Anvisa determina que propaganda de alimentos avise sobre danos à saude

SÃO PAULO – Em no máximo seis meses, as propagandas de bebidas com baixo teor nutricional e de alimentos com elevadas quantidades de açúcar, de gordura saturada ou trans e de sódio vão mudar. Esse é o prazo que as empresas têm para se adequar à resolução publicada nesta terça-feira, 29, no Diário Oficial. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a decisão estabelece novas regras para a publicidade e a promoção comercial desses alimentos.

O objetivo é proteger os consumidores de práticas que possam, por exemplo, omitir informações ou induzir ao consumo excessivo. “O consumidor é livre para decidir o que comer. No entanto, a verdadeira liberdade de escolha só acontece quando ele tem acesso às informações daquele alimento, conhece os riscos para a sua saúde e não é induzido por meio de práticas abusivas”, afirma a gerente de monitoramento e fiscalização de propaganda da Anvisa, Maria José Delgado.

Ainda segundo o órgão, com a nova resolução, ficam proibidos os símbolos, figuras ou desenhos que possam causar interpretação falsa, erro ou confusão quanto à origem, qualidade e composição dos alimentos. Também não será permitido atribuir características superiores às que o produto possui, bem como sugerir que o alimento é nutricionalmente completo ou que seu consumo é garantia de uma boa saúde.

Uma das grandes preocupações da resolução está focada no público infantil, reconhecidamente mais vulnerável. Por isso a nova resolução dá especial importância à divulgação acerca dos perigos vinculados ao consumo excessivo de determinados produtos.

Alertas

Ao se divulgar ou promover alguns alimentos será necessário veicular alertas sobre os perigos do consumo excessivo. Para os alimentos com muito açúcar, por exemplo, o alerta é “O (marca comercial) contém muito açúcar e, se consumido em grande quantidade, aumenta o risco de obesidade e de cárie dentária”.

No caso dos alimentos sólidos, esse alerta deverá ser veiculado quando houver mais de 15g de açúcar em 100g de produto. Em relação aos refrigerantes, refrescos, concentrados e chás prontos, o alerta será obrigatório sempre que a bebida apresentar mais de 7,5 g de açúcar a cada 100 ml.

Na TV, o alerta terá de ser pronunciado pelo personagem principal. Já no rádio, a função caberá ao locutor. Quando se tratar de material impresso, o alerta deverá causar o mesmo impacto visual que as demais informações. E na internet, ele deverá ser exibido de forma permanente e visível, junto com a peça publicitária.

Os alertas deverão ser veiculados, ainda, durante a distribuição de amostras grátis, de cupons de descontos e de materiais publicitários de patrocínio, bem como na divulgação de campanhas sociais que mencionem os nomes ou marcas de alimentos com essas características.

Os fabricantes de alimentos, anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação que não cumprirem as exigências estarão sujeitos às penalidades da lei federal, com sanções que vão de notificação a interdição e multas entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão.
agência estado

Rizzolo: A medida é acima de tudo saudável. Não podemos deixar que os consumidores façam uso de alimentação inadequada agredindo o tipo de tratamento de cada um. A questão da quantidade, por exemplo, de açúcar é imprescindível. Classificar, mencionar, divulgar o que contém em cada produto, é o mínimo que consumidor merece em termo de informação. Agora, já existem publicitários alegando a ingerência governamental nas propagandas. Ora o que querem esses publicitários ? Vender mais, à custa da saúde do trabalhador ? O governo deve sim através da Anvisa, determinar via divulgação do que está o consumidor ingerindo, os que são contra prezam, mais o lucro do que a saúde do pobre povo brasileiro.

A janela do quarto e a mulher que orava

Olhava fixamente pela janela, era um olhar distante e pensativo, lá fora o asfalto úmido e frio, dava a impressão que aquele quarto de um antigo hotel em Nova Iorque me convidava para permanecer por lá mais tempo, e tomar um outro café. Afinal de contas, nem sequer tinha naquele dia, e até aquela hora, feita minha reza da manhã. Por aquela janela antiga e de tamanho descomunal com as modernas, fixei meus olhar na rua vendo o movimento dos carros e procurava entender: Aonde estava Deus naquela manhã que eu não o encontrava?

