Vendas brasileiras caem por 2º mês consecutivo

Rio de Janeiro, 16 jun (EFE).- O volume de vendas no comércio brasileiro caiu 0,2% em abril, comparado ao mês anterior, em dois meses consecutivos de resultados negativos, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As vendas já tinham caído 0,5% em março comparado a fevereiro, seu primeiro resultado negativo em vários meses.

Apesar do volume de vendas em abril ter sido 6,9% superior ao do mesmo mês do ano passado, o IBGE reconheceu que o setor comercial, que até agora tinha se mantido imune, finalmente começou a sentir os efeitos da crise econômica global.

As vendas acumuladas nos primeiros quatro meses do ano aumentaram 4,5%, muito abaixo dos 11% registrados no mesmo período do ano passado.

O volume de vendas acumulado nos últimos doze meses, até abril, aumentou em 7,1%. Até setembro do ano passado, quando crise começou a se agravar, o comércio brasileiro acumulava um aumento anual das vendas de 10,3%.

De acordo com o IBGE, seis dos oito setores comerciais analisados registraram, em abril, uma redução em suas vendas, em comparação com março.

Os mais afetados pela queda das vendas foram o setor de livros, jornais e revistas (-2,7%), móveis e eletrodomésticos (-2,0%) e o setor têxtil, de confecções e de calçados (-1,7%).

As vendas de alimentos, bebidas e supermercado quase não aumentaram (+0,8%). Materiais para escritório e informática tiveram um aumento de 8,9%.

De acordo com o instituto, os setores mais afetados pela queda das vendas são os que dependem em maior proporção do crédito, como os de automóveis, móveis, eletrodomésticos e confecções.

As vendas de móveis e eletrodomésticos, por exemplo, acumularam nos últimos doze meses um crescimento de 8,3%, metade do registrado em setembro do ano passado (16,9%).

O setor de automóveis e motocicletas, que, até setembro de 2008 aumentava suas vendas a um ritmo anual de 21%, cresceu somente 5,1% no último ano, até abril.

De acordo com os analistas do instituto, apesar do comércio indicar estabilidade este ano, o ritmo de crescimento das vendas está muito abaixo do que vinha registrando até antes da crise.

“O comércio está positivo, mas não está crescendo e possivelmente não vai a crescer”, admitiu o economista Nilo Lopes, coordenador do estudo sobre as vendas do comércio no varejo realizado pelo IBGE.

De acordo com Lopes, a aparente estabilidade nas vendas em abril só foi possível graças às medidas que o Governo adotou contra a crise, principalmente à redução dos impostos sobre automóveis e eletrodomésticos linha branca. EFE

Rizzolo: Podemos observar, que a desaceleração foi mais forte em produtos ligados ao crédito, como móveis e eletrodomésticos, que desacelerou de 16,9% em setembro para 8,3% em abril. No varejo ampliado (que inclui carros, motos, partes e peças), a desaceleração foi de 21% em setembro para 5,1% em abril, a crise revelou de forma mais evidente seus efeitos sobre o setor nos resultados dos 12 meses do ano.

Na verdade, o comércio em 12 meses mostrou a face da crise. O setor ainda resiste, contudo, mais do que a indústria. O comércio depende menos das exportações e mais da massa salarial, que resiste graças ao aumento do salário mínimo e aos programas sociais do governo .

Lucro da Petrobras cai 20% no 1o trimestre

RIO DE JANEIRO (Reuters) – O lucro da Petrobras no primeiro trimestre do ano caiu para 5,8 bilhões de reais, 20 por cento inferior ao mesmo período do ano passado, afetado por preço em baixa do petróleo e demanda menor tanto no Brasil como no exterior.

O resultado ficou acima da previsão de cinco analistas consultados pela Reuters, que estimavam em média lucro de 5 bilhões de reais.

“O principal fator foi o aumento de produção de petróleo no Brasil, de 7 por cento, acrescentamos 150 mil barris no primeiro trimestre (contra o mesmo período do ano anterior), e tivemos queda de custos em relação ao quarto trimestre”, explicou a jornalistas o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa.

Ele informou que apesar do petróleo estar em queda em relação há um ano, o preço médio do trimestre foi de 44 dólares o barril, acima dos 37 dólares utilizados como preço de referência para os projetos da companhia este ano. Somente com esse efeito o ganho da companhia foi de 900 milhões de dólares.

“Cada dólar acima do que estipulamos gera 500 milhões de dólares, e se a média desse ano for 47 (dólares o barril) vão ser 5 bilhões de dólares a mais, que ficam para o ano que vem”, afirmou o executivo.

Ele explicou também que a companhia trabalha com a expectativa de redução de custos a partir do segundo trimestre. “Se houver queda nos custos dos equipamentos de 15 por cento teremos uma contribuição de 4 bilhões de dólares adicionais”, calculou.

Ele destacou que o lucro do primeiro trimestre também teve ajuda da manutenção dos preços da gasolina e do diesel, elevados há um ano, e que representam entre 50 e 60 por cento da receita da companhia.

Além disso, a queda de 8 por cento no consumo interno foi compensada por mais exportações, que tornaram a Petrobras novamente exportadora líquida no primeiro trimestre deste ano.

“Com a produção maior e a queda no mercado interno de derivados sobrou mais para ser exportado”, informou.

De janeiro a março a empresa exportou 666 mil barris diários e importou 566 mil barris diários, resultado em uma exportação líquida de 100 mil barris diários. Em valor, no entanto, o déficit ficou em 150 milhões de dólares, redução de 125 milhões de dólares em relação as perdas de 775 milhões de dólares da balança comercial da companhia no primeiro trimestre de 2008.

O ganho antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em 13,4 bilhões de reais, queda de 5 por cento comparado ao primeiro trimestre de 2008.

Analistas estimavam, em média, que o Ebitda ficaria em apenas 11,9 bilhões de reais.

Segundo relatório divulgado pela companhia, o resultado reflete, em parte, “a redução no preço das commodities e a retração da demanda por derivados no mercado interno”.

SERVIÇO DA DÍVIDA

A estatal tem registrado aumentos mensais na produção recentemente, devido à entrada em operação de novas plataformas, e fechou o primeiro trimestre com produção total média (Brasil e exterior) de 2,48 milhões de barris de óleo equivalente/dia (boed), 6 por cento acima do resultado do primeiro trimestre de 2008.

Barbassa afirmou que a empresa também tem despendido mais recursos com o serviço da dívida.

“O lucro líquido foi resultado de uma alteração nas despesas financeiras, porque a empresa tem um nível de endividamento maior e paga mais juros”, afirmou, acrescentando que também ocorreu efeito cambial adverso, já que no ano passado o real estava se desvalorizando e no momento ele está se fortalecendo.

Como a companhia possui volume considerável de recursos e ativos em suas operações fora do país, a mudança no câmbio reduziu o valor em reais desses itens.

Barbassa destacou ainda que a empresa investiu mais do que gerou de caixa no primeiro trimestre, o que não chega a ser um problema, segundo ele, já que financiamentos anunciados pela companhia com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e um pool de bancos estão garantidos.

