Mantega confirma devolução mais lenta do Imposto de Renda

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou nesta quinta-feira (8) que a Receita Federal está mais lenta em restituir a devolução do Imposto de Renda da pessoa física neste ano. A informação foi dada em uma reportagem do jornal “Folha de S. Paulo” desta quarta.

“Todo ano tem restituição e o ritmo é moldado pela disponibilidade e arrecadação de receita que nós temos,” explicou o ministro em entrevista após divulgação do balanço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em Brasília.

De janeiro a agosto deste ano, segundo dados da Secretaria da Receita Federal, a arrecadação de impostos e contribuições federais recuou 7,4% na comparação com igual período do ano passado. Se a arrecadação se mantivesse estável frente ao mesmo período do ano passado, o governo arrecadaria R$ 34,9 bilhões a mais neste ano. Somente as reduções de tributos geraram uma queda de R$ 17,3 bilhões na arrecadação de impostos e contribuições federais até agosto.
‘Ano mais difícil’

“Nós estamos num ano mais difícil, a nossa arrecadação tem sido mais baixa, então existe um ajuste. O ano passado a arrecadação foi muito maior, nós tínhamos uma folga e a restituição foi feita mais rapidamente. Esse ajuste é decidido a cada mês. É normal que numa crise haja queda de arrecadação, portanto o caixa dos governos fica mais apertado. Agora, se até o final do ano houver uma recuperação, nós aceleraremos,” garantiu Mantega.

Sobre as prioridades na restituição, Mantega garatiu que não houve mudança. “O que nós fazemos sempre é priorizar restituição de contribuintes sem problemas. Privilegiamos quem tem restituição menor. Não há prejuizo para o contribuinte por que pagamos a taxa selic mensalmente”, disse.

Lotes já pagos do IR 2009

As restituições do Imposto de Renda Pessoa Física são pagas em sete lotes mensais, entre junho e dezembro de cada ano, geralmente por volta do dia 15. De janeiro a outubro deste ano, ou seja, nos cinco primeiros lotes de 2009, dados da Receita Federal revelam que houve o pagamento de R$ 5,48 bilhões em restituições do Imposto de Renda aos contribuintes, volume que é 21,6% menor do que o registrado em igual período do ano passado (R$ 7 bilhões).
Globo

Rizzolo: Bem, com tanta desoneração tributária só poderia dar nisso. Há muito, especialistas ja haviam sinalizado o problema da queda na arrecadação. A diminuição do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e a concessão de créditos tributários a certos segmentos, surgiu como uma opção tributária redentora na manutenção do emprego e no alicerce da manutenção da popularidade, ao mesmo tempo em que o aumento dos gastos públicos sobe de forma assustadora.

A desoneração contudo trouxe à tona um novo desafio ao Poder Público, na medida em que mingua a receita do Estado financiador, compelindo o governo a adentrar num ciclo nada virtuoso. Para se ter uma idéia, desde o início do primeiro mandato do presidente Lula, o governo federal já abriu mão de R$ 140 bilhões de receita, em favor de indústrias e de pessoas físicas. Já para 2009 a Receita prevê uma arrecadação tributária de R$ 485 bilhões, ou seja, R$ 200 bilhões menos que em 2008, o que acaba dando nisso.

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Brasil compra US$ 10 bilhões em bônus e vira credor do FMI pela primeira vez

O Brasil se comprometeu formalmente nesta segunda-feira (5) a adquirir US$ 10 bilhões em bônus do Fundo Monetário Internacional (FMI), assumindo pela primeira vez a posição de credor desta entidade e refletindo seu crescente peso na economia mundial.

“Passamos da condição de devedores à de credores. É uma mudança radical”, declarou à imprensa o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após entregar uma carta ao diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

Mantega havia anunciado que o Brasil emprestaria US$ 10 bilhões ao FMI em junho. Em abril, quando a ideia de um eventual empréstimo ao FMI foi divulgada pela primeira vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perguntou a jornalistas que cobriam o encontro do G20 em Londres: “Você não acha muito chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI?”

“É um momento histórico para nós. É a primeira vez na história que o Brasil empresta recursos ao FMI – e, portanto, à comunidade internacional”, destacou Mantega, que participa em Istambul da reunião anual do Fundo.

O ministro lembrou que o Brasil se beneficiou em 2002 de um pacote de US$ 30 bilhões do FMI para enfrentar as turbulências e a onda especulativa provocadas pela eleição de Luis Inácio Lula da Silva à presidência. Foi o maior valor já emprestado pelo organismo financeiro. Aplicando uma rigorosa política fiscal, Lula saldou toda a dívida no final de 2005.

O Brasil está entre os países que estão conseguindo superar bem a crise econômica mundial, após atravessar uma breve recessão. Mantega fez o anúncio três dias depois da vitória do Rio de Janeiro na disputa pela organização dos Jogos Olímpicos de 2016, ao derrotar as finalistas Chicago, Tóquio e Madri.

Na carta, entregue em mãos a Strauss-Kahn, o Brasil se compromete a “assinar um acordo de compra de bônus emitidos pelo Fundo no valor de US$ 10 bilhões de dólares, sob condições que serão estabelecidas no contrato que assinaremos”, explicou Mantega. “Faremos uma assinatura por dois anos”, indicou o ministro, acrescentando que o acordo será ratificado “nos próximos dias”.

“É importante dizer que nós estamos colocando uma parte de nossas reservas, mas isto não significa uma diminuição da disponibilidade de recursos para o Brasil. É apenas uma mudança de ativos”, ressaltou Mantega, lembrando que o país decidiu comprar bônus que podem ser vendidos a outros países, sem dar o dinheiro diretamente ao FMI.

“Com estes recursos, o FMI poderá ajudar os países que precisam de liquidez”, disse o ministro, explicando que, com esta atitude, o Brasil responde a um apelo feito por Strauss-Kahn aos membros do Fundo para que não acumulem reservas e usem parte delas para dar à instituição os recursos necessários para contribuir com a recuperação da economia.

Bric

Segundo Mantega, os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) decidiram comprar um total de US$ 80 bilhões em bônus do fundo; US$ 50 bilhões serão adquiridos por Pequim e US$ 30 bilhões igualmente divididos por Brasília, Moscou e Nova Délhi.

Agora, os quatro países vão negociar a possibilidade de colocar seus títulos nos Novos Acordos para a Obtenção de Empréstimos (NAP), programa que permitirá ao FMI dispor de 500 bilhões de dólares para conceder empréstimos rápidos a países em dificuldades.

Os BRICs, no entanto, condicionam esta decisão a uma garantia de que seu poder de decisão seja proporcional à contribuição feita ao NAP. O Fundo, por sua vez, se comprometeu no domingo a aumentar em pelo menos 5% as cotas dos países emergentes até 2011.

Os US$ 80 bilhões dos BRICs representam 16% dos 500 bilhões previstos pelo programa, porcentagem que daria ao grupo de quatro países uma minoria de bloqueio.

No domingo, Strauss-Kahn anunciou que sua instituição necessitava de um “aumento considerável” de seus recursos para ajudar os países mais afetados pela crise, a maior desde a Grande Depressão da década de 30.
globo

Rizzolo: Parece um sonho o Brasil finalmente se tornar um credor do FMI. É bem verdade que as condições econômicas mundiais contribuíram para isso, mas por outro lado as políticas de intervenção do Estado na economia observando uma maior regulação dos meios financeiros propiciou ao Brasil um maior solidez econômica.

A grande verdade é que tudo na sua maior parcela se deve ao desenvolvimento do mercado chinês e seu aumento de consumo pelas commodities brasileiras. O povo chinês passou a consumir mais e o Brasil por ser um parceiro mais integrado à economia chinesa do que aos EUA, se beneficiou desse desenvolvimento.

Os recursos que estão sendo emprestados pelo Brasil e outros países, como China e Rússia, ajudarão o Fundo a socorrer países que estão em mais dificuldade por conta da crise, ajudando a retomar o comércio mundial e viabilizando um recuperação mais rápida da economia mundial. Agora, como diz o presidente Lula, “isso é muito chique”, o Brasil ficar credor do FMI. Parabéns ao Brasil e ao governo Lula. Tem seu mérito, ou não tem ? Tem que reconhecer, só bater, não dá, não é ?