Por mais que eu me concentrasse não conseguia conectar-me
Com Deus. Tentava, mas as idéias me roubavam a concentração. Cheguei a temer por certo momento, que Ele havia decidido definitivamente se ocultar de mim, e que aquele dia era o início de uma percepção de que o Grande Arquiteto do Universo tivesse enfim virado suas costas a mim.

Resolvi então, cumprir meu ritual daquela manhã de forma simples, apenas pronunciando as palavras, afinal tinha ainda naquele dia, muitos compromissos em Manhattan e no Brooklyn, aquele bairro judaico que todos conhecem. Já por volta do meio-dia, resolvi como sempre, ir a um restaurante vegetariano, muito embora sabia que alimentação vegetariana num bairro judaico, um reduto casher, encontraria eu certa dificuldade. Imaginei talvez que poderia descobrir algo judaico e vegetariano, mas a tentativa de algo que conciliasse as duas cozinhas, foi em vão.

Foi quando então um chinês de estatura menor do que um chinês comum, de forma gentil me apontou para um restaurante ao lado de uma igreja presbiteriana que destoava daquele mundo judaico do bairro. O clima aconchegante cheirava a incenso com uma mistura a odores de ervas exóticas, tudo envolvido num clima indiano. A proprietária, uma americana que morou muitos anos na Índia, era uma vegetariana inveterada, algo comum em Nova Iorque.

Mais que depressa procurei um lugar ao canto, pedi meu prato e comecei a observar as pessoas que ali freqüentavam. Ao meu lado sentou uma mulher de origem irlandesa, olhou o cardápio e pediu seu prato. Seu rosto era claro e sua estatura alta, seus olhos castanhos tinham algo de ingenuidade, uma ingenuidade irlandesa dessas do campo, daquelas trabalhadoras filha de pastores. Ao chegar seu prato, postou-se de uma forma rígida à mesa, e com as mãos fechadas levadas entre os olhos, começou a orar sobre seu prato. Acompanhei aquele gesto de forma discreta, e constatei que após a oração, sentia ela ao iniciar a sua refeição, certa satisfação para com Deus.

Naquele instante já tinha terminado meu almoço. Levantei-me pensativo, tomei um táxi, e no trajeto a outro compromisso comecei a me questionar: Quantas formas existem de se chegar a Deus? Provavelmente aquela mulher que orava naquele instante, nem sequer havia procurado por Deus pela manhã, como eu havia feito em vão, mas o encontrava ao olhar os alimentos, de uma forma simples, assim como os judeus ortodoxos o fazem com as “brachot” (bênçãos). Mas não seria muito? Pensei com um ar de quem já procurava Deus em “horários nobres”, e estava liberado. Para que precisava eu, além de rezar pela manhã, lembrar Dele também nas refeições?

Foi quando senti algo dentro de mim maior que meus questionamentos. A imagem da mulher que orava havia se fixado muito na minha mente, seu gesto hábil, firme, em se colocar para a oração diante dos alimentos me impressionou. Havia sentido que Deus estava com ela de forma iluminada naquela oração, e isso era claro até pela respiração dela ao finalizar a prece. Ela havia se conectado daquela forma e do seu jeito, e eu pela manhã não havia conseguido pela forma convencional, que entendia ser a única.

Ao voltar ao Hotel, já anoite comecei a ler os livros judaicos sobre as bênçãos aos alimentos e descobri que ao orarmos antes de ingerirmos os alimentos, os energizamos e o alimento passa a ser um alimento também para a alma. Naquela mesma noite exercitei o novo ato sagrado; desci até o restaurante do Hotel, e pedi um sanduíche, ao chegar, olhei para meu alimento de uma forma diferente, a agradecer a Deus por aquele momento a enxerga-lo como algo criado por Ele, energizando-o de alguma forma, tornando-o um alimento também para a alma. Foi quando então senti Deus ao meu lado, ele reapareceu para mim de uma forma diferente, numa relação entre a matéria alimento e a oração, o link foi o alimento, uma matéria criada por Ele e lembrado por mim por sua criação.

Do outro lado do salão do Hotel, havia um cego com cão guia labrador, que olhou para mim como se rindo estivesse. Cheguei ao cego e perguntei o nome daquele lindo cachorro, e sorrindo me disse: Kalev.

– Kalev ? – exclamei !

– Sim Kalev – disse ele.

– O senhor sabe o que Kalev em hebraico? – me perguntou ele.

– Sim, respondi, Kalev é a palavra cão em hebraico, e significa “perto do coração”.