“Não está incluído no primeiro trimestre as negociações com o BNDES e ainda falta uma parcela dos 6,5 bilhões de dólares do empréstimo-ponte que fizemos”, explicou, ressaltando que a última parcela do empréstimo do banco e os recursos do BNDES (25 bilhões de reais) entram no caixa até o final de maio.
folha online

Rizzolo: É claro que a retração na demanda, e maiores custos exploratórios, devido à baixa de poços secos ou sem viabilidade econômica, foram os fatores que influenciaram o desempenho da área. Parte desses efeitos, no entanto, foi na realidade compensada pelo aumento de cerca de 6% na produção diária de óleo e gás e pela redução nos custos com participações governamentais. Por outro lado, a queda na cotação do petróleo beneficiou a área de abastecimento da estatal. O segmento reverteu resultado negativo de R$ 435 milhões, no primeiro trimestre de 2008, para um lucro de R$ 4,576 bilhões no intervalo de janeiro a março de 2009. Agora não se pode ter tudo, não é ?

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Desemprego sobe para 9% em março, maior taxa desde setembro de 2007

A taxa de desemprego subiu para 9% em março, maior patamar desde setembro de 2007. O número ficou dentro do esperado por economistas consultados pela agência de informações Reuters (9,1%). Em fevereiro, a taxa estava em 8,5%; em março do ano passado, em 8,6%.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e abrangem seis regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre).

Apesar de ter aumentado, o desemprego ainda está bem longe do recorde, de 13,1%, atingido em abril de 2004. A pesquisa com a atual metodologia se iniciou em 2001.

O total da população desocupada somou 2,1 milhão de pessoas em março, 141 mil a mais que em fevereiro (alta de 7,3%), e 130 mil a mais que em março do ano passado (aumento de 6,7%).

Já a população ocupada estava em 21 milhões em março, 9 mil a mais que em fevereiro e 184 mil a mais mais que em março do ano passado.

O número de pessoas com carteira de trabalho assinada no setor privado ficou em 9,3 milhões, queda de 48 mil pessoas em relação a fevereiro e alta de 229 mil na comparação com março do ano passado.

O rendimento médio real dos trabalhadores totalizou R$ 1.321,40 em março, estável em relação ao mês anterior. Ante março de 2008, o rendimento teve uma alta de 5%.

Além do IBGE, a Fundação Seade e o Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos) também fazem uma pesquisa mensal de emprego e divulgarão os dados referentes a março no dia 29 de abril.

A pesquisa Seade/Dieese costuma trazer uma taxa maior de desemprego que a do IBGE devido a uma diferença de metodologia.

(Com informações da Reuters)

Rizzolo:Resta saber se neste cálculo, existe ainda a influência residual das demissões a partir do início de dezembro. Com certeza, o desemprego vai aumentar nos próximos meses, é o que costuma acontecer. Sempre aumenta no primeiro semestre, um pouquinho a cada mês, para depois voltar a cair.

De qualquer forma é um número preocupante, até porque os esforços do governo no sentido de abrandar a crise são muitos. Esse dado também nos leva a refletir que, do ponto de vista do aquecimento da economia, em termos de empregabilidade, não notamos uma melhora. O Brasil precisa criar por ano 4 milhões de empregos, o pior nesta análise, são os jovens e seus primeiros empregos.

Um jovem desempregado, desiludido é um alvo fácil para as drogas, para a criminalidade e um caminho para a desesperança. Temos que lutar para que isso recebam este impacto de forma brutal.

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Governo negocia criação de geladeiras para baixa renda

BRASÍLIA – O governo federal negocia com as empresas fabricantes de geladeiras a criação de um modelo para as famílias de baixa renda, que custará em torno de R$ 500, para substituir os modelos com mais de 10 anos, poluentes e que consomem muita energia. A medida faz parte do programa de troca de geladeiras, que o governo pretende implantar nos próximos três meses. A informação foi dada agora nesta quarta-feira, 22, pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

“Já acertamos com os fabricantes, que farão uma redução nos seus custos porque se trata de uma venda intensiva. Vão fabricar um modelo especial, de excelente qualidade porém de custo baixo. Quando se centraliza a produção num modelo o custo cai”, disse o ministro.

A intenção do governo é fazer a troca de pelo menos um milhão de geladeiras antigas nos primeiros 12 meses, outros 2 milhões no segundo ano e 10 milhões ao longo de 10 anos. Não se sabe, entretanto, se o programa irá começar já nos próximos 15 dias ou se o governo vai esperar o fim do período de redução do IPI para a linha branca de eletrodomésticos, em vigor desde a semana passada. Isso porque haverá um custo de transporte dessas geladeiras, que será feito pelas empresas fabricantes, mas bancado pelo governo.

Em princípio, a geladeira antiga será retirada da casa das pessoas pela empresa vendedora dessa nova geladeira. A empresa venderá o eletrodoméstico antigo para uma usina que retirará o gás CFC, poluidor, e revenderá a geladeira para uma usina que reaproveitará o metal e o plástico usado. “Se conseguirmos recolher mais de um milhão no primeiro ano, recolheremos. O critério não é para restringir é para ampliar. Está em jogo a capacidade da indústria, da logística de recolher as geladeiras antigas e assim por diante”, disse o ministro.

Agência estado

Rizzolo: Em outra ocasião pude já comentar o Bolsa Geladeira como algo muito bom e que vem ao encontro do desejo de muitas famílias no Brasil. Ter um eletrodoméstico novo como uma geladeira, é essencial para a manutenção e o bem-estar da população tanto quanto a possibilidade de compra dos alimentos.

Na realidade existe uma correlação entre o Bolsa Família e a Bolsa Geladeira que são essencialmente programas de inclusão. Sou um entusiasta dos programas de inclusão do governo, muito embora o objetivo principal é fazer com que os assistidos possam a partir daí, se desenvolverem, se empregarem, e abandonarem o programa em si.

Em época de crise se agravam as possibilidades dos excluídos encontrarem emprego, prejudicando dessa forma a segunda etapa do programa. Só um insensível, ou alguém que não saiba o que é passar fome, pode ser contra a inclusão social. Sem comida e alimentação de nada adianta emprego, a fome é prostrante e imoral, precisamos combatê-la e se começa assim, com geladeira nova e alimentos dentro dela. É isso aí.

FHC rebate Lula e diz que Estado cresceu no século 20

RIO DE JANEIRO (Reuters) – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) rebateu nesta quarta-feira a afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Fórum Econômico Mundial de que o Estado encolheu no século 20.

“Lula esqueceu da União Soviética, da China e do Brasil, porque crescemos muito no século passado”, ironizou, destacando que o problema não é o tamanho do Estado, mas a sua eficiência.

Fernando Henrique, no entanto, concordou com Lula sobre o papel do Brasil na crise econômica, avaliando que o país vai estar melhor do que muitos países aos final da turbulência.

“O Brasil tem uma situação melhor e a crise não foi aqui. Quando acabar o incêndio e ver o que sobrou o Brasil vai sobrar relativamente bem, comparado a outros países”, afirmou.

Para isso o ex-presidente avaliou que é necessário cuidado com os gastos do governo brasileiro, para que sejam mais eficientes, e sugeriu a realização de concursos públicos para ter mais gente especializada e menos indicações políticas.

