Entre a Natureza e o Homem

Desde a Antiguidade, o homem tem se deparado com percalços da natureza, vivenciando-os na forma de doenças, pestes, terremotos, enchentes ou tornados, o que o torna vulnerável ao próprio planeta. Muitos foram os homens que se dedicaram a estudar e compreender esses efeitos devastadores que ocorrem desde os primórdios da humanidade, e, na verdade, somente no campo da medicina foi possível observar avanços significativos, mas em termos climáticos a imprevisibilidade ainda é fatal.

Já seria deveras preocupante se o ser humano contasse como fator ameaçador apenas com as causas supracitadas; contudo, o que observamos ao longo da História é que, além das causas naturais, estamos de tempos em tempos predispostos a violências humanas de cunho ideológico, que levam milhares de pessoas à morte. Ao contrário das causas naturais, que muitas vezes não podem ser previstas, as de origem ideológicas podem e devem ser prevenidas por meio da democracia, da liberdade plena, pelo efetivo combate ao preconceito, fator decisivo no desenrolar de histórias trágicas como as vivenciadas no período da Alemanha nazista.

É nesse aspecto, e em clima democrático, que devemos combater a tentativa de desqualificação da verdadeira história vivenciada por milhares de vítimas do holocausto, mormente quando proferida por “pseudorreligosos” como o bispo britânico Richard Williamson, que em abril terá de depor no Tribunal de Justiça alemão por expressar que o extermínio de judeus pelos nazistas não passou de uma “enorme mentira”, como publicou a revista Der Spiegel.

Muitas vezes, é desanimador observarmos que, do ponto de vista natural, a história da humanidade se traduz numa luta incessante pela sobrevivência. Todavia, muito pior que lutar para nos mantermos longe de pestes e doenças ou das tragédias climáticas incontroláveis é saber que a semente do ódio ainda é cultivada de alguma forma pelos obreiros do mal, discípulos do totalitarismo, fazendo com que a sustentabilidade entre a natureza e o homem continue a ser um dos maiores desafios das próximas gerações, que fatalmente poderão ser sacrificadas vítimas dos imprevisíveis terremotos que assolam o planeta ou exterminadas pelos terríveis vendavais do preconceito.

Fernando Rizzolo

Vaticano rejeita abertura de arquivos do Holocausto

CIDADE DO VATICANO – O Vaticano rejeitou hoje os pedidos de grupos judaicos pela imediata abertura dos arquivos secretos referentes aos anos do Holocausto durante o papado de Pio XII. A Santa Sé informou que será necessário esperar pelo menos mais seis anos antes que estudiosos possam consultar os arquivos. Historiadores e grupos judaicos exigem há anos a liberação dos documentos.

Líderes judeus e historiadores acreditam que Pio XII esquivou-se demais durante a Segunda Guerra Mundial da missão de salvar judeus da campanha de extermínio promovida por Adolf Hitler na Alemanha nazista.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, qualificou como ”compreensíveis” os pedidos de consulta aos arquivos secretos da época, mas hoje divulgou comunicado informando que a catalogação dos cerca de 16 milhões de documentos deve durar ainda mais seis ou sete anos.

Agência Estado

Rizzolo: Essa atitude do Vaticano é muito triste, e denota a conivência e o comprometimento da Igreja Católica na omissão do Papa Pio XII frente a barbáries cometidas na Alemanha nazista. Na sua missão humanitária, que é o comprometimento dos ideais cristãos, a Igreja na época, deixou de se posicionar contra o extermínio de milhões de judeus, adultos e crianças, e agora nada mais justo seria, do que abrir os arquivos secretos referentes aos anos do Holocausto. Ísso é uma dívida da Igreja Católica com o povo judeu.

Em contrapartida, hoje em dia, as maiores doações ao Estado judeu, provêm dos evangélicos dos EUA e do mundo. O conceito de que toda história do cristianismo está diretamente ligada ao povo judeu, faz com que atitudes justas como a dos evangélicos, ou protestantes, sirvam como demonstração de gratidão, a tudo o que o povo judeu fez e contribuiu para o bem da humanidade, quer no campo da ciência, da arte, da política ou da medicina.

Quando leio notícias como esta, bem como outras, constato que o anti semitismo ainda ronda o mundo. Penso que o povo judeu, de forma velada, vive ainda numa “diáspora de intolerância”, e sofre de certa forma, pela ingratidão de alguns que não reconhecem a nobre contribuição judaica pelo desenvolvimento da humanidade, como parceiros de Deus.