PSDB monta comando de campanha para eleições

SÃO PAULO – Mesmo com a relutância do governador José Serra (PSDB) em admitir sua candidatura à Presidência da República – o que deixa também em aberto o nome da legenda à sucessão no Estado -, os tucanos já se mobilizam para montar o comando de campanha para as eleições presidenciais deste ano. Há um mês, um grupo reúne-se semanalmente em São Paulo para discutir a composição da equipe e as diretrizes da campanha presidencial e estadual. O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, participa dos encontros.

Integrantes da administração pública convidados a trabalhar na campanha devem sair dos cargos até a próxima semana. A ideia é deixar tudo pronto para funcionar assim que for feito o anúncio dos candidatos tucanos ao Planalto e ao Palácio dos Bandeirantes. O prazo limite para que Serra deixe sua função encerra-se em 3 de abril. O mesmo vale para os secretários estaduais da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, e do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, que pleiteiam a indicação para a sucessão estadual.

Ainda nesta semana, o presidente municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, deve se licenciar de seu cargo de dirigente do partido e de secretário de Relações Institucionais de Serra. Ele tem participado das reuniões semanais do comando de campanha tucano. Bem relacionado com Serra e Alckmin, Lobo atuará na campanha presidencial e estadual. Além de Lobo, outros colaboradores de Serra também se preparam para deixar seus postos.

Conselheiro de Alckmin e Serra na campanha de 2006 e na do prefeito Gilberto Kassab (DEM) em 2008, Felipe Soutello deixou nesta terça-feira, 2, a presidência do Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam), órgão do governo estadual.

Soutello, que já integrou a equipe do marqueteiro Luiz Gonzales, um dos cotados para comandar a estratégia de comunicação de Serra, disse ter “motivos particulares” para deixar o cargo e preferiu não detalhar a decisão. Nos bastidores, ele já é contabilizado como um dos nomes da campanha do PSDB.

Encontros

Paralelo à montagem da equipe que vai coordenar a campanha do PSDB, tucanos do alto escalão – como o vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman, – têm participado de encontros com correligionários, prefeitos e membros da sociedade civil para falar dos projetos do PSDB para o País. Na semana passada, em reunião em um hotel da Capital, Goldman defendeu projetos nacionais da legenda e a capacidade do presidenciável José Serra para capitanear o País nos próximos anos.

O secretário estadual do Meio Ambiente, Francisco Graziano, também vem mantendo encontros do gênero. O secretário, que disputa a indicação para concorrer ao Senado, organizou um encontro para discutir rumos e inovações da legenda, denominado “Renovar Ideias”, com a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O próximo, marcado para a semana que vem em um hotel da Capital, terá como palestrante o secretário Geraldo Alckmin.

Na avaliação do analista político Sidney Kuntz, não adianta apenas os tucanos atuarem nos bastidores, com a montagem da equipe de campanha, sem que o presidenciável da legenda apresente oficialmente o seu nome. “Caso Serra anuncie suas pretensões, isso poderia ter algum reflexo positivo já nas próximas pesquisas”, avalia Kuntz.

Para o analista, contudo, para voltar a crescer em níveis competitivos, os tucanos precisam de um fato novo que atraia a atenção do eleitorado. “No meu entender, o melhor fato novo que poderia alavancar novamente a candidatura de Serra seria a entrada de Aécio Neves como vice em sua chapa.”
agencia estado

Rizzolo: Sinceramente, eu nunca vi uma oposição tão perdida, para piorar o governador José Serra adia sua decisão e faz com que a maioria do partido se torne confusa e desmotivada. De nada adianta, como se refere o texto, uma pretensa mobilização se o candidado resiste em se calar e admitir sua candidatura.