Vendas brasileiras caem por 2º mês consecutivo

Rio de Janeiro, 16 jun (EFE).- O volume de vendas no comércio brasileiro caiu 0,2% em abril, comparado ao mês anterior, em dois meses consecutivos de resultados negativos, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As vendas já tinham caído 0,5% em março comparado a fevereiro, seu primeiro resultado negativo em vários meses.

Apesar do volume de vendas em abril ter sido 6,9% superior ao do mesmo mês do ano passado, o IBGE reconheceu que o setor comercial, que até agora tinha se mantido imune, finalmente começou a sentir os efeitos da crise econômica global.

As vendas acumuladas nos primeiros quatro meses do ano aumentaram 4,5%, muito abaixo dos 11% registrados no mesmo período do ano passado.

O volume de vendas acumulado nos últimos doze meses, até abril, aumentou em 7,1%. Até setembro do ano passado, quando crise começou a se agravar, o comércio brasileiro acumulava um aumento anual das vendas de 10,3%.

De acordo com o IBGE, seis dos oito setores comerciais analisados registraram, em abril, uma redução em suas vendas, em comparação com março.

Os mais afetados pela queda das vendas foram o setor de livros, jornais e revistas (-2,7%), móveis e eletrodomésticos (-2,0%) e o setor têxtil, de confecções e de calçados (-1,7%).

As vendas de alimentos, bebidas e supermercado quase não aumentaram (+0,8%). Materiais para escritório e informática tiveram um aumento de 8,9%.

De acordo com o instituto, os setores mais afetados pela queda das vendas são os que dependem em maior proporção do crédito, como os de automóveis, móveis, eletrodomésticos e confecções.

As vendas de móveis e eletrodomésticos, por exemplo, acumularam nos últimos doze meses um crescimento de 8,3%, metade do registrado em setembro do ano passado (16,9%).

O setor de automóveis e motocicletas, que, até setembro de 2008 aumentava suas vendas a um ritmo anual de 21%, cresceu somente 5,1% no último ano, até abril.

De acordo com os analistas do instituto, apesar do comércio indicar estabilidade este ano, o ritmo de crescimento das vendas está muito abaixo do que vinha registrando até antes da crise.

“O comércio está positivo, mas não está crescendo e possivelmente não vai a crescer”, admitiu o economista Nilo Lopes, coordenador do estudo sobre as vendas do comércio no varejo realizado pelo IBGE.

De acordo com Lopes, a aparente estabilidade nas vendas em abril só foi possível graças às medidas que o Governo adotou contra a crise, principalmente à redução dos impostos sobre automóveis e eletrodomésticos linha branca. EFE

Rizzolo: Podemos observar, que a desaceleração foi mais forte em produtos ligados ao crédito, como móveis e eletrodomésticos, que desacelerou de 16,9% em setembro para 8,3% em abril. No varejo ampliado (que inclui carros, motos, partes e peças), a desaceleração foi de 21% em setembro para 5,1% em abril, a crise revelou de forma mais evidente seus efeitos sobre o setor nos resultados dos 12 meses do ano.

Na verdade, o comércio em 12 meses mostrou a face da crise. O setor ainda resiste, contudo, mais do que a indústria. O comércio depende menos das exportações e mais da massa salarial, que resiste graças ao aumento do salário mínimo e aos programas sociais do governo .

Mantega: recursos para FMI não reduzirão as reservas

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou hoje que o aporte de US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) não reduzirá as reservas internacionais brasileiras e será realizado assim que a diretoria do fundo concluir a emissão do bônus que será subscrito não só pelo Brasil, mas também pela China (US$ 50 bilhões), pela Rússia (US$ 10 bilhões) e pela Índia, que ainda não anunciou o valor do aporte. Mantega destacou que, dessa forma, os Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China) vão colaborar para reduzir a vulnerabilidade internacional.

Mantega explicou que a emissão do bônus é, na verdade, uma aplicação financeira dos recursos das reservas internacionais brasileiras. Ele disse que a maior parte dos recursos das reservas estão aplicados em títulos do Tesouro norte-americano, que estão rendendo pouco. E, o restante, está alocado em outras aplicações sólidas, como esta que será feita com o FMI. Mantega disse que a vantagem do financiamento ao FMI é que esses recursos ajudarão os países emergentes que estão com escassez de capital neste momento de crise. Mantega destacou que é a primeira vez que o Brasil emprestará recursos ao FMI. “O Brasil está encontrando condições de solidez para emprestar ao FMI. No passado, era o contrário”, destacou Mantega, lembrando o período em que o Brasil teve de recorrer ao fundo para sair de outras crises.

O ministro destacou o fluxo de capital positivo no Brasil e o aumento das reservas internacionais. “Por isso, poderemos fazer essa transação com o FMI com tranquilidade”, disse o ministro. Ele disse que esse é o segundo passo importante tomado pelo Brasil ao decidir tornar-se credor do FMI. Ele lembrou que o convite foi feito no ano passado e que o Brasil aceitou por ter solidez econômica e recursos suficientes para fazer esses aportes. “Esses aportes são importantes para ajudar a encurtar a crise”, disse. Ele lembrou que alguns países estão reduzindo seus investimentos e o comércio exterior em função da retração econômica e por falta de recursos. Para Mantega, a ajuda brasileira poderá contribuir para a retomada do comércio mundial, com o que o Brasil também se beneficiará.
agencia estado

Rizzolo: Parece um sonho o Brasil finalmente se tornar um credor do FMI. É bem verdade que as condições econômicas mundiais contribuíram para isso, mas por outro lado as políticas de intervenção do Estado na economia observando uma maior regulação dos meios financeiros propiciou ao Brasil um maior solidez econômica. A grande verdade é que tudo na sua maior parcela se deve ao desenvolvimento do mercado chinês e seu aumento de consumo pelas commodities brasileiras. O povo chinês passou a consumir mais e o Brasil por ser um parceiro mais integrado à economia chinesa do que aos EUA, se beneficiou desse desenvolvimento.

Os recursos que estão sendo emprestados pelo Brasil e outros países, como China e Rússia, ajudarão o Fundo a socorrer países que estão em mais dificuldade por conta da crise, ajudando a retomar o comércio mundial e viabilizando um recuperação mais rápida da economia mundial. Agora, como diz o presidente Lula, “isso é muito chique”, o Brasil ficar credor do FMI. Parabéns ao Brasil e ao governo Lula. Tem seu mérito, ou não tem ? Tem que reconhecer, só bater, não dá, não é ?

Especuladores ganham 10,6% só com diferencial do câmbio

Diferença entre taxas de juros internas e externas aumentaram com resistência em cortar Selic

Nos últimos dias, enquanto a taxa de câmbio provocava protestos de empresários nacionais – afetados pelo encarecimento de seus produtos no mercado externo e pelo barateamento das importações, que ocupam, mais uma vez, uma faixa crescente do mercado interno – surgiram algumas pessoas para saudar os dólares que, momentaneamente, estão entrando no país, como se fossem a redenção da economia.

Resumidamente: o real se sobrevaloriza porque os dólares entram no país em cambulhada – e, quando acontece isso, as empresas nacionais são solapadas pela maior dificuldade de vender tanto no mercado fora do Brasil quanto dentro do país.
Vamos logo aos termos da linguagem popular: achar que isso é bom para a economia do Brasil é coisa de maluco, ou de ingênuo, ou de elemento de má fé.

Até porque estamos diante de uma incursão meramente especulativa, como mostra o fluxo cambial de maio, divulgado pelo Banco Central. Para se ter uma ideia, os especuladores, somente em maio, ganharam 10,6% sem fazer absolutamente nada, apenas trocando dólares por reais e reais por dólares, devido à taxa de câmbio. Somente com essa vadia operação, ficaram com mais 10,6% do que aquilo com que entraram no país.

Naturalmente, eles não ganharam só com isso – também ganharam com os juros do BC, com ações na Bolsa, com a papelada do cassino, isto é, do “mercado futuro”, e especulando no mercado a vista do dólar. Isso, evidentemente, sem criar um só emprego no país, sem abrir um armarinho ou um botequim, quanto mais (ou menos) uma fábrica.

