Esperando pelo Perdão

200px-gottlieb-jews_praying_in_the_synagogue_on_yom_kippur.jpg
Cena de Yom Kippur numa Sinagoga na época medieval

Neste domingo, ao final da tarde, se dará o início ao Yom Kipur. Portanto, retornarei nesta segunda-feira após 21 horas, pois ainda pretendo passar, após a quebra do jejum, na casa de um rabino amigo meu para tomar um “lechayim”, (geralmente vodka).

Como meu jejum é completo, sem água inclusive -iniciando-se domingo às 18:00 – espero novamente estar ao lado de vocês, bem disposto, após o horário referido (21:00 de segunda). A todos os meus leitores, que são meus amigos invisíveis, saibam da minha mais profunda admiração, carinho e respeito que tenho por todos, por este Brasil imenso.

Obrigado por me acompanharem nas minhas reflexões, nos meus pensamentos, no ano que passou. Continuem divulgando o Blog do Rizzolo, prestigiando este humilde espaço, minha mídia é apenas você, meu leitor e amigo, mais ninguém !

Tenho tentado nos meus escritos externar o que eu penso, sob uma visão ética, na defesa dos mais pobres, dos esquecidos, dos desvalidos, defendendo meu ponto de vista sem uma conotação ideológica marxista, ateista ultrapassada, mas numa visão humana, religiosa, firme e de bom senso. Até mais queridos amigos !

Fernando Rizzolo

Um pouco da história

O nome Yom Kipur – Dia do Perdão – nos informa de um aspecto apenas de sua significação. “Porque neste dia se fará expiação por vós para purificar-vos de todos os vossos pecados; Perante Ad-nai ficareis purificados (Lev.XVI,30).

Isso é Yom Kipur, perdão e purificação, esquecimento dos erros e extirpação das impurezas da alma. Nobres conceitos que se tomam em sua acepção mais ampla. Não se trata unicamente do perdão Divino, que se invoca mediante a confissão das faltas e as práticas de abstinência, mas, também, do perdão humano, que exige o desprendimento da vaidade e contribui para a elevação moral. Quando chega Yom Kipur, cada judeu deve estender ao seu inimigo uma mão de reconciliação, deve esquecer as ofensas recebidas e desculpar-se pelas feitas aos outros, pois, limpo de todas as suas escórias físicas e morais, deve comparecer perante o Tribunal de D`us.

Durante um dia inteiro ele permanece diante desse Tribunal numa ampla confissão de suas culpas, em humildade e arrependimento, não com o fim de rebaixar sua dignidade humana, mas para elevar-se acima de suas misérias morais e apagar toda sombra de pecado em seu interior. E assim, depurado, vislumbrar com mais claridade os caminhos do bem.

Yom Kipur é data de jejum absoluto que se interpreta não somente como uma evasão do terreno, mas como uma prova de nossa força de vontade sobre os apetites materiais que tantas vezes conduzem ao pecado. Por último, o jejum nos faz sentir na própria carne os padecimentos de tantos seres humanos que, por falta de meios, sofrem fome, sede, fraqueza, vítimas da mais profunda miséria.

por Isaac Dahan

Veja Também: Silvio Santos fala sobre o Yom Kippur

Publicado em 5770, ano novo judaico 2009, antissemitismo, últimas notícias, Blog da Dilma, Brasil, Casa Hope, cotidiano, crianças com cancer se casam nos EUA, crianças da casa hope, cultura, Deus e você, Dia do Perdão, dia do yom kipur, Dilma Roussef, direito dos animais, Direitos Humanos, economia, Edir Macedo, espiritualidade, espiritualidade na crise, evangélicos, Faixa de Gaza, Federação Israelita do Estado de São Paulo, Fiesp, geral, holocausto, igrejas evangélicas, Israel, jejum dia do perdão, Judaismo, judasimo, Kol Nidrei, maçonaria, mundo, negros do Brasil, negros no Brasil, News, notícias, o papa e os judeus, pessach, Política, preconceito racial no Brasil, Principal, RELIGIAO, Religião e Reflexões Espirituais, Silvio Santos, Silvio Santos afirma seu judaismo, Silvio Santos e a caridade, Silvio Santos e o Yom Kippur, Silvio Santos relata que é judeu, Silvio Santos religião, Silvio Santos um exemplo de judeu, Sua Sáude, video, violência contra os animais, Yom Kippur, Yom Kipur, Yom Kipur 2009. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »

Falta de ética e de Deus causaram crise econômica, diz papa

De Roma para a BBC Brasil – O Vaticano divulgou, nesta terça-feira, a terceira encíclica do papa Bento 16, intitulada “Caridade na Verdade”, onde o pontífice aponta os motivos que, segundo a Igreja Católica, teriam causado a atual crise econômica e indica a necessidade de reformas para colocar o homem no centro da economia.

A encíclica foi divulgada um dia antes da abertura, na cidade de L’Aquila, na Itália, da cúpula do G8, que reúne os líderes dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia, e onde a crise econômica deve ser o principal tema de discussões.

No documento de 148 páginas, Bento 16 afirma que o desenvolvimento econômico é positivo, porque “tirou milhões de pessoas da miséria e deu a muitos países a possibilidade de se tornarem atores eficazes da política internacional”.

Por outro lado, segundo o papa, a crise econômica atual evidenciou anomalias e problemas que devem ser analisados sem usar ideologias, que “simplificam a realidade”.

Disparidades

Na avaliação do papa, a riqueza mundial cresce em termos absolutos, mas aumentam as disparidades e surgem novas pobrezas.

