ONGs criticam apoio do Brasil a violadores dos direitos humanos

Genebra, 15 jun (EFE).- As ONGs Human Rights Watch (HRW) e Conectas Direitos Humanos lamentaram hoje o fato de o Brasil apoiar países que sistematicamente cometem abusos no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

“O apoio do Brasil a Governos abusivos está enfraquecendo o trabalho do Conselho. Em vez de falar pelas vítimas, o Brasil frequentemente argumenta que os Governos precisam de uma chance e que a soberania das nações é mais importante que os direitos humanos”, afirmou Julie de Rivero, diretora da HRW em Genebra.

“O fracasso do Brasil em se opor ao desvio dos objetivos do Conselho e, às vezes, sua própria cumplicidade no processo são alarmantes”, disse, por sua vez, a ONG brasileira Conectas Direitos Humanos.

Esses comentários são parte dos comunicados que as duas ONGs distribuíram hoje por ocasião da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Conselho.

“A posição do Brasil no Conselho está marcada por ambiguidades, particularmente em relação a casos graves e persistentes de abusos em países específicos”, acrescentou a Conectas.

Ambas as ONGs lembraram que o Brasil se absteve nas resoluções sobre a Coreia do Norte, que condenavam as violações dos direitos humanos no país, e na da República Democrática do Congo (RDC), que buscava o reforço do papel dos investigadores das Nações Unidas e condenava o uso da violência sexual e o recrutamento infantil.

“Durante a sessão especial sobre a situação no Sri Lanka, o Brasil foi copromotor de uma resolução que afirma o desacreditado princípio da não ingerência em assuntos internos. Essa resolução ignorou as afirmações da própria alta comissária dos Direitos Humanos, Navi Pillay, de que no conflito cingalês tinham sido cometidos crimes de guerra”, lamentou a HRW.

“Com sua posição, o Brasil retrocedeu seis anos ao enaltecer o princípio de não interferência”, acrescentou a Conectas.

A ONG brasileira lembrou que, nesta semana, o Conselho deve decidir se renova ou não o mandato do especialista independente da ONU para supervisionar a situação dos direitos humanos no Sudão.

“Em outras ocasiões, o Governo brasileiro, alegando a cooperação e o apoio regional, apoiou resoluções frágeis que não se comprometiam com as vítimas do Sudão. Esta semana, o Brasil terá a oportunidade de mudar esta tendência e demonstrar uma liderança real com as milhares de vítimas, sem levar em conta outros interesses”, afirmou a Conectas em sua nota. EFE
globo

Rizzolo: Há tempos que este Blog vem afirmando que o governo brasileiro trabalha na contramão dos conceitos de Direitos Humanos apoiando países que sistematicamente cometem abusos no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Não é possível o Brasil se solidarizar com o presidente do Irã, de se calar frente às loucuras da Coréia do Norte, de dar abrigo as idéias de grupos extremistas islâmicos como o fez no caso da Faixa de Gaza, provocando uma indignação na comunidade judaica mundial.

Esse esquerdismo fora de moda, que aplaude discursos populistas como os de Mahmoud Ahmadinejad que silencia frente à esquizofrenia de Kim Jong-il é lamentável, dá nisso aí, repúdio internacional em relação aos Direitos Humanos. Segundo a Human Rights, “o Brasil alega solidariedade mas essa solidariedade acaba sendo com governos que cometem abusos, e não com as vítimas”. Em linguagem simples, ” isso está pegando muito mal ao Brasil”.

Opositor ao governo do Irã, Moussavi está preso, afirma jornal israelense

Candidato à presidência, ele disse que eleições foram fraudadas.
Jornal ‘Haaretz’ diz que governo está dificultando comunicação em Teerã.

O candidato à presidência do Irã, Mir Hossein Moussavi teria sido preso neste sábado (13), informou o jornal israelense “Haaretz”. Ele é o principal opositor ao presidente Mahmoud Ahmadinejad, reeleito em pleito conturbado nesta sexta-feira (12).

Moussavi, que obteve 33,75% dos votos, acusou o governo do Irã de fraudar as eleições. De acordo com uma ONG que defende os direitos humanos no país, ele foi preso a caminho da casa do líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei.

Segundo o “Haaretz”, os jornalistas estrangeiros que estão no Irã têm dificuldades para saber o paradeiro do candidato derrotado, pois o governo estaria criando dificuldades para a comunicação.

Neste sábado, autoridades iranianas bloquearam o site de relacionamento Facebook, que seria utilizado por Moussavi para reportar fraudes nas eleições. Os telefones celulares também deixaram de funcionar em alguns momentos na sexta-feira e no sábado.

