferecemos nossas palavras a Ele. Por causa da linguagem, e somente por causa dela, nós, frágeis, falíveis e finitos, podemos falar e ouvirmos o Infinito. Palavras abolem a distância. Assim como a Internet abole a distância física, também a revelação e a prece abolem a distância metafísica. A linguagem é a ponte estreita sobre o abismo entre o ser e o ser, entre a alma e a alma. As palavras são a redenção da solidão.

Assim como D’us faz o universo natural com palavras, também fazemos ou desfazemos universos sociais com palavras. Poucas coisas têm mais força que a voz humana, contando uma história, comunicando uma visão, atraindo energias e incorporando ideais. Palavras notáveis fazem as pessoas pensar em novas maneiras. Somos tão grandes ou pequenos quanto a linguagem nos torna. Na melhor das hipóteses, a linguagem é uma epifania, revelando-nos a glória do espírito humano e a radiância do mundo criado.

Martin Luther King entendia o poder da oratória: seu “Eu tenho um sonho” é um dos maiores discursos de todos os tempos. John e Robert Kennedy foram virtuosos. Lembre da frase de John: “A humanidade deve pôr fim à guerra ou a guerra dará fim à humanidade.” Ou a definição de Robert sobre a tarefa da política: “Domar a selvageria do homem e tornar gentil a vida neste mundo.”

O maior de todos os americanos foi Abraham Lincoln. Em Gettysburg em 1863, o homem que falou antes dele, Edward Everett, discursou por mais de duas horas. O discurso de Lincoln, com 273 palavras, durou dois minutos e perdurará por séculos. Lincoln usava palavras para inspirar e curar, para convocar a nação à grandeza, e uni-la novamente após a guerra civil.

A linguagem é uma faca de dois gumes e pode ser usada tanto para o mal quanto para o bem. “Vida e morte”, diz o Livro dos Provérbios (Mishlê) “estão na força da língua.” Hitler era um demagogo eloqüente que conseguiu incitar enormes multidões ao ódio. Abençoadamente, naquela época, a Grã-Bretanha tinha o maior orador do Século Vinte, Winston Churchill, cujos discursos na rádio foram uma das mais notáveis armas na luta pela liberdade. Churchill também entendia a importância da sagacidade em meio à seriedade: “Um pacificador é aquele que alimenta o crocodilo, esperando que ele o coma por último.”

As palavras são essenciais à democracia, na qual o poder da persuasão deve sempre derrotar a ameaça da coerção. Em tempos de turbulência como o nosso, a vitória vai para o líder que pode dirigir-se às ansiedades da época, construindo para uma geração uma narrativa de esperança. Foi isso o que Barack Obama fez, e por isso ele venceu. Ele deu asas às palavras e assim redesenhou a paisagem da possibilidade.

Por Rabino-Chefe da Inglaterra, Professor Jonathan Sacks
Fonte: Beit Chabad

Tenha um sábado de paz e uma ótima semana

Fernando Rizzolo

Obama anuncia equipe econômica com ‘idéias novas’

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta segunda-feira os nomes que vão integrar a equipe econômica de seu futuro governo, que terá início no próximo dia 20 de janeiro.

De acordo com o presidente eleito, os nomes indicados representam “as melhores mentes dos Estados Unidos” para “guiar” os americanos em meio à forte crise econômica que assola o país. Obama acrescentou ainda que sua futura equipe oferece “capacidade de avaliação e idéias novas”.

Entre as principais indicações está a de Timothy Geithner, de 47 anos, que atualmente preside o Federal Reserve (Banco Central) de Nova York e assumirá o Departamento do Tesouro, substituindo o atual secretário, Henry Paulson.

Outro nome anunciado por Obama, durante entrevista coletiva em Chicago, foi o de Lawrence Summers, ex-presidente do Federal Reserve, que será diretor do Conselho Econômico Nacional.

Obama anunciou também a indicação da economista Christina Romer, da Universidade da Califórnia, como chefe do Conselho Econômico da Casa Branca, um órgão responsável por compilar dados relativos à economia do país.

O quarto nome divulgado pelo presidente eleito americano foi o de Melody Barnes, que comandará o Conselho de Política Doméstica.

Obama saudou sua principal indicação, a de Timothy Geithner, como sendo alguém que “conta com uma compreensão sem paralelos da crise econômica”.

Currículo

Timothy Geithner já atuou no Departamento do Tesouro americano como subsecretário para assuntos internacionais durante a gestão de Bill Clinton, de 1999 a 2001.

