Hosni atribui derrota na Unesco a ‘grupo de judeus’

CAIRO – O ministro da Cultura do Egito, Farouk Hosni, culpou uma conspiração “criada em Nova York” pelos judeus para evitar que ele se tornasse o secretário-geral da Unesco, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que cuida da cultura, ciência e educação. Ele foi derrotado ontem pela diplomata búlgara Irina Bokova numa apertada disputa pelo cargo. Ela ganhou apoio à medida que os delegados buscavam uma figura de consenso.

O Brasil apoiou o ministro egípcio, chegando até mesmo a preterir a pré-candidatura do engenheiro brasileiro Márcio Barbosa, atual secretário-geral adjunto da Unesco. O episódio gerou diversas críticas à diplomacia do País.

“Ficou claro no fim da competição que havia uma conspiração contra mim”, declarou hoje Hosni. “Há um grupo de judeus que teve importante influência na eleição e para o qual o fato de o Egito assumir o cargo era uma séria ameaça”, disse ele.

Por meses, Hosni foi considerado favorito. Porém seus críticos levantaram registros de censura cultural no Egito durante sua gestão e lembraram a ameaça feita por ele, no ano passado, de queimar livros israelenses. Ele pediu desculpas pela declaração.
agencia estado

Rizzolo: É interessante notar como as táticas antissemitas são sempre as mesmas. Agora a derrota tem conotação conspiratória, bem aos moldes de Goebbels. Esse cidadão já havia se manifestado sobre suas posturas racistas, odiosas e discriminatórias em relação aos judeus. Agora então que está ” fora da parada”, seu antissemitismo cresce e aflora, e logo pedirá desculpas quando novo cargo oferecido pela esquerda surgir. Isso me lembra a história de um velho judeu alemão, que na época da guerra insistia em ler apenas jornais e revistas antissemitas. Um dia perguntaram a ele o porque disso ? Ele simplesmente olhou e respondeu: ” Olha, se eu ler jornais judaicos, da comunidade, sempre vou me sentir uma pessoa comum, agora se eu ler jornais antissemitas, vou me sentir importante, poderoso. Lá eles sempre dizem que ” dominamos o mundo “, que ” somos banqueiros”, que ” manipulamos a sociedade “, “que somos perigosos”, enfim, isso sim é que é vida de poder, me sinto outro, minha auto estima sobe !!!! O mito da conspiração judaica é uma balela que só impressiona os incautos antissemitas, uma mentira perigosa, que pode gerar o que ocorreu no passado. A história confirma.

Egípcio apoiado pelo Brasil é derrotado em eleição na Unesco

A búlgara Irina Bokova foi eleita nesta terça-feira para ser a primeira diretora-geral da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), vencendo o polêmico candidato egípcio, Farouk Hosni, acusado de declarações antissemitas.

Hosni, ministro egípcio da cultura, tinha o apoio do governo do Brasil. O país havia decidido não apresentar a candidatura do engenheiro brasileiro Márcio Barbosa, atual número dois da Unesco, para dar mais peso à candidatura do egípcio.

Em maio, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, havia declarado que a decisão de apoiar Hosni se devia “à forte política de aproximação do Brasil com o mundo árabe”.

Bokova, embaixadora da Bulgária na França e também na Unesco, foi eleita no quinto e último turno da votação, que começou na quinta-feira passada, por 31 votos contra 27 para o ministro egípcio da Cultura.

A eleição do diretor-geral cabe ao comitê executivo da Unesco, formado por 58 países da organização, entre eles o Brasil.

Bokova vai substituir o japonês Koichiro Matsuura e será a primeira mulher a dirigir a organização.

Seu nome ainda deve ser aprovado, por voto secreto, na Assembleia Geral da Unesco, em outubro, que terá a participação dos 193 países da organização. Na prática, porém, a Assembleia Geral ratifica a escolha do comitê executivo.

Declarações polêmicas

Apesar de suas declarações polêmicas, como a de que “ele próprio queimaria livros em hebreu” que encontrasse em bibliotecas do Egito, Hosni era considerado o favorito nessa eleição, que começou sendo disputada por nove candidatos.

No quarto turno, realizado na segunda-feira, apenas a búlgara e o egípcio ainda disputavam a eleição. Houve empate entre os dois candidatos.

Além do Brasil, Hosni tinha o apoio de países europeus e dos Estados Unidos, que acreditavam que essa seria uma maneira de reforçar o papel de mediador do Egito nas negociações de paz no Oriente Médio.

Hosni havia dito “lamentar” as declarações sobre queimar livros, afirmando que elas foram tiradas de seu contexto, e desmentiu ser antissemita. O ministro egípcio, no entanto, chegou a declarar que a cultura judaica é “desumana, racista e pretenciosa”.

Mas seu favoritismo começou a perder força nas últimas semanas. Intelectuais e várias associações judaicas, sobretudo na França, denunciaram o fato de que o egípcio, acusado também de praticar a censura em seu país, pudesse dirigir a organização da ONU voltada para a educação, a ciência e a cultura.

BBC Brasil

Rizzolo: Graças a Deus, esse antissemita saiu do caminho. Há tempos várias associações judaicas vinham denunciando esse camarada por suas afirmações racistas, intolerantes e maldosas. Infelizmente nos resta apenas lamentar o apoio do governo brasileiro dado a este cidadão, apoio este tão inconseqüente quanto o abrigo a Zelaya. Aliás Amorim já está se tornando contumaz em trocar os pés pelas mãos, neste caso de Hosny as conseqüências não foram tão graves. Sinceramente, depois de tudo que o mundo já viveu de intolerância, sofrimento, tristeza, como darmos apoio a uma pessoa antisemita e intolerante ? Só por isso deveríamos virar as costas, não é ? Mas não é isso que acontece por aqui.