Após o anúncio da vitória de Ahmadinejad, milhares de eleitores de Moussavi se reuniram no centro de Teerã para pedir a anulação das eleições. O clima na capital ficou tenso, e houve confrontos com eleitores do presidente reeleito, segundo a agência Reuters.
globo

Rizzolo: Era de se esperar que a tirania continuasse sob os auspícios de Ahmadinejad. Infelizmente por meios fraudulentos, segundo informações, o cerceamento à democracia continua com o maior inimigo do mundo ocidental. Os próprios iranianos já não mais suportam a linha férrea do governo que isolou o Irã do mundo, com suas ameaças. A notícia de que o opositor Moussavi está preso corrobora o estado de exceção que vive o Irã. O pior é a política de países como o Brasil que apóiam o regime de Ahmadinejad, e ainda o convidam para uma visita de “cunho comercial”. Com certeza o povo iraniano saberá dar a devida resposta a estas arbitrariedades deste regime perigoso. Bela democracia, prende-se o opositor e ponto final.

Presidência cria núcleo de combate ao terrorismo

BRASÍLIA – Um “Núcleo do Centro de Coordenação das Atividades de Prevenção e Combate ao Terrorismo” foi criado pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSIPR), general Jorge Armando Felix. De acordo com portaria assinada pelo ministro e publicada na edição de hoje do “Diário Oficial da União”, o Núcleo, criado no âmbito do GSIPR, será integrado por servidores dos quadros do Ministério da Justiça, Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Defesa, e por funcionários que estão à disposição do Gabinete de Segurança Institucional.

Esses servidores terão a missão de promover a articulação de outros órgãos governamentais com interesse no combate ao terrorismo. O Núcleo terá como funções, além do acompanhamento de assuntos relacionados ao terror, realizar ações de prevenção e neutralização, além de promover estudos, reuniões, políticas, estratégias, programas e atividades de prevenção e combate ao terrorismo. Caberão ainda aos integrantes do Núcleo as tarefas de recolher subsídios para fazer “avaliação de risco de ameaça terrorista” e propor políticas e ações de combate e prevenção.
agencia estado

Rizzolo: Tenho observado que o governo tenta por todos os meios não admitir que no Brasil existam células terroristas. Contudo as afirmações do exterior, principalmente dos EUA nos dão conta que no Brasil existe sim grupos ligados ao terrorismo internacional. Mal acabei de comentar sobre terrorismo no post abaixo, me dou conta desta notícia sobre a criação de tal núcleo de combate ao terrorismo.

Depois de anunciado no exterior a prisão pela polícia federal de um suposto terrorista no Brasil – o que deixou o presidente Lula furioso – e agora as afirmativas da imprensa francesa de que pode haver nomes de passageiros no vôo 477 envolvidos no terror, o governo finalmente passa a se dar conta que é necessário criar órgãos que monitorem este grupos no Brasil, se é que existem.

Acho muito estranho toda esta movimentação em torno do terrorismo no Brasil de uma hora para outra. Ou há pressão do exterior, ou já se deram conta que existem elementos perigosos agindo por aqui. Preocupante isso, hein. Mais uma vez o tempo do governo reagir ás questões essenciais continua sendo lento.

Forças indianas mantêm cerco em hotel e centro judaico

Após dois dias de operações em Mumbai, as forças de segurança indianas ainda vasculham nesta sexta-feira um hotel e um centro judaico da cidade que foram alvo de ataques de extremistas.

No centro judaico Casa Chabad, a situação permanece confusa, depois que as forças de segurança invadiram o lugar nesta sexta-feira. Pelo menos três grandes explosões foram registradas no local e não está claro quantos atiradores permanecem lá escondidos.

Em entrevista a uma emissora de televisão de Israel, o diplomata israelense Haim Choshen, que acompanha a operação de resgate, disse que foram encontrados os corpos de cinco reféns mortos no centro judaico.

Mais cedo, imagens da televisão indiana mostraram soldados descendo por meio de cordas de um helicóptero que sobrevoava o local e outros se aproximando por terra do escritório do centro.

Segundo o correspondente da BBC David Loyn, os soldados inicialmente atiraram bombas de fumaça para confundir os extremistas.

Horas antes, uma mulher e uma criança saíram do local, mas ainda não está claro se elas foram libertadas pelos militantes ou se conseguiram escapar.

A criança foi identificada como o filho de dois anos de idade do rabino Gavriel Noach Holzberg, líder da comunidade.

Hotel de luxo

No hotel de luxo Taj Mahal Palace, onde as forças indianas acreditam que pelo menos um homem armado permanece escondido com dois ou mais reféns, fortes explosões e tiros foram ouvidos.