Geithner ingressou no Tesouro ainda em 1988, servindo, em diferentes funções, sob três presidentes.

Após sair do Tesouro, ele ingressou no Fundo Monetário Internacional (FMI), onde trabalhou como responsável pela Política de Desenvolvimento do órgão até 2003.

A partir de 2003, Geithner assumiu o comando do Federal Reserve nova-iorquino.

Negociador

Geithner teve um papel importante nas negociações que ocorreram antes de o banco de investimentos Lehman Brother decretar concordata e nos acordos que resultaram nos pacotes de auxílio à seguradora AIG.

Os mercados econômicos reagiram positivamente na sexta-feira, quando a imprensa americana vazou a informação de que Geithner seria o novo secretário do Tesouro – o índice Dow Jones subiu mais de 6%.

O principal desafio de Geithner será encontrar meios de atuar para conter a atual crise econômica que assola os Estados Unidos.

Em um pronunciamento transmitido em emissoras de rádio no sábado, Barack Obama afirmou que a turbulência financeira poderá provocar a perda de milhões de empregos no ano que vem, se o governo não agir com rapidez.

Obama disse estar elaborando um plano de estímulo econômico que será implantado ao longo de dois anos e que visa criar 2,5 milhões de novos empregos durante os dois primeiros anos do seu governo. BBC Brasil – Todos os direitos reservados.

Agência Estado

Rizzolo: Timothy Geithner assumindo o Departamento do Tesouro, com ” idéias novas “, acho que a idéia mais nova de Geithner atualmente foi esconder sua condição judaica, comentaristas americanos dizem que ele esconde sua origem. Já Barack Obama pretendendo criar 2,5 milhões de novos empregos nos remete ao PAC. Olha, sinceramente isso tudo, essa mistura de PAC americano com populismo chavista, com pitadas das “melhores mentes” para ” guiar” os americanos, é preocupante. Já comentei que nos EUA até os democratas entendem seu governo e suas propostas como sendo trabalhistas, na linha do Partido Trabalhista Britânico.

Além disso qual é a grande novidade no governo de Obama até agora ? A ” grande novidade ” é Hillary Clinton. Vamos ver as reais grandes mudanças e novidades, por enquanto a grande novidade é apenas a mesmice Hillary. Sei que temos que torcer pelo novo presidente americano, tenho feito um esforço enorme para me entusiasmar. Depois dizem que sou um reacionário, um chato, um judeu ranzinza, mas sinceramente você acha que Obama é experiente ? Eu não acho, é aquela velha história, o camarada é bom de discurso, agora na prática vamos ver.

Obama cristalizou uma questão racial, o que foi muito bom, minha restrição é o populismo, é vender algo romântico numa potência que exige liderança e firmeza em termos de política internacional, e é exatamente nesse vácuo político e inseguro, é que os países inimigos da democracia como Irã e outros poderão se aproveitar de um potencial presidente fraco e dócil.

Obama espera “plano viável” para salvar montadoras

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, espera que as “Três Grandes de Detroit” (General Motors, Ford e Chrysler) apresentem um plano viável para a sobrevivência do setor automobilístico, afirmou hoje assessor de alta categoria, David Axelrod.

Como disse (Obama) no início deste mês, o que não podemos fazer é dar um cheque em branco a uma indústria que não está pronta para se reformar, se racionalizar e se modernizar para os mercados de hoje e amanhã”, disse Axelrod em uma entrevista à emissora “Fox”.

“Espero que eles retornem a Washington no início de dezembro em vôos comerciais com um plano, ou com o princípio de um plano, que alcance tudo isso, porque os contribuintes americanos não vão lhes entregar um cheque em branco para que continuem fazendo” o de sempre, ressaltou.

Axelrod reagiu assim às exigências feitas na quinta-feira pela hierarquia democrata do Congresso aos máximos executivos da GM, da Ford e da Chrysler, de apresentar um plano de viabilidade o mais tardar em 2 de dezembro, antes de estudar possíveis ajudas para que essas empresas enfrentem sua crise de liquidez.

A hierarquia democrata do Congresso lhes enviou na sexta-feira uma carta na qual detalhou os elementos que, segundo sua opinião, o plano de viabilidade e reestruturação deve incluir.

Só então é que o Congresso analisará uma possível votação de um plano de ajuda.