“Nos países ricos, novas categorias sociais empobrecem e, em áreas mais pobres, alguns grupos gozam de uma espécie de desenvolvimento consumista, que contrasta de modo inadmissível com situações de miséria desumanizadora. Continua o escândalo de desproporções revoltantes”, diz o texto, preparado por Bento 16 e baseado na doutrina social da Igreja.

No documento, o papa aponta a “atividade financeira especulativa, fluxos migratórios muitas vezes provocados e depois mal administrados, e o uso desregrado dos recursos da terra”, como alguns dos principais fatores da crise.

Além disso, o papa afirma que a busca apenas do lucro, sem pensar no bem comum, pode destruir a riqueza e gerar mais pobreza.

“A economia precisa de uma ética amiga das pessoas para um correto funcionamento.(…). A crise atual mostra que os princípios de ética social, transparência, honestidade e responsabilidade não podem ser negligenciados”, afirma o papa na encíclica.

De acordo com o documento, a Igreja não sugere soluções técnicas para os problemas desencadeados pela crise que afeta a economia internacional, mas indica a doutrina social da Igreja como guia e recorda aos governantes que o “primeiro capital a ser preservado e valorizado é o homem, em sua integridade”.

“A Igreja não tem soluções técnicas a oferecer, mas uma missão de verdade a cumprir para uma sociedade à medida do homem, da sua dignidade e vocação “, diz o texto. Deus

No segundo dos seis capítulos da encíclica, o papa afirma que a prioridade deve ser a criação de empregos e o acesso ao trabalho, assim como maiores garantias aos trabalhadores, cujos direitos estão em risco devido à “competição internacional das empresas e ao uso especulativo dos recursos financeiros”.

Na avaliação do papa, há condições para uma grande redistribuição da riqueza, mas “projetos egoístas e protecionistas” podem frear a difusão do bem estar.

“A crise atual exige mudanças profundas para as empresas, que não podem ter como objetivo apenas os interesses dos proprietários e as indicações dos acionistas, mas devem se encarregar da comunidade local”.

Segundo o papa, há uma relação fundamental entre o desenvolvimento econômico e social e o ponto de vista religioso. O evangelho, segundo ele, é “imprescindível” para construir uma sociedade justa e livre.

“Sem a perspectiva de uma vida eterna e sem Deus, o desenvolvimento é negado e desumanizado”, escreve Bento 16.

Organismos internacionais

Bento 16 sugere ainda a necessidade de reformar alguns organismos internacionais, para que sejam mais eficientes no combate à fome e no gerenciamento da globalização.

“É urgente a presença de uma verdadeira autoridade política mundial”, escreve o papa.

Segundo o pontífice, os organismos internacionais deveriam se interrogar a respeito da real eficácia de seus “caros aparatos burocráticos”.

“Às vezes, os pobres servem para manter caras organizações burocráticas. É preciso uma grande transparência sobre os fundos recebidos”, diz a encíclica.

Segundo Bento 16, o mercado não é negativo, mas não pode cumprir sua função econômica sem a solidariedade e confiança recíprocas, e deve ter como objetivo o bem comum, que deve ser responsabilidade principalmente da comunidade política.

Natalidade

Na encíclica, o papa volta a defender a vida, desde a concepção até a morte natural, e critica os programas de controle demográfico, como parte de medidas para desenvolvimento econômico.

“Em várias partes do mundo, há práticas de controle demográfico que chegam a impor o aborto. Há uma mentalidade contra a natalidade nos países desenvolvidos que se tenta transmitir a outros Estados, como se fosse um progresso cultural”, escreve o papa.

Bento 16 afirma que as causas do subdesenvolvimento não são de ordem material, mas, sobretudo, “a falta de fraternidade entre homens e povos” que, por causa da globalização crescente, “são vizinhos, mas não irmãos”.

Em sua opinião é necessária uma mudança de mentalidade e de estilo de vida.

“Menos hedonismo e consumismo e mais respeito aos recursos ambientais e à vida”, sugere o papa. BBC Brasil – Todos os direitos reservados.
agencia estado

Rizzolo: Não há como discordar do papa Bento 16 em suas afirmações. O egoísmo e o descontrole do meio financeiro internacional, sem a sua devida regulamentação, causam os desajustes que afetam toda a humanidade, e principalmente os mais pobres. É também verdade que a prosperidade mal planejada proporciona um novo tipo de pobres nos países ricos. Mas a principal questão abordada que mais me preocupa, é a busca desenfreada pelo lucro e a falta de uma visão espiritual, divina, baseada em princípios religiosos, que hoje aflige os governos da maioria dos países.

A palavra ética, moral, Deus, é quase desconhecida no mundo político, e entre os presidentes da maioria das nações, fazendo com que o Estado pouco tenha de esteio moral e religioso, concitando o povo apenas a consumir, a ganhar, na busca deseperada pelo lucro, desprezando o essencial que é a espiritualidade: “a gasolina da alma”.

Silvio Santos relata que é judeu e fala sobre caridade

Silvio Santos nos dá um exemplo do que é a caridade, ser judeu, e ajudar ao próximo. Parabéns ao apresentador pelas palavras e por admitir sua religião e seu amor à Deus. Em suas palavras ouve-se uma doce melodia de esperança, solidariedade, e amor aos pobres. Tudo que falta na visão egoista de alguns, que na política, viram suas costas aos humildes e necessitados.

