Oposição usa crise em Honduras contra Venezuela no Mercosul

A votação sobre a entrada da Venezuela no Mercosul, que deve acontecer na próxima semana, no Senado, ficou ainda mais “complicada” com o agravamento da crise em Honduras, de acordo com a oposição.

O argumento é de que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, contribuiu para o retorno do presidente deposto, Manuel Zelaya, a Honduras – causando um “problema” para o Brasil.

O fato é citado no parecer do relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Depois de quase seis meses de análise, o senador concluiu que a Venezuela não deve ser aceita no bloco.

“Mais uma vez Chávez é responsável por dificuldades e embaraço ao governo brasileiro”, diz o texto, referindo-se ao retorno de Zelaya e à escolha da embaixada brasileira como “destino final”.

Há cerca de três meses, Jereissati chegou a considerar um parecer favorável “com ressalvas”.

O texto final será apresentado nesta quinta-feira, na Comissão de Relações Exteriores.

O parecer traz ainda uma série de outras críticas ao presidente da Venezuela. Entre elas, afirma que Chávez contribui para a “discórdia” na região e que sua gestão traz “incertezas” quanto ao cumprimento de compromissos.

Adiamento

O documento será apresentado nesta quinta-feira, mas é provável que a base governista faça um pedido de vista, adiando a votação para a próxima semana.

O pedido de vista também permite que um novo parecer, inclusive com diferente teor, seja apresentado e aprovado na Comissão. O documento costuma ajudar os senadores na votação em plenário, sobretudo entre aqueles que não acompanham de perto a discussão.

O presidente da Comissão, senador Eduardo Azeredo, diz que o impasse em Honduras colocou o governo “em contradição”.

“O governo defende com afinco a democracia em Honduras e ao mesmo tempo quer abrir o Mercosul para a Venezuela, que atualmente segue uma linha autoritária”, diz.

Segundo ele, há “claros indícios” de atentados à democracia e à liberdade de imprensa no país vizinho.

O tema também foi abordado no parecer de Jereissati, que inclui um anexo com relatórios da Organização dos Estados Americanos (OEA) citando casos de descumprimento à carta democrática identificados na Venezuela.

O texto questiona ainda a legitimidade das eleições no país vizinho, “onde políticos são proibidos de concorrer” e a forma “quase ditatorial” de governar do presidente Chávez.

‘Constrangimento’

O parecer do relator diz que o governo coloca o Congresso em situação “constrangedora”, pois se vê obrigado a analisar um protocolo de adesão que “ainda carece de documentos”.

O texto refere-se ao fato de a Venezuela ainda não ter cumprido todos os pré-requisitos dentro dos prazos estabelecidos.

“A decisão de não incorporar os seus resultados no texto do Protocolo de Adesão impõe, sem dúvida, um constrangimento indevido ao Congresso Nacional”, diz o parecer.

Segundo o documento assinado pelo senador Jereissati, “na União Européia, aos candidatos a membros se impõe uma lista de condições e enquanto não as cumprem não são aceitos”. BBC Brasil – Todos os direitos reservados.
BBC/ agencia estado

Rizzolo: Bem, a grande discussão é saber se a Venezuela deve ou não fazer parte do Mercosul. O grande erro nessa história, é a oposição misturar questões políticas com econômicas. Não é possível integrarmos o Mercosul, avançarmos em direção a uma interação comercial maior na América Latina, sem a Venezuela. E olha que eu sou um dos maiores críticos do chavismo. Conheço a Venezuela, critico a política chavista, mas sinceramente misturar as coisas denota uma insensibilidade política e econômica sem tamanho. Não concordar com um regime, com posições políticas, não invalida as questões maiores que dizem respeito ao comércio bilateral. Se assim fosse, não teríamos relações comerciais coma China, e outros países autoritários.

Certa vez ouvi de um empresário brasileiro uma afirmativa muito coerente, quando perguntei a ele sobre os pesados investimentos siderurgicos que fazia seu grupo na Venezuela de Chavez, e ele apenas me respondeu: ” Chavez passa, a Venezuela fica “. Nesse prisma que precisamos ter o foco, o resto é bobagem da oposição, que diga-se de passagem, não tem mais discurso, e usa este tema para ter ganho secundário eleitoral. Quem sofre é o empresariado que quer vender e ter uma participação maior no mercado venezuelano. Uma pena.

Ahmadinejad E Chávez unem-se contra o ‘imperialismo’

TEERÃ – O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad e seu colega venezuelano, Hugo Chávez, fizeram críticas ao Ocidente neste sábado, prometendo aprofundar os laços entre os dois países e permanecerem juntos contra os Estados Unidos e as potências mundiais, que os dois chamam de imperialistas.

Chávez está numa viagem de 11 dias e já visitou a Líbia, Argélia, Síria e Irã. O líder venezuelano também vai visitar a Bielo-Rússia, a Rússia e a Espanha no que chamou de uma tentativa de construir um “mundo multipolar” e de conter as influência dos Estados Unidos.

Depois de chegar a Teerã na noite de sexta-feira, sua oitava visita ao país, Chávez disse que o Irã é “um aliado estratégico, um aliado leal” do seu país e defendeu o direito do Irã de ter um programa nuclear.

Ele elogiou o Irã por não aceitar as supostas tentativas das “forças do Ocidente” de desestabilizar o país após as eleições presidenciais de junho que deu a Ahmadinejad seu segundo mandato. Essas tentativas fracassaram, disse Chávez, e “o Irã ficou fortalecido”.

Ele se referiu aos protestos feitos por opositores da reeleição de Ahmadinejad, manifestações que Teerã afirma foram patrocinadas pelo Ocidente e que foram violentamente reprimidas.

Durante a reunião deste sábado entre Chávez e Ahmadinejad, a imprensa em língua inglesa do Irã informou que o presidente iraniano disse que os dois países têm “a importante missão de ajudar os países oprimidos e revolucionários e expandir o fronte anti-imperialismo no mundo”.

Chávez e Ahmadinejad estabeleceram relações que vão do sistema financeiro à produção industrial. Fábricas iranianas produzem carros, tratores e bicicletas na Venezuela e as relações entre os dois países preocupam Washington.

Falando à televisão estatal venezuelana pelo telefone, Chávez defendeu o “direito soberano” do Irã de ter um programa nuclear, que o Ocidente acredita que mascare a produção de armas nucleares. Teerã afirma que o objetivo do programa é produzir energia elétrica.

“Não há qualquer prova que qualquer pessoa possa mostrar que o Irã está construindo uma bomba atômica”, disse Chávez. “Estamos certos de que o Irã não fará chantagem”.

Chávez disse que tanto Teerã quanto Caracas estão “enfrentando o mesmo inimigo, que é o império norte-americano e seus lacaios. E nós vamos vencer o império e os lacaios”.

Ele também disse que o recém fundado banco iraniano-venezuelano, sediado em Caracas, teve seu primeiro aporte de capital de US$ 200 milhões e que os dois países discutem a exploração de petróleo e gás tanto na Venezuela quanto no Irã e que estão construindo, em conjunto, usinas de etanol.
agência estado

Rizzolo: Esse camarada Chavez é realmente um problema para a América Latina. O pior é que o presidente Lula e a petezada adoram render homenagens a este cidadão que é um verdadeiro ” trouble maker “. Ele ainda fala em imperialismo, grita contra os EUA mas vende sua produção de petróleo aos americanos. Lula ao se solidarizar com Chavez faz um papel feio, com um regime mal visto em todo mundo. Imaginem Ahmadinejad e Chávez, bela dupla. Haja base americana e quarta frota para dar conta desse retrocesso na América Latina. Muitos devem estar falando ” Ah! mas esse Rizzolo, foi amigo dos bolivarianos, pagaram uma viagem de graça para ele a um Congresso em Caracas há dois anos atrás e agora se volta contra Chavez ?” É isso aí, só não é dado aos mortos o direito de mudar de idéia e se arrepender ! Só sou fiel as minhas idéias. Agora engraçado, não me convidaram mais..