Porém, o que faz com que o real suba artificialmente, embalado por um câmbio que somente “flutua” de acordo com a manipulação dos especuladores? E por que, no meio de uma crise, em vez de retirarem recursos do país, eles estão entrando com dólares?

Em primeiro lugar, eles estão retirando recursos do país – esses 10,6% de ganho são recursos do país. Se ainda não saíram do país, se ainda não enviaram esses recursos para fora, é apenas porque o bolo está crescendo – isto é, estão sequestrando mais recursos do país e enfiando-os em seus cofres.

Em segundo lugar, como já disseram vários economistas, no primeiro aperto da crise, ou aqui ou em seus países, eles todos farão uma revoada – levando, inclusive, as reservas, essa coleção de fumaça do sr. Meirelles, pois não há como classificar de outro modo uma montanha de dinheiro constituída pelos dólares que os especuladores trocaram por reais, e que podem destrocar na hora que quiserem.

Mas por que eles vieram agora, se desde a falência do Lehman Brothers, em setembro, estavam ocupados em tirar com um balde a água que entrava aos borbotões em seu barco? Primeiro, eles estão usando o dinheiro do povo americano – até agora, o governo americano injetou US$ 14,9 trilhões (mais do que o PIB dos EUA) no sistema financeiro, segundo relatório do Deutsche Bank (cf. “U.S. Rescue Aid Entrenches Itself”, The Wall Street Journal, 21/05/2009).

Porém, o mais decisivo é que Meirelles ofereceu carne – a nossa – para os abutres. O motivo mais fundamental da atual invasão é simples: o diferencial de juros do Brasil em relação a quase todos os países é estúpido. Não é apenas que todos os países do mundo, com exceção de quatro, têm juros reais que não chegam a 2%. O mais importante é que a taxa real do BC, 5,8% é cavalar em relação aos EUA, onde o juro real está em zero, à Europa – onde o juro real mais elevado (o de Portugal) é 1,7%, o da Alemanha é 0,6% e o da Inglaterra é -2,3% (menos 2,3%) – e ao Japão, onde o juro básico real é 0,2%.

Evidentemente que os abutres, sobretudo quando estão com fome, não iam dispensar essa presa. Nada como tomar dinheiro em seus países a preço zero e vir ganhar mais de 10% sem fazer nada.

A única pessoa no país que nega que o diferencial de juros seja o responsável pela sobrevalorização do real, é o presidente do BC. O economista Luiz Gonzaga Belluzzo disse outro dia que “eu não sei se ele diz isso por convicção ou por escapismo, mas é lamentável em qualquer hipótese”. Como se sabe, Belluzzo é um homem muito educado. Por isso não lhe ocorreu, ou não falou, em outra hipótese, muito mais provável: que Meirelles faça isso por interesse. Não por acaso é funcionário aposentado do BankBoston.

Com razão, afirma Belluzzo, “se não quiserem controlar capitais, por julgarem um sacrilégio, que pelo menos reduzam bastante a Selic”.

No entanto, segundo a propaganda de Meirelles, o Brasil nunca teve juros tão baixos. Além de não ser verdade – já houve até juro negativo no Brasil – Meirelles está escondendo o mais importante: o diferencial entre os juros do Brasil e os juros dos EUA, Europa e Japão, aumentou, não diminuiu.

O diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, em termos reais, é, hoje, de 5,8 pontos percentuais – isto é, o juro básico real é 580% maior que o dos EUA.
Pois em fevereiro e março esse diferencial era de 5,35 pontos percentuais. E, mais, o diferencial aumentou barbaramente do início da crise americana até dezembro, pois, enquanto o FED (o BC dos EUA), em 2008, reduzia a sua taxa básica de 2% nominais para 0,25%, o BC do sr. Meirelles aumentava a taxa nominal de 11,25% para 13,75%, mantendo esta elevadíssima taxa durante todos os quatro meses iniciais da crise. É verdade que em termos nominais houve uma redução do diferencial em janeiro, como disseram alguns áulicos de Meirelles – mas isso não significa nada. O problema são as taxas reais.

Aliás, esses áulicos, geralmente do PSDB ou coisa que o valha, deveriam consultar um correligionário, o economista Yoshiaki Nakano, ex-secretário da Fazenda do Estado de São Paulo. Em recente artigo, diz o sr. Nakano, que pode ser reacionário, mas não é um muar, como certos colegas seus de partido: “o Banco Central do Brasil reagiu com cautela excessiva, olhando a inflação pelo retrovisor (….). Além disso, quando sinalizou que os juros seriam reduzidos em ritmo bastante lento, o diferencial entre os juros aumentou fortemente, já que os demais países reduziram suas taxas mais agressivamente. O aumento no diferencial da taxa de juros por si só foi um fator de forte atração [para os especuladores], pois os bancos e outras instituições podem captar no mercado monetário de curto prazo a taxa de juros próxima a zero nos EUA” (grifos nossos).

E, mais:

“Para o capital especulativo existe ainda outro fator que torna o real extremamente atraente. O nosso regime de ‘câmbio flutuante’ é presa fácil de profecias que se autorrealizam (….). E cada ponto percentual de apreciação se soma ao diferencial da taxa de juros para compor o retorno do especulador. (….) Assim, o lento ritmo de queda na taxa de juros e a expectativa de apreciação tornaram o real uma aplicação com altíssimo retorno em meio a uma grande crise financeira. Quanto mais especuladores são atraídos, mais o real se aprecia e maior é seu retorno. Desta forma, a taxa de câmbio deverá se apreciar ainda mais de acordo com a convenção do mercado. No momento, aparentemente, a convenção é de que a taxa de câmbio vai cair para R$ 1,80. Ao chegarmos a esta taxa, novas quedas poderão ocorrer segundo uma nova convenção e, numa profecia que se autorrealiza, atrairá cada vez mais especuladores”.

Não deixa de ser interessante que Nakano consiga ver em que poderá redundar, se não forem tomadas as necessárias providências, esse festival especulativo: “As suas consequências são previsíveis, com segurança: o real já apreciou e desencadeou um ciclo de apreciação que deverá terminar bruscamente, em algum momento, causando dramática reviravolta”.

Nós diríamos, apenas, que isso é óbvio.

CARLOS LOPES
Hora do Povo

Rizzolo: Não há como negar os fatos. O diferencial de juros do Brasil em relação a quase todos os países é enorme. Não é por acaso que todos os países do mundo, têm juros reais que não chegam a 2%. O mais importante é que a taxa real do BC, 5,8% é uma monstruosidade em relação aos EUA, onde o juro real está em zero, à Europa – onde o juro real mais elevado (o de Portugal) é 1,7%, o da Alemanha é 0,6% e o da Inglaterra é -2,3% (menos 2,3%) – e ao Japão, onde o juro básico real é 0,2%.

É claro que o problema da apreciação do real é macroeconômico, e visa interesses que não do mercado interno e tampouco no desenvolvimento do País. Com efeito, a valorização do real dos últimos anos solapou a competitividade de diversos segmentos industriais e reduziu nossa capacidade exportadora. Temos que evitar a revalorização da moeda, bem como a desoneração tributária, para obtermos a recuperação do poder competitivo dos produtos industriais brasileiros. O fato de Meirelles ser refratário à diminuição das taxas de juros estrangula a indústria nacional e as exportações. Pouco patriótico, não?

Presidente ironiza tamanho da oposição no país

Em entrevista ontem em São José, na Costa Rica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou o tamanho da oposição que torce contra o seu governo.

“Certamente no Brasil tem hoje menos gente torcendo para o governo não dar certo. Hoje tem pouca gente. Bem pequenininho o número de torcedores contra”, disse o presidente ao lado de seu colega costarriquenho, Oscar Arias.

Lula citou a oposição ao responder a uma pergunta da ministra da Comunicação da Costa Rica, Mayi Antillón, sobre a diferença entre os seus dois mandatos. Durante o seu primeiro governo (2003-2006), o petista reclamava frequentemente de seus opositores.

