ONU aprova resolução condenando o Irã; Brasil se abstém

VIENA – O Conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) condenou nesta sexta-feira, 27, o Irã, pela primeira vez desde 2006, por seu polêmico programa nuclear e sua falta de cooperação na investigação internacional de suas atividades atômicas. O Brasil, que recebeu o presidente Mahmoud Ahmadinejad nesta semana, se absteve de votar. É a primeira vez desde fevereiro de 2006 que a AIEA aprova uma resolução contra o Irã.

Do grupo de 35 países da atual Junta de Governadores da AIEA, 25 concordaram com a resolução, segundo diplomatas. Três países votaram contra o texto: Venezuela, Malásia e Cuba. Além do Brasil, Afeganistão, Egito, Paquistão, África do Sul e Turquia se abstiveram. Um país, o Azerbaijão, não estava representado.

Ao receber Ahmadinejad no País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o direito iraniano de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos. Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia, China e Estados Unidos impulsionaram a nova resolução contra o Irã na AIEA por suas atividades nucleares. O documento pede a paralisação das obras de uma planta de enriquecimento de urânio, mantida em segredo até recentemente.

Países como EUA e Israel temem que Teerã tenha um programa secreto para produzir armas nucleares, mas o governo iraniano garante ter apenas fins pacíficos, como a produção de energia. O Irã já foi alvo de três rodadas de sanções no Conselho de Segurança da ONU, por se recusar a interromper seu programa nuclear.

A resolução aprovada expressa a “séria preocupação” de que Teerã continua “desafiando as exigências” da comunidade internacional, que pede entre outros assuntos uma suspensão completa do enriquecimento de urânio no Irã. O texto, elaborado pela Alemanha em coordenação com as cinco potências do Conselho de Segurança, vinha sendo redigido enquanto a AIEA esperava uma resposta iraniana para sua proposta de transferir a maior parte do urânio enriquecido no Irã ao exterior. No marco desta medida de criação de confiança, França e Rússia se comprometeram a transformar esse material em combustível nuclear para um reator científico em Teerã.

A resolução aprovada critica a construção sem aviso prévio de uma nova fábrica de enriquecimento de urânio na cidade de Qom, a sudoeste de Teerã. O fato de que o Irã não tenha informado a tempo à AIEA da existência dessa instalação “não contribui para a criação de confiança”, diz o documento. A fábrica de Qom “reduz o nível de confiança sobre a ausência de outras instalações” e cria dúvidas sobre se “existem outras instalações nucleares no Irã que não foram declaradas”, adverte a resolução.

O Irã reconheceu em setembro passado que está construindo em Qom uma segunda planta de enriquecimento de urânio, muito menor que o centro de Natanz, o que causou inquietação na comunidade internacional. O mal-estar aconteceu porque muitos especialistas consideram que o tamanho da instalação, que entrará em funcionamento em 2011, não é compatível com um programa nuclear civil.
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Rizzolo: Todos sabem que o governo do Irã não é de confiança. Num momento em que o mundo condena a forma pela qual o Irã trata e informa suas atividades na área nuclear, o Brasil se coloca como quase um cúmplice em não rechaçar a postura estranha do Irã que sonega informações, se colocando perante o mundo como um rebelde na área atômica, desconsiderando as posições da ONU sobre o caso.

Já o embaixador norte-americano Glyn Davies, enviado de Washington à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), afirmou que “a paciência dos Estados Unidos com o programa nuclear iraniano “está se esgotando”. O comentário foi feito depois de a AIEA ter aprovado hoje, em Viena, uma moção de censura contra o Irã por causa de seu programa nuclear. Davies ressalvou, no entanto, que a resolução aprovada hoje “não tem caráter punitivo”. O embaixador disse esperar que a moção dê “novo ímpeto ao caminho da diplomacia”.

Rússia abre crédito para Venezuela comprar armas

CARACAS – A Rússia abriu uma linha de crédito de US$ 2,2 bilhões para que a Venezuela compre veículos blindados e mísseis terra-ar, anunciou neste domingo o presidente venezuelano, Hugo Chávez.

O acordo foi selado na semana passada, quando o líder do país sul-americano visitou Moscou, mas os detalhes foram divulgados apenas hoje.

Chávez disse que seu país pretende comprar 92 tanques T-72 e sistemas Smerch de lançamento de mísseis.

Desde 2005, a Venezuela já comprou US$ 4 bilhões em armas e equipamentos bélicos da Rússia.

Segundo Chávez, seu país carece de novas armas para substituir equipamentos obsoletos e para preparar-se para a possibilidade de uma invasão por parte dos Estados Unidos. As informações são da Associated Press.
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Rizzolo: Engraçado, não vejo nenhuma manifestação do governo brasileiro, tampouco um ” pedido de explicações ” a Chavez em relação a compras monstruosas de equipamento bélico da Rússia. A Venezuela pode, a Rússia pode. Agora a Colômbia jamais, a Quarta Frota então é a cobiça do pré-sal; olha, sinceramente é tanta incoerência, que só pode mesmo fazer a popularidade do presidente cair, pelo menos entre os que lêem notícias, ou jornais.