Zelaya: ‘Lutar pela democracia não deveria ser crime’

TEGUCIGALPA – O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou que “lutar pela democracia não deveria ser um crime”. Em entrevista a um repórter da “France Presse” na noite de ontem, ele disse que é preciso união entre os hondurenhos “a fim de se chegar à paz”. Zelaya está desde a segunda-feira abrigado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, capital do país.

A representação diplomática foi cercada na segunda-feira por policiais e soldados, que expulsaram os partidários do presidente deposto concentrados na área. As forças oficiais, porém, já disseram que não vão invadir o local. Zelaya está na embaixada junto com a mulher, Xiomara Castro, e filho Jose Manuel, além de vários partidários. Em 28 de junho, ele foi deposto em um golpe militar e expulso do país.

O governo de facto, do presidente Roberto Micheletti, fez hoje uma oferta de diálogo para resolver a crise. Porém ressaltou que é preciso que Zelaya descarte voltar ao poder. Micheletti disse que o presidente deposto deve aceitar as eleições que o país realizará em 29 de novembro. As informações são da Dow Jones.
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Rizzolo: Bem lutar pela democracia realmente não é crime, porem solapar as instituições, tentar rasgar a Constituição, e iludir o pobre povo através de ” eleições dirigidas e plebiscitárias” isso sim é um crime. Legitimar tudo através do voto, tripudiando as instituições, a segurança jurídica, as normas legais é a forma mais moderna de atingir um autoritarismo nefasto. Depois é só deitar de barriga para cima na Embaixada do Brasil, não é ? É bom lembrar: Zelaya foi deposto PARA QUE A LEI SE CUMPRISSE.

Azeredo critica atitude do Brasil em relação a Honduras

BRASÍLIA – O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), convocou para hoje, às 15 horas, reunião extraordinária da comissão, a fim de debater a crise política em Honduras e o refúgio do presidente deposto, Manuel Zelaya, na Embaixada brasileira. Azeredo criticou a atitude do governo brasileiro de receber Zelaya e disse que a declaração do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, de que o governo brasileiro foi surpreendido com a volta de Zelaya ao país, “não convence”.

Azeredo também afirmou hoje que o Brasil “exagerou” ao abrigar Zelaya na embaixada. Na opinião do senador, o governo brasileiro deveria ter deixado a Organização dos Estados Americanos (OEA) procurar uma solução para o impasse. “O Brasil estava certo ao protestar contra o golpe em Honduras, mas, no meio do caminho, houve um exagero do Brasil em buscar um destaque internacional”, ponderou o senador.

“Esta situação é grave, e o Brasil fica procurando sarna para se coçar. Essa história de que foi surpresa o Zelaya aparecer por lá não convence”, disse o senador, referindo-se às declarações do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em Nova York, negando que o governo brasileiro soubesse antecipadamente do retorno de Zelaya ao país. Azeredo afirmou que não conseguiu conversar com o chanceler brasileiro nos últimos dias, mas informou que vai discutir o assunto com os demais membros da comissão.

Mercadante

O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), criticou a declaração feita por Azeredo, de que o Brasil, ao abrigar o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na Embaixada brasileira naquele país, “procura sarna para se coçar”.

“O direito de abrigo em uma embaixada é uma condição fundamental do estatuto da defesa dos direitos humanos e foi utilizado por muitos brasileiros, inclusive por militantes do PSDB, no golpe do Chile, quando ficaram meses amontoados em embaixadas para fugir da perseguição da ditadura de Pinochet”, disse Mercadante.

O senador do PT afirmou que as críticas devem ser feita aos “golpistas” que tomaram o poder em Honduras, e não à Embaixada brasileira, que, segundo o chanceler Celso Amorim, não soube antecipadamente do retorno de Zelaya ao seu país.

“O que os democratas do Brasil precisam, neste momento, é condenar com veemência o golpe em Honduras e garantir a integridade física do presidente deposto Manuel Zelaya e restabelecer o estado democrático em Honduras como exigem a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas (ONU), que expulsou o representante dos golpistas da última reunião, e como têm feito os principais países democráticos”, afirmou Mercadante.

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Rizzolo: Em primeiro lugar Manuel Zelaya nunca foi democrata, se fez usar da democracia plebiscitária para afrontar as instituições e violar a Constituição de seu País. O Brasil procurou sim “sarna para se coçar”, deveria como afirmou Azeredo, ter deixado a Organização dos Estados Americanos (OEA) tomar partido dessa questão. Agora o Sr. Mercadante ao defender a democracia, se esquece que quando todos os democratas brasileiros clamavam sua postura em relação a Sarney, há algumas semanas, preferiu calar-se. Conclamar desta feita os democratas do Brasil à causa hondurenha, é algo no mínimo surrealista. O Brasil se mete em cada fria em nome do esquerdismo….