EUA e Venezuela decidem restabelecer embaixadores

Os Estados Unidos e a Venezuela revelaram nesta quarta-feira que vão enviar seus embaixadores de volta a Caracas e Washington, nove meses após a retirada dos diplomatas de seus postos por conta de um desentendimento político.

Autoridades dos dois países confirmaram a decisão, que ocorre após um alívio da tensão entre Estados Unidos e Venezuela desde a posse do presidente americano, Barack Obama, em janeiro.

De acordo com o governo americano, Patrick Duddy retornará à função de embaixador dos Estados Unidos em Caracas, de onde foi expulso em setembro pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Na ocasião, Chávez disse que a decisão de expulsar Duddy era uma manifestação de solidariedade à Bolívia, que havia acusado o governo americano – ainda sob o comando de George W. Bush – de envolvimento em um suposto plano contra o presidente Evo Morales.

Chávez afirmou na época que as relações da Venezuela com os Estados Unidos seriam restabelecidas quando os americanos tivessem um novo governo que respeitasse a América Latina.

Logo após a expulsão de Duddy, o governo americano reagiu solicitando o afastamento do embaixador venezuelano Bernardo Alvarez. Nesta quarta, o ministro do Exterior da Venezuela, Nicolas Maduro, confirmou que Alvarez também retornará para seu posto em Washington.

Obama e Chávez

Em abril, durante a reunião da Cúpula das Américas, Chávez se encontrou com Obama pela primeira vez e disse que esperava enviar um embaixador de volta a Washington em breve.

Como sinal de retomada das relações entre os dois países, Obama cumprimentou Chávez durante o encontro e aceitou um presente, um livro, do líder venezuelano.

O livro As veias abertas da América Latina, escrito pelo uruguaio Eduardo Galeano, foi entregue pessoalmente por Chávez a Obama, antes do início da sessão plenária da 5ª Cúpula das Américas. Como dedicatória, Chávez escreveu “para Obama, com afeto”.

O presidente venezuelano foi um crítico severo dos Estados Unidos durante o mandato de George W. Bush e chegou inclusive a acusar o governo americano de fazer planos para assassiná-lo.

A reaproximação entre os dois países reforça a postura do governo de Obama de defender uma política de distensão com nações que tiveram desavenças políticas com os Estados Unidos.

Pouco antes do anúncio da volta de seu embaixador a Caracas, o governo americano anunciou que vai enviar um embaixador à Síria pela primeira vez em quatro anos. BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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Rizzolo: Já estava na hora de se restabelecer as relações diplomáticas, com a Venezuela. É claro que Chávez é um cidadão difícil, quando menos se espera ele vem com aquelas observações nada educadas. Chávez é imprevisível, e bem fez os EUA na época de retirarem seu embaixador. O problema é que não adianta ser dócil com a Venezuelana de Chávez, com o Irã de Mahmoud Ahmadinejad, e com a Coréia do Norte de Kim. Estes só entendem a força como argumento, tornma-se controlados por um tempo, depois descambam para o radicalismo.

Irã ataca Ocidente e volta a intimidar imprensa

Teerã, 21 jun (EFE).- O Irã começou hoje a mirar sua pontaria para os países ocidentais, enquanto prosseguem os protestos contra o Governo, especialmente em Teerã, onde cerca de 20 pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas nos confrontos entre a Polícia e manifestantes.

De manhã, o presidente Mahmoud Ahmadinejad, cuja reeleição foi o estopim da revolta no país, exigiu que Estados Unidos e Reino Unido parem de interferir nos assuntos internos do país.

“Com estas opiniões prematuras, tirarei-os com toda certeza do círculo de amigos do Irã. Portando, aconselho corrigirem esta postura intervencionista”, disse o chefe de Estado.

Segundo Ahmadinejad, acusado pela oposição de fraudar as eleições, EUA e Reino Unido não conhecem o povo iraniano e se equivocam ao julgarem “estes eventos que elevam ainda mais a importância da República Islâmica do Irã”.

Horas depois, o Governo ordenou a expulsão do correspondente permanente da “BBC” em Teerã, John Leyne, acusado de dar “informações falsas”, “não manter a objetividade”, “estimular os distúrbios” e desrespeitar o código de ética da profissão.

Leyne, assim como os outros repórteres estrangeiros que ainda estão em Teerã, desde terça-feira está proibido de sair às ruas para cobrir as manifestações da oposição, consideradas ilegais pelo regime.

O ataque verbal contra os países estrangeiros foi iniciado pelo ministro de Assuntos Exteriores, Manouchehr Mottaki, quem numa reunião com o corpo diplomático credenciado no país acusou França, Alemanha e Reino Unido de aproveitarem as eleições presidenciais para tentar derrubar o regime.

“Os políticos de certos países fizeram declarações intrusivas e irresponsáveis (…). Eles deveriam pensar duas vezes antes de questionar o processo democrático das últimas eleições”, afirmou.

Mottaki foi especialmente duro com a Chancelaria britânica, que, segundo disse, perturba a paz no Oriente médio para “proteger o Estado sionista (Israel)”.

Além disso, pediu à França que se desculpe pelas declarações do presidente Nicolas Sarkozy, que disse ter certeza de que são verdadeiras as denúncias de fraude nas eleições.

O presidente do Parlamento, Ali Larijani, foi além e disse que os legisladores do país deveriam reconsiderar as relações diplomáticas com todos estes países.

Segundo a rádio oficial, Larijani classificou como “vergonhosa” a postura adotada pelas três potências europeias e pelos Estados Unidos. Em resposta, sugeriu à Comissão de Assuntos Exteriores do Parlamento que “repense os laços com os três países europeus”.

Há uma semana, o Irã é palco de protestos e confrontos diários entre a oposição e a Polícia, esta última apoiada por integrantes da milícia islâmica Basij.

A situação na capital Teerã se agravou ontem, depois que pelo menos 13 pessoas morreram vítimas da repressão policial contra mais uma manifestação convocada pela oposição em protesto contra o resultado do pleito do último dia 12.

Hoje, a TV estatal classificou como “terroristas” os que enfrentam a Polícia. Disse ainda que a Polícia deteve várias pessoas relacionadas ao grupo opositor armado Mujahedin Khalq.

Enquanto a militarização cresce nas ruas, o líder da oposição, Mir Hussein Moussavi, disse que é preciso “limpar as mentiras e as atitudes desonestas” que ameaçam destruir o sistema.

Num texto publicado em seu site, o ex-primeiro-ministro disse que as autoridades da República Islâmica devem permitir os protestos ou enfrentar as consequências.

As palavras de Moussavi representaram um claro desafio ao líder supremo da Revolução iraniana, o aiatolá Ali Khamenei, que na sexta-feira negou as denúncias de fraude eleitoral e exigiu um fim nos protestos.

“Não nos opomos ao sistema islâmico e a suas leis, mas às mentiras e às ideias desviadas. Só buscamos uma reforma”, afirmou Moussavi.