O cego com um sorriso complementou.

– O Kalev me acompanha em tudo que faço, quando rezo sinto ele pensar em Deus também, e isso me ajuda. – disse ele, alisando seu o cão companheiro que lambia suas mãos.

Olhei para baixo, balancei a cabeça, dei um leve sorriso, e subi. Cheguei frente à janela do quarto, olhei para a rua e pensei: Muitas são as formas de encontrar Deus, e muitas são as formas dele conversar conosco. Pode ser através da oração, de um quarto de hotel, num restaurante, num alimento, ou num simples olhar de um cão chamado kelev.(aquele que está sempre perto do coração)

texto de Fernando Rizzolo

Tenha um sábado feliz e uma semana de paz !

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Lula pede ‘carinho’ na análise de reajuste do Bolsa-Família

BRASÍLIA – Na primeira parte da reunião ministerial desta segunda-feira, 9, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que os mais pobres estão tendo uma perda maior por causa da inflação de alimentos, da ordem de 8%. Por isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende que é preciso que os ministros da Fazenda e do Planejamento, Paulo Bernardo, “analisem com carinho” a possibilidade de aumento do Bolsa-Família.

Durante a reunião, Lula foi apresentado ao programa “Mais Alimentos” pelo Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. O objetivo do programa é aumentar a produção de alimentos já a partir do próximo Plano Safra, a ser lançado ainda neste mês. O governo está preocupado com o aumento dos preços dos alimentos e o impacto na inflação. Por isso, o próprio presidente Lula defendeu a elevação do valor dos benefícios pagos pelo programa Bolsa-Família, no País.

Na sua exposição, Mantega mostrou que os preços dos alimentos estão aumentando 12%, enquanto os dos demais itens estão aumentando 3%, dando um impacto médio na inflação da ordem de 5%. “Por isso, quem mais está sofrendo com isso são os mais pobres”, avaliou o ministro na reunião, fazendo com que o presidente passasse a defender o reajuste do benefício que atinge 11 milhões de famílias.

Lula não falou em índices em que o Bolsa Família pode ser reajustado. Na reunião da semana passada, o presidente recebeu uma proposta do ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, de aumento de 6% do benefício. Existem, no entanto, outros estudos de impacto sendo avaliados pela área econômica. A idéia do governo é definir este reajuste antes do dia 4 de julho, para evitar problemas com a lei eleitoral.

Produtos

Apesar da preocupação com os alimentos, os dados disponíveis pelo governo demonstram que boa parte de seus preços já está se acomodando, embora ainda haja problemas em relação ao feijão e à carne bovina. “A inflação de alimentos chegou ao ponto mais alto e a tendência daqui pra frente é cair”, informou Mantega.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, por sua vez, emendou mostrando como está o comportamento dos preços dos alimentos dos últimos 30 dias. E avisou que em “vários (produtos), estão caindo”, citando como exemplo os preços do trigo e da soja. Ele salientou, porém, que “a preocupação maior do governo, no momento, é em relação aos preços do feijão e da carne bovina”.
Agência Estado

Rizzolo: Os pobres na verdade são os mais atingidos pela pequena inflação que está surgindo, contudo, poderiam ser mais bem atendidos se o governo implementasse uma política de desenvolvimento que não focasse apenas o combate à inflação, amordaçando o desenvolvimento do País em função das altas taxas de juros. Contudo, como o governo não tem correlação de forças para mudar os desígnios de Meirelles e a turma do Copom, vem ao socorro da população pobre aumentando o valor a ser pago pelo Bolsa Família, o que considero muito bom.

Não podemos sacrificar um programa de inclusão apenas porque o BC não quer um maior desenvolvimento, aliás, no meu entender Bolas Família sempre foi uma questão emergencial, mas ao que parece Lula que perpetuar a “mesada”, muito embora necessária. Temos sim que combater a política de alta dos juros, que beneficiam apenas especuladores que pouco se importam com os pobres. Precisamos gerar 5 milhões de empregos por ano, e não apenas lamentarmos o aumento da inflação e combatê-la aumentando o valor da Bolsa Família. Mas ao que me parece por trás do aumento do valor está as vantagens eleitoreiras. Mas enfim, melhor uma família sem fome e sadia do que esperarmos pelo desenvolvimento integral do País, neste caso concordo com Lula. Sempre entendi o Bolsa Família um programa transitório, mas não é que estamos observando.