“É hora de colocar o bloco na rua”, diz secretário nacional do PSDB

O deputado federal Rodrigo de Castro (MG), secretário nacional do PSDB, acredita que a forma de o partido estancar a perda de terreno para a pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, é “colocar o bloco na rua”. A declaração do deputado reflete sentimento de pelo menos parte do partido, após divulgação do resultado da pesquisa do instituto Datafolha, no final de semana, indicando avanço da petista e retrocesso do tucano.

A ministra Dilma Rousseff foi oficialmente apontada como pré-candidata petista (seu nome ainda precisa ser referendado em convenção). Serra é hoje o nome mais provável do PSDB para disputara a Presidência.

Entre dezembro e a última semana de fevereiro a diferença entre os dois caiu de 14 para 4 pontos percentuais. Serra é o líder, com 32%. Dilma está na cola, com 28%.

O tucano ainda não se declarou candidato. A interlocutores afirmou, reiteradas vezes, que não teria nada a ganhar se antecipasse a disputa. Publicamente, mantém o discurso de que até o momento pensa apenas em governar São Paulo. Se for candidato a presidente, terá que deixar o governo de São Paulo no final deste mês, como determina a lei.

Apesar de repetir que a pesquisa é um “retrato de momento”, Rodrigo de Castro diz que a diminuição da diferença não é um dado bom. Para reverter o quadro, o receituário: dizer logo aos eleitores quem é o candidato tucano e forçar a comparação.

“Tudo caminha para que Serra seja o candidato, mas precisamos dizer isso ao eleitor.”

Castro evita colocar pressão em cima de Serra neste momento. “O governador tem seus compromissos com São Paulo”, diz, para em seguida complementar que, agora, uma semana a mais ou a menos para o anúncio não faz tanta diferença.

O que mudará, acredita, é que o partido vista a camisa e vá para o embate assim que o nome for divulgado.

O líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), corrobora a tese. Em entrevista ao site do partido, afirmou: “Por mais que quiséssemos, não teríamos como fazer como a ministra Dilma Rousseff. Serra tem feito tudo o que pode para cuidar bem de São Paulo.”

Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, diz que a gerência de São Paulo pode ter contribuído para a queda do tucano _os problemas causados pelas chuvas e inundações do início do ano teriam causado impacto no eleitorado. Serra perdeu votos em todas as regiões do país, inclusive a Sudeste.

“Essa queda é séria, pois tem consequências políticas, por ser a região mais forte do país, e estatísticas, pois é onde está 42% do eleitorado.”

Não é, contudo, a única razão. A alta exposição da ministra ao lado de um presidente com aprovação recorde, em contraste com um governador que não se assume como candidato, também ajudam a explicar o resultado.

Mauro Paulino destaca uma notícia boa e mais uma ruim para os tucanos. A ruim: 14% dos eleitores querem votar em quem Lula apontar, mas não sabem qual é o candidato do presidente. Esse número está estável. Ou seja, há ainda mais espaço para transferência de votos.

A boa: “o eleitor ainda não teve contato com a candidata Dilma; quando ela for colocada em situação de campanha ou até em contraste com o carisma do presidente é que será o verdadeiro teste”.

Na reunião da bancada do PSDB, nesta terça-feira, o cenário eleitoral será debatido, com a presença de senadores e deputados. Entre as discussões internas, o partido avalia que Serra poderia dar uma sinalização pública por sua candidatura.

Também não está descartado um novo apelo para que Aécio Neves, governador de Minas Gerais, aceite ser o vice numa chapa tucana.

A consolidação desses dois nomes ocasionaria os seguintes efeitos: possibilidade de abertura de uma margem grande de votos na região Sudeste; criação de um fato político de impacto e demonstração de união partidária.

O próprio DEM, partido que apoia os tucanos, poderia não ser empecilho. O deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) disse que vai conversar pessoalmente com Aécio para tentar convencê-lo a abraçar a candidatura presidencial.