“Tem que ter mais cobrança, mais avaliação. É fácil de dizer mas dificílimo de fazer”, reconheceu.

Recém-chegado de Nova York, ele avaliou que ainda há muita confusão e existem dúvidas se as medidas tomadas pelo governo norte-americano terão efeito, e quando isso acontecerá.

“Ou os bancos recuperam a condição de crédito ou a economia real sofre, principalmente, com o desemprego, mas enquanto não resolver no coração do sistema o que está acontecendo não se pode dizer que a crise acabou”, explicou.

“Acho que esse (ano) é perdido, pode ser que tenha uma retomada no próximo ano”, complementou.

Ele destacou que o governo dos Estados Unidos também vai precisar tomar cuidado com a parte fiscal sob “risco da emissão de dinheiro criar uma situação embaraçosa de inflação”.

FHC e Lula não se encontraram no fórum. O presidente saiu antes de Fernando Henrique chegar.
Fonte: abril

Rizzolo: É sempre interessante observar os comentários de FHC em relação as afirmações do presidente Lula. FHC nunca perde a oportunidade de ” dar uma aula” ou fazer notar sua cultura em relação a Lula. Com efeito o Estado do ponto de vista político e social, cresceu no século vinte.

É um dado histórico, contudo, – e nem preciso explicar – o que Lula se referia é em relação à função do Estado minimizado pelo neoliberalismo do final dos anos 80 e início dos 90. Infelizmente para a grande maioria do povo brasileiro, a erudição do ex-presidente pouco importa, na era Lula o que vale é o discurso, a ação, e o dinheiro no bolso do pobre, porque é disso que o povo gosta: dinheiro, emprego, e desenvolvimento. Erudição não combina com coração, o povo ainda não chegou lá. Essa é a realidade daqui para frente, pouca erudição e muita metáfora..

Emprego formal tem pior trimestre desde 1999, mas melhora em março

A forte queda do emprego formal no Brasil em janeiro fez com que o primeiro trimestre deste ano tivesse o pior resultado desde 1999, apesar de o mês de março ter registrado criação de vagas.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira e fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho.

No primeiro trimestre, o país perdeu 57.751 empregados. No mesmo período do ano passado, houve geração líquida de 554.440 empregos.

Em março deste ano, 34.818 pessoas entraram no mercado de trabalho formal, resultado de 1.419.511 admissões e 1.384.693 demissões.

Foi o segundo mês em que a criação de vagas superou os desligamentos de pessoal, mas insuficiente para deixar o saldo do trimestre positivo. No terceiro mês do ano passado, a criação líquida de vagas foi de 206.556.

No mês passado, seis dos oito setores pesquisados registraram saldo positivo de admissões. As exceções ficaram com indústria de transformação e comércio.

Entre os setores que criaram novas vagas, o destaque coube ao setor de serviços (49.280 vagas), impulsionado pelas áreas imobiliária (16.956 empregos) e educação (19.143 vagas). No ramo de serviços, a área financeira foi a única que registrou queda líquida, de 239 postos.

(Com informações do Valor Online)

Rizzolo: É bem verdade que os programas desoneração tributária para alguns segmentos, e o PAC, ajudaram na elaboração deste resultado em março. Contudo é bom lembrarmos que precisamos no Brasil criar 4 milhões de novos empregos por ano para absorver a mão obra dos saem e dos que ingressam, principalmente os jovens. No acumulado dos últimos 12 meses, pela primeira vez em quase 5 anos, o saldo ficou abaixo de 1 milhão: caiu para 840 mil, o que significa que a variação ficou ainda mais negativa entre fevereiro e março, saindo de -40,9% para -52,6% em março.

Observem que a melhora se dá em setores que de alguma forma, foram beneficiados pelo governo. De qualquer maneira é uma boa notícia, muito embora ainda tímida para assinalarmos uma luz ao final do túnel. O péssimo resultado do primeiro trimestre, nos dá uma idéia da dimensão da crise e, pessoalmente, não acredito que a recuperação da economia já está dando seus ares, como o governo insiste em afirmar.

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‘50% da crise é um pouco de pânico’, diz Lula

Presidente voltou a dizer que crise pode ser ‘passageira’.
‘Vivemos momento de credibilidade e estabilidade política’, completou

Ao falar sobre a economia mundial nesta terça-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil vive momento de “estabilidade e credibilidade política” e que o pessimismo tem grande influência sobre os efeitos da crise.

“Num momento em que precisamos todo santo dia fazer quase que uma procissão de fé em reafirmar as convicções no país, (…) se a gente não fizer assim, vai se deixar abater pela primeira notícia negativa que ler. (…) Às vezes eu chego a pensar que 50% do resultado da crise é um pouco de pânico que tomou conta da sociedade. Quando conversei com Obama (Barack, presidente dos Estados Unidos) eu dizia que se não houver movimento mundial para convencer o consumidor a acreditar no poder de consumo, comprar o que precisa, a economia para.”

“Vivemos um momento de estabilidade e credibilidade política. Não há venda barata de otimismo”, disse Lula, ao ressaltar que o Brasil está melhor do que outros países em relação aos problemas da economia mundial.

Na cerimônia de comemoração dos 110 anos da Kablin, fabricante de papéis, em Telêmaco Borba (PR) ele voltou a dizer que a crise “pode ser muito mais passageira do que se imagina”.

Burocracia

O presidente criticou a burocracia no setor público, disse que há “ineficiência”, mas que os servidores têm baixa remuneração.

“Minha surpresa é de que a máquina pública brasileira é extraordinária. Se você for nas instituições, ministérios, têm técnicos da mais alta qualificação, mas ganham pouco. (…) Quanto ganha o presidente do Banco Central para administrar milhões? (…) Se vende a idéia de que a máquina pública é cara, o que é cara não é a máquina, é a ineficiência”, disse Lula.

Em seu discurso, Lula criticou a burocracia para liberação de licenças. “O Juscelino, se ele governasse o Brasil hoje e tivesse que construir Brasília, ainda não teria conseguido a licença ambiental para fazer a pista para o avião pousar. O Brasil desaprendeu a construir.”

O presidente citou o caso específico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e disse que a instituição tem bons técnicos, mas tem dificuldades em emprestar.

“O problema não é que não tem técnico, é que nos últimos 15 anos, o BNDES desaprendeu a emprestar. (…) Mas a melhora tem sido excepcional e tenho cobrado o Luciano (Coutinho, presidente do BNDES) todo dia. Eu não quero que nenhum empresário desista de seus projetos por que não conseguiu empréstimo”, afirmou.
globo

Rizzolo: Não é bem assim presidente. A crise não é fabricada pela imprensa, tampouco fruto de pânico. Se assim fosse os psiquiatras, e psicólogos já teriam extirpado a tal crise com antidepressivos, e ansiolíticos. A verdade é que o presidente não aceita que a crise em si prejudique sua popularidade. É compreensível, agora uma nova versão “psicológica da marolinha”, não dá para aceitar. Vamos combater a crise com uma política macroeconômica eficaz, com menores taxas de juros, menor spreads, e acima de tudo sem as chamadas manobras diversionistas.