Fernando Rizzolo

“Chega de corrupção e rolo, para deputado federal Fernando Rizzolo – PMN 3318”

Publicado em ano novo judaico 2009, antissemitismo, últimas notícias, Blog da Dilma, Brasil, Casa Hope, cotidiano, crianças com cancer se casam nos EUA, crianças da casa hope, cultura, Deus e você, Dilma Roussef, direito dos animais, Direitos Humanos, economia, Edir Macedo, espiritualidade, espiritualidade na crise, evangélicos, Faixa de Gaza, Federação Israelita do Estado de São Paulo, Fiesp, geral, holocausto, igrejas evangélicas, Israel, Judaismo, maçonaria, mundo, negros do Brasil, negros no Brasil, News, o papa e os judeus, pessach, Política, preconceito racial no Brasil, Principal, Qual a verdadeira religião do Sílvio santos, religião do silvio santos, Religião e Reflexões Espirituais, Silvio Santos afirma seu judaismo, Silvio Santos e a caridade, Silvio Santos e o Yom Kippur, Silvio Santos relata que é judeu, Silvio Santos religião, Silvio Santos um exemplo de judeu, Sua Sáude, video, violência contra os animais. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »

Entrada Proibida

Pretendendo encorajar o filho pequeno a fazer progressos no piano, uma mãe levou o garotinho a um concerto de Paderewski*. Depois que tinham se sentado, a mãe avistou uma amiga na plateia e foi até o corredor para cumprimentá-la.

Aproveitando a oportunidade para explorar as maravilhas do salão de concertos, o menino levantou-se e caminhou até uma porta onde se lia “Entrada Proibida”.

Quando as luzes do teatro foram diminuídas e o concerto estava para começar, a mãe voltou ao seu assento e viu que o menino não estava ali.

De repente, as cortinas se abriram e os refletores focalizaram o impressionante piano Steinway sobre o palco. Horrorizada, a mãe viu seu filho sentado ao piano, tocando inocentemente “Marcha Soldado, Cabeça de Papel”. Naquele instante, o grande virtuose entrou, caminhou rapidamente até o piano e sussurrou no ouvido do menino: “Não pare. Continue tocando.”

Inclinando-se, Paderewski colocou a mão esquerda sobre as teclas e começou a tocar a parte mais grave da melodia. Logo sua mão direita atingiu as teclas por cima da mão da criança e ele acrescentou um rápido obbligato.

Juntos, o velho mestre e o jovem aprendiz transformaram uma situação estranha numa experiência maravilhosa e criativa. A plateia estava hipnotizada.

É assim que acontece com D’us.

Aquilo que podemos conseguir por nós mesmos não é muito digno de nota. Tentamos fazer o melhor, porém os resultados não são exatamente uma música que flui graciosamente. Com a mão de D’us, o trabalho de nossa vida pode ser realmente belo. Portanto, da próxima vez em que você tentar conseguir grandes realizações, ouça cuidadosamente e poderá escutar a voz de D’us sussurrando em seus ouvidos: “Não pare. Continue tocando.”

* Ignacy Jan Paderewski (1860-1941): Pianista-virtuose e compositor polonês. Sua mais famosa peça “Minueto à l”Antique” figura ao lado de obras de Mozart e Beethoven. Em 1922, apresentou-se Carneguie Hall e passou a dar concertos ao redor do mundo. Mudou-se para Nova York no começo da 2a.Guerra Mundial, falecendo em 1941. Após 51 anos de sua morte, seus restos mortais foram transferidos para Varsóvia. O mais famoso compositor polonês deste século tornou-se também o maior expert na vida e obras de Chopin.

fonte: Site do Beit Chabad

Tenha um sábado de paz e uma semana feliz !

Fernando Rizzolo

Netanyahu pede ao papa que condene Irã por críticas a Israel

JERUSALÉM – O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu nesta quinta-feira, 14, ao papa Bento XVI, em uma reunião em Nazaré, que, “como figura moral”, censure as chamadas do Irã ao desaparecimento de Israel. “Pedi que, como figura moral, faça ouvir sua voz alta, clara e de forma constante contra as declarações do Irã sobre sua intenção de destruir Israel”, afirmou Netanyahu à imprensa após o encontro.

O chefe de governo israelense deixou claro ao pontífice, que termina amanhã sua peregrinação à Terra Santa, que não pode ser possível que “no início do século XXI haja um Estado dizendo que vai destruir o Estado judeu”. Para Netanyahu, falta “uma voz enérgica condenando isso”, embora reconheça que ficou satisfeito com a resposta do papa.

“Ele me disse que condena toda forma de antissemitismo e o ódio contra o Estado de Israel, contra a humanidade em seu conjunto, mas nesse caso contra Israel”, comentou. O porta-voz do Vaticano Federico Lombardi ressaltou que os dois líderes analisaram durante a reunião o processo de paz no Oriente Médio e o modo de fazer isso “avançar.”

O pontífice e Netanyahu falaram a sós durante 15 minutos, no convento dos franciscanos de Nazaré, a cidade de María, José e Jesus. O papa condenou Ahmadinejad indiretamente diversas vezes pelos comentários dele contra Israel ou por negar o Holocausto, e autoridades do Vaticano o fizeram de forma direta. “Ele disse condenar todos fenômenos como esse, o antissemitismo e o racismo, e acho que encontramos alguém disposto a escutar”, afirmou Netanyahu.

MISSA NA GALILEIA

Pela manhã, o pontífice manifestou preocupação com aquilo que a Igreja vê como uma deterioração da família no mundo todo. Mais de 50 mil pessoas assistiram à missa campal na região da Galileia, reduto da minoria árabe de Israel. A cerimônia foi celebrada em árabe, inglês e latim, no local conhecido como Monte Precipício, onde segundo a Bíblia uma multidão teria tentando atirar Jesus de um penhasco.