Para Axelrod, parte da precária situação na qual se encontram as três principais fabricantes de automóveis dos EUA se deve a algumas das práticas dos últimos 20 a 25 anos, e o governo não vai “encorajá-los a seguir pelo mesmo caminho”.

Ele afirmou que tanto os executivos quanto os sindicatos e demais partes interessadas têm que contribuir para as discussões sobre como resolver a crise que afeta o setor.

“É urgente que o façamos. Há milhões de empregos que dependem dessa indústria”, ressaltou Axelrod, em suas primeiras declarações a respeito perante o adiamento do voto de uma medida no Congresso que concederia empréstimos de US$ 25 bilhões ao setor.

Calcula-se que o colapso do setor automobilístico poderia desencadear a demissão de 2,5 milhões de empregados.

Por sua vez, em declarações à “Fox”, a governadora democrata de Michigan, Jennifer Granholm, defendeu essas empresas – fonte vital de empregos em seu estado -, ao afirmar que elas iniciaram um exaustivo plano de reestruturação.

No entanto, ela reconheceu que os executivos da GM, da Ford e da Chrysler não apresentaram um argumento convincente perante o Congresso na semana passada sobre quanto necessitam e como pensam em utilizar este dinheiro.

“Estamos muito agradecidos em Michigan que o Congresso lhes tenha dado outra oportunidade” para justificar um plano de resgate, afirmou Granholm, cujo estado já perdeu 400 mil empregos desde 2000 devido à reestruturação do setor.

Granholm insistiu em que as “Três Grandes de Detroit” estão apenas “pedindo um empréstimo que lhes sirva de ponte”.

Os EUA importam muitos componentes para a fabricação e o uso de automóveis, como baterias da Ásia e o petróleo do Oriente Médio e, segundo Granholm, o país tem que reduzir essa dependência e “buscar soluções em casa”.

A GM, que foi objeto de críticas dos congressistas porque seus executivos viajaram para pedir ajuda a Washington em jatos privados, anunciou na sexta-feira que encerrará o uso de dois de seus aviões fretados.

Já a Ford pensa em vender seus cinco aviões corporativos, segundo seu porta-voz, Mark Truby.

Até agora, a equipe de Obama tinha se mantido à margem das azedas disputas entre o Congresso e a Casa Branca sobre como ajudar a indústria automobilística, em momentos de grande incerteza econômica.

Os democratas querem que o dinheiro saia do plano de resgate financeiro de Wall Street aprovado no mês passado, mas a Casa Branca replica que já existe um fundo, aprovado em setembro e a cargo do Departamento de Energia, que incentiva a produção de veículos mais eficientes e ecológicos.

Folha online

Rizzolo: O povo americano questiona a ajuda às montadoras, e de forma uníssona, o Congresso americano exige do setor uma planificação ou uma estratégia clara de aplicação dos recursos. Agora o que Obama propõe no seu governo cujo partido é democrata, nada mais é do que uma política de partido trabalhista, de concepção ideológica como o partido trabalhista inglês. Na realidade o discurso populista de Obama de democrata nada tem, muito menos de republicano, é claro, mas o que se comenta nos EUA é essa guinada ideológica trabalhista. Criar milhares de empregos, reformular a infra estrutura nada mais é do que a conversa do PAC e isso todos conhecemos; Obama vai ter que entregar o que vendeu, muita ilusão.

Obama planeja julgamento de presos de Guantánamo nos EUA

WASHINGTON – A equipe de assessores do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, prepara uma proposta que permitira a centenas de presos suspeitos de terrorismo ingressarem nos Estados Unidos para enfrentar julgamentos civis. O plano o ajudaria cumprir sua promessa de fechar a prisão de Guantánamo, mas poderia exigir a criação de um novo sistema de justiça.

Durante sua campanha presidencial, Obama qualificou Guantánamo como um “capítulo triste da História americana” e disse que o sistema judicial dos EUA é capaz de julgar os detentos. Mas o presidente eleito revelou poucos detalhes sobre o que planeja fazer após o fechamento da prisão.

Segundo os planos preparados pela equipe de Obama, alguns presos seriam liberados e muitos outros teriam julgamentos em cortes criminais americanas. Um terceiro grupo de detentos, aqueles cujos casos tem implicações em informações secretas, poderiam se apresentar em novas cortes, criadas especialmente para julgar casos de segurança nacional, de acordo com assessores democratas envolvidos nas conversas.

As fontes não puderam ser identificadas, porque os planos ainda se encontram em fase de desenvolvimento. A ação poderia representar uma mudança radical em relação ao governo do presidente George W. Bush, que estabeleceu tribunais militares para processar os presos somente na base naval de Cuba e se opôs firmemente a levar os réus para os EUA.