“Essa hipótese parece pouco provável. O governador tem trabalhado e dedicado sua agenda para Minas. Acredito que a vaga de vice pode ser discutida como parte de um arco de alianças maior. Mas isso só depois de definirmos nosso candidato a presidente”, afirma o secretário nacional do PSDB.

Na quarta-feira a noite, Serra e Aécio devem jantar juntos. No dia seguinte, participam de cerimônias alusivas ao centenário do nascimento do presidente Tancredo Neves (1910-1985). As lideranças tucanas estarão presentes em peso em Belo Horizonte. Os democratas também irão desembarcar lá.
G1

Rizzolo: Como já comentei anteriormente Serra está demorando muito para se definir como candidato, e esse lado centralizador do governador está atrapalhando o desempenho eleitoral. Uma situação realmente complicada na medida em que Dilma desponta num crescer em popularidade.

Jornal mineiro especula com chapa presidencial Aécio-Alckmin

Enquanto o governador mineiro, Aécio Neves, passa um carnaval prolongado, de 11 dias, o jornal O Tempo, de Belo Horizonte, comentou nesta segunda-feira (15) “a hipótese de uma chapa tucana, com Aécio na cabeça e o paulista Geraldo Alckmin de vice”. A especulação saiu na coluna do bem informado jornalista Luís Carlos Bernardes.

“Corre em setores do PSDB a hipótese de uma chapa tucana, com Aécio na cabeça e o paulista Geraldo Alckmin de vice, unindo os maiores colégios eleitores do país. A bola está com Serra, ainda mais indeciso com o crescimento de Dilma nas pesquisas.

Aécio ainda sonha em disputar a Presidência. Em encontro recente nas Mangabeiras, o mineiro disse ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente do PDT, que seria uma chapa presidencial forte: Lupi como vice dele, Aécio. Lupi sorriu, parecendo gostar. PSDB e PDT juntos, reeditariam PTB e PSD de Getúlio Vargas e do leal aliado Tancredo Neves.”

Aécio Neves foi preterido pela cúpula do PSDB, que é paulistocêntrica e preferiu o governador de São Paulo, José Serra. Em dezembro, anunciou que saía da disputa pela Presidência e disputaria o Senado. Agora, dependeria de uma desistência de Serra.

O paulista, porém, só pretende decidir em fins de março, no limite do prazo legal. Se sentir firmeza nas pesquisas, deixa o governo para disputar a Presidência. Se julgar que Dilma Rousseff se fortaleceu, fica no Palácio dos Bandeirantes e tenta a reeleição em São Paulo.

Neste caso, restaria saber se haverá tempo hábil para Aécio relançar seu projeto presidencial. Foi este o argumento que o governador mineiro apresentou a Serra, quando pressionou para que ele se decidisse até janeiro: precisaria de tempo para se tornar conhecido nacionalmente e costurar seu sistema de alianças, mais amplo que a coligação com o DEM e o PPS, articulada por Serra. No fim de março, a seis meses da eleição, os palanques nos estados já estarão montados, a partir da premissa de uma polarização Dilma-Serra.

Com O Tempo
Rizzolo: Olha que não seria má idéia, conheço pessoalmente o Alckimin e posso afirmar que um político honesto, capaz, de uma excelente índole, e acima de tudo patriota; aqueles que tentam massacram sua imagem, geralmente são os que pouco tem a acrescentar na história política desse país. Entendo com sendo simpática a idéia, e potencialmente virtuosa, é claro que tudo não passa de especulação, mas as grande saídas políticas começam assim.

Ex-auxiliar de Serra vai coordenar campanha de Marina Silva

A escolha do ex-secretário de Meio Ambiente do governo José Serra (PSDB-SP), o ex-deputado Eduardo Jorge, para coordenar a campanha presidencial da senadora Marina Silva, reforça as especulações de que a candidatura de Marina se tornará uma espécie de linha auxiliar da candidatura tucana à presidência.
O PV nega que Eduardo Jorge seja um serrista. Ele assumiu a secretaria do Governo José Serra em 2007 e foi mantido no cargo pelo prefeito Gilberto Kassab, do DEM, mas o PV alega que ele foi indicado para o cargo pelo partido. Fundador do PT, Eduardo Jorge filiou-se ao PV em 2003, após desentendimentos com a cúpula petista.