Ali, Bento XVI falou da “santidade da família, que no plano de Deus se baseia na fidelidade por toda a vida de um homem e uma mulher, consagrados pelos laços do matrimônio e aceitando o dom divino da nova vida”. “Como os homens e mulheres do nosso tempo precisam se reapropriar dessa verdade fundamental, que está nos alicerces da sociedade, e como é importante o testemunho de casais casados para a formação de consciências sãs e para a construção da civilização do amor!”, disse o papa.

O pontífice também citou “o dever do Estado de apoiar as famílias em sua missão de educação, de proteger a instituição da família e seus direitos inerentes e de garantir que todas as famílias possam viver e florescer em condições de dignidade.”

Falando em um grande palco branco, o papa disse também que a família deve retomar seu papel de base para “uma sociedade bem-ordenada e receptiva”. A população na região de Nazaré é 35% cristã, um dos índices mais expressivos de Israel. Cerca de 1,5 milhão de israelenses, ou cerca de um quinto da população, são árabes, e entre eles 10% são cristãos.
agência estado

Rizzolo: Muito embora alguns mais ortodoxos entendam que a viagem do papa não foi boa, entendo que houve um saldo extremamente positivo. Falta agora o papa demonstrar seu repúdio ao Irã e seu presidente antissemita. Vamos ver, não é ? Só acredito vendo, é o minimo que um religioso deve fazer em nome de seus ideais.

Alas políticas opostas promovem boicote à visita do papa a Israel

De Tel Aviv para a BBC Brasil – A visita do papa Bento 16 a Israel, iniciada nesta segunda-feira, está causando polêmica dentro de alas políticas opostas no país.

Tanto os políticos israelenses de direita quanto os de esquerda anunciaram que vão boicotar a visita do pontífice ao país, mas os motivos que alegam para justificar o protesto divergem profundamente.

Enquanto os políticos de direita chamam o papa de “antissemita e inimigo do povo judeu”, os de esquerda o acusam de ser “ultraconservador e retrógrado, responsável por milhões de vítimas da Aids na África”.

O deputado Nitzan Horowitz, do partido social-democrata Meretz, afirmou que pretende boicotar a visita “pois o papa traz uma mensagem de intolerância”.

“O papa é responsável pelo sofrimento de milhões de pessoas, é um dos conservadores mais rígidos da igreja”, afirmou.

“De todas as injustiças que cometeu, a pior consiste em se opor à distribuição de preservativos no terceiro mundo, levando ao sofrimento de um enorme número de pessoas na África, Ásia e América do Sul, que sofrem de Aids e outras doenças como resultado direto dessa atitude ignorante.”

Candelabro

Já o deputado de extrema-direita Michael Ben Ari, do partido Ihud Leumi (União Nacional), chamou o papa de “antissemita, criminoso e inimigo do povo judeu”.

O assessor parlamentar de Ben Ari, Itamar Ben Gvir, anunciou que vai entrar com um recurso na Suprema Corte de Justiça pedindo um mandato judicial que não permita a saída do papa Bento 16 do país a menos que o Vaticano devolva uma peça de um antigo templo sagrado para os judeus, o chamado Segundo Templo.

Segundo Ben Gvir, “o candelabro de ouro do Segundo Templo se encontra nos porões do Vaticano, depois que foi levado pelos Romanos quando destruíram o Templo” (no ano 70 d.C.)”.

Ben Gvir exige que o papa “devolva o candelabro antes de sair do país”.

O Rabino Shalom Wolfa, líder do grupo de direita Centro para a Salvação do Povo e da Terra, protestou contra o encontro programado dos Rabinos Chefes de Israel com o papa.

“Rabinos não devem se encontrar com o papa, isso contradiz o judaísmo”, disse Wolfa. “O papa que, quando era jovem, fazia parte da Juventude de Hitler, não deve ser recebido com honras de representante da religião cristã.”

O Movimento Islâmico em Israel, um dos maiores grupos políticos que representam a população árabe no país, convocou os árabes a não apoiarem a visita do pontífice, que “ofendeu o profeta Maomé”.

Benefícios

O governo e alguns setores da sociedade, no entanto, apoiam a passagem de Bento 16 pela Terra Santa.

O ex-embaixador de Israel no Vaticano, Oden Ben Hur, afirmou que “Israel só tem a ganhar com a aproximação com o Vaticano”.

Em entrevista à rádio estatal de Israel, Ben Hur disse que “é bom e importante que o papa venha ao país” porque, entre outros motivos, a visita pode incentivar a economia, aumentando o número de peregrinos na região.

Ainda segundo ele, uma elevação do nível das relações com o Vaticano pode ser benéfica para os interesses políticos de Israel.

O jornalista árabe cristão e cidadão israelense Faiz Abbas também considera a visita do papa positiva e acha que os muçulmanos devem dar-lhe as boas vindas.

“Discordo da posição de muçulmanos que se opõem à visita de Bento 16”, afirmou Abbas.

“Ele é o líder do mundo cristão e é capaz de ajudar aos palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém, e também aos cristãos, cuja população diminui na região de maneira que preocupa os chefes da Igreja”, disse.
agência estado

Rizzolo: O papa Bento 16 já deu várias demonstrações que não ” aprecia” o povo judeu. É natural que dentro do Estado de Israel a população fique dividida entre os que não querem e os que querem vê-lo longe de lá. Por incrível que parece os maiores apoiadores da causa judaica são os evangélicos de todo o mundo, estes jamais acusaram os judeus tampouco os perseguiram. É uma realidade que se cristaliza com um papa radical e conservador com o Bento 16.

Celso Amorim defende visita de presidente iraniano ao Brasil

O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) rebateu nesta quinta-feira as críticas do governo de Israel à visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil. Amorim disse que o Brasil é soberano para receber chefes de Estado e representantes de outros países, além do Irã ser um importante parceiro comercial brasileiro.