A frase sobre o “pequenininho” número de pessoas que torcem contra sua administração é uma referência às últimas pesquisas de opinião. Segundo levantamento do Datafolha realizado no final do mês passado, 69% dos entrevistados classificam seu governo como ótimo ou bom, contra apenas 6% que o julgam ruim ou péssimo.

Na entrevista, Lula disse que o Brasil conseguiu se recuperar em meio a uma crise financeira mundial: “Não tiramos um centavo de política social, as taxas de juros estão caindo, a inflação está caindo. Está tudo do jeito que Deus gosta”, afirmou.

Ao falar das obras de infraestrutura, ele voltou a reclamar dos órgãos de fiscalização –Ministério Público, Tribunal de Contas da União e Controladoria Geral da União. “Você tem os executores geralmente mal remunerados e os fiscalizadores geralmente bem remunerados… Eles [os técnicos] preferem fazer concurso para fiscalizar do que para executar”.

Como exemplo de sua crítica aos embargos, citou a paralisação por sete meses de obras numa rodovia federal na região Sul por terem sido encontrados sapos em meio à abertura de um túnel. “Era só tirar ele [sapo] e deixar passar o túnel.”

Improvisação

Na cerimônia oficial de chegada à Costa Rica, ontem, em São José, o presidente Lula teve de ouvir o Hino Nacional brasileiro ao lado de uma bandeira do país confeccionada em apenas um dos lados.

A convite do Planalto, os jornalistas EDUARDO SCOLESE e JORGE ARAÚJO foram da Cidade da Guatemala a São José em um avião da FAB

folha online

Rizzolo: O presidente tem razão, hoje poucos são os que não reconhecem os avanços no governo Lula. Problemas sempre existem em qualquer governo, mas após a prova de fogo da crise internacional, pouco sobrou para se criticar. Quando se fala em crítica econômica, esta sim ainda dá margem para discussões. Queda da taxa de juros, variação cambial, desenvolvimento do mercado interno, remessa de lucros e dividendos, proteção à indústria nacional, são questões ainda que muita luta exige, pois esbarra nos interesses internacionais. Entendo que o fortalecimento do mercado interno se dá com estas variáveis acima mencionadas, e em relação a isso falta ainda no governo Lula.

WEG cancela acordo de redução salarial assinado com o sindicato

A WEG, fabricante nacional de motores elétricos para eletrodomésticos, anunciou sexta-feira (22), o cancelamento do acordo assinado com o Sindicato dos Metalúrgicos de Jaraguá do Sul e Região (SC) para redução de jornada de trabalho e salários. O acordo cancelado, que previa redução de 25% da jornada e 20% dos salários por 90 dias, até 20 de julho próximo, atingia aproximadamente 7 mil trabalhadores.

Segundo a empresa, o ritmo de produção de motores para lavadoras de roupas se recuperou após a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e está acima do observado em 2008. “No atual cenário, precisamos aproveitar todas as oportunidades de negócios, atendendo os clientes com rapidez”, declarou o diretor-presidente da WEG, Harry Schmelzer Junior.

A redução da jornada e salários foi adotada em abril passado.
Hora do Povo

Rizzolo: E uma boa notícia, a Weg é uma empresa nacional, situada em Jaraguá do Sul (SC). Nos anos 60 os empresários começaram numa oficina. A Weg serve como paradigma na comprovação da capacidade do empresário brasileiro diante das adversidades da economia brasileira e internacional. É o exemplo da nossa luta na defesa das empresas nacionais.

Ministro diz que a oposição quer privatizar a Petrobras

CURITIBA – O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta segunda-feira, 18, em Curitiba, que a oposição, com a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades na administração contábil da Petrobras, pretendem “desmoralizar” a empresa com o intuito de privatizá-la. “O que o PSDB gostaria mesmo é de privatizar a Petrobras e eles não conseguiram fazer isso no governo Fernando Henrique”, disse.

“Provavelmente vão querer desmoralizar a Petrobras para fazer isso no futuro, mas tenho certeza de que não vão conseguir.” Bernardo afirmou que o governo vai esclarecer todas as suspeitas levantadas contra a empresa. “E vamos continuar fazendo investimentos na área do pré-sal normalmente, mantendo a Petrobras com a grande empresa que é”, destacou. Segundo ele, o Brasil anda na contramão da tendência mundial. “Enquanto os grandes países desenvolvidos estão fazendo tudo para proteger suas empresas, nós fazemos alguma coisa para derrubar a maior empresa do continente sul-americano”, reclamou.

“A oposição, no seu afã de dificultar as coisas para o governo pode prejudicar uma empresa que é das maiores do mundo.” O ministro do Planejamento ressaltou, no entanto, que a instalação da CPI não conseguirá paralisar as atividades do governo. “Nós vamos fazer a disputa política, vamos acompanhar essa gritaria que estão fazendo, mas de forma alguma vamos deixar paralisar, nem as ações de investimento da Petrobras serão paralisadas, nem o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nem o programa Minha Casa, Minha Vida. Vamos tocar tudo normalmente”, assegurou Bernardo.
agência estado

Rizzolo: Durante alguns dias tentei refletir sobre esta questão da CPI da Petrobras. Nunca fiquei tão à vontade para não tomar partido da oposição, tampouco defender o governo, senão vejamos: Denúncias existem, indícios de irregularidade não faltam, e o correto é instaurar uma CPI e se aprofundar nas investigações do ponto de vista técnico-jurídico, contudo o que está ocorrendo, é que a oposição tenta utilizar a CPI como cortina de fumaça para se resguardar também das denúncias de improbidade parlamentar no Congresso – pura manobra diversionista.

Ao mesmo tempo que, ao desmoralizar a Petrobras, pavimenta-se o terreno para um debate sobre uma eventual privatização, o que é abominável. A verdade é que vem a CPI numa hora errada, engendrada para servir a fins eleitoreiros. Mas como passarmos incólumes às denúncias? Não há como, o povo pedirá uma investigação.

E o pior a CPI não é só da Petrobras, é também da ANP Agência Nacional do Trabalho, há várias suspeitas sobre a ANP e foi isso que motivou a oposição a pedir a abertura da CPI. Entre elas, estão a suspeita de desvios na distribuição de royalties do petróleo e um estranho acordo feito pela agência com os usineiros.

A ANP pagou R$ 178 milhões a quatro sindicatos de usineiros que entraram na Justiça contra ela. Mas o caso só havia sido julgado em 1ª instância e caberia recurso. O normal seria defender os cofres públicos, levando o caso até o último tribunal, para só então pagar, caso perdesse. Bem, o circo para 2010 já está montado com todos os atores, bem-intecionados e mal – intecionados.

Swaps, o Real, e o Mercado Interno

Todo cenário macroeconômico está propício a um processo de queda da taxa básica de juro (Selic). O fato da valorização cambial, nos faz refletir que ainda – sem considerar todas as outras variáveis – existe um espaço para uma acentuada queda nas taxas de juros. Na verdade não são só os investimentos externos que aumentaram, mas os que já circulavam na economia permaneceram, dando o efeito contrário do corte de juros, surtindo a valorização cambial, forçando o Banco Central (BC) a realizar, o primeiro leilão de swap cambial reverso, que tem na sua essência alguns inconvenientes aos exportadores, pois retarda de certa forma uma maior queda do dólar.

A natureza diversa do ” enxugamento de dólares” no mercado, através dos swaps reversos, denota uma confiabilidade dos investidores no País, e acena como uma possível regressão da condição de retração do mercado brasileiro. É bem verdade, que que o afrouxamento adicional da política monetária depende de mudança ” premente ” nas regras de remuneração da caderneta de poupança, até porque, se a taxa Selic cair para um dígito, alguns fundos de investimento em renda fixa e DI terão remuneração líquida abaixo da poupança.

Os investimentos no País aportam entre outros motivos, pelo potencial do nosso mercado interno, e o momento de crise internacional, deixa os investidores com poucas opções confiáveis. O Brasil neste contexto ao administrar um maior volume de dólares via swaps, acaba fortalecendo as reservas, e isso, como que num ciclo virtuoso, induzirá a mais investimentos, valorizando ainda mais a moeda.

