Gastos do BC para aumentar liquidez já somam US$ 22,9 bilhões

BRASÍLIA – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira, 21, que o BC já injetou US$ 22,9 bilhões para dar liquidez ao mercado de câmbio, desde o início da fase mais aguda da crise financeira mundial, com a quebra do banco Lehman Brothers.

Segundo ele, foram US$ 3,2 bilhões no mercado spot e US$ 12,9 bilhões em operações de swap cambial. Além disso, o BC vendeu US$ 1,6 bilhão destinados a financiar os comércio exterior e mais US$ 3,7 bilhões em leilões com compromisso de recompra. O BC também deixou de rolar US$ 1,5 bilhão em swap reverso.

Em audiência na Câmara dos Deputados nesta terça, Meirelles voltou a dizer que o Brasil hoje é mais resistente aos choques externos e creditou isso, sobretudo, à política de redução da vulnerabilidade externa, que fez com que o País saísse de um endividamento em dólar de 55,5% de sua dívida para uma posição credora em dólar de cerca de 28% do total.

Dessa forma, explicou, os choques externos que antes geravam depreciação cambial e aumento da dívida pública, piorando a percepção de risco e alimentando a desvalorização do real, hoje fazem com que a dívida pública caia em proporção do PIB e se torne um fator estabilizador para a economia brasileira. Ele afirmou que a posição cambial credora do Brasil, resultado da política de swap cambiais reversos e acumulação de reservas internacionais, “mostra-se providencial” neste momento de crise.

Ele repetiu a projeção do BC para a relação dívida/PIB em setembro, que é de 38,9%, a mais baixa desde 1998, e disse também que em outubro, com a alta do dólar, a dívida deve ter caído abaixo desse valor.

Meirelles afirmou que crise gerou um problema de liquidez para o Brasil e reconheceu que, por conta disso, houve queda no fechamento de Adiantamento de Contratos de Câmbio (ACC), o que, no entanto, avalia, deve ser normalizado com os leilões de empréstimos em dólar realizados pelo BC. Ele ressaltou que os valores que o Brasil tem gasto para mitigar os efeitos da crise no País são inferiores aos empregados pelos países desenvolvidos ou outros emergentes.

Incertezas

O presidente do BC afirmou que há ainda um fator de incertezas sobre a economia mundial, que é o montante de prejuízos que ainda serão reconhecidos pelos bancos norte-americanos. Na sua apresentação na Câmara, Meirelles ponderou sobre os problemas de capitalização das instituições financeiras no mundo desenvolvido, que exigiram fortes intervenções governamentais que, somadas, foram de US$ 595 bilhões, sendo parte significativa destinada a capitalizar os bancos. Meirelles ressaltou que os bancos brasileiros, ao contrário, estão com índices de capitalização acima do requerido, bem como têm indicadores positivos de rentabilidade, liquidez e inadimplência.

Meirelles afirmou que o mundo, por conta da crise, está crescendo menos, e as estimativas atuais tendem a ser revisadas para baixo.

Agência Estado

Rizzolo: Sinceramente uma das posturas econômicas que eu encaro como relutante é a do Meirelles, numa crise como esta em que até o governo Bush pensa de forma indireta em prevalecer o Estado como interventor do bancos, Meirelles pensa apenas na inflação; sua fixação na inflação parece ser de concepção tendenciosa e freudiana, uma inflação de certo que parece aos olhos do mundo, ter cara de deflação face à recessão; e acreditem, ainda apesar a tudo que vemos, Meirelles terá com certeza uma inspiração especial no dia 28 e 29 na reunião do Copom. Irá satisfazer o desejos do “cassino Brasil” aumentando os juros e satisfazendo a especulação internacional e os banqueiros.

Às vezes penso que Meirelles mantem a dinâmica de seu raciocínio como que ainda estivesse no Bankboston; o cuidado e o carinho que tem ele com os bancos brasileiros, é uma coisa impressionante, e o pobre empresário sem dinheiro para financiar suas operações, e o consumidor fica a ver navios. É o dinheiro que o Banco Central deu e os bancos não emprestam.

Aí vão dizer, Ah! Mas o Rizzolo gosta de falar dos bancos, dos pobres empresários e mal do PT bebendo vinho em Saint- Germain-Des-Prés, no Brasserie Lipp. Falem o que quiser, a opinião dos esquerdistas pouco me afeta, essa é a realidade. Agora, o fato de que o Meirelles ainda se sente do Bankboston, não resta a menor dúvida !!

Em relação ao PT o pior: o partido ainda acredita que este é um governo para o social. Sorte dos bancos, não é ? Aqui em São Paulo, o PT já não encanta mais, tampouco no ABC. E olha, o problema não nem Lula viu, que no meu entender é um grande estadista, mas é o PT mesmo. Tenho quase certeza que ele próprio ( Lula ) já se deu conta disso. Mas não pode falar, não é ? ” Ce n’est pas une chose élégante ” ( risos..)