“O povo espera de seus governantes honestidade e decência, porque muitos de nossos problemas se devem às mentiras. A revolução islâmica deve ser o caminho”, acrescentou. EFE

Rizzolo: Bem, como podemos observar, todo regime tirano quando é de certa forma desnudado, aponta suas ameaças sem constrangimento a seus inimigos. Intimidar a imprensa, vociferar contra países democráticos do Ocidente, é tudo que este Blog já previa quando os EUA se enfraqueceu com a vitória e o discurso dócil de Obama. Foi justamente quando os radicais do mundo descobriram a fragilidade ideológica de Obama, seu discurso populista, bobo, sem sentido, é que como bactérias oportunistas, aproveitaram para enrijecer suas disposições contra a democracia, a liberdade de imprensa, e a livre expressão do pensamento.

Agora o pior, o Brasil neste cenário, bate palmas e aplaude Mahmoud Ahmadinejad, convida-o para visitar o país, promete “estreitar os laços”, faz “vista grossa” para as armas de destruição em massa desenvolvidas no Irã e falta de direitos humanos, e se encantam com os discursos bobos de Mahmoud Ahmadinejad. O presidente de Israel, Shimon Peres, disse neste domingo, 21, que espera que o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad seja derrubado “Não sabemos o que desaparecerá antes no Irã: o programa de enriquecimento de urânio ou o miserável governo (de Ahmadinejad). Esperamos que seja o governo”, disse Peres numa reunião da Agência Judaica em Jerusalém. É isso ai.

Senado debate inclusão da Venezuela no Mercosul

BRASÍLIA – O embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima foi o único a se manifestar “francamente favorável” ao ingresso da Venezuela no Mercosul, entre os quatro convidados para audiência pública realizada na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Outros dois embaixadores, Rubens Barbosa e Sérgio Amaral, e o representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Coelho Fernandes, usaram mais argumentos técnicos do que políticos para criticar a adesão imediata daquele país.

Entre os senadores, o debate foi político e os que rejeitam a inclusão da Venezuela insistiram nos ataques ao presidente Hugo Chávez. O argumento de Flecha de Lima foi repetido por vários senadores favoráveis à inclusão. “Não podemos nos deixar levar pelo componente passional. Eu não gostaria que Hugo Chávez fosse presidente do Brasil, mas (ele) é passageiro, não é eterno. Os interesses concretos são muito relevantes”, sustentou Flecha de Lima. O diplomata considerou as críticas de Chávez feitas ao Congresso brasileiro, quando protestou pela demora na decisão sobre a adesão ao Mercosul, um “lapso lamentável, altamente reprovável”, mas disse que poderia ser resolvido com um pedido de desculpas do presidente venezuelano.

Rubens Barbosa e Sérgio Amaral insistiram na necessidade de se cumprirem requisitos básicos para o avanço das negociações, como concluir cronogramas de negociações e os termos da Tarifa Externa Comum (TEC). Os dois diplomatas recomendaram que o Senado cobre do Itamaraty informações objetivas sobre o andamento dos trabalhos do grupo encarregado de negociar os detalhes da adesão com a Venezuela.

O representante da CNI disse que a entidade recebeu ontem do Itamaraty uma carta informando que “as negociações com Brasil e Venezuela estão em fase final” e que os cronogramas de negociações estão definidos. O relator do projeto de decreto legislativo que aprova a adesão da Venezuela, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), apresentou requerimento pedindo informações ao Ministério das Relações Exteriores. “Não temos condições de relatar enquanto não recebermos informações”, disse Tasso.

O ex-presidente e senador Fernando Collor de Melo (PTB-AL) foi o mais contundente ao criticar o ingresso da Venezuela no Mercosul. Disse que Hugo Chávez tem comportamento “belicoso, provocativo, divisivo e um projeto de poder que não coaduna com os interesses brasileiros”.

Em defesa da adesão, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse que, como país líder da América Latina, o Brasil deve defender a integração. “Não sou apaixonado pelo presidente Chávez, mas não estamos avaliando se gostamos ou não dele. O Brasil não pode defender a integração lá fora e o isolamento aqui dentro (do continente)”, afirmou Casagrande.
agência estado

Rizzolo: Bem, parece que Chavez não se emenda, quer agora colocar um governador biônico em Caracas, como mostra a Folha de S. Paulo. Ou seja, quer nomear alguém que mande mais que o governo da oposição, eleito pelo voto. Outra coisa que preocupa muito por lá é a pressão que a imprensa vem sofrendo. Agora, especificamente no tocante ao Mercosul, as argumentações de que a Venezuela há que concluir cronogramas de negociações e os termos da Tarifa Externa Comum (TEC), é pura tergiversação por parte daqueles que ainda não entenderam que muito embora Chavez seja um falastrão, autoritário, e tudo mais, a Venezuela não pode ficar de fora do Mercosul.

É uma questão econômica, não política. Gostando ou não do Sr. Chavez temos que avançar na integração, até porque a integração fica, se desenvolve, e Chavez um dia – se Deus quiser – vai embora. Empacar a inclusão sai caro, vamos pensar no comércio bilateral, ” minha gente “. Não é ex presidente Collor ?

Rússia irá entregar helicópteros militares ao Brasil

LONDRES – A Rússia começará a entregar ao Brasil este ano os helicópteros de ataque Mi-35 Hind (VIDEO) – ou Mi 35 in action(VIDEO) – informou hoje a agência de notícias Ria Novosti. A agência baseia a informação em uma fonte no governo russo. De acordo com o funcionário, o valor do contrato é de aproximadamente US$ 150 milhões.

O helicóptero russo ganhou, no ano passado, a licitação para fornecer os aparelhos às Forças Armadas brasileiras. Seus concorrentes eram o Augusta A-129 Mangusta e o Eurocopter AS-665 Tiger. As informações são da Dow Jones.

Rizzolo: O helicóptero de ataque russo MI 35 HIND possui míssel anti-tanque para atuar em terrenos onde há movimentação de armas, principalmente aquelas que se movem com mais lentidão como os tanques. O MI 35 HIND, é a versão de exportação do helicópetro de ataque russo MI 24 HIND.

A Venezuela de Chavez em 2005, comprou 10 unidades do MI 35, sendo que quatro foram entregues em junho de 2006, e outros em dezembro do mesmo ano. Quanto a sua eficácia como helicópetero desconheço. Os amigos militares podem se manifestar. A verdade é que precisamos investir e modernizar nossas Forças Armadas, face à extensão do nosso território. Assistam os vídeos acima.

Chávez qualifica Obama de ‘pobre ignorante’ e o manda ler

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, qualificou neste domingo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de “pobre ignorante” por ter declarado meses atrás que o líder venezuelano exporta atividades terroristas.

Chávez, militar reformado, disse que esperava que com Obama pudessem ser recompostas as abaladas relações diplomáticas entre os dois países. Ele revelou que alguns comentários feitos pelo presidente norte-americano em janeiro o fizeram desistir de designar o novo embaixador da Venezuela em Washington.

“Agora Obama vai acusar a mim de exportar o terrorismo? Pelo menos alguém poderia dizer: pobre ignorante, estude, leia um pouco para aprender qual é a realidade que está vivendo e a realidade da América Latina e do mundo”, disse Chávez, durante seu programa dominical de rádio e televisão.

“Mas são sinais muito ruins de um governo. Nós continuaremos esperando, mas não estamos desesperados. Para nós o império dos Estados Unidos tanto faz como tanto fez,” acrescentou.

Em janeiro, Chávez pediu a Obama que retificasse suas opiniões sobre ele e sobre a Venezuela se desejava a melhoria das relações diplomáticas.

O presidente norte-americano disse em janeiro que Chávez tinha interrompido o progresso da região, exporta atividades terroristas e apóia “entidades malignas” como a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Embora EUA e Venezuela mantenham um dinâmico intercâmbio comercial, as relações entre seus governos chegaram ao ponto mais baixo em décadas, em meio a um ríspido intercâmbio verbal que resultou na retirada dos respectivos embaixadores.