Presença de Zelaya em Honduras pode facilitar o diálogo, diz Amorim

De Nova York e Caracas para a BBC Brasil – O Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou, durante coletiva nesta segunda-feira em Nova York, que a presença do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na embaixada brasileira na capital, Tegucigalpa, pode facilitar o diálogo para o fim da crise política no país.

“A presença dele em Honduras certamente é um fato novo que já é decorrência, creio eu, também de várias medidas da comunidade internacional e creio que isso facilitará um diálogo, se houver disposição efetiva para tanto, e para que se encontre rapidamente uma solução”, afirmou.

Segundo Amorim, a Organização dos Estados Americanos (OEA), deve exercer um papel fundamental nas negociações políticas em Honduras.

“Se a OEA não servir para garantir um governo democrático, para que vai servir a OEA? E se a OEA quiser recorrer a um outro facilitador, se o presidente (da Costa Rica, Oscar) Arias quiser continuar a ter uma participação e se os envolvidos acharem que isso seja útil, porque não? O Brasil esta pronto a ajudar no que for necessário”, disse o ministro.

Mais cedo, Amorim confirmou que Zelaya teria pedido abrigo na embaixada brasileira em Honduras no seu retorno ao país, quase três meses após a deposição.

Zelaya foi deposto da Presidência no último dia 28 de junho. Em seu lugar assumiu o presidente interino Roberto Micheletti.

Ainda nesta segunda-feira, o governo interino decretou o toque de recolher em todo país, que está valendo até às 7 hrs (horário local), podendo ser renovado.

Momento

O ministro não soube explicar a razão pela qual o presidente Zelaya teria escolhido esse momento para voltar a Honduras e que ficou tão surpreso quanto a mídia internacional sobre o retorno do líder.

Apesar disso, Amorim disse que não surpreendeu o fato de o presidente ter pedido abrigo à embaixada brasileira.

“Nós temos mantido uma posição de coerência, a postura do Brasil foi sempre de apoio à restituição do poder do presidente Zelaya, – o presidente constitucional de Honduras. E nós sempre procuramos uma solução pacífica e rápida, o que já estamos dizendo há três meses. O que terá levado o presidente Zelaya a escolher esse momento não sabemos dizer”, afirmou o ministro na coletiva.

Segundo o ministro, “o Brasil não tem contato oficial com o governo de (Roberto) Micheletti com exceção (de assuntos) como o recolhimento de lixo ou coisas assim.”

Futuro

Celso Amorim disse ainda que é difícil prever o que deve acontecer daqui para frente no cenário político em Honduras.

Segundo o ministro, Zelaya chegou com seus próprios recursos a Tegucigalpa, pelas montanhas e desarmado.

“Fomos abordados primeiro por uma deputada e depois por sua esposa, (Xiomara Castro,) minutos antes de ele entrar na nossa embaixada. E nossa posição continua ser que o presidente Zelaya retorne ao governo. Nós estamos confiantes de que a presença dele em Honduras facilitará (esse processo)”, afirmou.

“Também consideramos muito importante que as autoridades do governo interino tomem conhecimento de que qualquer ameaça ao presidente Zelaya, sua mulher ou a embaixada, será considerada uma grande afronta ao direito internacional e estou certo de que isso não vai ocorrer.”

Segurança

O ministro afirmou que não teme pela segurança da embaixada em Honduras.

“Essas coisas sempre inspiram cuidado porque sempre pode haver um ato de pessoas irresponsáveis. Mas nós confiamos que haja o mínimo de sensatez das autoridades do de fato e que elas possam zelar pela segurança sem violência, sobretudo sem violência contra as pessoas que foram acolher e receber o presidente de Honduras”, afirmou.

O ministro disse, no entanto, que o governo brasileiro tomou algumas medidas de prevenção para garantir a segurança do órgão brasileiro no país.

“Acionamos os canais que pudemos acionar: a OEA e pedimos que nosso embaixador (em Washington) entrasse em contato com as autoridades americanas. E tanto a OEA e o funcionário do governo americano com quem nosso embaixador conversou nos assegurou que isso estava sendo feito”, afirmou.

“Nossa maior segurança é o apelo ao bom senso, mesmo porque não temos de uma hora para outra aumentar a segurança física da embaixada. (..) Confiamos primeiro no espírito pacífico do povo hondurenho e confiamos também que há um processo de diálogo que vai continuar”, disse Amorim.

