Esta semana foi banhada com as lágrimas da tristeza por aqueles que se foram no vôo 447 da Air France. Só quem perdeu, disse adeus, e se despediu acenando dos que embarcaram, sabe a dimensão da dor e do sofrimento. Este não foi o primeiro vôo trágico, outros antecederam, como o da Tam em São Paulo. Todos enfim, serviram para dimensionar o sofrimento das perdas repentinas.
Que palavras dizer, como entender, qual a lógica do desenlace da tragédia não anunciada? As explicações surgem em todas as religiões, mas a certeza de que as tragédias nos fazem refletir sobre nosso papel neste mundo, nos eleva na condição de repensarmos o aspecto espiritual de nossas vidas, muitas vezes ocultado pelo materialismo desenfreado do dia-a-dia .
Vidas ceifadas, amores que se foram, filhos queridos que jamais voltarão, traduzem os desperdícios das discórdias, da luta pela busca do material como prioridade, e da fragilidade da condição humana. Talvez seja tempo em que as pessoas devam buscar na espiritualidade, as respostas para os infortúnios da vida.
A lógica divina não pertence à mesma condição da lógica humana, e de nada adianta contestarmos a incapacidade do nosso cérebro de compreender os desígnios de Deus; que por vezes, faz das coisas tristes a maior razão do compreender divino. Se assim agirmos, estaríamos espiritualmente não elevando a alma e a lembrança daqueles que se foram, ao nos conformarmos, ultrapassamos nossa incapacidade diminuta, e sintonizamos uma lógica distante, incompreensível, mas repleta de luz.
Quando as buscas são ineficazes, quando as explicações técnicas das causas se confrontam, e não se vê absolutamente nada a não ser a saudade; fechar os olhos, se conformar e se apaziguar com Deus, é conectar-se com uma a lógica maior, é o caminho para entender o seu último adeus, seu último abraço, e quem sabe este imenso vazio.
*Dedico este texto aqueles que perderam seus entes queridos de forma trágica.
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Fernando Rizzolo
Tenha um sábado de paz.