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Vendas no varejo americano têm maior queda em três anos

As vendas no varejo dos Estados Unidos caíram com a maior intensidade em três anos, em meio à crise financeira e às dificuldades de acesso ao crédito, segundo os dados divulgados pelo governo norte-americano nesta quarta-feira.

O recuo de 1,2% anunciado pelo Departamento do Comércio norte-americano foi maior que o previsto (os analistas previam decréscimo de 0,7%) e o mais alto desde agosto de 2005 (queda de 1,4%).

A retração das vendas foi puxada com a queda de 3,8% nas vendas de veículos. Excluindo o comércio de veículos, as vendas também apresentaram fragilidade, em queda de 0,6% –o dobro do esperado nesta comparação.

Os dados confirmam a tendência atual dos norte-americanos de reduzir seus gastos ante a crise financeira e a dificuldade de ter acesso ao crédito.

O resultado apresenta um aumento significativo do risco de recessão nos Estados Unidos, uma vez que o consumo responde por dois terços da atividade econômica do país.

As vendas das lojas de departamentos caíram 1,5% e das lojas de imóveis, recuaram 2,3%.
folha online

Rizzolo: Na realidade o dado das vendas no varejo americano mostrou que o consumo caiu, isso põe a perder metade dos ganhos de janeiro e fevereiro . Como se não bastasse, houve uma deflação forte na atacado. Sinal de que a demanda do comércio também está pequena. Não há espaço para repasses de preços. Isso denota que infelizmente, a crise ainda não passou como muitos advogam. O momento ainda é de cautela.

Novo presidente do BB diz que vai reduzir juros de forma agressiva

O novo presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, afirmou que o banco irá reduzir as suas taxas de juros e o “spread” bancário de forma agressiva, mas dentro dos padrões de qualidade na análise do crédito. Bendine assume o cargo oficialmente no próximo dia 23, em substituição a Antonio Francisco de Lima Neto.

“Spread” é a diferença entre o custo de captação do dinheiro e a taxa cobrada nos empréstimos aos clientes. As altas taxas no Brasil têm sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem pressionado as diretorias do BB e da Caixa Econômica Federal desde o ano passado para reduzir seus números.

“Não é para imaginar que vamos entrar abaixando o ‘spread’ de forma desorganizada. O banco vai ser mais agressivo, a gente sempre teve taxas mais competitivas. Isso vai ser mantido”, afirmou Bendine nesta segunda durante teleconferência com analistas do mercado financeiro.

O novo presidente do BB afirmou também que o banco manterá suas exigências para concessão de crédito de forma a não provocar um aumento da inadimplência.

“Vamos manter o nosso rigoroso padrão de análise de crédito e vamos trabalhar a fim de evitar qualquer descolamento no aumento da inadimplência. Nossa agressividade não será no recuo da análise de crédito. É alavancar o crédito, mas com responsabilidade.”

Apesar de ter negado na semana passada que tenha qualquer vinculação com o PT, Bendine foi questionado sobre a motivação política relacionada à sua indicação. Ele afirmou que o governo, como controlador da instituição, é quem indica o presidente do BB e confirmou o compromisso de baixar os juros.

“Eu assumi perante o ministro da Fazenda uma política mais agressiva no desbravamento da disponibilidade do crédito e de manter essas taxas competitivas para que o BB possa ocupar novos espaços no mercado.”

No dia do anúncio da troca, a ação ordinária do BB desabou 8,15%. O temor do mercado se concentrou sobre a alteração em regras do banco que poderiam afetar a rentabilidade.

Lula

Na semana passada, no dia da troca de presidente no BB, Lula disse que a queda dos juros é sua “obsessão” e que isso pode ter influenciado a mudança.

“A redução do ‘spread’ bancário, neste momento, é uma obsessão. O Guido Mantega [ministro da Fazenda] sabe disso, o Banco do Brasil e a Caixa sabem disso”, afirmou Lula.

“Não há nenhuma necessidade de o ‘spread’ bancário ter subido tanto no Brasil de julho pra cá. Estamos numa fase em que o Banco Central e a Fazenda estão estudando isso e, obviamente, quem tem bancos públicos, como tem o Brasil, pode começar essa tarefa de reduzir as taxas.”

Folha on line

Rizzolo: A nova política do Banco do Brasil, vem ao encontro do anseio do povo brasileiro por taxas de juros menores em função também do aumeto dos “spreads”. A postura do Banco do Brasil em ser mais agressiva, e ao mesmo tempo cautelosa, demonstra que há como conciliar interesses públicos com lucratividade do banco.

Ao contrário do que muitos afirmam, o Banco do Brasil tem uma função social, o governo como maior acionista tem que determinar suas diretrizes. Com isso poderemos ter uma reação que influencie os bancos privados, e desperte a competitividade ente os bancos. Precisamos pensar novos conceitos sobre bancos, implementando bancos populares, comunitários, que ofereçam crédito ao pequeno empresário brasileiro, ao pequeno comerciante, à enorme população pobre deste país. Na composição do spread, a inadimplência corresponde a 37,35% e o resíduo líquido ( ganho) 26,93%, existe margem para mexer com estes números, com certeza. Leia artigo meu na Agência Estado: A Popularidade e a Queda na Arrecadação

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Paul Krugman: Façam bancos tediosos

Há 35 anos, quando eu estava fazendo minha pós-graduação em economia, apenas os menos ambiciosos dos meus colegas procuravam carreiras no mundo das finanças. Já então os bancos de investimento pagavam mais do que as universidades ou o serviço público – mas não muito mais, e de qualquer maneira todo mundo sabia que trabalhar em bancos era, para ser franco, tedioso. Nos anos que se seguiram, os bancos se tornaram qualquer coisa menos tediosos, como bem sabemos.

Por Paul Krugman*

As transações ousadas floresceram, e as escalas salariais das finanças dispararam, o que levou o setor a atrair alguns dos melhores e mais brilhantes jovens do país. (Está bem: não estou certo quanto à parte do “melhores”).

E todos nos asseguravam de que nosso setor financeiro superdimensionado seria a chave para a prosperidade. Em lugar disso, porém, as finanças se transformaram no monstro que devorou o mundo.

Recentemente, os economistas Thomas Philippon e Ariell Reshef publicaram um estudo que poderia levar o título Ascensão e Queda dos Bancos Tediosos (mas na verdade se chama Salários e Capital Humano no Setor Financeiro dos EUA, 1909-2006), no qual demonstram que as atividades bancárias passaram por três eras nos Estados Unidos ao longo dos últimos cem anos.

Antes de 1930, os bancos eram um setor excitante, povoado por diversas figuras monumentais, responsáveis pela construção de gigantescos impérios financeiros (alguns dos quais, como se descobriu posteriormente, baseados em fraudes). Esse setor financeiro ativo e ambicioso presidiu uma rápida expansão do nível nacional de dívidas. A dívida domiciliar, como proporção do PIB (Produto Interno Bruto), quase dobrou entre a Primeira Guerra Mundial e 1929.