Multidão

O embaixador de Honduras em Washington, Enrique Reina, que é rompido com o governo interino de Roberto Micheletti e fiel ao líder deposto Manuel Zelaya, disse que o prédio que abriga a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa foi rodeado por uma multidão, vinda de diferentes partes do país.

Reina afirmou que o toque de recolher decretado pelo governo interino despertou temores entre os correligionários do líder deposto, uma vez que vários manifestantes pró-Zelaya de diferentes partes do país estariam indo para a capital Tegucigalpa.

Zelaya teria convocado uma reunião com integrantes do governo interino em Tegucigalpa e estaria aguardando o pronunciamento da Organização de Estados Americanos (OEA), que realizou um encontro de emergência para discutir a situação em Honduras.

Em entrevista à BBC nesta segunda-feira, Zelaya confirmou que o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, deve chegar a Tegucigalpa nas próximas horas.

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Rizzolo: Vou ser bem objetivo. Entendo a postura do governo brasileiro muito perigosa, e de ousada não tem nada. Abrigar esse cidadão patrocinando o seu retorno ao país, quando a conseqüência dessa volta pode ser uma guerra civil, é algo sério e que esbarra na inconseqüência. Poderíamos em Direito chamar esta postura de dolo eventual, pode-se prever o resultado, e se o resultado for um conflito armado o Brasil já está envolvido. Em um pronunciamento no rádio, o presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, exigiu que o Brasil entregue o presidente deposto, Manuel Zelaya, às autoridades hondurenhas.

Agora eu pergunto : Para que? Democrata esse Zelaya nunca foi, pois queria passar por cima da Constituição e as instituições. Isso é que chamo de ” gastar vela boa, com defunto ruim “. Coisas de ” companheiros da América Latina “, idealizadas por Amorim, essa visão esquerdista fora de moda e ultrpassada, que só tem eco, nos amantes bolivarianos. Quer ter posturas de esquerda? Tenha-as legitimando-as como procuro fazer em meus textos, fundamentando-as, agora ações isoladas, inconsequentes, sem ouvir nem mesmo seus parceiros em entidades multilaterais – ONU, OEA ou aquela bobeira de Unasul, não dá não é ?

Venezuela expulsa chefe de ONG de direitos humanos

CARACAS – O governo venezuelano expulsou na noite de quinta-feira, 18, o diretor para as Américas da Human Rights Watch (HRW), José Miguel Vivanco, horas depois da apresentação em Caracas de um relatório do grupo com críticas ao Executivo do presidente Hugo Chávez, dizendo que ele investe contra a separação de poderes, a liberdade de imprensa e o direito à organização sindical, entre outras acusações.

Segundo a BBC, o relatório apresenta um balanço dos 10 anos de gestão de Chávez no qual afirma que o governo “debilitou as instituições democráticas e as garantias de direitos humanos” neste período. O Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolas Maduro, disse que Vivanco violou a Constituição do país. O documento foi divulgado uma semana após a expulsão do embaixador dos Estados Unidos na Venezuela.

Em nota, o ministério das Relações Exteriores da Venezuela disse que o chileno José Miguel Vivanco violou a Constituição do país ao “interferir ilegalmente nos assuntos internos” do país. “Com base nos valores constitucionais de defesa da soberania nacional e da dignidade do povo venezuelano, (o governo) decidiu expulsar do território venezuelano o referido cidadão”, diz a nota. O assistente de Vicanco e co-autor do relatório, o americano Daniel Wilkinson, também foi expulso.

“É política do Estado venezuelano, apegado aos valores da mais avançada e democrática constituição que tenha tido nosso país em sua história, fazer respeitar a soberania nacional e garantir às instituições e ao povo sua defesa frente a agressões de fatores internacionais”, diz a nota venezuelana. Essas “agressões de fatores internacionais” respondem “a interesses vinculados e financiados pelas agências do Governo dos Estados Unidos da América, que após a roupagem de defensores dos Direitos Humanos, desdobram uma estratégia de agressão inaceitável para nosso povo”.

No documento, intitulado “Intolerância política e oportunidades perdidas para o progresso dos direitos humanos na Venezuela”, a organização, que tem sede em Nova York, afirma que depois do fracassado golpe de Estado contra o presidente venezuelano, em 2002, Chávez teria “tomado” as instituições do Estado. Entre as principais áreas criticadas aparecem “o controle” do governo sobre o poder judiciário, “discriminação política aos opositores”, “limitações à liberdade de expressão e ao sindicalismo”.