O rival de Obama na disputa à Casa Branca, o republicano John McCain, também havia prometido fechar a prisão, mas se opunha a realizar julgamentos nos fóruns criminais americanos.
Agência estado

Rizzolo: O que eu acho o mais interessante nessa nova era Obama, é a liberalidade exagerada. Nem bem assumiu, Obama procura dar ao seu governo, uma ” embalagem de bonzinho”, condescendente, o que na realidade pode se transformar num grande problema. A forma que esses julgamentos se dariam ninguém sabe ainda, tampouco quais seriam as competências de cada um; alem disso, essa postura liberal, abrirá oportunidade para que os verdadeiros terroristas atuem de forma mais intensa, até porque, não é pelo simples fato de Obama se propor a ser ” bonzinho”, que os impiedosos terroristas irão se tornar puros. Isso é uma ilusão que Obama vendeu, e que agora irá que entregar ao povo americano.

É como já cansei de dizer neste Blog , o dia em que o povo americano perceber que os EUA se tornaram um País vulnerável com Obama no poder, eles não perdoarão, e terão saudades dos republicanos. Uma potência militar ” boazinha” é tudo que os russos e sua turma desejam. Obama surge como um tipo Jimmy Carter, só que com o imenso apoio dos negros, vamos ver no que vai dar.

Hoje aqui na França o jornal Le Figaro, em sua manchete, analisa a crise mundial e seus efeitos nas montadoras de automóveis, segundo Le Figaro a indústria automobilística mundial atravessa uma grave crise que atingirá 85.000 empregos até o final deste ano. Amanhã será feriado aqui na França, será comemorado o 90º aniversário da assinatura do Armistício que na realidade marcou o fim da Primeira Guerra Mundial, pelo menos o trânsito em Paris ficará melhor. Um leitor me perguntou se era um ” Congresso sobre vinhos ” !! ( risos..)

Após vitória de Obama, Ku Klux Klan diz que presidente eleito é “só metade negro”

O pastor protestante e diretor da Ku Klux Klan, Thomas Robb, declarou após a vitória democrata na corrida à Casa Branca que o presidente eleito dos EUA é “só metade negro”. A KKK é a associação racista mais famosa do planeta, identificada historicamente por seus capuzes brancos, cruzes incandescentes e crimes raciais.

Em um texto publicado no site do grupo supremacista branco, Robb afirma que “Barack Obama se tornou o primeiro presidente mulato dos Estados Unidos”, e não negro, já que “ele não foi criado em um ambiente negro”. “Ele foi criado por sua mãe [branca]”, argumenta, na nota entitulada “América, nossa nação está sob julgamento de Deus!”.

Robb interpreta que, com a eleição de Obama, o “povo branco” dos EUA vai perceber que é hora de se unir contra aqueles que odeiam seu modo de vida –estrangeiros e negros, de acordo com a KKK. “Essa eleição de Obama nos chocou? Nem um pouco! Nós vinhamos avisando ao nosso povo que, ao menos que os brancos se juntassem, seria exatamente isso que aconteceria”, incitou.

Para ele, a votação do última terça-feira (4) não foi uma disputa entre liberais e conservadores, mas “uma guerra racial e cultural, travada contra o povo branco”.

Embora já tenha passado por várias “refundações”, a KKK foi criada originalmente na segunda metade do século 19, após a Guerra Civil Americana (1861-1865), que pôs fim à escravidão no país. A facção foi erguida com fins de, entre outros, impedir a integração social dos negros recém-libertos.

Durante a campanha eleitoral deste ano, a polícia de Michigan chegou a abrir investigação para apurar a autoria de pichações em um outdoor da campanha de Obama. As ofensas, com suásticas e símbolos da KKK, foram feitas no mês passado.

Agência Estado

Rizzolo: É lamentável que ainda existam grupos radicais que insistem nas apologias raciais. Com efeito, a vitória de Obama pode fazer ressurgir nos EUA, um racismo que outrora trouxe uma série de problemas ao povo americano. O mundo, as autoridades, os religiosos, devem estar atentos para que a intolerância e a discriminação, sejam punidas de forma a promover a diversidade das idéias e das etnias. O grande avanço na vitória de Obama, demonstra que o racismo nos EUA está diluído, sem forças, prevalecendo a capacidade, o talento, e a disposição para construir um País mais justo.