Eduardo Jorge confirmou, por meio de sua assessoria, que foi convidado pela própria Marina para integrar a coordenação de sua campanha. O grupo de coordenação da pré-campanha de Marina Silva deve ser anunciado ainda este mês.

O vereador do Rio de janeiro, Alfredo Sirkis (PV),também cotado para integrar a coordenação da campanha, nega as especulações de que Maria seria candidata a vice na chapa de Serra. Ele também afasta as insinuações de que a candidatura de Marina seja linha auxiliar da candidatura Serra. Ele disse ainda que a postura de Maria não é de antagonismo aos demais adversários nas eleições de 2010.

Com informações do Jornal O Globo

Rizzolo: Ora, está na cara que a candidatura de Marina Silva é encomendada pelo PSDB. Eu mesmo pessoalmente estranhei quando convidado para a posse de Kassab constatei a presença de Eduardo Jorge, um dos fundadores do PT, outrora cheio de discurso socialista, e devagarinho foi mudando, mudando e ficou então já tão tucano que foi esverdiando. Isso é a fragilidade ideológica que existe neste país. Eduardo Jorge, quem diria, hein !!!!

Com polarização, pesquisas devem selar futuro de Serra

SÃO PAULO – Na opinião de interlocutores, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) – que ontem anunciou a renúncia à disputa da pré-candidatura ao Planalto contra o governador paulista, José Serra -, admitiu que no atual cenário não teria chances de ser escolhido como candidato do PSDB à Presidência da República. Saindo da disputa, automaticamente cria a polarização entre Serra e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Se a ministra crescer, o paulista poderá acabar preferindo a confortável candidatura à reeleição em São Paulo. Assim, estaria criada a oportunidade para que Aécio fosse chamado de volta para a corrida sucessória.

A desistência foi vista pelos aliados dos tucanos como “investimento futuro” de Aécio: o governador de Minas empurrou Serra para a condição de candidato de facto do PSDB contra Dilma. Agora, as pesquisas não terão mais de um nome tucano na lista e dirão quem, entre Serra e Dilma, está subindo ou descendo nas intenções de voto.

Na pior das hipóteses, Aécio ganhou tempo para coordenar a campanha em Minas e forçou Serra a assumir a montagem das alianças nacionais em torno de sua candidatura presidencial. “Aécio jogou com as brancas. Fez o movimento de ataque. Agora, começou o jogo”, diz um de seus principais aliados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
agencia estado

Rizzolo: Entendi como sábia a decisão do governador Aécio. De qualquer forma, a polarização irá beneficiar o PT que terá o desenvolvimentismo versos o atraso e o neoliberalismo, sendo que tampouco terá a seu favor os argumentos de ética e probidade, até porque seus aliados como DEM, estão mergulhados na lama com Arruda. Agora, Serra é competente, obstinado, tem experiência, mas carrega consigo alguns defeitos como o exclusivismo, o poder centralizador, e pouco carisma; aliás entre Serra e Dilma é difícil distinguir quem é mais ” carismático”. Vai valer a leitura que povo irá fazer da administração petista; o grande perigo é o PT acreditar na transferência de votos. Por final entendo que Dilma terá que se transformar em popular, visitar mais São Paulo e Minas, e tentar ser tudo o que o Serra já foi num curto espaço de tempo. Vamos ver.