O presidente venezuelano expulsou em setembro o embaixador dos EUA em Caracas e ordenou a retirada de sua delegação diplomática de Washington em apoio ao governo da Bolívia, que tomou decisão semelhante em meio a uma forte crise política.

Folha Online

Rizzolo: Certa vez comentei neste blog que Chaves é o elemento essencial para levar o ” socialismo do século 21 a bancarrota. Ah! Alguns bobos da esquerda exclamaram: “Mas o Rizzolo, um mal agradecido, foi para Venezuela a convite de instituições ligadas a Chavez, conheceu a realidade da pobreza venezuelana, e depois de algum tempo rebelou-se”. Eu respondo que, até por terem me dado a oportunidade de ir, ver e conhecer, digo que do ponto de vista social Chavez fez muito. Fez mesmo, só que fez errado. Se tornou um fascistóide e além disso, como dizia garrincha, “fez tudo mas não combinou com os russos”. Não há como se indispor com os EUA, mormente em se tratando de uma abertura com um presidente democrata. Começar a insultar Obama, só para demonstrar ” um caráter forte” “patriota” é uma tática que apenas serve aqueles que querem seu fim. Mandar Obama ler e chama-lo de ignorante apenas atrai a antipatia mundial. Neste ponto Lula é bem mais esperto, deveria Chavez ouvir mais seu ” advogado”. Como Amorim afirma, Lula é o ” advogado de Chavez nos EUA ” Quanto despreparo minha gente !!

Chávez ordena tomada de portos e aeroportos da oposição

CARACAS – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou neste domingo, 15, que as Forças Armadas do país tomem os portos e aeroportos e advertiu que os governadores dos estados que se opõem a nova lei, que coloca os centros de transportes sob controle federal, podem ser presos.

Durante seu programa semanal de rádio e tevê “Alô Presidente”, Chávez ordenou que os navios da Marinha tomem controle do porto Cabello, no estado de Carabobo, e o porto de Maracaibo, no estado de Zulia, na próxima semana. Esses são os dois maiores portos marítimos da Venezuela.

O presidente disse aos oficiais militares que os governadores Henrique Salas (Carabobo) e Pablo Perez (Zulia), ambos da oposição, podem resistir à lei recém-aprovada. “Se ele der uma de esperto… Isso merece a prisão”, disse Chávez com relação a Salas. “O mesmo serve para o governador de Zulia”, acrescentou.

Legisladores fiéis a Chávez votaram na semana passada uma lei que coloca todos os aeroportos, rodovias e portos sob controle federal, um movimento que os adversários afirmam ter como objetivo aumentar o poder do presidente. “Esta é uma questão de segurança nacional”, disse Chávez neste domingo, defendendo a lei.

Os governadores da oposição alertaram que a lei aprovada pela Assembleia Nacional, dominada pelos chavistas, tem como objetivo estrangular os adversários do presidente financeiramente e para reduzir o apoio dos eleitores que os elegeram em novembro.

Sob a nova lei, os estados e municípios não podem mais recolher tarifas de transportes dos portos e aeroportos ou construir pedágios ao longo das rodovias, o que significa que os governadores e prefeitos terão menos dinheiro para os projetos públicos.

Os aliados de Chávez conquistaram 17 dos 22 governos na eleição de novembro. Mas os líderes da oposição ganharam terreno, conquistando cinco postos governamentais e a prefeitura de Caracas. Após a eleição, Chávez assinou uma série de decretos que passam para o governo federal o controle sobre hospitais, estádios esportivos e outras instituições públicas em estados conquistados pela oposição.

agência estado

Rizzolo: Essa tomada de portos e aeroportos é de caráter político mas denota a vocação autoritária de Chávez fazendo uso de meios nada democráticos na derrubada da oposição ao chavismo. Como podemos observar cada vez mais fica difícil ser complacente com a postura chavista de governar. A essência deste autoritarismo stalinista, está no encrudescimento ideológico bolivariano arraigado nos preceitos da esquerda radical, que tem por objetivo centralizar cada vez mais o poder nas mãos de Chávez. Com efeito fica quase indefensável ao presidente Lula, o ” advogado da Venezuela ” como afirma o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, propagar nos EUA uma aproximação com a Venezuela tendo como presidente o senhor Hugo Chávez.

Lula será ‘advogado’ da Venezuela junto a Obama, diz Amorim

O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá atuar como uma espécie de “advogado” da Venezuela na conversa que terá no sábado com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

De acordo com o chanceler brasileiro, a expectativa do governo é que Obama endosse o discurso de “mudança” que tem feito e esqueça “problemas do passado” que ocorreram entre Estados Unidos e países latino-americanos.

“O presidente Lula quer mostrar o mesmo sentimento que ele tem em relação a outros países mais pobres da América do Sul. Acho que é possível (que o presidente advogue pela Venezuela e pela Bolívia). No caso da Venezuela, o próprio presidente (Hugo) Chávez se encarregou de dizer que tem toda a confiança no que o presidente Lula puder dizer”, destacou Amorim. “De certa maneira é um endosso para que isso ocorra por parte da Venezuela. A mensagem é de diálogo, de compreensão e para evitar (pensar no presente levando em conta) problemas do passado, e (sim) disposição para cooperar e entender.”

“Acho que não é tanto uma questão de simplesmente fazer com que o presidente Obama olhe para cá. Creio que ele fará isso, mas (…) que com modéstia e humildade olhe para cá, (olhe) com ótica certa. Ele tem que levar em conta as mudanças que ocorreram na América Latina e no Caribe”, opinou Amorim. “Creio que o presidente Lula terá ocasião de levar sua visão de como tem sido esse processo de mudança na América do Sul e na América Latina, sem a pretensão de dar conselho.”

Na avaliação do ministro, a postura de respeito dos Estados Unidos diante do referendo na Venezuela, que abriu a possibilidade para que o presidente Hugo Chávez pudesse se candidatar e se reeleger indefinidamente, por exemplo, foi “muito equilibrada” e permite antever um novo perfil de relação entre os países.

“É preciso compreender e ver que na Venezuela houve vários referendos, todos com (acompanhamento) internacional. Em todos esses casos, indiscutivelmente, houve uma votação que deixou claro o sentido geral da opinião na Venezuela (de apoio à possibilidade de reeleições indefinidas)”, completou. “Creio que o presidente Obama estará aberto.”

Defensor do fim do embargo comercial à Cuba, o presidente Lula deverá, na conversa com Obama no sábado pela manhã, ressaltar a importância e o simbolismo da ilha para a América Latina.

“No contexto de tratar da região, é inevitável tratar do tema Cuba. A situação de Cuba hoje em dia é uma relação anômala em relação ao resto do continente, não há duvida que é”, comentou Celso Amorim, evitando polemizar sobre as críticas ao regime de governo cubano. “Cuba é muito simbólica na América Latina, para a maneira como os Estados Unidos olham para a América Latina. Não escolhemos os regimes dos outros países.”

Crise financeira

Além de discutir questões regionais e de interesse da América Latina, ressaltou Amorim, o presidente Lula deve opinar junto a Obama sobre possíveis “remédios para a crise financeira”, incluindo uma exposição sobre o sistema bancário brasileiro e o reforço de que o protecionismo não ajuda em nada a sair das turbulências econômicas mundiais.