Não restará outra saída ao Banco Central: diminuir substancialmente a queda da taxa básica de juros, realizar leiões a vista, e ir em direção ao crescimento do mercado interno, sem medo do ” bicho papão da inflação “; tendo como seu “santo protetor”, as commodities que continuam abastecendo o poderoso mercado chinês, que se recupera lentamente num rítmo ainda alto para nós. Sorte nossa.

Fernando Rizzolo

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Juro básico a 10,25% fragiliza mercado interno frente à crise

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu na quarta-feira (29) a taxa Selic em 1 ponto percentual, passando de 11,25% para 10,25% ao ano. O pequeno recuo na taxa básica de juros desagradou trabalhadores e empresários, que consideraram o corte como tímido, insuficiente e conservador.

Em condições normais de temperatura e pressão, uma taxa de 10,25% ao ano, ou 5,8% reais (descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses), já seria bastante elevada. Em um ambiente internacional de profunda crise – com a quase totalidade dos países do G7 em recessão, Estados Unidos incluso –, mais ainda. Esse fato, entre outras coisas, cria dificuldades para as exportações brasileiras, o que significa dizer que o espaço maior para o crescimento da nossa economia, mais que nunca, está no mercado interno. Daí a urgente necessidade da redução dos juros para viabilizar a ampliação do crédito e dinamizar a atividade produtiva, gerar empregos e aumentar o consumo. Enfim, fortalecer o mercado interno.

No início de março, antes da penúltima reunião do Copom, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou o estudo “A Gravidade da Crise e a Despesa de Juro do Governo” sugerindo a redução da Selic para 7% ao ano, em termos nominais, um pouco mais de 2,5% de juros reais. Ainda assim, o Instituto considerava uma “taxa demasiadamente alta para tempos de crise”. Hoje, segundo a consultoria UpTrend, 36 das 40 maiores economias mundiais estão com juros reais iguais ou inferiores a 1,7% ao ano. Iguais a zero ou com taxas negativas, 19 países. Ou seja, bem distantes do patamar (5,8% ao ano) estabelecido pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e sua trupe.

A crise, originada no coração do sistema capitalista, não atingiu em cheio a economia brasileira. Dois fatores foram fundamentais para isso: a decisão do governo de manter os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a resistência do movimento sindical ao não aceitar a redução geral dos salários, como pretendiam os monopólios, o que implicaria em uma redução drástica do consumo, portanto, enfraquecimento do mercado interno. Contudo, seja pela sabotagem aberta do BC, seja pela atuação das multinacionais, a crise externa não deixou de resvalar em nossa economia. Um aspecto tem se mostrado um claro entrave para estimular a ampliação da demanda e a atividade produtiva: a escassez de crédito, dificultado principalmente pelos juros cavalares. Isto é, a demora em reduzir os juros, em um primeiro momento, e os cortes a conta gotas, posteriormente, têm sido um dos fatores de contenção à retomada do crescimento verificado nos três primeiros trimestres do ano passado.

Segundo a Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do primeiro trimestre deste ano, “a queda da produção atingiu as pequenas empresas com maior intensidade” e o “acesso ao crédito continua difícil”. Para o setor industrial, a falta de demanda é um dos principais problemas, sendo que “as perspectivas com relação à demanda externa são mais pessimistas”. O nível de utilização da capacidade instalada recuou a 68%. “Não obstante, o pessimismo dos empresários com relação à evolução futura da economia diminuiu”, diz a CNI.

O próprio presidente do BC já disse repetidas vezes que os efeitos da redução ou aumento dos juros são verificados após seis meses. Pois bem, se de retomada do crescimento se trata, não dá para o Banco Central ficar apenas chancelando a cada reunião do Copom as estimativas dos “analistas” financeiros – que, em última instância, é o que tem acontecido -, mantendo os juros nas alturas e dificultando os investimentos das atividades produtivas. Por outro lado, também não há razão para se manter o intervalo das reuniões em 45 dias. Aliás, o período entre uma reunião e outra foi aumentado de 30 para 45 dias exatamente para protelar as reduções dos juros.

A necessidade da expansão da produção é incompatível com o nível atual dos juros básicos. Protelar uma drástica redução da Selic é querer, aí sim, que a crise entre e se instale de mala e bagagem.

VALDO ALBUQUERQUE
Hora do Povo

Rizzolo: É claro que diante da crise internacional, reduzir a taxa Selic em 1 ponto percentual, passando de 11,25% para 10,25% ao ano, ou 5,8% reais (descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses, significa quase nada. Até porque, uma taxa apreciável em termos internacionais está por volta de 2 a 3%, como por exemplo nos países da Europa. O grande problema é que com esta taxa de juro ainda altíssima, predispõe a entrada maciça de dólares, valorizando o real, e por conseqüência prejudicando as exportações, principalmente a de manufaturados.

Até que um pouco parece proposital, sem mesmo atermos a uma possível ” teoria conspiratória” contra o desenvolvimento econômico do País. Na verdade a postulação de que a alta taxa de juro mantem a inflação sob controle, serve apenas para que os devaneios da política econômica dêem margem a pensarmos o que quiser, inclusive nisso. Tenho pena dos pequenos empresários brasileiros que geram emprego, não tem crédito, concorrem com os grandes grupos e ainda sonham com um mercado interno aquecido.

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Crise põe em risco 60 mil empregos no setor de máquinas–Abimaq

RIBEIRÃO PRETO, SÃO PAULO, 28 DE ABRIL – A indústria de máquinas no Brasil pode cortar entre 50 mil e 60 mil trabalhadores nos próximos cinco meses, se o ritmo de queda no faturamento do setor se mantiver ou se o governo não adotar uma política de desoneração de impostos para equipamentos, afirmou nesta terça-feira o presidente da entidade que representa o setor.

Segundo, Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), desde setembro de 2008, quando a crise de crédito se aprofundou, as indústrias de equipamentos nacionais já demitiram aproximadamente 15 mil trabalhadores.

“Se continuarmos tendo quedas de 20, 30, 40 por cento (no faturamento), não tem o que fazer, teremos que cortar na carne”, afirmou Aubert, em entrevista a jornalistas durante a Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina.

“Corremos os risco de ter 60 mil demissões no setor se nada for feito”, declarou, apontando que essa redução no emprego pode ocorrer até setembro, se mantiver a tendência atual de redução no faturamento.

Além da crise de crédito e dos juros altos do país, o fato do Brasil taxar investimento, diferentemente de outros países, agrava o problema da indústria, afirmou Aubert, lamentando que o câmbio continua desfavorável para o setor, apesar da recente valorização do dólar frente ao real.

Os dados mais atualizados da Abimaq, até fevereiro, indicam uma queda no faturamento de 26 por cento no primeiro bimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, para 8,09 bilhões de reais.

“Se o faturamento cai de 20 a 30 por cento, e há indicações de que isso continue, vamos chegar no mesmo nível de março de 2007, quando tínhamos 200 mil empregados”, destacou, observando que atualmente a indústria conta com aproximadamente 250 mil trabalhadores.

Entre os setores com mais demissões, Aubert aponta aqueles fabricantes de ferramentas.

Ele considerou, no entanto, a redução tributária para a indústria automotiva ou para os fabricantes de eletrodomésticos como algo importante no momento atual.

“As montadoras têm uma capilaridade em outros setores, isso é importante, mas é um antitérmico, não está atacando a doença crônica, que é a maior carga tributária do mundo.”

AGRÍCOLA MANTÉM EMPREGOS

Os fabricantes de máquinas e implementos agrícolas, que já contam com algumas desonerações tributárias, têm verificado queda expressiva no faturamento, de 44 por cento no primeiro trimestre na comparação com o mesmo mês de 2008, mas o emprego está se mantendo em torno de 43 mil trabalhadores no país, de acordo a Abimaq.

“As máquinas agrícolas têm isenção de IPI, mas isso não basta”, afirmou Celso Casale, diretor da entidade. “Quando se constrói uma máquina, há imposto em toda a cadeia de equipamentos”, destacou ele, apontando que a indústria automotiva emprega metade do número de trabalhadores do setor de máquinas.