Forças de elite estariam vasculhando o hotel quarto a quarto desde a quinta-feira em busca de extremistas, e já encontraram pelo menos 30 corpos de vítimas em um salão. Reforços foram enviados para dar suporte à operação.

Os ataques coordenados em Mumbai, realizados em sete locais diferentes, já deixaram pelo menos 140 mortos e mais de 300 feridos, mas a expectativa é de que o número aumente à medida que os trabalhos de busca avançarem.

Usando armas automáticas e granadas, os extremistas atacaram, além do hotel e do centro judaico, um outro hotel, a principal estação ferroviária da cidade, um hospital, um restaurante freqüentado por turistas e um condomínio.

Nesta sexta-feira, as forças indianas anunciaram ter tomado o controle do hotel Oberoi Trident, onde até o dia anterior os extremistas ainda mantinham reféns.

O chefe de segurança do país, J.K. Ditt., disse que forças especiais invadiram o hotel e mataram dois militantes. A polícia encontrou 24 corpos no hotel, pouco depois de libertar 93 pessoas lá detidas, entre hóspedes e funcionários.

Vítimas

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, entre os mortos está um cidadão britânico. Informações dão conta de que entre os estrangeiros mortos nos ataques estariam também um alemão, um japonês e um italiano.

Não há informações sobre a presença de brasileiros entre as vítimas ou entre as pessoas mantidas reféns nos hotéis, segundo o vice-cônsul do Brasil em Mumbai, Chateaubriand Chapot Neto.

“Entramos em contato com as administrações dos dois hotéis e eles afirmaram que não havia nenhum brasileiro registrado lá no dia dos ataques. Também não recebemos notícias de que brasileiros possam estar entre as vítimas ou reféns”, disse Chapot à BBC Brasil nas primeiras horas desta sexta-feira.

Conexão islâmica

Além do Brasil, vários governos estrangeiros lamentaram os ataques e manifestaram disposição em ajudar o governo indiano.

Relatos de testemunhas sugerem que os homens armados estavam buscando hóspedes dos hotéis com passaportes britânico ou americano.

O analista da BBC para assuntos de segurança, Frank Gardner, diz que, se esses relatos se confirmarem, pode haver uma conexão islâmica nos ataques.

Um grupo previamente desconhecido, que se apresentou como Mujahideen do Deccan, reivindicou a autoria dos ataques.

Gardner afirma que um outro grupo pode ter se apresentado com esse nome ou que a reivindicação da autoria pode ser um truque.

Nos últimos meses, diversas cidades indianas foram alvo de ataques a bomba que deixaram dezenas de mortos. A polícia relacionou a maioria dos ataques a militantes islâmicos, mas extremistas hindus também foram presos.

Paquistão

O governo paquistanês decidiu nesta sexta-feira enviar a Mumbai o chefe do serviço de inteligência do país para ajudar nas investigações sobre os atentados, em meio à suspeita na Índia de que os agressores tenham ligação com o Paquistão.

A Marinha indiana estaria realizando buscas em navios da costa oeste do país, pois acredita-se que os autores dos ataques chegaram a Mumbai por barco. Dois barcos paquistaneses teriam sido apreendidos e a tripulação, interrogada.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, prometeu adotar “quaisquer medidas que sejam necessárias” para encontrar os responsáveis pelos ataques em Mumbai.

O primeiro-ministro afirmou ainda que os responsáveis são “de fora do país” e foram à Índia “com a determinação de criar caos na capital comercial do país”.

Ele também alertou que a Índia não irá tolerar que extremistas usem países vizinhos como base para lançar ataques contra alvos indianos. BBC Brasil
Agência Estado

Rizzolo: Quem acompanha este Blog, participa das discussões aqui neste espaço democrático, sabe que por muitas vezes questionei a postura do democrata Barack Obama em relação ao seu discurso populista e da sua docilidade em relação às questões que envolvem o terrorismo internacional, haja vista sua postura no tocante as tropas americanas no Iraque. Sem de forma alguma, lançar um juízo precipitado das ações políticas de Obama, até porque não observamos nenhuma ” novidade ou grande mudança” no seu secretariado, gostaria de refletir sobre o papel dos EUA no combate ao terrorismo. Ainda de forma distante, tampouco chancelando as atitudes belicistas de Bush, esse episódio nos leva a pensar que ainda temos que lidar com o ” olho por olho, dente por dente “, e que na verdade o terrorismo se combate com firmeza determinação e coragem. Bem diferente daquilo que Obama romanticamente apregoou a milhões de pessoas.