Agricultor que havia largado a escola vira professor e tem mais de 200 diplomas

Hélio de Oliveira é apenas um dos exemplos de que nunca é tarde para começar ou voltar a estudar e de que, independente de ser pública ou particular, a educação pode mudar a vida das pessoas. Natural de São José do Cerrito, na Serra Catarinense, ele estudou até a 4ª série, interrompendo os estudos aos 11 anos por conta da necessidade de ajudar os pais nas lavouras de milho e feijão.

Os 10 anos seguintes foram de muito trabalho, e aos 21, ele resolveu voltar para a sala de aula. Matriculou-se no ensino de jovens e adultos e viajava três horas por dia sobre o lombo de um cavalo para ir à escola e voltar para casa.

Em 1992, ele concluiu o antigo primeiro grau e começou a fazer o segundo, já em Lages. Em setembro de 1994, dois meses antes de concluir o 2º grau, prestou vestibular para matemática na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), e, em 1995, começou a atuar como professor na rede municipal de ensino.

Em setembro de 1998, ano em que se formou em matemática e se efetivou como professor do estado, Hélio ingressou na pós-graduação em Metodologia do Ensino das Ciências, concluída em maio de 2001, e, em 2003, iniciou o curso superior de direito, que concluirá no próximo mês.

Hoje, com 40 anos, Hélio de Oliveira coleciona cerca de 200 diplomas dos mais diversos cursos, duas faculdades, uma pós-graduação, tem casa própria, sítio, carro e já planeja cursar um mestrado e um doutorado. O segredo deste sucesso: apoio da família, vontade, dedicação e confiança na educação.

“É preciso ter muita fé na escola pública e colocar sempre o ensino regular como prioridade. Além disso, deve-se confiar na educação como algo que melhora vidas e realiza sonhos, pois foi o que aconteceu comigo. A falta de credibilidade na educação é muito perigosa para a sociedade”.

(* Com informações do “Diário Catarinense”)

Rizzolo: Este é um exemplo de determinação e um testemunho do valor da educação ao povo brasileiro, não importando o nível ou as dificuldades. Os projetos de inclusão da população pobre visando o ingresso nas Universidades Públicas, é essencial para aqueles que como Hélio de Oliveira se esforçaram no sentido de evoluir intelectualmente servindo à sociedade. Com efeito, não há necessidade de se ter 200 diplomas, mas se o Brasil for um país justo e digno do ponto de vista da educação e fazer com que todo brasileiro tenha pelo menos um diploma de nível técnico, já é o suficiente