Durante essa primeira era de predomínio das finanças, os executivos dos bancos recebiam salários médios muito superiores ao de suas contrapartes em outros setores. Mas o setor perdeu o glamour quando o sistema financeiro entrou em colapso durante a Grande Depressão.

Bancos conservadores

O setor bancário que emergiu daquele colapso era estreitamente regulamentado e bem menos audacioso do que antes da Depressão e também muito menos lucrativo para aqueles que o geriam. Os bancos se tornaram tediosos, em parte porque os banqueiros se tornaram muito conservadores quanto aos empréstimos. A dívida domiciliar, que havia caído acentuadamente como proporção do PIB durante a Depressão e a Segunda Guerra Mundial, estabilizou-se em níveis bastante inferiores aos dos anos 30.

É estranho dizer, mas a era de bancos tediosos foi também uma era de espetacular progresso econômico para a maioria dos norte-americanos. Depois de 1980, porém, os ventos políticos mudaram, muitas das regulamentações que pendiam sobre os bancos foram suspensas, e os bancos voltaram a ser excitantes.

A dívida começou a subir rapidamente, e terminou por atingir proporção do PIB semelhante à que existia em 1929. E o setor financeiro explodiu em tamanho. Pela metade da década, respondia por um terço dos lucros empresariais. Enquanto essas mudanças aconteciam, as finanças uma vez mais se transformaram em carreira de alta remuneração.

De fato, a disparada nas rendas do setor financeiro teve papel importante na criação de uma segunda era dourada nos Estados Unidos. É desnecessário dizer que os novos superastros acreditavam ter direito à fortuna conquistada. “Acredito que os resultados que nossa companhia obteve, que são a origem da grande maioria de minha fortuna, justificam o que recebi”, disse Sanford Weill em 2007, um ano depois de se aposentar no Citigroup. E muitos economistas concordavam.

Colapso

Apenas algumas pessoas afirmavam que esse sistema financeiro superdimensionado poderia chegar a um fim destrutivo. Talvez o mais notável desses profetas de dificuldades seja Raghuram Rajan, da Universidade de Chicago e ex-economista chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional). Ele argumentou, em uma conferência de 2005, que o rápido crescimento do setor financeiro havia ampliado o risco de “um colapso catastrófico”.

Mas outros participantes da conferência, entre os quais Lawrence Summers, hoje presidente do conselho de assessoria econômica da Casa Branca, ridicularizaram as preocupações de Rajan. E o colapso aconteceu. Boa parte do aparente sucesso do setor financeiro era ilusório, como agora sabemos. (As ações do Citigroup perderam mais de 90% de seu valor desde o discurso autocongratulatório de Weill.)

Ainda pior, o colapso do castelo de cartas das finanças causou devastação no restante da economia; o comércio mundial e a produção industrial estão caindo mais rápido do que aconteceu na Grande Depressão.

E a catástrofe resultou em apelos por maior regulamentação do sistema financeiro. Mas minha sensação é de que as autoridades estão pensando simplesmente em termos de reordenar as posições nos organogramas de fiscalização dos bancos. Não estão preparadas para fazer o que precisa ser feito: tornar os bancos tediosos novamente.

Parte do problema é que bancos tediosos significam banqueiros e executivos mais pobres, e o setor financeiro continua a ter muitos amigos em posições de poder. Mas é também questão de ideologia. A despeito de tudo que aconteceu, muita gente que ocupa cargos importantes ainda associa um mundo financeiro sofisticado a progresso econômico.

Será possível persuadi-los do contrário? Teremos a força de vontade necessária a impor reformas financeiras sérias? Se não, a crise atual não será um evento único, mas sim um prenúncio do que está por vir.

* Prêmio Nobel de Economia 2008 e professor na Universidade Princeton (EUA); texto publicado no The The New York Times e republicado em O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo

Rizzolo: Os bancos tediosos na realidade, são aqueles dotados de uma regulamentação do Estado, tendência esta que se apresenta agora no mundo financeiro de caráter redentor. Muitos economistas, e não só Raghuram Rajan, da Universidade de Chicago e ex-economista chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), já previam este colapso. A grande verdade é que a redescoberta da regulamentação do setor financeiro, não acabará com o capitalismo; o objetivo não é estatizar em si, mas usar o Estado como uma infusão curativa para que depois possa sair de cena e deixar – muito embora sem perder de vista – as operações fluírem. O difícil será sair desta fase da intervenção, que poderá demorar décadas, o suficiente sim para questionar o modelo do capital em si, e este sim poderá ser o momento das eventuais mudanças do ponto de vista ideológico.

Máquinas Usadas sob os Velhos Pretextos

Na corrente do desenvolvimento, e no planejamento da estrutura básica de um moderno parque industrial, que dê sustentabilidade a um fortalecimento do mercado interno, encontramos muitas vezes, forças nada dispostas a obrar do ponto de vista dos interesses da nossa indústria.

E assim foi, que esvaindo-se da capacidade do espírito empreendedor brasileiro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior aprovou portaria permitindo a importação de máquinas usadas – incluindo ferramentas e moldes – sem exame técnico anterior. Já em 2006, numa portaria semelhante, permitia o Ministério importações de máquinas usadas, mas condicionando-as a uma análise prévia e a um laudo técnico – inclusive quanto à existência ou não de similar nacional. Contudo agora, a nova portaria nem sequer impõe a necessidade de análise e requisitos técnicos.

O titular da Secex (Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento), Welber Barral, disse que a portaria tem o objetivo de superar um “gargalo” nas necessidades da indústria. Ora, fica patente que por trás de ” tal gargalo” existe sim a cabal intenção das multinacionais aqui instaladas, de investir cada vez menos no País – face à crise – ao mesmo tempo em que remetem seus lucros cada vez em maior proporção às suas matrizes, não condicionando de forma alguma sua produção e rentabilidade, em investimentos reais no País.

Dessa forma, agem na contramão da indústria nacional, preferindo de forma pouco planejada e muito lucrativa, inundar nosso parque industrial com máquinas de segunda mão, ultrapassadas do ponto de vista tecnológico, dentro de uma conjuntura mercadológica sensível, onde o setor nacional de máquinas e equipamentos, que tanto contribuiu outrora para o desenvolvimento do país, se vê estrangulado com poucos pedidos e com a falta de crédito.

É bom lembrar, que desde antes da primeira portaria, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) manifestou-se contra. A base para as duas portarias, – a de 2006 e a atual, – é uma adulteração na Medida Provisória 197/04, que instituiu o Programa de Modernização do Parque Industrial (Modermaq), com financiamentos do BNDES para a indústria de máquinas e equipamentos.

Ao ser transformada em lei, foi incluído no texto um dispositivo, permitindo a importação de máquinas usadas. Portanto, se a portaria entrar em vigor, provocará uma inundação de máquinas e equipamentos obsoletos e incidirá no corte de 50 mil empregos diretos.

Pensar o desenvolvimento do Brasil, esbarra não num xenofobismo bobo, tampouco num nacionalismo exacerbado antiquado, mas acima de tudo numa reflexão que priorize o potencial da nossa indústria nacional altamente capacitada; geradora de renda e emprego e que caminha na direção do fortalecimento do nosso mercado interno. Por outro lado, importar velhas máquinas e equipamento, faz parte de um antigo discurso, cujo argumento era o velho e incansável desejo de golpear os empresários brasileiros e a indústria no nosso País.