Redação Terra

Rizzolo: O ministro de Relações Exteriores Celso Amorim, gosta nas suas declarações de insinuar que o presidente Lula ” está com Chávez e não abre “. A palavra ” Advogado da Venezuela “, muito embora no sentido figurado, denota uma afinidade inconteste ao regime bolivariano. Contudo não será – pelo menos por parte de Chávez- a postura causídica que Chávez adotará, quando os EUA adotar o Brasil, um dia, como um fornecedor de petróleo maior do que a Venezuela . Chávez irá bravejar, e destituirá seu advogado. Chávez é imprevisível, entendo este papel de Lula um pouco mediador, um aproximador muito embora poderá ser mal interpretado e não contará com o apoio de grande parte dos americanos. Lula deve ressaltar o papel de liderança do Brasil na América Latina, dissocia-lo do viés esquerdista catanho dos países da América Latina. Agora um ” Advogado da Venezuela ” é demais. Que tal Lula se portar como um Advogado dos interesses brasileiros apenas, e um mero e discreto mediador do regime bolivariano. Entendo que ganharíamos mais.

O dia em que Chávez riu por último

Ainda me lembro quando desembarquei em Caracas em setembro de 2007, a convite de uma instituição ligada ao governo bolivariano. Fui convidado a participar de um seminário da Fedecamaras no Hotel Alba, um antigo hotel Hilton, que o socialismo bolivariano havia “expropriado”.

A imponência do hotel permanecia, e tudo ainda lembrava um hotel americano na sua essência, porem podia-se observar toques de socialismo quer nos hóspedes, quer no “cuidado estatal” de uma forma geral nas dependências do hotel. Não seria honesto deixar reconhecer, que fiquei surpreso com a diversidade de opiniões sobre Chávez. O sentimento do povo oscilava entre o ódio e o amor, entre a esperança e o medo.

Na época ninguém poderia imaginar que o exemplo de capitalismo, de livre mercado, de liberalismo, do ” imperialismo americano”, como afirma Chavez ,fosse ruir e mergulhar em 2008 na crise das ” subprimes”. Até os mais experientes economistas, ou apegados e teóricos socialistas bolivarianos, traziam longos discursos sobre a natureza selvagem do liberalismo, e em contraponto apregoavam uma participação maior do Estado como interventor e regulador do mercado, mas o que jamais poderiam imaginar, é que seus discursos, serviriam de matéria -prima para sanar uma crise que estava por vir na América do capital.

Aquela postura ” estatizante bolivariana”, assustava o mercado venezuelano, os empresários, a elite, e segmentos da classe média, a ponto do governo na época, restringir a moeda americana e sua circulação, evitando a evasão. Mas como nada é perfeito, e para tudo se dá um jeito, milhares de venezuelanos dos setores mais bem aquinhoados da sociedade, acreditando na propaganda da mídia dos monopólios privados que martelava contra o “socialismo” de Hugo Chávez, um “comunista que não respeita a propriedade privada”, preferiram confiar seu dinheiro à sucursal em Caracas do banco texano Stanford, pensando que os recursos estariam lá mais seguros do que nos bancos venezuelanos.

Foi para surpresa dos precavidos, e daqueles que imaginavam salvaguardar seu dinheiro fora do alcance de Chavismo, que neste mês a Comissão de Valores dos EUA (SEC, sigla em inglês) denunciou o Stanford Financial Group por um esquema gigantesco de fraude que envolve cifras no valor de oito bilhões de dólares envolvendo transferência para o exterior.

Infelizmente ficou enfim comprovado, que no afã de fugir do socialismo bolivariano, e seus discursos estatizantes, e obter uma boa rentabilidade, os vultuosos depósitos – mais de uma quarta parte dos dólares – grande parte deles ligados à oposição, acabaram sendo investidos em certificados de depósitos fraudulentos por parte da norte-americana Stanford, com taxas de juros suspeitosamente altas.

Tal como numa novela mexicana ou confirmando o fato de que quem ri por último acaba rindo com mais dinheiro, o Banco Stanford faliu e levou consigo dinheiro de contas de venezuelanos que tentavam evadir do Estado bolivariano mais de 2 bilhões de dólares.

Segundo fontes da Reuters, esses venezuelanos investiram mais de 2 bilhões de dólares em suas empresas offshore, o que fez com que a Superintendência de Bancos e Outras Instituições Financeiras (SUDEBAN), interviesse na instituição com a anuência do Diretório do Banco Central da Venezuela. O governo bolivariano acabou tomando medidas para proteger a classe baixa e média dessa tragédia financeira de cunho cautelar.

A notícia me remeteu a um breve comentário na época, de um taxista em Caracas quando lhe perguntei o que achava sobre Chavez. Ele virou a cabeça bruscamente, quase batendo-a no retrovisor e disse: ” Se pudesse o pouco que tenho enviava aos EUA”; ao carro virar a esquina, vi do alto um grande “out-door” de Chavez, com uma camisa vermelha e um amplo sorriso. Hoje penso comigo indignado com a notícia: “talvez o líder bolivariano já previa alguma coisa, com certeza mandinga bolivariana…”

Fernando Rizzolo

Chávez autoriza Lula a falar sobre Venezuela com Obama

CARACAS – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse na quarta-feira que autorizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a falar sobre seu país com o líder norte-americano, Barack Obama, durante o encontro que ambos têm previsto para meados de março.

Chávez acusa Washington de liderar um capitalismo que acabará com a vida sobre o planeta e foi uma das principais vozes antiamericanas durante o governo de George W. Bush. O presidente venezuelano afirmou que Obama segue os passos de seu antecessor.

“Obama o convidou a conversar. Ele (Lula) fez contato conosco e disse que ele quer, se eu estiver de acordo, falar sobre o tema da Venezuela. Eu lhe disse que fale. Como eu falaria também se fosse o Brasil”, disse.

Chávez, que tem encontro previsto com Lula no final de maio, não detalhou os assuntos que Lula tratará com Obama.

Washington e Caracas mantêm relações diplomáticas conflituosas que atingiram um ápice no ano passado quando Chávez expulsou o embaixador norte-americano. O presidente venezuelano na ocasião acusou o “império” de intrometer-se na política de sua aliada Bolívia. Em resposta, os EUA também expulsaram o embaixador venezuelano em Washington.

Caracas suspendeu um acordo com a agência de combate ao tráfico de drogas dos EUA (DEA), enquanto Washington proíbe há anos a venda de sua tecnologia militar ao país sul-americano. As vendas de petróleo venezuelano aos EUA, porém, continuam.

Chávez irritou-se recentemente com um informe norte-americano que acusa seu governo de não lutar o bastante contra o narcotráfico.

“Eu me perguntava ontem (…): será que há um novo governo na Casa Branca? Ou seria, ou será, que enviaram Obama para lá para que despache, mas Bush segue mandando no salão… como se chama? Oval?”, disse ele durante reunião de conselho de ministros transmitida pela TV oficial.

O presidente venezuelano, que considera Fidel Castro como seu pai político, sugeriu que os Estados Unidos se ocupem da crise econômica mundial em vez de agredir seu país com “a mentira e o cinismo”.

agência estado

Rizzolo: Só o fato de Chavez ter autorizado Lula a falar sobre a Venezuela, já denota a boa intenção de Chavez num diálogo com a Casa Branca. Realmente, não vejo nada de reprovável por parte de Lula neste papel de intermediação. A maturidade política tarda mas acaba vindo aos líderes da América Latina, Chavez tem melhorado. Observem que até o ex- presidente Collor melhorou, está mais maduro, mais sofrido, muito embora seu temperamento continue o mesmo, mas isso, é a personalidade do político.