Ciro diz ter mudado de domicílio eleitoral contra sua vontade

O deputado federal e possível candidato à Presidência da República pelo PSB, Ciro Gomes, afirmou, na manhã deste sábado, que transferiu seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo “contra a sua vontade” e para livrar-se de um possível pedido de impugnação de candidatura oriundo dos adversários. As declarações do parlamentar foram dadas em entrevista coletiva concedida na Assembleia Legislativa do Estado especialmente para tratar do assunto.

Ciro disse que estava em Fortaleza (CE) quando foi informado da decisão pela Executiva Nacional na última quinta-feira, dia 30. Segundo ele, três motivos impulsionaram a mudança.

O primeiro foi um pedido pessoal feito pelo presidente Lula. “Num encontro que tivemos, ele me disse: ‘peço apenas que você examine e deixe todas as portas abertas. Não custa nada você fazer esse gesto e esperar até fevereiro/março, quando tudo estiver melhor definido'”, disse o deputado, referindo-se às especulações de uma possível candidatura dele ao governo paulista, que só seria viabilizada com a mudança de domicílio.

Outro motivo foi um entendimento da direção do PSB de que, para se lançar candidato, Ciro precisava aprofundar a relação com São Paulo. O maior estado brasileiro concentra, sozinho, 22,5% de todo o eleitorado do País e aproximadamente 40% do Produto Interno Bruto (PIB), índices que poderiam mudar os rumos da disputa do próximo ano.

A terceira causa listada pelo parlamentar foi um parecer da assessoria jurídica da legenda elaborada em cima de informações não confirmadas de que uma possível candidatura do PSB à Presidência estaria ameaçada de sofrer um pedido de impugnação.

Ciro atribuiu essa ameaça aos “nossos adversários”. Entretanto, não citou nomes. Revelou apenas que eles embasariam o pedido no fato do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), ser seu irmão. “Depois de fazer uma consulta a toda a Direção, o PSB me determinou isso anteontem. É um gesto contra a minha vontade, embora eu considerasse ¿ e considero ¿ uma decisão correta. Foi uma decisão amadurecida que tomei depois de muito debate”, afirmou.

“Logo após mudar de domicílio ainda na quinta-feira, ele disse ter voltado para Fortaleza com o que classificou de “sensação de dever moral cumprido”. E pontuou: “me senti no dever de dar essa explicação direta, pessoal, humilde e franca aos cearenses, a quem tudo devo e a quem quero renovar o meu compromisso, esteja onde eu estiver. Peço aos cearenses que confiem em mim. Eu sei o que estou fazendo”.

Ontem, Ciro afirmou, em São Paulo, que transferiu seu título para ter “intimidade” com o Estado. “São Paulo é o maior Estado brasileiro e, para ser candidato a presidente da República, tem que ter intimidade com a expressão que São Paulo tem na economia, na cultura e entre os trabalhadores”, argumentou.

Ou Presidência ou nada
Apesar de atender ao pedido do presidente Lula de “deixar todas as portas abertas”, o ex-ministro da Integração Nacional rechaçou qualquer chance de concorrer em São Paulo. A alegativa foi de não ter qualquer intimidade com a rotina da maior capital brasileira. E adiantou: caso o PSB não libere sua candidatura ao Palácio do Planalto, não participará das eleições 2010 de jeito nenhum. “Quem pode mais, pode menos”, emendou, descartando também ser vice da ministra Dilma Rousseff (PT).

Ele previu ainda que, por conta da sua mudança de domicílio, inicia-se agora uma estratégia oposicionista de minar o PSB para mostrá-lo como um partido cheio de fragilidades. Ciro até admitiu que a legenda tem pontos fracos. Contudo, disparou: “somos um partido médio e a festa de branco que marcaram para o Brasil determina um confronto entre PT e PSDB de São Paulo projetado para o País. Nós achamos que essa festa não é de branco. É uma festa do povo e queremos o nosso lugar nela”.