“Não deveria haver [críticas] porque na realidade nós temos relações com o Irã. O Irã é um grande país, que indiscutivelmente tem papel no Oriente Médio e é um parceiro. Não deixamos de dar nossas opiniões, publicamente o fizemos recentemente, de modo que não vejo preocupação. E, se com cada país com que discordamos de alguma coisa, não pudermos aceitar visitante aqui, vai ficar muito difícil, não vamos receber ninguém”, afirmou.

Reportagem da Folha publicada nesta terça-feira afirma que governo israelense convocou o embaixador do Brasil em Tel Aviv para protestar contra a visita de Ahmadinejad a Brasília, marcada para quarta-feira. O embaixador Pedro Motta, um dos mais graduados diplomatas brasileiros em exercício, foi recebido na última segunda-feira (27), na sede da Chancelaria de Jerusalém, por Dorit Shavit, chefe da diplomacia israelense para a América Latina.

Shavit deixou clara a insatisfação de seu governo com a decisão do Brasil de receber Ahmadinejad, que questiona o Holocausto e defende varrer do mapa o Estado judaico.

A diplomata israelense argumentou que o Irã é visto como uma ameaça não somente por Israel, mas por quase todos os países árabes, pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Urgência

Na tentativa de impedir a visita do presidente do Irã ao Brasil, o deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) pediu esta semana à Câmara urgência na votação do projeto de lei de sua autoria que criminaliza o Holocausto. “O Holocausto é um fato público que esse canalha [Ahmadinejad] insiste em negar. Ele promete promover o segundo Holocausto. É inconcebível que o Brasil receba um chefe de Estado que nega a existência de um massacre contra mais de 6 milhões de judeus”, disse o deputado.

Israel, que possui armas atômicas, acusa o Irã de desenvolver secretamente um arsenal nuclear. Teerã, submetida a sanções econômicas, nega e argumenta ter direito ao enriquecimento de urânio sob o Tratado de Não-Proliferação.

Israel afirma que o governo iraniano está reforçando sua presença diplomática na América Latina como forma de romper seu isolamento.
folha online

Rizzolo: Primeiramente, e antes de me adentrar à questão comercial em si ente o Brasil e o Irã, tão apregoada e enaltecida pelo ministro Celso Amorim (Relações Exteriores), a tal ponto que – de forma a “legitimar” a visita – dispensa uma análise sobre os valores democráticos pouco prestigiados e exercidos no Irã, gostaria de discorrer um pouco sobre este presidente de nome complicado.

Entendo que o grande problema é o perigo do radicalismo na pessoa de Mahmoud Ahmadinejad, que já manifestou o desejo de “varrer Israel do mapa” e negou a existência do Holocausto, provocando a comunidade internacional. Na verdade, sua atuação não representa uma ameaça apenas a Israel, mas a todas as nações comprometidas com a democracia. E mais, observem que entre outras coisas, Teerã já ignora três rodadas de sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU e leva adiante suas ambições atômicas.

Agora se o Brasil aceita qualquer regime e chancela qualquer aproximação em nome ” das oportunidades de negócios”, nós estamos muito mal. E o presidente Lula, que é um democrata e amante da paz, acredito eu, sabe disso. Receber um presidente que semeia o ódio, propaga o antissemitismo, ignora a ONU, sob um pretexto comercial não é nada ético. Seria conceituar como aceitável, transações comerciais com pessoas ou empresas que cometem ilicitudes; e a pior ilicitude é aquela que provém da seara do ódio e da intolerância. Os formuladores de nossa política externa devem fazer uma reflexão.

Publicado em antissemitismo, últimas notícias, Brasil, Chavez e Israel, comportamento, comunidade judaica responde ao PT, Conib reage ao PT, cotidiano, cultura, Deus e você, Direito Internacional, Direitos Humanos, economia, evangélicos, Federação Israelita do Estado de São Paulo, Federação israelita reage contra o PT, geral, holocausto, igrejas evangélicas, Israel expulsa diplomata venezuelano, Israel não atacou escola em Gaza, Judaismo, judeus indignados com o PT, Mahmoud Ahmadinejad, mundo, News, notícias, o papa e os judeus, Política, política internacional, preconceito racial no Brasil, Principal, PT dá apoio a Palestinos judeus reagem, vaticano e os judeus, Violência e Impunidade, visita do presidente do Irã. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . 1 Comment »

Crianças e o Holocausto

grito_d3
crianças judias de uma escola dutch portando suas estrelas amarelas

* por Rabino Chefe da Inglaterra, Professor Jonathan Sacks

Depoimento

A morte de uma criança é difícil de entender. O assassinato de uma criança é ainda mais difícil. O assassinato de um milhão e meio de crianças é impossível de compreender. E mesmo assim os líderes nazistas decretaram que, juntamente com todos os judeus adultos, as crianças judias também deveriam ser exterminadas.

A aniquilação foi quase completa: menos de dez por cento das crianças judias sobreviveram na Europa ocupada pelos nazistas. Os filhos não foram poupados do sofrimento e tortura imposto aos pais. Pelo contrário, como não podiam obedecer ordens e trabalhar, eram tratados ainda mais duramente.

Por exemplo, quando eram feitas as rondas, as crianças eram atiradas pelas janelas ou arrastadas pelos cabelos para serem jogadas nos caminhões. As crianças não foram poupadas da segregação, estigmatização, uso da estrela, superlotação, esconderijo, rondas, fuzilamento, deportação, trabalho escravo, campos de concentração, tortura, experimentos médicos, humilhação e assassinato. Muitas morreram através de inanição deliberadamente induzida, frio e doenças.