Chavez e Collor estão melhorando, quem sabe terão muito que aprender ainda com Lula, que construiu uma personalidade única e descolada do PT. Muitos discordam da minha visão dinâmica de enxergar o cenário político, talvez porque ao contrário de muitos, não tenho compromisso com ninguém, sou fruto de um descuido midiático, fujo da mídia convencional, alguns já disseram ” esse Advogado Rizzolo está muito solto ” Ele é de quem? Eu respondo: de ninguém …falo o que eu quero…sou livre..Só para terminar: Collor ainda é uma figura que pode surpreender. Tomem nota…

‘Não se meta comigo, senhor Obama’, pede Chávez

CARACAS, Venezuela – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu neste sábado, 28, a seu colega Barack Obama, presidente dos EUA, que “não se meta com ele”, sobre as declarações de Washington a respeito dos direitos humanos e narcotráfico na Venezuela. “Não siga o mesmo caminho estúpido e torpe que o seu antecessor, George W. Bush”, disse, durante transmissão obrigatória de programa na TV, em rede nacional.

Na sexta, o Departamento de Estado americano criticou duramente a Bolívia e a Venezuela pela falta de cooperação com o governo dos Estados Unidos na luta contra as drogas, enquanto elogiou Colômbia e México por seus esforços.

O Departamento de Estado afirmou que o êxito da luta antinarcóticos da Colômbia obrigou os traficantes a desviarem suas rotas através da Venezuela, que suspendeu a cooperação antidrogas com os EUA em 2005.

O governo afirma que a Venezuela, pela geografia, corrupção, um fraco sistema judiciário, forças de segurança incompetentes e às vezes envolvidas, junto com a falta de cooperação internacional, é vulnerável ao tráfico de drogas, que quintuplicou desde 2002.

Chávez insistiu que os EUA são o “primeiro consumidor de drogas do mundo” e se perguntou : “Como é isso de não poder deter a entrar de droga no próprio território? É cinismo!”, disse.

O venezuelano disse ainda que o seu país “golpeou o narcotráfico como nunca antes” e confirmou sua acusação de que a DE, a agência de combate às drogas norte-americana, “apoiava o narcotráfico”.

E finalizou, ao dizer que não se deve haver grandes esperanças com Obama, já que o novo governo dos EUA “seguirá sendo imperialista e atropelando seus povos”.

agência Estado

Rizzolo: Parece que o namoro de Chavez com o governo americano de Obama já está se exaurindo. Chavez não aceita crítica, e ao invés de argumentar pacificamente as afirmações dos EUA, as rebate ainda como um fanfarrão. Talvez a vontade de aparecer seja maior do que os interesses em manter uma boa relação com os EUA. Do ponto de vista político, os EUA já demonstraram boa vontade ao regime bolivariano quando no último referido o governo americano parabenizou Chavez pelo exemplo de democracia. Mas ao que tudo indica, Chavez quer manter a animosidade. Na realidade é uma grande tolice do governo venezuelano, ser contra os EUA eternamentem, é uma bobeira latino americana que não leva a nada a não ser a agradar os bobos da esquerda que ainda sonham numa América Latina socialista. Pura ilusão…

Brasil quer importar mais energia da Venezuela, diz Lobão

BRASÍLIA – O ministro de Minas e Energia, , Edison Lobão, disse nesta quinta-feira, 19, que o Brasil pretende ampliar a capacidade de importação de energia elétrica da Venezuela. Para isso, será preciso ampliar a malha de transmissão entre o país vizinho e a Região Norte do Brasil. A ideia é ampliar a capacidade de intercâmbio entre os dois países dos atuais 250 megawatts (MW) para algo entre 3 e 4 mil MW. “Começaremos quando os linhões (de transmissão de energia) forem construídos. Hoje há somente uma pequena linha, que não suportaria carga tão intensa. Teremos de construir essa linha em território brasileiro e a Venezuela faria o investimento em seu território”, disse Lobão, sem citar o valor dos investimentos necessários.

Lobão explicou que a ideia seria “trocar” energia com a Venezuela, a exemplo do que já é feito com a Argentina. Atualmente, o Brasil manda megawatts para a Argentina na época do inverno e recebe depois a mesma quantidade de energia de volta.

Jirau

O ministro de Minas e Energia também defendeu o empréstimo de R$ 7,2 bilhões liberado ontem pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO). “O empréstimo foi negociado diretamente pelo banco com o consórcio, é uma operação segura para o BNDES, não vejo nada de anormal”, disse.

A usina, de 3,3 mil MW será construída pela empresa Energia Sustentável do Brasil, que tem como sócios o grupo Suez (50,1%), Camargo Corrêa (9,9%) e as estatais Eletrosul e Chesf, cada uma com 20%.

Geladeiras

Lobão disse também que o programa de incentivo à troca de geladeiras, estudado pelo governo federal, poderá, quando implementado, gerar uma economia no consumo de energia equivalente a uma usina de 550 megawatts (MW). “E uma usina desse porte exigiria investimentos de R$ 2 bilhões”, disse.

Lobão reiterou que o plano do governo é viabilizar a troca de 10 milhões de refrigeradores em todo o País em 10 anos. Os equipamentos antigos, que consomem mais energia, seriam trocados por novos, mais econômicos. O plano foi discutido no início do mês em reunião no Palácio do Planalto. Segundo Lobão, uma nova reunião deverá ocorrer depois do carnaval para concluir os detalhes do programa.

Em palestra, hoje, para integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Lobão reconheceu que já pensou em por em prática um plano amplo para incentivar o consumo mais racional de energia. Mas, segundo ele, desistiu da ideia, pelo menos por enquanto, por temer que o plano fosse interpretado como um sinal de que o País pudesse correr algum risco de falta de energia. Edison Lobão.

Agência Estado

Rizzolo: Aí existem duas questões, primeiramente a do aumento da demanda de energia que é uma realidade; não há que se falar em desenvolvimento sem energia, e para isso é necessário ampliar a malha de transmissão entre o país vizinho e a Região Norte do Brasil. Aumentar o intercâmbio para algo entre 3 e 4 mil MW, é um desafio.

Outra questão de suma importância, é a integração da Venezuela com os demais países do Mercosul; mesmo aqueles mais refratários ao ingresso da Venezuela no Mercosul, sabem que a questão econômica se sobrepõe à política.

Argumentar e fundamentar o não ingresso da Venezuela no mercado da América Latina face às questões políticas, é uma tolice sem tamanho, o ingresso é algo natural e economicamente interessante. Em relação ao projeto da troca de geladeiras realmente vai promover impacto no consumo de energia, contudo isso é a longo prazo.

‘Chávez poderá se reeleger, não foi reeleito’, diz Garcia

SÃO PAULO – Para o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, a vitória de Chávez no referendo que garantiu sua reeleição ilimitada não significa que ele tenha sido reeleito, mas que ele apenas obteve a possibilidade de se candidatar novamente. “Chávez terá uma eleição em 2012, onde seguramente a oposição vai ter seu candidato e poderá eventualmente derrotá-lo. Então, acho que a questão essencial vai ser efetivamente se ele terá capacidade de convencimento em 2012 de obter o voto dos venezuelanos”, afirmou Garcia durante entrevista à Eldorado.

Garcia lembrou ainda que o presidente Chávez foi derrotado há pouco tempo num referendo onde várias outras questões foram colocadas além dessa específica da reeleição e que o resultado do referendo mostra como o país está dividido. “A oposição teve um excelente resultado e isso demonstra que, pelo menos no que diz respeito à personalidade do presidente Chávez, que como todos nós sabemos é muito polêmica, o país se encontra obviamente dividido.

Com 94,20% das urnas apuradas, o “sim” estava vencendo por 54,36%, enquanto o “não” tinha 45,63%, segundo o primeiro boletim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), divulgado às 21h35 locais (23h05 em Brasília). A abstenção foi de 32,95%, considerada baixa para os padrões da Venezuela.