Segundo Aubert, o setor de fabricantes de equipamentos agrícolas no Brasil é bastante dinâmico e acaba segurando o emprego. “Mas se continuar a ter essa queda no faturamento, vai ter dispensa.”
agencia estado

Rizzolo: Bem, se em função da crise mundial todo segmento entender que tem legitimidade para requerer desoneração tributária, acaba a arrecadação do governo que já está baixa. Este blog foi um defensor do segmento do setor de máquinas, quando defendeu a não importação de máquinas usadas do exterior. Agora, desoneração tributária todos querem, e empregos ameaçados existem para todos os segmentos, cabe ao governo ser discricionário e fazer uso do bom senso. A arrecadação não pode cair, e de forma nenhuma os programas de inclusão devem estar ameaçados pela farra da desoneração sob os mais variados pretextos. Leia artigo meu; Máquinas Usadas sob velhos pretextos.

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Desemprego sobe para 9% em março, maior taxa desde setembro de 2007

A taxa de desemprego subiu para 9% em março, maior patamar desde setembro de 2007. O número ficou dentro do esperado por economistas consultados pela agência de informações Reuters (9,1%). Em fevereiro, a taxa estava em 8,5%; em março do ano passado, em 8,6%.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e abrangem seis regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre).

Apesar de ter aumentado, o desemprego ainda está bem longe do recorde, de 13,1%, atingido em abril de 2004. A pesquisa com a atual metodologia se iniciou em 2001.

O total da população desocupada somou 2,1 milhão de pessoas em março, 141 mil a mais que em fevereiro (alta de 7,3%), e 130 mil a mais que em março do ano passado (aumento de 6,7%).

Já a população ocupada estava em 21 milhões em março, 9 mil a mais que em fevereiro e 184 mil a mais mais que em março do ano passado.

O número de pessoas com carteira de trabalho assinada no setor privado ficou em 9,3 milhões, queda de 48 mil pessoas em relação a fevereiro e alta de 229 mil na comparação com março do ano passado.

O rendimento médio real dos trabalhadores totalizou R$ 1.321,40 em março, estável em relação ao mês anterior. Ante março de 2008, o rendimento teve uma alta de 5%.

Além do IBGE, a Fundação Seade e o Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos) também fazem uma pesquisa mensal de emprego e divulgarão os dados referentes a março no dia 29 de abril.

A pesquisa Seade/Dieese costuma trazer uma taxa maior de desemprego que a do IBGE devido a uma diferença de metodologia.

(Com informações da Reuters)

Rizzolo:Resta saber se neste cálculo, existe ainda a influência residual das demissões a partir do início de dezembro. Com certeza, o desemprego vai aumentar nos próximos meses, é o que costuma acontecer. Sempre aumenta no primeiro semestre, um pouquinho a cada mês, para depois voltar a cair.

De qualquer forma é um número preocupante, até porque os esforços do governo no sentido de abrandar a crise são muitos. Esse dado também nos leva a refletir que, do ponto de vista do aquecimento da economia, em termos de empregabilidade, não notamos uma melhora. O Brasil precisa criar por ano 4 milhões de empregos, o pior nesta análise, são os jovens e seus primeiros empregos.

Um jovem desempregado, desiludido é um alvo fácil para as drogas, para a criminalidade e um caminho para a desesperança. Temos que lutar para que isso recebam este impacto de forma brutal.

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Dilma pede a empresários que acelerem obras do PAC

PORTO ALEGRE – A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, reiterou hoje pedido a empresários envolvidos em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para adotar um segundo turno de trabalho, onde for possível, ao realizar a primeira de 27 apresentações estaduais sobre o andamento dos investimentos. O aumento de ritmo nas obras do PAC tem duplo efeito, conforme ela, de estímulo ao crescimento econômico e combate aos efeitos da crise financeira mundial.

O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Pereira Zimmermann, observou que a antecipação de obras no setor elétrico é vantajosa também para o fluxo de caixa dos empreendedores, que podem ofertar energia mais cedo no mercado e gerar receita.

Dilma reafirmou a meta de crescimento de 2% do Produto Interno Bruto do Brasil em 2009, apesar da redução de expectativa feita pelo Fundo Monetário Internacional, que ontem divulgou previsão de queda de 1,3% para a economia nacional este ano. A ministra disse que o FMI não tem mais o mesmo nível de informações que tinha sobre a economia brasileira até 2002. Ela lembrou que, em 2005, o FMI permitiu que o Brasil investisse R$ 500 milhões em saneamento, mesmo sem que o País terminasse de pagar seu empréstimo com o fundo. Em apenas uma obra do PAC – a recuperação do Rio dos Sinos (RS) – serão investidos R$ 500 milhões, comparou a ministra.

“Eu sei que hoje eles não têm a mesma informação”, afirmou. “Nós éramos obrigados a informar até a última vírgula do que se fazia aqui dentro”, acrescentou, sobre a prestação de contas ao fundo. A ministra também argumentou que o FMI não tem dados sobre programas como o Minha Casa, Minha Vida, a desoneração fiscal de produtos da linha branca e providências para ampliar o crédito em setores específicos que o governo tem adotado. “Não vejo nenhuma razão para ter respeito religioso por qualquer avaliação de qualquer órgão em detrimento das do governo”, avaliou.
agência estado

Ela admitiu que o governo, como os demais órgãos, tem dificuldade de fazer avaliações diante da crise e está tomando medidas para atenuar seu impacto. “Nós estamos trabalhando com a meta de um crescimento entre 1,5% e 2% este ano”, reiterou, ao citar medidas anticrise do governo, como o lançamento do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, a liberação de recursos para investimento pela Petrobras e uma política “agressiva” de preços mínimos e crédito na agricultura. “O governo não tem poupado esforços no sentido de combater a crise”, declarou. “Por isso, eu olho para a estimativa do FMI como ela é, uma estimativa.”
agencia estado

Rizzolo: No tocante as obras do setor elétrico, estas são de suma importância. Não há como pensar em desenvolvimento sem geração de energia suficiente. Já na antecipação das obras do Pac, concordo com a ministra Dilma, não podemos nos ater a informações e dados do FMI.

A dinâmica macroeconômica é por demais variável, e os dados que o governo dispõe são confiáveis. Impulsionar a economia através dos programas desenvolvimentistas é caminho para alavancar a economia e produzir um mercado interno mais robusto. É por aí mesmo, estamos descobrindo que agir de forma contrária às recomendações do FMI pode nos levar à prosperidade. Agora Dilma além de “acelerar seu visual” precisa tornar-se mais dócil quando fala. Marta poderá ajudá-la nesse aspecto, aqui em São Paulo. Ou não ?

Novo presidente do BB diz que vai reduzir juros de forma agressiva

O novo presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, afirmou que o banco irá reduzir as suas taxas de juros e o “spread” bancário de forma agressiva, mas dentro dos padrões de qualidade na análise do crédito. Bendine assume o cargo oficialmente no próximo dia 23, em substituição a Antonio Francisco de Lima Neto.

“Spread” é a diferença entre o custo de captação do dinheiro e a taxa cobrada nos empréstimos aos clientes. As altas taxas no Brasil têm sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem pressionado as diretorias do BB e da Caixa Econômica Federal desde o ano passado para reduzir seus números.

“Não é para imaginar que vamos entrar abaixando o ‘spread’ de forma desorganizada. O banco vai ser mais agressivo, a gente sempre teve taxas mais competitivas. Isso vai ser mantido”, afirmou Bendine nesta segunda durante teleconferência com analistas do mercado financeiro.

O novo presidente do BB afirmou também que o banco manterá suas exigências para concessão de crédito de forma a não provocar um aumento da inadimplência.

“Vamos manter o nosso rigoroso padrão de análise de crédito e vamos trabalhar a fim de evitar qualquer descolamento no aumento da inadimplência. Nossa agressividade não será no recuo da análise de crédito. É alavancar o crédito, mas com responsabilidade.”

Apesar de ter negado na semana passada que tenha qualquer vinculação com o PT, Bendine foi questionado sobre a motivação política relacionada à sua indicação. Ele afirmou que o governo, como controlador da instituição, é quem indica o presidente do BB e confirmou o compromisso de baixar os juros.