Após eleição, Obama recebe notícias ruins na economia

NOVA YORK – Um dia após sua histórica vitória nas urnas, o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, ouviu apelos por medidas urgentes contra a crise financeira global ao receber na quarta-feira notícias negativas sobre o nível de emprego e o setor de serviços.

Obama, primeiro presidente negro do país, ouviu um coro de congratulações do mundo todo, mas também alertas sobre a iminência de uma recessão global, que deve dominar os primeiros meses do seu governo, a partir de 20 de janeiro, junto com as guerras do Afeganistão e Iraque.

Investidores e líderes mundiais manifestaram esperança de que Obama possa guiar a comunidade internacional, enquanto os mercados aguardam avidamente o anúncio do novo secretário do Tesouro, que será responsável pela execução de um pacote de 700 bilhões de dólares para a compra de ativos podres e a recapitalização de instituições financeiras.

“O presidente-eleito terá de agir rapidamente para garantir uma transição suave e rápida. Suas primeiras nomeações devem focar na equipe econômica”, disse Mohamed El-Erian, executivo-chefe do fundo de investimentos Pimco, que administra uma carteira de 830 bilhões de dólares.

Entre os nomes mais cotados para o cargo estão Lawrence Summers, que já o ocupou; Paul Volcker ex-presidentes do Federal Reserve (Banco Central); e Timothy Geithner, presidente do Federal Reserve de Nova York.

Obama propõe um novo pacote de estímulo econômico, com ênfase para a ajuda a mutuários endividados. A bancada democrata da Câmara também está preparando um segundo plano de incentivo econômico.

“Precisamos de um ‘new deal’ para um novo mundo”, disse o presidente da Comissão Européia (Poder Executivo da UE), José Manuel Barroso. “Espero sinceramente que sob a liderança do presidente Obama os Estados Unidos da América unam forças à Europa para promover este ‘new deal.'”

Os mercados, que estiveram animados no dia da eleição, mudaram de comportamento na quarta-feira. A alta de terça-feira no índice industrial Dow Jones 3,3 por cento, foi a maior já registrada num dia eleitoral nos EUA. Na quarta-feira, esse índice caiu 5 por cento.

O petróleo, que havia subido mais de 10 por cento na véspera, perdeu 7 por cento e foi cotado na quarta-feira a cerca de 65 dólares por barril, devido à redução da demanda e à divulgação de que aumentou o estoque de combustível do governo dos EUA.

O VIX, índice de volatilidade considerado o principal termômetro de Wall Street sobre o medo dos investidores, subiu 15 por cento na quarta-feira, após um declínio similar na véspera.

No primeiro dia de Obama como presidente eleito, foi revelado que foram reduzidos 157.000 postos de trabalho em outubro no setor privado, enquanto as contratações no setor de serviço caíram acentuadamente.

Agência Estado

Rizzolo: Bem, agora que já está passando a festa, as notícias começam a surgir e o mercado internacional começa a se preocupar. Uma coisa é um discurso emocionante, uma promessa ao novo, as propostas de mudança; o novo, o inusitado, atrai e desperta a esperança. Contudo a realidade é bem outra, as promessas feitas ao povo americano, dificilmente serão concretizadas face à crise, e quando alguém faz uso de um discurso populista em época de crise, para apenas ganhar eleições, os pobres se vingam. Na realidade os mercados reagiram mal, nada mudou a não ser uma aposta na capacidade de Obama e sua equipe em cumprir os sonhos prometidos. Será ele capaz? Vamos torcer.

Barack Obama e a questão da inclusão no Brasil

Uma das virtudes da democracia, é a possibilidade de que os grupos ou minorias, quando organizados e dispostos a reivindicar direitos e espaços numa sociedade, geralmente o fazem com sucesso. A vitória de Barack Obama, nos leva a uma reflexão sobre o papel dos negros nos EUA, e a ainda frágil participação do negro na nossa sociedade. Por certo, os efeitos do conceito étnico assistencialista do papel do negro na sociedade brasileira, ainda sob uma percepção escravagista persistem, na medida em que poucos são os negros que se sobressaem na sociedade brasileira.

Os EUA, na sua tratativa com as minorias, sempre foi mais complacente, e isso, evidentemente acirrou o espírito racista de parte da população branca americana, o que fez surgir grupos de cunho racistas, que combatidos pelo Estado de forma eficaz, seus efeitos de foram memorizados. A igualdade de oportunidade aos negros americanos, inspirou e deve continuar a arejar, outros países como o Brasil, ainda num processo de integração e de maior participação do negro na sociedade brasileira.