Para Garcia, o tema da reeleição indefinida é um tema evidentemente polêmico, mas o assessor da Presidência lembrou que existem países em que essa questão evidentemente existe. “Na França isso existe, nos EUA existiram um certo momento. Roosevelt foi eleito quatro vezes, depois é que se introduziu [o limite]. No caso brasileiro não, nós temos um mecanismo pelo qual a reeleição é permitida uma só vez de forma consecutiva. Há ainda outros países que possuem um perfil ideológico muito diferente da Venezuela, estou pensando no caso da Colômbia, onde o tema de um terceiro mandato de Álvaro Uribe está sendo colocado na ordem do dia”.

Sobre a entrada da Venezuela no Mercosul, Garcia ressaltou que não se trata de Hugo Chávez no bloco, mas de “um país com o qual nós temos hoje relações econômicas extremamente dinâmicas”. Segundo ele O Brasil tem hoje com a Venezuela o maior saldo comercial do país e está empenhado no processo de industrialização e transformação da economia venezuelana, acabando com a dependência do petróleo na renda do país. “Insistimos muito nos diálogos com Chávez nos últimos anos, de que é fundamental que a Venezuela escape daquilo que muitos chamam de ‘maldição do petróleo’, isto é, ficar concentrado em um só produto e ficar na dependência de importação de tudo, de alface até leite, ovos, frango… Participamos ativamente no processo de criação da indústria de alimentos e isso tem significado excelentes negócios para os empresários brasileiros”.

Agência Estado

Rizzolo: Eu não sei porque de tanta polêmica em relação ao referendo, no qual Chavez venceu. Não há absolutamente nada de errado nisso. Senão vejamos: quem decidiu sobre a possibilidade do presidente concorrer a outros mandatos sem um limite foi o povo através de um referendo a uma emenda constitucional. Até aí é democrático. Porque no Brasil existe tanta polêmica a esta possibilidade? Medo da popularidade de Lula? Ora, se o povo quiser Lula concorrendo mais vezes, qual o problema?

E vou mais longe, no Brasil ainda existe um medo de consultar o povo, e isso é errado.Tenho minhas restrições a Lula e Chavez, todos sabem, mas em relação a esta questão não vejo nada de mais a não ser excesso de democracia, o que não faz mal a ninguém. Aqueles que insinuam ou tentam criar semelhança desvalidando o voto popular venezuelano, comparando-o à Alemanha de Hitler, usam este argumento para desvalidar a democracia, e isso é perigoso.

Chávez diz que referendo definirá seu ‘futuro político’

De Caracas para a BBC Brasil – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, voltou a afirmar que seu futuro político será decido nas urnas deste domingo, quando os venezuelanos participam de um referendo em que deverão aprovar, ou não, o fim do limite à reeleição para os cargos públicos.

“Venho consciente de que aqui hoje, entre outras coisas importantes, hoje se está decidindo meu destino político e para mim como soldado desta luta, para mim é algo importante”, afirmou Chávez, logo depois de votar, acompanhado das filhas e dos netos no bairro periférico de 23 de Enero, bastião chavista no oeste de Caracas.

O líder venezuelano, que neste mês completou uma década no poder, disse que reconhecerá o resultado “seja ele qual for”.

“Independentemente dos resultados, é a voz da nação que está se expressando”, acrescentou Chávez.

O mandatário venezuelano ressaltou que essa é a primeira vez na história do país que se modifica a Constituição a partir de uma consulta popular.

“Aqui antes, foram feiras emendas, reformas (constitucionais) nas costas da opinião pública, nas costas do povo”, afirmou.

“Isso se acabou aqui na Venezuela (…) aqui não se pode mudar nem um ponto ou uma vírgula se não se aprova em referendo”, acrescentou.

Trata-se da 15 eleição em que os venezuelanos participam desde que Chávez assumiu o poder.

Chávez voltou a chamar seus opositores a reconhecerem os resultados das urnas e advertiu que seu governo está “pronto” para “neutralizar” atos de violência. “Será pior para quem tentar”, afirmou.

Questionado se abriria “pontes” de diálogo com os dirigentes opositores a partir de agora, o presidente venezuelano disse ser um “lança-pontes”, mas condicionou o diálogo ao respeito à Constituição e ” a vontade do povo”.

De acordo com o governo, até o meio-dia, 40% dos eleitores inscritos já haviam votado.

Tanto oficialistas como opositores têm reiterado o pedido para que os mais de 16 milhões de venezuelanos inscritos no registro eleitoral participem da consulta popular.

As últimas pesquisas de intenção de voto apontam que a emenda poderia ser aprovada por uma margem estreita de votos. O principal desafio neste pleito, tanto para o governo, como para a oposição, será diminuir o percentual de abstenções.

A disputa tende a ser apertada. De acordo com o instituto de pesquisa Datanalisis, cerca de 10% do eleitorado se declarou indeciso nas vésperas do referendo, uma tendência imprevisível, mas que pode definir o resultado final.

Do lado de fora, minutos antes da chegada de Chávez, o ex-prefeito chavista da grande Caracas, Juan Barreto, apareceu no centro de votação e foi duramente criticado pelo eleitores simpatizantes ao governo. “Fora ladrão, aqui não é seu lugar, você não fez o trabalho”, gritou um homem. Em coro as pessoas gritavam “Sem vergonha, sem vergonha”.

Governistas apontam que a má administração de Barreto quando prefeito, aliado a denúncias de corrupção durante seu governo, teriam ocasionado a derrota do chavismo na capital, um dos polos mais importantes do país, permitindo a ascensão do político opositor Antonio Ledezma nas eleições regionais do ano passado.

Durante a semana, Josefina Hernandez, uma ativista oficialista responsável por mobilizar os eleitores neste domingo, afirmou que Barreto deveria ir à prisão. “Por gente como este senhor que a revolução não avança, os danos que ele causou ao processo foram piores do que de um opositor”, afirmou Josefina à BBC Brasil.

De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, 1,6 mil observadores nacionais e 98 internacionais, provenientes de 25 países, acompanham o pleito deste domingo.

O primeiro boletim com resultados “irreversíveis” será divulgado pelo CNE três horas depois do fechamento das urnas, previsto para ocorrer às 18h (hora local, 19h30 em Brasília). BBC Brasil – Todos os direitos reservados.

Agência Estado

Rizzolo: Realmente, não podemos considerar a forma com que Chavez conduz o referendo de antidemocrático. É claro que dentro de espectro de sua atuação, o governo tenta miniminar os efeitos da oposição que conta com toda a mídia. Cada um no seu papel, é o jogo democrático, a oposição com seus aliados poderosos, e o governo disputando os votos do eleitor, com o que tem em mãos. Nada de errado.

Não gosto da forma como Chavez se porta como presidente, é autoritário, incita a população contra minorias, manipula as pessoas, mas no tocante à consulta popular, como esta que ocorre neste domingo, não vejo nada de errado, acho até saudável. É como sempre eu digo quem decide é povo, e se fosse aqui todos teriam que respeitar tal atitude. Os incomodados que se debatam. Pelo menos tenho a coragem de dizer, se o povo quisesse Lula, e se houvesse um referendo de uma emenda constitucional, todos teriam que aceitar. Só para terminar, o problema não são os chavistas de lá, são os daqui, acreditem..

‘Vamos ganhar por nocaute’ em referendo, diz Hugo Chávez

CARACAS – O presidente Hugo Chávez encerrou na quinta-feira, 12, a campanha em favor da emenda constitucional que introduz a reeleição ilimitada com um apelo em forma de prognóstico: “O ‘sim’ deve ganhar por nocaute”, anunciou ele, referindo-se ao referendo de domingo. Chávez disse ter recebido pesquisas na noite de quarta-feira que indicam sua vitória, sem dar detalhes, porque a lei não permite sua divulgação nas vésperas da votação.