“Eu assumi perante o ministro da Fazenda uma política mais agressiva no desbravamento da disponibilidade do crédito e de manter essas taxas competitivas para que o BB possa ocupar novos espaços no mercado.”

No dia do anúncio da troca, a ação ordinária do BB desabou 8,15%. O temor do mercado se concentrou sobre a alteração em regras do banco que poderiam afetar a rentabilidade.

Lula

Na semana passada, no dia da troca de presidente no BB, Lula disse que a queda dos juros é sua “obsessão” e que isso pode ter influenciado a mudança.

“A redução do ‘spread’ bancário, neste momento, é uma obsessão. O Guido Mantega [ministro da Fazenda] sabe disso, o Banco do Brasil e a Caixa sabem disso”, afirmou Lula.

“Não há nenhuma necessidade de o ‘spread’ bancário ter subido tanto no Brasil de julho pra cá. Estamos numa fase em que o Banco Central e a Fazenda estão estudando isso e, obviamente, quem tem bancos públicos, como tem o Brasil, pode começar essa tarefa de reduzir as taxas.”

Folha on line

Rizzolo: A nova política do Banco do Brasil, vem ao encontro do anseio do povo brasileiro por taxas de juros menores em função também do aumeto dos “spreads”. A postura do Banco do Brasil em ser mais agressiva, e ao mesmo tempo cautelosa, demonstra que há como conciliar interesses públicos com lucratividade do banco.

Ao contrário do que muitos afirmam, o Banco do Brasil tem uma função social, o governo como maior acionista tem que determinar suas diretrizes. Com isso poderemos ter uma reação que influencie os bancos privados, e desperte a competitividade ente os bancos. Precisamos pensar novos conceitos sobre bancos, implementando bancos populares, comunitários, que ofereçam crédito ao pequeno empresário brasileiro, ao pequeno comerciante, à enorme população pobre deste país. Na composição do spread, a inadimplência corresponde a 37,35% e o resíduo líquido ( ganho) 26,93%, existe margem para mexer com estes números, com certeza. Leia artigo meu na Agência Estado: A Popularidade e a Queda na Arrecadação

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Máquinas Usadas sob os Velhos Pretextos

Na corrente do desenvolvimento, e no planejamento da estrutura básica de um moderno parque industrial, que dê sustentabilidade a um fortalecimento do mercado interno, encontramos muitas vezes, forças nada dispostas a obrar do ponto de vista dos interesses da nossa indústria.

E assim foi, que esvaindo-se da capacidade do espírito empreendedor brasileiro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior aprovou portaria permitindo a importação de máquinas usadas – incluindo ferramentas e moldes – sem exame técnico anterior. Já em 2006, numa portaria semelhante, permitia o Ministério importações de máquinas usadas, mas condicionando-as a uma análise prévia e a um laudo técnico – inclusive quanto à existência ou não de similar nacional. Contudo agora, a nova portaria nem sequer impõe a necessidade de análise e requisitos técnicos.

O titular da Secex (Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento), Welber Barral, disse que a portaria tem o objetivo de superar um “gargalo” nas necessidades da indústria. Ora, fica patente que por trás de ” tal gargalo” existe sim a cabal intenção das multinacionais aqui instaladas, de investir cada vez menos no País – face à crise – ao mesmo tempo em que remetem seus lucros cada vez em maior proporção às suas matrizes, não condicionando de forma alguma sua produção e rentabilidade, em investimentos reais no País.

Dessa forma, agem na contramão da indústria nacional, preferindo de forma pouco planejada e muito lucrativa, inundar nosso parque industrial com máquinas de segunda mão, ultrapassadas do ponto de vista tecnológico, dentro de uma conjuntura mercadológica sensível, onde o setor nacional de máquinas e equipamentos, que tanto contribuiu outrora para o desenvolvimento do país, se vê estrangulado com poucos pedidos e com a falta de crédito.

É bom lembrar, que desde antes da primeira portaria, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) manifestou-se contra. A base para as duas portarias, – a de 2006 e a atual, – é uma adulteração na Medida Provisória 197/04, que instituiu o Programa de Modernização do Parque Industrial (Modermaq), com financiamentos do BNDES para a indústria de máquinas e equipamentos.

Ao ser transformada em lei, foi incluído no texto um dispositivo, permitindo a importação de máquinas usadas. Portanto, se a portaria entrar em vigor, provocará uma inundação de máquinas e equipamentos obsoletos e incidirá no corte de 50 mil empregos diretos.

Pensar o desenvolvimento do Brasil, esbarra não num xenofobismo bobo, tampouco num nacionalismo exacerbado antiquado, mas acima de tudo numa reflexão que priorize o potencial da nossa indústria nacional altamente capacitada; geradora de renda e emprego e que caminha na direção do fortalecimento do nosso mercado interno. Por outro lado, importar velhas máquinas e equipamento, faz parte de um antigo discurso, cujo argumento era o velho e incansável desejo de golpear os empresários brasileiros e a indústria no nosso País.

Fernando Rizzolo

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A Popularidade e a Queda na Arrecadação

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O Centro de Política Social (CPS) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) confirma: somente em janeiro, a classe C nas seis maiores regiões metropolitanas do País perdeu 11% do seu crescimento no governo Lula. No mês, um total de 563 mil pessoas caiu da classe C para as classes D e E nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife.

Uma das características do governo Lula, foi a implementação dos chamados projetos de inclusão social. É sabido que muito de sua popularidade, é devida a este potente “motor estatal”, capaz de realizar transferências de recursos às camadas mais pobres da população, o que, do ponto de vista macroeconômico, atua como um agente vascularizador da cidadania, irrigando a economia real, e desenvolvendo o mercado interno.

Contudo, dar início aos projetos de inclusão e auferir a devida popularidade em função dos mesmos, muitas vezes significa um caminho tortuoso e de difícil retorno. Países que numa vertente mais estatizante, direcionaram seus projetos sociais voltados à população mais pobre, como a Venezuela, souberam iniciar o processo, mas encontraram – em função da crise – dificuldades em dar o devido prosseguimento.

A questão da sustentabilidade e continuidade do programas sociais, que traz no seu bojo, preparar essa faixa populacional para a inserção do devido mercado de trabalho, fica por vezes comprometida com a queda da arrecadação, tornando os programas simplesmente matéria de cunho eleitoral.

Não obstante os enfrentamentos de ordem da sustentabilidade financeira que os envolve, existe um componente indicador da aprovação popular que, por ser atingida diretamente pelos seus benefícios, não aceita o retorno ou uma supressão parcial do assistencialismo providente, expressando sua insatisfação via diminuição da popularidade do governo.

Como numa relação de aceitação e aprovação, tão peculiar nas relações entre pais e filhos, o governos acabam tornando-se pródigos e insolventes, no afã de a todo custo assistir aos menos favorecidos, mantendo assim a aprovação popular, mesmo que esbarrando nas dificuldades da projeção executória de tais projetos.

A diminuição do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e a concessão de créditos tributários a certos segmentos, surgiu como uma opção tributária redentora na manutenção do emprego e no alicerce da manutenção da popularidade. Contudo trouxe à tona um novo desafio ao Poder Público, na medida em que mingua a receita do Estado financiador, compelindo o governo a adentrar num ciclo nada virtuoso.

Para se ter uma idéia, desde o início do primeiro mandato do presidente Lula, o governo federal já abriu mão de R$ 140 bilhões de receita, em favor de indústrias e de pessoas físicas. Já para 2009 a Receita prevê uma arrecadação tributária de R$ 485 bilhões, ou seja, R$ 200 bilhões menos que em 2008.

É de bom alvitre ressaltar, que num cenário de desaceleração, além do controle dos gastos públicos, principalmente pelos gastos com pessoal, o corte na despesa com juros é imprescindível, visando assim impedir uma preocupante ” armadilha tributária”. Mesmo porque, cortes de tributos estão sujeitos do ponto de vista institucional ao limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Corroborando esta idéia, o IPEA, projetou sete cenários, para concluir que, entre eles, o melhor a ser feito seria baixar em 1% a taxa da Selic até setembro, e em outubro, reduzir em mais 0,75%. Chegando em outubro de 2009 com uma taxa de 7% ao ano, contra os atuais 12,75%. O que representaria uma economia fiscal de R$ 30 bilhões.