A verdade é que no Brasil, os negros ainda tem um longo caminho a percorrer na conquista de seus espaços. O processo de integração deve ser cada vez mais propalado nos moldes da sua aplicabilidade como nos EUA. Não podemos levar a discussões exaustivas, experiências de inclusão já comprovadamente eficientes nos EUA, mas tentarmos vivenciar essas experiências, no nosso ambiente social, com nossas particularidades, ajustando-as.

A vitória de Barack Obama, primeiro presidente negros dos EUA, nos leva a uma profunda reflexão no sentido de nos questionarmos, quais são os elementos de inclusão e eficiência, dos quais dispomos hoje no Brasil para que enfim o negro brasileiro possa ter seu lugar não só na política, mas em outros segmentos da sociedade como no Judiciário brasileiro.

Barack Obama passou a ser um referencial de tolerância que o povo americano nos indicou como fruto da real democracia, e de uma forma prática, nos remete a uma frase de John Kennedy, presidente dos EUA entre 1961 a 1963, ” Se não podemos encerrar nossas diferenças, pelo menos podemos ajudar a tornar o mundo seguro para a diversidade “. O mais bonito é que diversidade lembra felicidade e isso é o que o mundo espera nessa nova era.

Fernando Rizzolo

Recém-eleito, Barack Obama diz que a mudança chegou aos EUA

Em frente a uma multidão em Chicago, o presidente recém-eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a evocar o espírito de mudança, tão presente na sua campanha. “A mudança está chegando aos Estados Unidos”, bradou.

Trazendo uma mensagem cheia de esperança, porém sem nenhuma idéia concreta do que realmente irá fazer na Casa Branca, Obama disse que “os Estados Unidos são o lugar onde tudo é possível”

“O sonho permanece vivo. Hoje é o dia da resposta para as suas dúvidas. Vocês colocaram as mãos no arco da história e escolheram a esperança de um novo dia”, declarou.

Obama elogiou os membros de sua campanha e afirmou ter feito “a melhor campanha da história com a melhor equipe”.

O presidente eleito também agradeceu sua família, seu companheiro de chapa, Joe Biden, e todos aqueles que votaram e o apoiaram. Emocionado, Obama lembrou sua avó, que morreu um dia antes de sua vitória nas urnas. “Ela está olhando por nós”.

O democrata também elogiou o patriotismo e a luta de seu adversário, o republicano John McCain, e prometeu que irão trabalhar juntos pelo bem do país.

A crise não foi esquecida no discurso da vitória. Obama disse que Wall Street não pode ser bem sucedida quando as outras ruas (streets, em inglês) estiverem mal. Os “inimigos” dos EUA também foram citados pelo presidente. “Aqueles que querem derrubar o mundo, nós vamos derrubar vocês”, ameaçou.

Sob gritos de “yes, we can” (sim, podemos – o slogan da campanha), Obama falou que não sabe se conseguirá fazer todo o necessário em um ano ou um mandato, mas prometeu fazer tudo o que for preciso.

Outra promessa feita foi a de reunificar os Estados Unidos, divididos, segundo Obama, por questões de partido, cor, raça, gênero, entre outras. “Vou usar a humildade e determinação para curar as divisões que seguram o progresso. Como Lincoln disse para uma nação ainda mais dividida: não somos inimigos, mas amigos”

No fim, talvez traçando um paralelo com Joe, o encanador, personagem usado exaustivamente pela campanha republicana com uma representação do americano comum, Obama lembrou a história de Ann Nixon Cooper, 106 anos. Essa senhora negra votou em Atlanta pelo candidato democrata. “Ela veio de uma geração depois da escravidão. Ela não podia votar por ser mulher e pela cor de sua pele. Ela assistiu a mudanças como a chegada do homem à Lua e a queda do Muro de Berlim. Penso em tudo o que ela viu nesse país e vejo que sim, nós podemos. Ela sabe como os EUA podem mudar.”

Folha online

Rizzolo: Quem venceu foi a democracia americana, e muito embora pessoalmente sempre entendi sendo MacCain o mais preparado, temos que festejar e enxergar o lado bom da vitória de Barack Obama. O fato do novo presidente ser negro é de suma importância histórica. Os EUA tem um passado de conflitos raciais, e hoje no mundo, não há mais lugar para a intolerância seja ela da onde vier. A diversidade de opiniões e a aceitação do contraditório, é um exercício da essência da democracia. Barack Obama terá que entregar os sonhos que vendeu.