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Lula admite reduzir orçamento de ministérios com efeitos da crise

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu nesta terça-feira que, caso a crise financeira mundial atinja o Brasil com mais força, poderá haver corte dos investimentos da União previstos nos orçamentos dos ministérios. A declaração foi feita durante discurso realizado em São Paulo, no evento de comemoração dos 60 anos do SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

“Eu não posso assumir o compromisso com vocês de que se houver uma crise econômica que abale o Brasil a gente vai manter todo o dinheiro em todos os ministérios. Até porque se a União arrecadar menos, vai ter menos dinheiro para dividir com todo mundo. Só que a gente não pode vender ilusão aqui”, afirmou Lula.

O secretário-adjunto da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, disse nesta terça-feira que o crescimento da arrecadação neste ano pode ficar abaixo dos 10% previstos pelo governo até o mês passado. Ele também afirmou que os efeitos da crise econômica sobre os resultados de 2009 já preocupam o governo.

O presidente também ressaltou a participação dos países emergentes nas ações anticrise. “É importante ter em conta que essa crise pode chegar ao Brasil muito mais leve que nos países de origem. […] Mas quem está dando solidez à economia mundial são os países periféricos: Brasil, China, indica, África, os países da América Latina, entre outros.”

Lula voltou a afirmar que o país não terá pacote econômico. “Não vamos fazer nenhum pacote econômico na expectativa de que as medidas que já nos foram apresentadas dêem resultado”, disse, em referência aos pacotes apresentados pelos Estados Unidos e por governos da Europa.

Nesta segunda-feira, porém, o governo anunciou novas medidas de crédito para aliviar os efeitos da crise. A agricultura ganhará mais R$ 2,5 bilhões, e a construção civil deve receber entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões.

Na SBPC, ele destacou ainda do fortalecimento do Estado no sistema financeiro. “Até o Bush está falando em comprar ações dos bancos privados, ou seja, significa que o coração do regime capitalista começa a ter gostinho pelo papel do Estado, que esteve desmoralizado nos últimos trinta anos e agora volta a ser peça importante”

Em tom de brincadeira, o presidente comparou o papel do Estado à relação entre pai e filho. “Quando um filho adolescente vem atrás do pai? Quando está sem dinheiro ou quando está doente. Ou seja, o mercado que poderia resolver tudo e nos últimos trinta anos ditou regras para a sociedade, no primeiro fracasso, para quem eles recorrem? Ao paizão que é o Estado. Obviamente que eu acho que o Estado tem que ajudar a resolver o problema. E acho que a saída de não dar dinheiro para banco, mas comprar ações do banco é muito importante. Porque isso permite que o Estado volte a exercer o papel de influência sobre o sistema financeiro internacional, que não tinha nenhum controle”, disse.

“Aqui no Brasil nós estamos com as instituições públicas muito fortalecidas: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES. Portanto, estamos comprando carteira em bancos de investimentos que tiveram problemas e vamos comprar mais”, afirmou Lula.

Agência Estado

Rizzolo: Bem, a crise avança, setores da construção civil já sofrem forte impacto; demorou muito para Lula categoricamente afirmar que se não houver recursos reduzirá os orçamentos. É incrível a capacidade que o governo tem, em não aceitar momentos de tempestade com receio de ferir sua popularidade. Observem que este Blog vem alertando desde o início da crise, que a postura correta do governo, seria a de admitir e enfrentar a crise, e não ” dizer que era problema de Bush” ou para nós uma ” marolazinha ” ou outras frases de efeito amenizadoras e pouco realistas.

Apesar de até agora negar os efeitos da crise financeira internacional na arrecadação tributária de setembro, o secretário-adjunto da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, afirmou hoje que o crescimento das receitas em 2008 deve ser menor que o projetado no início do ano. Além disso, a confiança do empresário da indústria caiu para o menor nível desde 2005, também estima-se que as reservas já cairam pelo menos três bilhões de dólares desde o começo da crise.

E mais uma notícia pouco agradável, o dólar comercial disparou nesta terça-feira e fechou a sessão em forte alta de 5,32%, cotado a R$ 2,238 para venda. Os três leilões que o Banco Central fez no mercado de câmbio não foram suficientes para reduzir a cotação da moeda. Agora eu pergunto. Para que iludir o povo brasileiro ? Para não cair a popularidade petista ?

A percepção que tenho, é que o ” marketing” petista não admite queda de popularidade, tampouco demonstração de fraqueza partidária como no caso da eleição de Marta. O problema agora é reduzir os gastos públicos, é fazer com que o ” Paizão Estado” seja um pai responsável e doe apenas ao filho o necessário como demonstração de bom senso, e não de pai pródigo. Agora, haja dinheiro para as promessas e demandas do BNDES; por enquanto tem dinheiro restrito. Qual será a retórica se a fonte acabar? Problema de Bush, hein !

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