As experiências com crianças judias (menores de 13 anos) na Europa durante o Holocausto foram variadas. O mais comum, no entanto, era a constante e avassaladora sensação de medo que aquelas crianças enfrentavam diariamente. Nos primeiros anos, enfrentavam as mesmas humilhações pelas quais seus pais passavam; discriminação racial e abuso por parte dos colegas (e adultos, com o apoio do Estado), segregação da sociedade, expulsão das escolas e de toda a vida pública.

Algumas crianças judias eram escondidas dos nazistas. Eram dadas para amigos ou vizinhos não-judeus que fingiam ser os verdadeiros pais. Algumas vezes esses não-judeus escondiam as crianças por consciência ou caridade; outras vezes (com freqüência) exigiam pagamento para fazer isso. Alguns abusavam das crianças judias aos seus cuidados, verbal, física ou sexualmente.

Algumas das crianças escondidas dessa maneira tinham permissão de se misturar na sociedade não-judaica, embora naturalmente disfarçadas de cristãos. Como os meninos judeus eram circuncidados, estavam sempre em perigo porque era fácil conferir sua identidade religiosa. Para proteger seus filhos, algumas mães judias disfarçavam os filhos de meninas, ensinando-os a sentar para usar o toilete em caso de alguém suspeitar que eram meninos.

Nestes casos, porém, a criança tinha de manter a fachada de não-judeu, adotar um novo nome, aprender preces cristãs, e assim por diante. Ao final da guerra, algumas dessas crianças tinham esquecido quem eram suas famílias originais e até seus verdadeiros nomes.

Outras crianças foram escondidas durante toda a guerra. Sobreviveram em sótãos, porões, celeiros e outros esconderijos, às vezes com o conhecimento dos donos daqueles locais, outras sem que os proprietários soubessem. Algumas crianças não viram a luz nem tiveram refeições adequadas, e tiveram de procurar ou mendigar bocados de comida durante anos.

“Como crianças podem lidar com algo tão horrível?” perguntei a minha prima israelense anos depois enquanto tomávamos um café num terraço ensolarado com vista para o Mediterrâneo. “Naqueles tempos, as crianças não eram crianças,” disse ela baixinho. “Deixamos de ser crianças para enfrentar a morte.”

Fonte: site do Beit Chabad

Tenha um sábado feliz e uma semana de paz !

Fernando Rizzolo

Camisinha piora o problema da aids, diz papa rumo à África

VATICANO – O papa Bento XVI declarou nesta terça-feira, 17, que a distribuição de preservativos não é a forma correta de combater a disseminação do vírus HIV e da aids e insistiu em que a Igreja Católica está na vanguarda da luta contra a epidemia na África. A bordo do avião papal para uma viagem pela África, o pontífice alegou ainda que a distribuição de camisinhas “piora o problema”.

Na África, papa dará atenção às guerras, fome e doenças

A África é a região do planeta mais afetada pela aids. De acordo com estimativas elaboradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2008, de 30 milhões a 36 milhões de pessoas vivem atualmente com o vírus HIV no organismo. Destas, pelo menos 22 milhões estão na África.

O Vaticano encoraja a abstinência sexual como forma de combater a disseminação da doença. Esta é a primeira viagem de Bento XVI ao continente como papa. Ele deixou o aeroporto de Roma com destino a Camarões nesta terça e também deve passar por Angola.

Questionado sobre as manifestações divulgadas recentemente na imprensa que dizem que o pontífice está sozinho na polêmica gerada pela revogação da excomunhão dos bispos lefevbrianos, Bento XVI
afirmou que tem “vontade de rir” quando ouve essas coisas.

“Não estou só, tenho colaboradores muito válidos. Todos os dias, recebo o secretário de Estado, o cardeal (Tarcisio) Bertone, os bispos e o pessoal da Cúria. Vejo regularmente todos os prelados do mundo”, disse o papa, a caminho da capital de Camarões, Yaoundé.

Sobre a crise econômica mundial, Bento XVI afirmou a ida à África não tem nenhum programa de cunho político ou econômico.”Vou com um programa religioso, de fé e de moral”, disse o papa, para afirmar depois que a crise mostrou que há certa ausência de crítica no mundo da economia.

Bento XVI defendeu a renovação do sistema econômico e fez uma chamada à solidariedade internacional, diante de uma crise que o fez mudar seus planos de publicar uma Encíclica que está preparando.

Segundo o pontífice – que também falará sobre corrupção na África -, a Igreja Católica tem um grande papel no continente, onde existe, disse, uma necessidade de respeito recíproco e de diálogo entre as
diferentes religiões. Sobre o papel desempenhado pelas seitas, Bento XVI disse que estas oferecem “milagres e prosperidade rápida”, que acabam por se diluir.
Agência Estado

Rizzolo: Olha, realmente as declarações do papa cada vez mais se distanciam da realidade e do bom senso que permeia a maioria dos cristãos do mundo. Não é possível conceber que nos dias de hoje, com os avanços da medicina, dos conhecimentos da infectologia, o papa apregoe o não uso de preservativos numa região infestada pelo vírus da Aids. Os números de infectados nos assustam, de 30 milhões a 36 milhões de pessoas vivem atualmente com o vírus HIV no organismo, destas, pelo menos 22 milhões estão na África. Por estas e aquelas, é que os evangélicos avançam no mundo com uma visão moderna, atual e realista.

Acreditar em Deus reduz ansiedade e estresse, diz estudo

Acreditar em Deus pode ajudar a acabar com a ansiedade e reduzir o estresse, segundo um estudo da Universidade de Toronto, no Canadá.