O presidenciável assinalou que discussões estão sendo travadas dentro do chamado “bloquinho”, formado na Câmara Federal por PSB, PDT, PCdoB, PMN e PRB para sua candidatura ser viabilizada. Porém, assumiu não saber como a aliança será firmada, visto a resistência dos pedetistas de só aceitarem caso Lula dê o aval.

No tocante às declarações de Dilma de que, em breve, deve ultrapassá-lo nas pesquisas de intenção de voto, Ciro brincou: “vou me esforçar para crescer mais até chegar aos 80% de aceitação”. Em seguida, consentiu que a candidata oficial do presidente Lula tem condições de superá-lo “com muita tranquilidade”.

“Serra é a força do atraso”
Por fim, não poupou críticas ao maior opositor: o governador de São Paulo e também possível concorrente à Presidência, José Serra (PSDB). O deputado tipificou o tucano como “força do atraso” e disse que Serra representa uma ameaça ao Brasil, pois retomará o projeto neoliberal do governo Fernando Henrique Cardoso.

“É fato histórico e notório que gostaria que o povo esquecesse que o Serra foi ministro do FHC por oito anos. Eu, quando percebi que esse projeto estava fazendo mau ao povo, rompi. Eu fui pro deserto; o Serra continuou no poder”, pontuou.

terra

Rizzolo: Ciro é um excelente nome. Político de personalidade forte, sabe falar a língua do povo, é sincero e tem uma visão desenvolvimentista. O fato de se ” ambientar” com o eleitorado paulista não entendo como sendo um problema; muito pelo contrário, sua forma nordestina de falar aliada à sua cultura, pode fazê-lo subir num curto espaço de tempo. Agora, esta afirmativa de que a mudança de domicílio eleitoral foi contra sua vontade não passa de jogo político. Ciro que é Advogado, deve ter todo o apoio da classe jurídica em São Paulo, pois precisamos voltar a ter políticos de peso advogados, não se trata de um apoio político pessoal meu, mas entendo que deve haver um compromisso maior por parte da classe, em relação aos políticos advogados. É isso aí.

Aécio reitera que vai ‘lutar até o fim’ por prévias

BELO HORIZONTE – Ao lançar o Programa de Fortalecimento e Revitalização das Associações Microrregionais, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, reiterou que irá “lutar pelas prévias até o fim”, para que o PSDB defina quem será o candidato à Presidência da República. “As prévias partidárias são hoje o melhor instrumento que o PSDB tem para definir qual será o seu candidato. Não sou dono do partido, mas continuarei a insistir que o partido realiza a partir de janeiro as prévias”, afirmou. O governador disse ainda que pretende manter suas viagens aos Estados do Norte e Nordeste e espera que em dezembro o partido anuncie a data de realização das prévias para escolha do candidato à Presidência.
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Rizzolo: Concordo com Aécio, as prévias são realmente válidas. Ademais, já não há mais a sensação de embate político entre Serra e Aécio e isso, para a desgraça do PT surgiu numa hora errada. Dilma Rousseff ainda não decolou, muito embora ainda é cedo para previsões. A grande preocupação não é saber propriamente quem será o próximo presidente, mas sim se este continuará com uma política desenvolvimentista como a que se desenhando nos últimos anos. Vamos ver.

Aécio e Serra selam aliança, afinam discurso e criticam Lula

SÃO PAULO – Entre caipirinhas de cachaça mineira e pães de queijo, os dois principais pré-candidatos do PSDB sacramentaram nesta segunda-feira, 14, em São Paulo, a promessa de estarem juntos nas eleições de 2010, independentemente de quem for o cabeça de chapa. Demonstrando afinação, os dois criticaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, jurou que fará campanha para o governador de São Paulo, José Serra, caso o paulista seja escolhido pelo partido para concorrer à Presidência. Serra comprometeu-se a fazer o mesmo pelo mineiro.

A promessa foi feita durante a cerimônia de inauguração do Espaço Minas Gerais, centro de negócios do governo mineiro na capital paulista, na tarde desta segunda-feira. O espaço está estrategicamente localizado na esquina da Rua Minas Gerais com a Avenida Paulista.