Fernando Rizzolo

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Lula encomenda estudo para reduzir IPI da linha branca

BRASÍLIA – O governo estuda a possibilidade de reduzir as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre geladeiras, fogões e máquinas de lavar. A informação foi confirmada ao Estado por um integrante da equipe econômica. Ele informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encomendou estudos nessa direção, mas ainda não foi tomada uma decisão.

A ideia é expandir a venda de eletrodomésticos para além do programa original, que era substituir geladeiras antigas para economizar energia. Uma possibilidade já aventada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, é beneficiar as famílias atendidas pelo programa Minha Casa Minha Vida com o fornecimento de refrigeradores novos, a custos baixos.

Agora, a tônica é ampliar os estímulos à indústria, a exemplo do que foi feito com os automóveis. A medida faz parte da estratégia do governo destinada a impedir que a economia brasileira registre retração este ano. O tema, porém, é polêmico.

Cortes do IPI são apontados pelos prefeitos como uma das causas da queda dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o principal problema enfrentado no momento. Muitas cidades têm nesses repasses de verbas federais, formados com parte da arrecadação do IPI e do Imposto de Renda, sua principal fonte de receitas.

A reclamação dos prefeitos é que o governo federal faz cortesia com chapéu alheio, ou seja, estimula a indústria à custa de sacrifício dos municípios, sobretudo os mais pobres. Atento a essa queixa, Lula pediu especial atenção aos economistas do governo, para encontrar uma fórmula que não prejudique as prefeituras.

Cortar o IPI é complicado também porque o quadro é de redução da arrecadação. Em entrevista à Agência Estado esta semana, a secretária da Receita Federal do Brasil, Lina Maria Vieira, disse que o espaço para novas desonerações tributárias está “apertado”. A estimativa do governo é que a arrecadação federal ficará R$ 48 bilhões abaixo do previsto no Orçamento de 2009.
agencia estado

Rizzolo: O governo não quer de forma alguma comprometer sua popularidade em função da crise. Com isso faz uso contumaz das “bondades tributárias”, o que em última instância, se traduz em queda na arrecadação. Há tempos este Blog vem criticando esta política de renúncia fiscal, que ao meu ver é uma “armadilha tributária”.

Segundo estudo do IPEA, melhor seria uma real queda nas taxas de juros do que incentivar o consumo via renúncia tributária, acarretando queda brusca da arrecadação. Só para se ter uma idéia, desde o início do primeiro mandato do presidente Lula, o governo federal já abriu mão de R$ 140 bilhões de receita, em favor de indústrias e de pessoas físicas. Já para 2009 a Receita prevê uma arrecadação tributária de R$ 485 bilhões, ou seja, R$ 200 bilhões menos que em 2008.

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Inadimplência cresce entre quem ganha até 3 salários mínimos

SÃO PAULO – As famílias com renda de até três salários mínimos aumentaram sua participação no total de inadimplentes desde o agravamento da crise financeira, em setembro do ano passado. Segundo os dados de uma pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o porcentual dessas famílias entre os inadimplentes subiu de 32% para 59% em março. Para Marcel Solimeo, economista da ACSP, esta maior participação reflete o acesso de uma ampla parcela de consumidores de menor rendimento no mercado de crédito nos últimos anos.

A pesquisa foi realizada junto a 703 consumidores que procuraram informações no Balcão de Atendimento do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da entidade, que elabora o levantamento semestralmente. De acordo com o levantamento, a faixa com renda de três a quatro salários mínimos teve redução na participação do total de inadimplentes, no mesmo período em análise, de 27% para 17%. Já a faixa com quatro a cinco salários mínimos registrou queda de 18% para 13%; a faixa com cinco a sete salários mínimos de 10% para 6%; e as famílias com renda superior a sete salários mínimos tiveram diminuição de 13% para 5%.

A maior causa da inadimplência foi o desemprego do entrevistado ou de alguém da família, citado por 48% dos entrevistados. Em seguida, o descontrole dos gastos foi destacado por 12%. Solimeo destacou que a pesquisa ainda não reflete o recente aumento do desemprego, pois existe uma defasagem de alguns meses entre a obtenção do crédito e a inadimplência. Ele acredita que a próxima pesquisa, que será realizada em setembro, deve mostrar o efeito do aumento do desemprego observado a partir de dezembro sobre a solvência dos consumidores.

Solimeo destacou que entre 2006 e 2008 cerca de 20 milhões de CPFs foram consultados pela primeira vez, de acordo com os dados do SCPC, o que indica um “imenso contingente” de consumidores que buscou alguma forma de financiamento.

O economista da ACSP ressaltou que a maior participação da baixa renda no total da inadimplentes não significa que esta faixa da população honre menos os seus compromissos do que as demais faixas de renda. Segundo ele, este resultado indica que houve crescimento do acesso ao crédito e citou estudo do SCPC mostrando que praticamente não existe diferença de comportamento em termos de inadimplência entre os novos consumidores – onde predomina a baixa renda – e os antigos.

Segundo a pesquisa, o carnê de loja é a maior fonte de financiamento, com 34% dos débitos. Em seguida, estão os empréstimos (crédito pessoal) e cartão de loja, com 29%; cartão de crédito, 19%; e cheque, 18%.

O levantamento mostrou que 83% dos cheques sem fundos eram pré-datados, sendo que 36% dos entrevistados tinham mais de seis registros e 13% mais de vinte cheques sem fundos. Dos entrevistados, 17% fizeram empréstimo consignado, dos quais 49% afirmaram que foi para o pagamento de dívidas, 15% para compra de produtos, 15% para ajudar a família e 13% para reformar imóvel. Entre os que tomaram o empréstimo consignado, 58% afirmaram que esse financiamento foi responsável pela inadimplência.

O levantamento da ACSP mostrou ainda que 52% dos entrevistados pretendem quitar suas dívidas nos próximos 30 dias e que 73% devem utilizar recursos retirados do salário, o que exige corte do consumo ou do lazer.
agência Estado

Rizzolo: Os números são preocupantes. Na verdade esta faixa da população não é mão-de-obra especializada, e portanto mais vulnerável às demissões. Esse dado reforça a tese dos bancos em que um fator determinante para não diminuir os ” spreads” é o alto nível de inadimplência. Como venho comentando há tempos, o governo também colaborou em parte para que a população pobre e despreparada consumisse mais. O presidente no afã de se ver livre da ” marolinha” apregoou o consumo, insistiu para que o pobre não acreditasse na crise, e o compeliu aos gastos; resultado, inadimplência. É uma notícia triste mas previsível, num País onde a popularidade vale mais que a realidade. Leia também artigo meu na Agência Estado: As palavras do presidente e o aumento dos spreads.

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Crise devolve 563 mil à baixa renda

O ano de 2009 começou com uma reversão abrupta no crescimento da classe média – incluindo a classe C, a classe média popular – que caracterizou boa parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Somente em janeiro, a classe C nas seis maiores regiões metropolitanas do País perdeu 11% do seu crescimento no governo Lula. No mês, um total de 563 mil pessoas caiu da classe C para as classes D e E nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife.