Como brasileiro, cidadão europeu e de origem judaica, sou um defensor da democracia americana e da diversidade religiosa e cultural daquele País. Gostaria neste comentário, de render minhas homenagens ao novo presidente Barack Obama, e que as palavras que o levaram a presidência da maior potência do mundo, sirvam de instrumento de paz e harmonia para toda a humanidade. Felicidades à Barack Obama e ao povo americano.

Aposentados ou ortodoxos, judeus da Flórida são disputados na reta final

Chove em Miami Beach, e a cerimônia para lembrar o holocausto de mais de 60 anos atrás tem de ser transferida para a sinagoga, afinal, todos vão se molhar no palco armado em frente do monumento local que lembra a perseguição nazista, uma mão gigante cheia de cadáveres, de uma feiúra que contrasta com o art-deco do distrito.

Na porta do templo, um segurança de quipá na cabeça avisa que não se pode entrar. Diz que ninguém vai falar sobre as eleições presidenciais, que acontecem amanhã. Mas ele acaba falando no assunto em que todos falam nos EUA. “Aqui todo mundo vota em McCain, porque ele defende Israel. Você viu o nome do meio de Obama: Hussein. Isso é árabe”, diz Allon, que prefere não dar o sobrenome.

Miami Beach é o reduto do setor ortodoxo da comunidade judaica da Flórida, uma das maiores dos EUA. Calcula-se que eles representam cerca de 7% dos votos do Estado, que tem um histórico de disputas muito apertadas. Em 2000, a diferença foi de apenas 0,009% em favor de George Bush, e muitos aposentados judeus se equivocaram ao votar porque a cédula era muito complicada, principalmente em Palm Beach.

Estima-se que 80% da comunidade judaica votem em Obama (em 2004 apenas 22% apoiaram os republicanos, 19% em 2000, 16% em 1996 e 11% em 1992). De qualquer forma, se persegue um aumento do perfil mais conservador. Por isso, a campanha é acirrada dos dois partidos. Por um lado, a comediante televisiva Sarah Silverman (tem um seriado que passa no Brasil e já participou de episódios de Seinfield) lançou uma campanha para que os jovens judeus viajem para a Flórida para convencer seus parentes que desfrutam a aposentadoria no calor a votarem no democrata.

“Se Barack Obama não vencer, eu vou culpar os judeus”, diz ela no vídeo de campanha viral na Internet. Ela brinca também que se os avôs dizem que amam tanto seus netinhos, então que pelo menos os escutem. O sul da Flórida é um paraíso para os velhinhos do Norte. Eles povoam condomínios em localidades com nomes como Boca Raton, Delray Beach e Boynton Beach.

Neste último, a simpatizante democrata Pearl Saleh, 75, saiu de Chicago e adiantou sua viagem de veraneio para convencer suas amigas a votarem em Obama. “Tem muita gente com pensamento muito estreito. Escutam qualquer coisa e já se fecham para um candidato como o nosso.” Muitos são bombardeados pela propaganda de difamação.

A entidade Coalizão Judaica Republicana comprou horário nas TVs da Flórida e Ohio mostrando duas declarações da época das primárias democratas em 2007. Em um dos trechos, Obama aparece respondendo que irá negociar pessoalmente com líderes do Irã, Síria, Venezuela, Cuba e Coréia do Norte. No trecho seguinte, Hillary Clinton, que foi sua adversária dentro do partido, diz que a fala do rival mostrava sua visão “irresponsável e francamente ingênua” das relações internacionais do país. A peça publicitária termina com o locutor dizendo: “Hillary está certa.”

“Investimos US$ 1 milhão nessa campanha para mostrar que a política de Obama é perigosa para Israel. Os EUA precisam experiência”, afirma Matt Brooks, diretor da organização republicana. Outro anúncio mostra uma imagem de Mahmoud Ahmadinejad, presidente iraniano, com os dizeres: “Ele quer destruir Israel e Obama fala que vai se reunir com ele?você não fica preocupado?”

Como resposta, o rabino Steven Bob lançou um site chamado Rabinos por Obama, apoiado por 562 assinaturas de colegas, afirmando que votar no democrata é “kosher”, ou seja, tem a reverência do líder espiritual hebraico. Por seu lado, John McCain convocou o senador de origem judaica Joe Lieberman para conseguir votos na comunidade, se reunindo em cafés da manhã com avós e avôs em Fort Lauderdale. Lieberman esteve como vice na chapa democrata de 2000, ao lado de Al Gore, mas se bandeou para a campanha do republicano e se anuncia independente.