Chávez disse que seu futuro político será definido no próximo domingo. “A partir de 15 de fevereiro, só o povo colocará e tirará governos”, celebrou o presidente, no cargo há dez anos. “A de domingo será a vitória perfeita”, previu Chávez, derrotado por 50,71% a 49,29% noutro referendo com o mesmo intuito, em dezembro de 2007. “Domingo vocês vão decidir meu destino político, e se saberá se Hugo Chávez fica ou vai”, dramatizou o presidente, que disse que falaria pouco e discursou por 1h40. “Minha vida é de vocês. Façam com ela o que quiserem.”

Dezenas de milhares de pessoas tingiram de vermelho as avenidas do centro de Caracas para apoiar a emenda constitucional. A maioria trazia camisetas, bonés, coletes e bandeiras indicando que trabalham para algum órgão ou programa social do governo ou estudam em escolas públicas. Na Torre Ministerial, que abriga os Ministérios da Comunicação e Informação, da Educação Superior e da Ciência e Tecnologia, funcionários desciam os elevadores carregando fardos de camisetas vermelhas e panfletos defendendo o “sim” no referendo. Motociclistas circulavam entre os manifestantes com distintivos, ao estilo FBI, do Ministério da Participação e Proteção Social. A manifestação coincidiu com o Dia da Juventude na Venezuela, na qual o movimento estudantil tem tido um papel central na resistência ao regime. Hoje, os opositores de Chávez pretendem realizar uma grande manifestação na capital.

O presidente venezuelano, que completou uma década no poder, voltou a afirmar que “está pronto” para governar até 2019 – quando terminaria um eventual terceiro mandato presidencial. Chávez afirmou ainda que reconhecerá “qualquer resultado” do pleito e desafiou seus opositores a fazerem o mesmo. “Exijo aos dirigentes da oposição que digam ao país se vão ou não reconhecer os resultados do domingo”, afirmou. “Eu sei que estão preparando ‘guarimbas’ (bloqueios) e violência. Aconselho que não se atrevam, nós estamos prontos para enfrentá-los. A Venezuela terá paz, nós somos portadores da paz, eles são os portadores da violência”, acrescentou.

Em tom bem-humorado, o presidente venezuelano, que é solteiro, não escondeu a “preocupação” pela celebração do Dia dos Namorados, comemorado no dia 14 de fevereiro na Venezuela, véspera do referendo. Tentando evitar a dispersão de seus apoiadores, ele prometeu “uma semana de folga a partir da segunda-feira”, para que, no sábado, eles não deixem de lado a campanha para namorar. “Mas isso só depois de que derrotarmos a oposição nas urnas e, se for preciso, nas ruas, caso eles se atrevam a não reconhecer o triunfo da revolução bolivariana”, afirmou.

Segundo a BBC, espera-se que mais de 16 milhões de venezuelanos compareçam às urnas neste domingo para decidir se aprovam, ou não, a proposta de emenda constitucional.

(Com Lourival Sant´Anna, de O Estado de S. Paulo, e BBC Brasil)

Rizzolo: Olha eu conheço a Venezuela de Chavez, e ainda fui convidado por uma instituição ligada ao governo chavista para partcipar de um congresso em Caracas. Apesar de muitos dizerem que sou um mal agradecido a Chavez, que depois de tudo me virei contra o regime e começei a malhar o regime, reconheço sim que Chavez promoveu avanços sociais na Venezulena, principalmente em Petara, em Caracas.

Agora o que precisamos entender, é que apesar de Chavez ser um fanfarrão, e um incitador quando faz colocações de cunho antissemitas, é que numa democracia quem decide é o povo, e se o povo domingo decidir por a continuidade de Chavez, nada podemos fazer. E mais, vou dizer algo que para muitos poderá chocar: isso serve para Lula . Se houver um referendo no Brasil, sobre uma evetual emenda constitucional e se o povo brasileiro decidir, pela continuidade, está decidido. Ah! mas o Rizzolo enlouqueceu ! Esse cara não é de confiança !! Digam o que quiser, povo decidiu fim de papo .., acabou…

Contexto ideológico e soberania relativa

O conceito de soberania entre os romanos, classificada como suprema potestas. Era o poder supremo do Estado na ordem política e administrativa. Posteriormente, passaram a denominá-lo poder de imperium, com amplitude internacional. Historicamente, é bastante variável a formulação do conceito de soberania, no tempo e no espaço. No Estado grego antigo, como se nota na obra de Aristóteles, falava-se em autarquia, significando um poder moral e econômico, de auto-suficiência do Estado. Já entre os romanos, o poder de imperium era um poder político transcendente que se refletia na majestade imperial incontrastável, e talvez seja aí, durante o império romano que a essência do conceito territorial soberano se expandiu.

O que observamos hoje, contudo, é que existe um viés conceitual do espaço soberano de um Páis, que é legitimado pelo livre espaço de atuação dos grupos que se diferem ideologicamente num mesmo território, ou em territórios onde deveriam “a priori” ser respeitado o nobre conceito. Porém até onde grupos guerrilheiros tem legitimidade para sua atuação ? Os EUA no decorrer dos últimos anos têm tido uma posição de questionamento do conceito de soberania face à sua ” guerra contra o terrorismo”; muito mais uma política republicana do que propriamente americana em si, contudo, vale uma reflexão ao analisarmos até que ponto a disseminação desse conceito não acaba sendo abarcado por outros países como o que ocorreu na Colômbia.

A grande questão é que, se existe um grupo guerrilheiro entendendo apenas que seus objetivos devam se alcançados através de expedientes espúrios, teriam eles legitimidade para existirem? Não estariam eles nos norteando e nos legitimando a ataca-los aonde quer que estejam? O mais interessante dessa questão é que do ponto de vista dos guerrilheiros o inverso do conceito é o mesmo. Assim sendo, teríamos que lançar uso de um fator preponderante maior, que daria base as investidas dessa natureza, e aí, nos esbarramos no que é ético, aceitável, e humano para uma sociedade.

As Farc há muito deixaram de exercer uma trajetória de cunho marxista num plano estratégico de poder. Tornaram-se um grupo isolado, perverso, e comercial, baseando suas atividades do narcotráfico, no seqüestro, e na intimidação que são práticas abomináveis. Ora, nesse contexto acredito que a soberania relativa poderia se assemelhar a uma figura penal jurídica de ” estado de necessidade”, ou como na persecução, um ” estado de flagrância”. Não há como convivermos com grupos terroristas, e a compreensão de agressão de um Estado a outro, deve ser minimizada face à ideologia e ética de grupos violentos que oferecem perigo à sociedade.

Não estou com isso aprovando a incursão da Colômbia ao Equador, mas de certa forma, entendendo como legítima em casos extremos uma reavaliação desse aspecto da soberania, até porque, temos que levar em consideração o fato do aumento do radicalismo quer religioso, quer oportunista ou terrorista, como no caso das Farc e do fundamentalismo islâmico. O presidente Correa, do Equador, sabia que esse grupo permeava seu território, até porque, guerrilheiros se sentiam seguros por lá. Isso é ético? Com certeza não é, da mesma forma que atravessar a fronteira para atingir um desiderato bélico, como assim fez a Colômbia. Mas o que é pior à sociedade? A soberania relativa deve ser analisada com profunda reflexão e os Estados devem analisar caso a caso, sem maiores paixões bélicas ou nacionalistas, e com maior visão de proteção à sociedade das atividades de grupos desestabilizadores da democracia.

Fernando Rizzolo