Somando-se as classes A e B à C, a redução nas regiões metropolitanas chega a 765 mil, e é exatamente igual ao aumento das classes pobres, a D e a E. O crescimento da classe C é uma marca do governo Lula e também um fenômeno global causado pelo boom econômico encerrado em setembro do ano passado, especialmente em países como a China e a Índia. As classes A e B, por sua vez, incluem o que normalmente se considera como classes média e média alta no Brasil.

As seis regiões metropolitanas representam apenas um quarto da população, e, portanto, o recuo da classe média em janeiro deve ter sido muito maior do que as 765 mil pessoas. Porém, segundo Marcelo Neri, do Centro de Política Social (CPS) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que fez os cálculos, não é possível extrapolar os números para a população como um todo.

A ameaça ao crescimento da classe média é reforçada por cálculos do pesquisador Ricardo Paes de Barros, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que indicam que a crise tende a atingir principalmente as pessoas mais educadas no Brasil, o que, dada a baixa média educacional do País, inclui a classe C, além da A e B.

O recuo em janeiro na participação da classe C no total das seis regiões metropolitanas foi de 1,2 ponto porcentual, saindo de 53,8% em dezembro de 2008 para 52,6%. De janeiro de 2003, início do governo Lula, até dezembro de 2008, a parcela da classe C cresceu 10,8 pontos porcentuais, de 43% para 53,8% na população total das regiões metropolitanas.

As classes A e B, por sua vez, cresceram de 11,2% da população nas regiões metropolitanas para 15,3%, de janeiro de 2003 a dezembro de 2008, e recuaram para 14,9% em janeiro. Já as classes pobres, D e E, diminuíram de 45,8%, no início do governo Lula, para 30,9% em dezembro de 2008. Em janeiro, elas subiram a 32,4% – um avanço de 1,6 ponto porcentual, que desfaz, em um mês, um naco de 11% da redução das classes pobres desde 2003.

AGÊNCIA ESTADO
Rizzolo: Uma das características do governo Lula, foi a implementação dos projetos de inclusão social, e muito de sua popularidade é devida a um potente motor Estatal capaz de realizar uma real transferência de recursos a tais programas, que do ponto de vista macroeconômico, vasculariza a economia real, e sem dúvida, desenvolve o mercado interno. Contudo, dar início aos projetos de inclusão e auferir a devida popularidade em função dos mesmos, muitas vezes é um caminho tortuoso e de difícil retorno, mormente em época de crise.

O grande problema hoje é a sustentabilidade dos programas sociais face a queda da arrecadação. O fato da classe C perder 11% de seu crescimento é um componente político impopular com graves conseqüências. A saída ainda é o corte dos juros, e o IPEA corrobora esta afirmativa, diminuir a arrecadação com políticas de renúncia fiscal compromete a capacidade de investimento, é um caminho sem volta.

Lula diz querer ser 1 presidente do Brasil a emprestar ao FMI

Da BBC Brasil em Londres – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, após a cúpula do G20, que pretende entrar para a história como o primeiro presidente brasileiro que emprestou dinheiro para o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Na reunião em Londres, Lula e os demais líderes do G20 chegaram a um acordo para que US$ 1,1 trilhão seja usado para combater a crise financeira global. A maior parte do dinheiro deve ser destinada ao Fundo.

Em entrevista coletiva, Lula e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não revelaram o valor que o Brasil vai destinar ao órgão internacional de crédito.

Segundo eles, o Brasil está em negociação com o FMI para que o dinheiro para o Fundo seja na forma de um empréstimo, para que as reservas do país não diminuam. “Vocês não acham chique emprestar dinheiro para o FMI? O Brasil hoje tem solidez”, afirmou o presidente.

Momento “inédito”

Lula descreveu a cúpula do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo e os principais países emergentes, como um momento muito importante para o futuro da humanidade.

“Pela primeira vez, os países chamados desenvolvidos se colocaram em pé de igualdade com os que estão em desenvolvimento”, afirmou.

O presidente acrescentou que houve “momentos de tensão e discussões calorosas” durante a cúpula, mas que os líderes do G20 conseguiram chegar a um consenso.

“Essa foi a reunião que eu mais saí gratificado pelo fato de que as pessoas compreenderam que o momento é de prudência e ousadia política”, completou Lula. BBC Brasil

agência estado

Rizzolo: O presidente Lula sabe aproveitar as oportunidades para para se promover. E com razão é óbvio, o fato do Brasil empresar recursos ao FMI é algo inédito. Precisamos saber agora se realmente surgiu novidades concretas dessa reunião, ao que parece, os países nas discussões ” se sintonizaram” melhor no sentido de efetivamente combater a crise com eficiência. Hoje foi um dia de verdadeira ” massagem no ego” do presidente, quer ao eventual empréstimo ao FMI, quer em relação aos elogios a Lula por parte de Barack Obama. Segundo Obama ” Lula é o cara “. É isso aí , o negócio é vender a imagem lá fora e aqui dentro.

G20 anuncia investimento de US$ 1,1 tri para ‘encurtar recessão’

Os líderes do G20 – o grupo formado pelos países mais ricos do mundo e pelos principais países em desenvolvimento – encerraram nesta quinta-feira a reunião de cúpula em Londres com a promessa de destinar mais de US$ 1 trilhão para combater a crise financeira global.

A maior parte desse dinheiro, US$ 750 bilhões, deve ser destinado ao FMI (Fundo Monetário Internacional), mas um investimento de US$ 250 bilhões está previsto para impulsionar o comércio global.

O G20 também decidiu reservar mais US$ 100 bilhões para ajudar especificamente os países mais pobres afetados pela turbulência econômica.

Além de aprovar a injeção de recursos, os líderes chegaram a um consenso sobre outros pontos, como a imposição de sanções a paraísos fiscais e um compromisso com a Rodada de Doha de liberalização do comércio mundial e contra o protecionismo.

“Este é o dia em que o mundo se uniu para reagir à recessão global, não com palavras, mas com um plano para a recuperação global e para reforma, com um cronograma claro”, disse o anfitrião do encontro, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, ao encerrar a reunião em Londres.

Segundo Brown, não há “consertos rápidos” para enfrentar a crise, mas as promessas anunciadas pelos países do G20 poderão “encurtar a recessão e salvar empregos”.

Doha

O G20 decidiu criar um novo órgão internacional, que atuará junto com o FMI para garantir uma cooperação entre os países e implementar um sistema de alerta para problemas no sistema financeiro.

Brown disse que os líderes do G20 concordam em relação à necessidade de “agir urgente” para concluir a Rodada de Doha e denunciar países que adotem medidas protecionistas.

Houve um consenso também em relação à necessidade de um maior controle do sistema financeiro, incluindo as operações de fundos hedge – que movimentam bilhões de dólares e são atualmente livres de regulamentação.

“Nós decidimos que, de agora em diante, eles serão regulados”, afirmou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em entrevista coletiva.