A pesquisa, publicada na revista Pyschological Science

, envolveu a comparação das reações cerebrais em pessoas de diferentes religiões e em ateus, quando submetidos a uma série de testes.

Segundo os cientistas, quanto mais fé os voluntários tinham, mais tranquilos eles se mostravam diante das tarefas, mesmo quando cometiam erros.

Os pesquisadores afirmam que os participantes que obtiveram melhor resultado nos testes não eram fundamentalistas, mas acreditavam que “Deus deu sentido a suas vidas”.

Comparados com os ateus, eles mostraram menos atividade no chamado córtex cingulado anterior, a área do cérebro que ajuda a modificar o comportamento ao sinalizar quando são necessários mais atenção e controle, geralmente como resultado de algum acontecimento que produz ansiedade, como cometer um erro.

“Esta parte do cérebro é como um alarme que toca quando uma pessoa comete um erro ou se sente insegura”, disse Michael Inzlicht, professor de psicologia e coordenador da pesquisa. “Os voluntários religiosos ou que simplesmente acreditavam em Deus mostraram muito menos atividade nesta região. Eles são muito menos ansiosos e se sentem menos estressados quando cometem um erro.”

O cientista, no entanto, lembra que a ansiedade é “uma faca de dois gumes”, necessária e útil em algumas situações.

“Claro que a ansiedade pode ser negativa, porque se você sofre repetidamente com o problema, pode ficar paralisado pelo medo”, explicou. “Mas ela tem uma função muito útil, que é nos avisar quando estamos fazendo algo errado. Se você não se sentir ansioso com um erro, que ímpeto vai ter para mudar ou melhorar para não voltar a repetir o mesmo erro?”.

Os voluntários religiosos eram cristãos, muçulmanos, hinduístas ou budistas.

Grupos ateus argumentaram que o estudo não prova que Deus existe, apenas mostra que ter uma crença é benéfico.

BBC/ agência estado

Rizzolo: A grande pergunta é se a ansiedade é reduzida pelo fato de alguém acreditar em Deus, ou se tal estado ansioso é minimizado pela manifestação divina. Acreditar apenas não basta, o importante nessa questão é observarmos que todo ser vivo, toda forma de vida na Terra, todo sistema complexo e maravilhoso da natureza, foi criado por algo maior, invisível, que brilha, que nos dá a energia positiva, e que se deixarmos essa energia adentrar em nossa alma (nefesh, em hebraico), o brilho divino iluminará as trevas e a escuridão da humanidade. Acredite em Deus, crie uma morada para ele no seu coração, e seja uma luz na multidão. – Fernando Rizzolo

Expulso da Argentina, bispo Williamson chega a Londres

Londres, 25 fev (EFE).- Chegou hoje a Londres o bispo britânico ultraconservador Richard Williamson, que foi obrigado a abandonar a Argentina após receber a ameaça de expulsão do Governo argentino por suas declarações negando o Holocausto de 6 milhões de judeus.

Em meio à grande expectativa da imprensa, o bispo chegou ao aeroporto londrino de Heathrow em um voo procedente de Buenos Aires, mas não quis fazer declarações.

Williamson, que negou que as câmaras de gás nazista tivessem sido utilizadas para exterminar milhões de judeus, foi escoltado por numerosos agentes da Polícia a um automóvel que o esperava.

Os bispos católicos da Inglaterra e Gales condenaram as afirmações de Williamson, que classificaram como de “totalmente inaceitáveis”.

Um porta-voz da Conferência de bispos católicos na Inglaterra e Gales disse hoje que “não tem ideia” sobre onde o religioso ficará no Reino Unido.

Entre as pessoas que o esperavam em Heathrow estava o inglês judeu Mayer Gruver, que perdeu sete de seus 11 parentes durante o Holocausto e classificou de “escandalosas” as opiniões do bispo sobre o Holocausto.

O bispo, de quem o papa Bento XVI retirou a excomunhão emo janeiro, negou que as câmaras de gás nazistas tivessem sido utilizadas para exterminar a judeus e disse que no Holocausto não morreram 6 milhões de pessoas mas entre 300 mil e 400 mil.

Essa afirmação estava contida em entrevista gravada na Alemanha em novembro e transmtida em 21 de janeiro pela TV estatal sueca “Svt”.

Folha online

Rizzolo: Mas esse bispo nunca teve vocação religiosa mesmo. É impressionante seu comportamento, nega o holocausto, dá afirmações de cunho racista, quase agride jornalista; realmente um bispo ultra reacionário. Não sei até quando algumas pessoas que se dizem religiosas, vão continuar a pregar o mal, a submeter as minorias incitando o racismo, e contar com o apoio institucional dos dirigentes da Igreja, no caso a católica. Bem fez o governo argentino, que numa medida nobre expulsou o “bispo” Williamson, agora ele é problema da Inglaterra.

Judeus alemães condenam perdão a bispo que nega Holocausto

BERLIM – A decisão do papa Bento XVI de reabilitar um bispo que nega a amplitude do Holocausto foi um duro golpe para a comunidade judaica, principalmente porque o papa é alemão, afirmou o Conselho Central de Judeus da Alemanha, nesta segunda-feira, 26.

“É um choque profundo”, disse Dieter Graunmann, vice-presidente do Conselho, à Reuters. “Não estou dizendo que o Vaticano ou o papa tenham más intenções, mas, de fato, isto é um tapa na cara da comunidade judaica”.

“É uma provocação e eu estou preocupado que o diálogo entre judeus e católicos fique agora congelado de alguma maneira, que o processo de reconciliação que avançou tanto nos últimos 50 anos seja interrompido, se não abortado”.