Poucas opções restam ao governo, vez que repercussões nos cortes com gastos sociais e em investimentos, resultariam num desconforto político eleitoral. A redução dos juros e a diminuição dos spreads, talvez seja a melhor saída, o que provavelmente faria com que os Bancos desta vez, acabem por fim pagando a conta da popularidade do governo. Afinal de contas, os bancos e o povo, sempre estiveram ao lado do presidente.

Fernando Rizzolo

artigo meu publicado pela Agência Estado Broadcast no dia 08 de abril de 2009 em Conjuntura Econômica

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Lula confirma demissão de presidente do Banco do Brasil

SÃO PAULO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quarta-feira, 8, a demissão do principal executivo do Banco do Brasil, Antonio Francisco de Lima Neto. O motivo, segundo fontes, seria as altas taxas de juros e spread bancário cobrados pela instituição. Em entrevista ao deixar o 1º Encontro Nacional de Comunicadores, em Brasília, porém, Lula evitou comentar as razões do afastamento e disse que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dará esclarecimentos ainda hoje sobre o assunto, às 13 horas.

A princípio, Lula chegou a dizer que soube, por intermédio de Mantega, que Lima Neto manifestou interesse em deixar o cargo. “Ele queria sair”, disse o presidente. “Eu não trabalho diretamente com essas coisas. Eu soube que ele teria dito que gostaria de sair”, afirmou. Na sequência, diante das insistências de jornalistas em busca de mais detalhes sobre se a saída era motivada pelos spreads bancários cobrados pelo banco, Lula respondeu: “a redução do spread bancário neste momento é uma obsessão minha.”

“Nós precisamos fazer o spread voltar à normalidade no País. Este é um dado. O Guido sabe disso; o BB sabe disso; a Caixa sabe disso e o BC sabe disso”, completou . “Não há nenhuma necessidade de o spread bancário ter subido tanto no País de julho até agora”, afirmou. O presidente disse que “obviamente, que quem tem bancos públicos, como o Brasil, pode começar a fazer a tarefa de reduzir o spread bancário”.

Sobre se a declaração era um recado a outros dirigentes de bancos federais, Lula sorriu e disse: “eu criei um grupo de trabalho para me apresentar uma proposta de spread bancário.”

Lula não citou quem seria o substituto de Lima Neto. Uma fonte do governo, porém, afirmou à Agência Estado que o vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de varejo do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, assumirá a presidência da instituição. Bendine é funcionário de carreira do banco e, segundo a fonte, ligado ao PT.

As ações do BB desabavam na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) desde o início da manhã, reagindo aos rumores sobre a demissão. Às 11h41, a ação do BB caía 8,52%, para R$ 17,28.
agencia estado

Rizzolo: Entendo a demissão como algo bom do ponto de vista econômico e didático. Todos sabemos que os bancos auferiram enormes margens de lucros no decorrer do governo Lula. Ora, se já foi detectado que um dos problemas principais do crédito atualmente é a alta taxa de juros, e aumento dos spreds, não é possível que um Banco como o Banco do Brasil, muito embora seja uma empresa de capital aberto, pratique a política de spreads de um banco privado.

É bom lembrar que, muito embora o governo não seja em si o dono do Banco, é sim o maior acionista, desta forma, a natureza administrativa operacional da instituição, tem que ser de um banco público, a serviço do povo brasileiro. Se os acionistas privados querem lucro nos termos de um banco privado, dirijam-se e invistam nos bancos privados.

O maior acionista – o governo – tem que ter uma políica desenvolvimentista, e o banco público é um dos seus instrumentos. Vamos fazer os bancos estatais serem estatais, a serviço do desenvolvimento do Brasil, oferecendo crédito ao pequeno empresário brasileiro, ao trabalhador pobre, sem nenhum vinculo com a especulação.

O Brasil precisa ter uma nova concepção de bancos, bancos comunitários como existem nos Estados Unidos e Alemanha, por exemplo, isso ajudaria não apenas a difundir o crédito, mas torná-lo mais acessível à população que se encontra fora do sistema bancário. Leia artigo meu da Agência Estado: As palavras do presidente e o aumento dos spreads

Inadimplência cresce entre quem ganha até 3 salários mínimos

SÃO PAULO – As famílias com renda de até três salários mínimos aumentaram sua participação no total de inadimplentes desde o agravamento da crise financeira, em setembro do ano passado. Segundo os dados de uma pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o porcentual dessas famílias entre os inadimplentes subiu de 32% para 59% em março. Para Marcel Solimeo, economista da ACSP, esta maior participação reflete o acesso de uma ampla parcela de consumidores de menor rendimento no mercado de crédito nos últimos anos.

A pesquisa foi realizada junto a 703 consumidores que procuraram informações no Balcão de Atendimento do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da entidade, que elabora o levantamento semestralmente. De acordo com o levantamento, a faixa com renda de três a quatro salários mínimos teve redução na participação do total de inadimplentes, no mesmo período em análise, de 27% para 17%. Já a faixa com quatro a cinco salários mínimos registrou queda de 18% para 13%; a faixa com cinco a sete salários mínimos de 10% para 6%; e as famílias com renda superior a sete salários mínimos tiveram diminuição de 13% para 5%.

A maior causa da inadimplência foi o desemprego do entrevistado ou de alguém da família, citado por 48% dos entrevistados. Em seguida, o descontrole dos gastos foi destacado por 12%. Solimeo destacou que a pesquisa ainda não reflete o recente aumento do desemprego, pois existe uma defasagem de alguns meses entre a obtenção do crédito e a inadimplência. Ele acredita que a próxima pesquisa, que será realizada em setembro, deve mostrar o efeito do aumento do desemprego observado a partir de dezembro sobre a solvência dos consumidores.

Solimeo destacou que entre 2006 e 2008 cerca de 20 milhões de CPFs foram consultados pela primeira vez, de acordo com os dados do SCPC, o que indica um “imenso contingente” de consumidores que buscou alguma forma de financiamento.

O economista da ACSP ressaltou que a maior participação da baixa renda no total da inadimplentes não significa que esta faixa da população honre menos os seus compromissos do que as demais faixas de renda. Segundo ele, este resultado indica que houve crescimento do acesso ao crédito e citou estudo do SCPC mostrando que praticamente não existe diferença de comportamento em termos de inadimplência entre os novos consumidores – onde predomina a baixa renda – e os antigos.

Segundo a pesquisa, o carnê de loja é a maior fonte de financiamento, com 34% dos débitos. Em seguida, estão os empréstimos (crédito pessoal) e cartão de loja, com 29%; cartão de crédito, 19%; e cheque, 18%.

O levantamento mostrou que 83% dos cheques sem fundos eram pré-datados, sendo que 36% dos entrevistados tinham mais de seis registros e 13% mais de vinte cheques sem fundos. Dos entrevistados, 17% fizeram empréstimo consignado, dos quais 49% afirmaram que foi para o pagamento de dívidas, 15% para compra de produtos, 15% para ajudar a família e 13% para reformar imóvel. Entre os que tomaram o empréstimo consignado, 58% afirmaram que esse financiamento foi responsável pela inadimplência.

O levantamento da ACSP mostrou ainda que 52% dos entrevistados pretendem quitar suas dívidas nos próximos 30 dias e que 73% devem utilizar recursos retirados do salário, o que exige corte do consumo ou do lazer.
agência Estado

Rizzolo: Os números são preocupantes. Na verdade esta faixa da população não é mão-de-obra especializada, e portanto mais vulnerável às demissões. Esse dado reforça a tese dos bancos em que um fator determinante para não diminuir os ” spreads” é o alto nível de inadimplência. Como venho comentando há tempos, o governo também colaborou em parte para que a população pobre e despreparada consumisse mais. O presidente no afã de se ver livre da ” marolinha” apregoou o consumo, insistiu para que o pobre não acreditasse na crise, e o compeliu aos gastos; resultado, inadimplência. É uma notícia triste mas previsível, num País onde a popularidade vale mais que a realidade. Leia também artigo meu na Agência Estado: As palavras do presidente e o aumento dos spreads.

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