“Eles terão que ser declarados e estar sujeitos a mais supervisão. E haverá mais transparência na forma que os fundos são gerenciados, mais controle sobre a forma como os bancos fazem negócios em relação aos fundos hedge.”

Antes da reunião, analistas apontavam uma divisão no G20 entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, que seriam favoráveis à ampliação das verbas de estímulo às economias, e França e Alemanha, favoráveis a uma ênfase maior na regulamentação do sistema financeiro.

Em suas declarações, Brown destacou que iniciativas nacionais para estimular a economia já estão sendo tomadas, no “maior estímulo macroeconômico que o mundo já viu”, mas não falou de novos investimentos nesse sentido.

“Nós estamos no meio de uma expansão fiscal que verá, até o final do ano que vem, uma injeção de US$ 5 trilhões em nossas economias.”

Paraísos fiscais

Em relação aos paraísos fiscais, a declaração final prevê a imposição de sanções a todos que se recusem a adotar as regras da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) para combater a lavagem de dinheiro e a evasão fiscal.

“Nós concordamos que os paraísos fiscais que não fornecem informações solicitadas vão acabar”, disse Brown. “A OCDE publicará nesta tarde uma lista de paraísos fiscais que não colaboram e em relação aos quais uma atitude precisa ser tomada imediatamente.”

De acordo com o repórter da BBC John Moylan, a cúpula do G20 será considerada um sucesso se a recessão global, resultado da crise financeira, for aguda, mas breve, e não longa como alguns analistas avaliam que será.

Tanto o FMI como o Banco Mundial preveem que a economia mundial terá seu primeiro encolhimento em décadas neste ano.

O G20 reúne as maiores economias do mundo e é responsável por 90% da produção econômica mundial, 80% do comércio global e dois terços da população mundial.

bbc

Rizzolo: Ontem manifestantes exigiam da cúpula do G-20, que se reúne na cidade, que tomassem medidas contra a “economia de cassino” que envolve o mundo, em especial os países centrais.

A truculência da polícia inglesa acarretou pelo menos uma morte, muitos feridos e 63 presos. Na revolta, o Royal Bank of Scotland – beneficiado com cerca de US$ 30 bilhões de dinheiro público (20 bilhões de libras esterlinas) – teve sua sede, que fica próxima ao Banco da Inglaterra, atacada, janelas estilhaçadas e seu hall de entrada ocupado.

Hoje, com mais calma, o primeiro-ministro inglês, Gordon Brown anunciou os pontos mais importantes do anúncio do G-20.

1 – O total de aporte na economia mundial chegará a US$ 5 trilhões até o fim do ano que vem. Isso contando o que já foi feito e o que ainda será.

2 – Os recursos disponíveis para que o FMI ajude países com problemas serão triplicados, passarão de US$ 250 bilhões para US$ 750 bi.

3 – Serão reservados US$ 250 bilhões para financiar o comércio internacional.

4 – Os países que fazem parte dos “paraísos fiscais” serão regulados e muitos e terão que transmitir informações fiscais e tributárias. Haverá incentivos para que isso aconteça e sanções aos que não concordarem.

5- Haverá maior regulação no sistema financeiro. Os bancos terão limite menor para alavancagem, e terão que correr menos riscos. Isso inclui as agências de risco e os fundos de investimento hedge.

6 – Haverá estímulos para diminuição do consumo de carbono e ações para a criação de “empregos verdes”.

7- A Rodada Doha será reaberta com novas negociações sobre o comércio internacional.

As bolsas pelo mundo reagem bem ao anúncio do encontro. O índice Ibovespa, da bolsa brasileira, mantém alta de 4,60%.

Fazenda vai listar devedores ao Fisco na internet

BRASÍLIA – O governo decidiu divulgar na internet a relação das empresas e pessoas físicas que possuem débitos tributários com a Fazenda Nacional, inscritos na dívida ativa da União. A lista ficará no site da Procuradoria (www.pgfn.gov.br) e será atualizada mensalmente. A portaria publicada hoje no Diário Oficial da União disciplina a divulgação da lista dos devedores e as regras de exclusão de nomes da lista. A lista passará a ser divulgada a partir do dia 1º de julho deste ano.

De acordo com as regras estabelecidas pela portaria, os dados divulgados vão se restringir ao nome do devedor principal, dos corresponsáveis e respectivos números de Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). Também constará da lista o número da inscrição na dívida ativa da União e a unidade da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional responsável pela inscrição do débito.

No ano passado, o procurador-geral da Fazenda Nacional, Luiz Inácio Adams, antecipou a decisão de divulgar essa lista, que funciona na prática como um cadastro negativo de devedores. A proposta não foi bem recebida por entidades da sociedade civil.
agência estado

Rizzolo: É claro que a medida não é nada simpática, e com certeza muitos serão refratários em aceitar seu nome incluido numa listagem pública ( via Internet). A verdade é que com a queda na arrecadação, o governo de tudo faz para obter maior receita, e por vezes pode ferir principios da legalidade, que poderão ser questionados no Judiciário.

No 1º de abril, PSDB lança ‘Mentirômetro do Lula’

BRASÍLIA – No embalo do folclore que estabeleceu o da Mentira”1º de abril como “Dia Internacional , o PSDB lançou nesta quarta-feira, 1º, o “Mentirômetro do Lula”. Os tucanos tomaram emprestado o nariz do personagem Pinóquio para servir de ponteiro do termômetro que “mede a gravidade da mentira”, no painel inaugurado pelo líder do partido na Câmara, José Aníbal (SP), com direito à presença do presidente nacional da legenda, senador Sérgio Guerra (PE), e discursos que imprimiram tom de deboche às críticas ao governo e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para marcar a solenidade, foram selecionadas 18 frases célebres pronunciadas pelo presidente desde 2003 e os deputados foram convidados a enquadrá-las em oito categorias que vão de “mentirinha” até “mentiras do século”, passando por “marolinha” e “mentira de bar”. O líder Aníbal inaugurou o painel com a frase presidencial que classificou como “mentira deslavada”, pronunciada no dia 10 de março, em Brasília: “Não descarto o crescimento de 4% do PIB em 2009”.

Agência Estado

Rizzolo: Muitas coisas que o presidente fala, acredito eu, nem mesmo ele crê. A maior delas ainda é a ” marolinha” e provavelmente seja a minha preferida. De qualquer forma até o dia em que o povo acreditar elas tem validade. Ocorre que contra fatos não há argumentos , e o presidente há de convir que ainda falar a verdade na política vale mais a pena, nem que o preço seja perder a sua intocável popularidade.

Agora convenhamos, não é uma maneira muito ética de criticar o presidente. Pessoalmente não gostei. E aí vem a turma que gosta de me criticar. “Ah! Esse Advogado aí, esse Rizzolo é um cara que malha o Lula à vontade, agora quando o PSDB faz algo organizado ele diz que é falta de respeito, e dá uma lição maçonica de moral”. Eu respondo: esse tipo de brincadeira desqualificatória e não ética, não leva à nada, o que desqualifica pessoas ou partido, é receber doação por fora de construtora ou pagar avião fretado com dinheiro do Senado, sei que nada ficou provado por hora, mas cuidado com as brincadeiras …..