No sábado, 24, o papa Bento XVI reabilitou quatro bispos tradicionalistas que lideram a Sociedade de São Pio X (SSPX), que tem 600 mil membros de ultra-direita que rejeitam a doutrina e as crenças da Igreja Católica Apostólica Romana.

Richard Williamson, um dos quatro bispos, fez declarações nas quais negava a versão do Holocausto aceita pelos principais historiadores.

“Principalmente vindo de um papa alemão, eu esperava mais compreensão e sensibilidade”, disse Graunmann.
Agência Estado

Rizzolo: Olha, realmente negar o Holocausto com a morte de milhões de judeus, e outras minorias pela Alemanha nazista é algo inconcebível. O mundo deve caminhar para um entendimento sobre todas as questões conflitantes, afirmar algo desse tipo, só gera e aumenta a tensão entre grupos, e perdoa-lo é pior ainda. Para que ? Eu não vejo e nunca vi nenhum protestante, evangélico ou cristão que não seja a Igreja Católica, insistir em polêmicas que podem ser interpretadas de cunho antissemita, ainda mais numa condição como esta, em que o papa é um alemão.

Descobrindo o lado bom das pessoas

A sala estava repleta de pessoas, uns eram testemunhas, outros réus, e ainda havia alguns que eu não conseguia identificar o que faziam naquele recinto. Mas lá estavam todos, uns andando de um lado para outro, outros sentados e calados, alguns de pé. Olhava atentamente as expressões daqueles, que algemados, esperavam ser interrogados. Ao lado dos policiais de olhar sombrio, os réus enfileirados, permaneciam olhando resignadamente para o chão. O piso de taco de madeira, já antigo, dava um certo aspecto pesado no antigo Fórum Mário Guimarães no centro de São Paulo. Era eu ainda muito jovem, e aquela era minha primeira audiência criminal como advogado.

Meu cliente, um pobre rapaz da periferia, era acusado de juntos com amigos furtar peças de automóvel. Ao chegar com sua mãe, uma senhora de olhar sofrido, ele logo me reconheceu e disse: ” Mãe, este é o Dr. Fernando, meu advogado ” -, fiz um leve gesto com a cabeça como que a cumprimentasse de forma cordial, e perguntei ao réu, ” Como está?”, mais que depressa sua mãe dirigiu-se a mim e disse, ” Doutor, meu filho é inocente, sempre foi um bom rapaz, um bom filho, só tenho ele neste mundo “, como que a princípio concordasse com ela, pedi para conversar com o réu por alguns minutos a sós.

A medida que eu conhecia melhor sua personalidade, podia observar que por trás daquele acusado, existia uma boa pessoa, um bom filho. Contou-me que realmente não teve participação no crime, e que sua maior riqueza, era estar ao lado da família, dos irmãos, da mãe que o criou sozinha após seu pai ter abandonado a família. Me perguntava como eu, um Advogado, poderia estar vendo o lado bom daquele réu. Internamente tecia uma forte auto crítica ao julgar minha forma de entender uma questão criminal. O ilícito penal e o processo penal é de certa forma, algo técnico na forma que se apresenta. Minha auto censura, estava no componente de ingenuidade da minha parte, ao iniciar um processo de credibilidade sobre a real idoneidade do réu, após tê-lo conhecido melhor.

Enfim, era minha primeira audiência, e a primeira audiência, a ” gente nunca esquece”. O movimento do Fórum, os rostos aflitos das testemunhas, os guardas, o elevador, o promotor, o juiz, as algemas, tudo era muito novo e aterrorizante. Com insistência ainda me indagava: Estaria sendo um bom advogado acreditando na boa-fé do réu? Ou estaria sendo por demais ingênuo? Todas essas questões, me passavam pela mente. Por fim, ao ser chamado, com passos firmes e postura decidida, entrei na sala de audiência, e fora dado início aos trabalhos. Após uma hora, a decisão surgia: o réu havia sido inocentado por falta de provas. Sua mãe chorou ao receber a notícia, o réu com os olhos marejados, a abraçava colocando seu rosto no ombro; o clima era de alívio e emoção.

Ao sair me despedi, e ele apenas me disse. ” Doutor, obrigado por tudo” . Logo ao atravessar a rua, sem que eles me vissem, acompanhei os passos dele e da sua mãe, que abraçados em soluços, entraram na Catedral da Sé. Logo ao entrarem pude constatar de longe, que o réu, num gesto fraterno, ajudava um velho senhor a subir as escadas da Igreja, como um verdadeiro bom filho. Com um olhar perdido, continuei a caminhar pensando e refletindo, quantos filhos e rapazes bem criados, não possuem este gesto; e como um filme, lembrei-me do olhar de sua mãe ao afirmar sua inocência.

A partir daquele dia, descobri a grandeza do trabalho de Yitschac cavando poços, descrito na Torá, que significava extrair águas que existem no interior da terra. Na verdade o chão e as pedras que as ocultavam apenas precisavam ser retirados para revelar a riqueza lá contida. Todo ser humano sempre tem seu lado bom, basta procurar, extraindo o chão e as pedras, dessa forma, com certeza sempre encontraremos uma riqueza ali escondida, talvez nunca revelada pela nossa pouca capacidade de descobrir o lado bom de cada um.

Depois da minha primeira audiência, passaram-se mais de 800, mas sempre me lembro de Yitschac cavando poços, do meu primeiro cliente, e de que devemos sempre ver o lado bom das pessoas. Afinal como dizia o Rebe, ao procurarmos sempre ver o lado bom dos outros, Deus nos imitará e fará o mesmo conosco: sempre verá com bons olhos o nosso lado bom, e enxergará com misericórdia os nosso defeitos.

Tenha um sábado de paz e uma semana feliz !

Fernando Rizzolo