O governo interino de Honduras deu nesta terça-feira um prazo de 72 horas a funcionários da embaixada da Venezuela para deixarem o país “por ameaças feitas ao governo de uso da força, assim como a intromissão em assuntos exclusivos e o desrespeito à integridade” hondurenha, informou a chancelaria de Tegucigalpa.
Carta assinada pela vice-chanceler Martha Lorena Casco dirigida ao embaixador da Venezuela, Armando Luna, pede “a retirada em 72 horas do pessoal diplomático, administrativo, técnico e de serviços da missão da Venezuela.
O governo de Caracas assim como o restante da comunidade internacional não reconhecem o governo de Roberto Micheletti.
Em reciprocidade, a chancelaria hondurenha “está retirando todos seus funcionários da embaixada de Tegucigalpa em Caracas”, diz a nota.
Zelaya promete volta “apoteótica”
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse que a “guerra civil já começou” em seu país. Ele ainda afirmou que está disposto a regressar a Honduras e que sua entrada na capital Tegucigalpa será “apoteótica”. “Estou iniciando o meu retorno. Vou fazê-lo a partir de quarta-feira (21) e de qualquer um dos pontos fronteiriços que Honduras tem com a Guatemala, El Salvador e Nicarágua”, afirmou em entrevista publicada no jornal argentino “La Nación”.
A comunidade internacional aumentou a pressão sobre o presidente interino, Roberto Micheletti, para que aceite a proposta de Costa Rica para a resolução da crise política, em meio a advertências de risco de um confronto. Zelaya, expulso do governo por militares no último dia 28 de junho, aceitou a iniciativa do presidente costarriquenho, Óscar Arias, mas Micheletti a rechaçou. “O mediador (Arias) deu 72 horas (até a manhã desta quarta-feira) aos golpistas para aceitarem o mandado da Organização dos Estados Americanos (OEA), que defende a restituição do presidente legítimo”, disse Zelaya.
Zelaya disse que aceita “os sete pontos que o presidente Arias propôs como ponto de partida para um acordo”, mas advertiu que “os que ultrajaram essa mediação foram os golpistas, ao rechaçar o ponto principal propostos por Arias: a restituição presidencial”.
O plano apresentado pela Costa Rica prevê a antecipação das eleições para outubro e a formação de um governo de unidade nacional até 2010.
Quanto às críticas que tem recebido dos EUA por seu papel na crise hondurenha, o presidente deposto disse sentir-se “muito satisfeito com o presidente (Barack) Obama, que tem sido coerente em sua posição de condenar o golpe e apoiar o presidente legitimamente eleito nas urnas”.
Zelaya, que concedeu entrevista por telefone ao “La Nación” desde a embaixada hondurenha em Manágua, disse que o retorno ao seu país se concretizará por “um ponto terrestre, talvez por algum ponto aéreo ou talvez por uma fronteira marítima. As possiblidades são muitas”.
“O povo hondurenho está se mobilizando nas fronteiras para que, quando se cumprir o prazo de 72 horas, possamos entrar por qualquer dos pontos da fronteira mencionados. Só Deus pode impedir o meu regresso meu regresso. E posso assegurar que Deus não está com os golpistas, está do nosso lado. Minha entrada em Tegucigalpa vai ser apoteótica”, disse.
Zelaya disse que “sempre mantém uma janela aberta” para uma saída negociada do conflito, mas sustentou que “o governo de fato não vai ceder” porque “o grupo golpista é uma oligarquia que explorou este país desde décadas atrás e não está pensando em ceder esse poder que ganhou de forma violenta”.
“Qualquer um em Honduras pode ver que esse esse enfrentamento já começou, essa guerra civil. Há sangue correndo sobre a memória dos golpistas”, disse.Analista diz que os dois lados fizeram um golpe
Tanto o líder do governo interino de Honduras, Roberto Micheletti, quanto o presidente deposto Manuel Zelaya cometeram excessos que podem ser considerados golpes.
De um lado, a coalização liderada por Micheletti expulsou um cidadão hondurenho de seu país, em uma manobra para tirá-lo da presidência. Por outro, Zelaya tentava promover um referendo para votar a criação de uma Constituinte que lhe daria a possibilidade de concorrer à reeleição, passando por cima do Congresso e da Justiça. A opinião é do pesquisador Alberto Pfeiffer, do Grupo de Análise de Conjuntura Internacional da USP (Universidade de São Paulo)
Folha online
Rizzolo: Como já disse anteriormente em outro comentário, Zelaya é um aproveitador. Honduras está prestes a sofrer um assalto das forças da América Latina que hoje são aliadas objetivas do terrorismo e do narcotráfico. E tudo acontecendo por que Barack Obama é um presidente fraca, do jeito que a esquerda adora. Ora, já imaginaram, um EUA fraco? É tudo que a turma bolivariana quer. Agora 72 horas entendo como muito tempo não? Deveriam por no avião sem dar muita satisfação. Vamos sentir saudade dos republicanos ..