“Se a decisão do PSDB for em torno do governador José Serra, eu serei o primeiro a levantar a mão e me colocar à disposição para com ele percorrer o Brasil”, disse Aécio, ao que Serra respondeu de pronto: “Se for o Aécio, eu serei o primeiro a lhe levantar as mãos e estar nas ruas fazendo sua campanha, porque isso será muito bom para o Brasil.”

Os governadores se esforçaram em mostrar sintonia no discurso de crítica ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Serra voltou a atacar a “volúpia centralizadora federal”, em referência ao apetite da União na arrecadação de impostos. Aécio tomou o termo emprestado e acusou a “volúpia arrecadatória” do presidente Lula. O líder tucano e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que participou do evento, fez coro aos dois: “Hoje parece que o Brasil depende de um homem só. Não dá. Tem de ser uma coisa mais democrática.”

Defensor contumaz das prévias para a escolha do candidato tucano a presidente, Aécio as classificou apenas como “um instrumento importante de mobilização partidária”. Para Serra, as prévias são “um instrumento, como há outros também”.

Observado de perto por FHC, Aécio foi comedido ao falar da possibilidade de uma chapa puro-sangue. “Temos um quadro partidário extremamente plural no Brasil. É natural que as alianças entre partidos se reflitam na composição de chapa”, disse. “O governador Serra e eu estaremos juntos em 2010. Em que posição, o tempo vai dizer.”

Apesar do clima de cordialidade, os dois governadores esquivaram-se de responder se aceitariam concorrer como vice um do outro. “Essa questão não está posta”, frisou Serra. FHC aplaudiu a moderação: “Não é o momento ainda de saber quem vai ser vice ou se vai ter prévia. O importante é que o partido está unido.”
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Café com leite

Debaixo de um grande toldo transparente para abrigar da chuva um público de 400 convidados, Aécio fez questão de negar qualquer caráter eleitoral na cerimônia: “Aqui não é um comitê de campanha.” Em seguida completou, em tom de mistério: “Só se for para que o Brasil possa melhorar muito a partir do ano que vem.”

Serra relembrou as ligações históricas entre os dois Estados. “Minas Gerais e São Paulo nunca deixaram de estar juntos, estão juntos e vão estar juntos.”

Aécio e Serra dividiram palco com líderes tucanos e com representantes de partidos que devem formar a base aliada do PSDB nas próximas eleições, como o ex-governador Orestes Quércia, presidente do PMDB paulista, e o prefeito da Capital, Gilberto Kassab, do DEM, afilhado político de Serra.

Habitué do mundo das celebridades, Aécio Neves levou ao evento ídolos do esporte, como o jogador do Corinthians, Ronaldo, e o técnico da seleção brasileira de vôlei, Bernardinho. Tucano de carteirinha, o humorista Tom Cavalcanti também marcou presença.

Enquanto esperava a chegada de Serra, que atrasou 30 minutos, Aécio assistiu ao lado do ex-governador e secretário de Desenvolvimento paulista, Geraldo Alckmin, e de FHC a apresentação de um grupo de dança e percussão. Na calçada em frente ao casarão, artesãs desenharam com areia colorida, lado a lado, as bandeiras de São Paulo e de Minas Gerais. Para encerrar a festa, foi servido caipirinha de cachaça mineira, espumante e pão de queijo.
agencia estado

Rizzolo: O PSDB parece afinado. Isso é bom, do ponto de vista democrático. Agora esta observação do FHC de que hoje parece que todos nós dependemos de um só homem, expressa a pura realidade. E isso com certeza não é nada bom para a nossa democracia. A política café com leite sempre foi baseada em entendimentos, e Serra com Aécio unidos se complementam, dando ao PSDB maior densidade eleitoral. Muito boa essa possível aliança.