Já Obama escolheu como seu vice Joe Biden, um interlocutor respeitado pela comunidade judaica. Biden se apresentou como um “zadi” (avô) e criticou as campanhas contra Obama. “As acusações de que ele é muçulmano são ridículas”, disse. As famílias do pai e do padrasto do candidato democrata são muçulmanas, mas ao contrário do que afirma um dos e-mails difamatórios, Obama não estudou em colégio islâmico quando morou ainda criança na Indonésia (na verdade, freqüentou uma escola católica de Jacarta).

Perambulando pelas ruas cheias de palmeiras e brisas, Haile Soifer, 29, tenta convencer seus similares em Coconut Creek. “Obama nunca pôs em xeque o alinhamento norte-americano com Israel. Nós sofremos discriminação, então, temos que ser os principais advogados de Obama”, argumenta com um casal idoso. Os judeus do Estado formam 650 mil dentro do universo de 10 milhões de eleitores potenciais (nos EUA, o voto é facultativo).

O único levantamento de opinião dentro da comunidade na Flórida, feito pelo apartidário Comitê Judaico Norte-Americano, dava vitória com 57% a Obama, apesar de seu nome e das dúvidas quanto a sua política em relação ao Estado de Israel. Mas isso foi no início de outubro. Com tantas campanhas de republicanos e democratas, o resultado só vai ser descoberto nas apurações desta terça à noite.

Folha Online

Rizzolo: As chances de Obama ganhar são grandes, e a comunidade judaica americana está dividida. Pessoalmente entendo MacCain mais competente, suas chances são poucas, o discurso populista de Obama “encanta” os incautos e ingênuos. O populismo de Obama segue o clichê de Chavez, Correa, Morales e outros. Acredito contudo, que os judeus mais conscientes votarão em MacCain, até porque a figura de Obama não inspira “confiança judaica”.

Eu pessoalmente não daria meu voto a ele (Obama). Os EUA precisam de um presidente forte, patriota, e de coragem e isso chama-se MacCain. Vamos ver se na hora “H” o bom senso vai predominar, pelo menos entre os judeus. Este é o jogo saudável da democracia, qualquer um que vença será a expressão da liberdade de um País livre como os EUA.

Dancem com MacCain, Obama e Sara

Neonazistas planejavam matar Obama, diz governo dos EUA

WASHINGTON – O governo dos Estados Unidos informou nesta segunda-feira, 27, que desarticulou uma conspiração de neonazistas, que planejavam os assassinatos do candidato democrata à Presidência americana, Barack Obama, e de mais 102 afro-americanos no Mississippi. O complô foi desmantelado por agentes do Escritório para Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos. A campanha do democrata não comentou a notícia.

O porta-voz do órgão americano se negou a fornecer mais detalhes e disse que outras informações serão fornecidas à medida que uma investigação avançar. As autoridades de Jackson, no Tennessee, informaram que Daniel Cowart, de 20 anos, e Paul Schlesselman, 18, foram presos na semana passada pelo incidente. Eles descreviam como defensores da supremacia da raça branca e se conheceram pela internet através de um amigo em comum, segundo a emissora CNN.

Os dois foram acusados por posse ilegal de armas, conspiração para furtar uma loja autorizada de venda de armas e por ameaçarem um candidato presidencial, informa a rede americana. De acordo com fontes consultadas pela Agência Efe, os dois membros de grupos neonazistas conhecidos como “cabeças raspadas” planejavam atacar uma escola de Ensino Médio predominantemente negra e roubar uma loja de armas de fogo de Tennessee.

Obama, que pode se tornar o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, está à frente do republicano John McCain nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial, marcada para 4 de novembro.

Agência Estado

Rizzolo: Nada justifica essa barbárie, o nazismo existe e está latente na sociedade americana, européia, e latino americana. Não é a cor, etnia, sexo, tampouco a religião que vão determinar a capacidade de governar um País. Os governos devem estar atentos a estes grupos. Não há mais espaço no mundo para a intolerância, seja ela da onde vier. É uma notícia que impressiona, por se tratar de um candidato à presidência dos EUA. Muito triste, isso. No Brasil as autoridades e o governo, tem dado um exemplo no combate ao anti-semitismo, ao racismo, e à intolerância, e isso é preciso reconhecer.