Uma das principais críticas apresentadas no documento afirma que na Venezuela “não há separação de poderes” e utiliza como exemplo a ampliação do número de cadeiras no Tribunal Supremo de Justiça, de 20 para 32, em uma reforma realizada em 2004. Na avaliação da HRW, esse sistema teria sido implementado para que os magistrados favoráveis ao governo alcançassem maioria. Essa mudança foi qualificada pela HRW “como a mais grave violação do estado de direito”, desde o golpe de 2002.

“Existe uma ausência de controle judicial, o que tem sido aproveitado por Chávez para aplicar políticas discriminatórias que limitam o exercício da liberdade de expressão dos jornalistas, da liberdade sindical dos trabalhadores e da capacidade da sociedade civil de promover os direitos humanos”, afirmou José Miguel Vivanco, diretor da HRW, durante a apresentação do informe, nesta quinta-feira em Caracas.

Para German Sálton, representante do Estado venezuelano na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, o informe é “incorreto” e não contempla aspectos que, a seu ver, são “conquistas” dos 10 anos de governo. “A realidade venezuelana mostra números diferentes deste informe: o governo erradicou o analfabetismo, levou saúde à população mais pobre, garante acesso ao trabalho, isso é respeito aos direitos humanos, não violação”, afirmou Sálton. “Quando houve o golpe de Estado e o canal estatal foi tirado do ar, esta organização não emitiu nenhuma frase condenando esta violação à liberdade de expressão, nem tampouco contra o golpe”, acrescentou.

Para Saul Ortega, deputado da Comissão de Relações Exteriores da Assembléia Nacional, a divulgação do informe está relacionada com a mais recente crise diplomática entre Venezuela e EUA. Na semana passada Chávez ordenou a expulsão do embaixador norte-americano de Caracas “em apoio à Bolívia” e recebeu uma idêntica resposta por parte da Casa Branca. “Não é por acaso que depois da expulsão do embaixador norte-americano os EUA começaram a nos atacar com os dois temas centrais para desqualificar um governo: narcotráfico e direitos humanos”, afirmou Ortega à BBC Brasil. Há dois dias, o governo dos EUA incluíram a Venezuela e Bolívia na lista de países que fracassaram na luta contra o tráfico de drogas no último ano.

‘Discriminação’

No seu balanço sobre a gestão de Chávez, a HRW afirma que “a discriminação política” tem sido uma das características da atual Presidência. De acordo com o documento, houve “demissão de opositores políticos em algumas instituições estatais” e a criação de “sindicatos paralelos” aliados às políticas governamentais.

O deputado Saúl Ortega nega a existência de perseguição de trabalhadores opositores ao governo e disse que o Parlamento criou uma lei para coibir esta prática. “Há uma lei vigente que proíbe as demissões injustificadas, para, entre outras coisas, impedir este tipo de abuso de poder por motivações políticas”, afirmou. Entre outras considerações, Human Rights Watch “recomenda” ao governo o “reestabelecimento da credibilidade” do Tribunal Supremo de Justiça e a criação de um organismo autônomo que administre a freqüência de rádio e televisão.
Agência Estado

Rizzolo: O relatório do diretor para as Américas da Human Rights Watch (HRW), José Miguel Vivanco, confirma aquilo que sempre tenho dito neste Blog, e que os sonhadores do regime chavista, e de seu clone indígena Evo Morales, insistem em afirmar que nestes referidos países ” reina a democracia”. Com efeito, o relatório é preciso na aferição das funções do ponto de vista de autonomia dos institutos que norteiam o que podemos chamar de democracia. Chavez ampliou de forma manipulatória, o número de cadeiras no Tribunal Supremo de Justiça, de 20 para 32 para que com isso, os magistrados favoráveis ao governo alcançassem maioria, o que denota patente violação do Estado de Direito. Controlando o Judiciário, Chavez fica livre para a aplicabilidade das políticas discriminatórias que limitam o exercício da liberdade de expressão dos jornalistas, da liberdade sindical dos trabalhadores e da capacidade da sociedade civil de promover os direitos humanos.

Quanto as minhas críticas à ajuda do governo brasileiro à Bolívia, o cerne da questão esta na conceituação do que é uma verdadeira democracia. Vender caminhões ao exército boliviano, municiando -os com equipamentos, e ao mesmo tempo observarmos essas posturas manipulatórias do ponto de vista político, nas atitudes radicais de expulsão de entidades, embaixadores, interferindo na liberdade de expressão, entendo como não sendo proveitosa e correta. E isso podemos constatar quer no governo de Chavez ou de Morales.

Fica sim aos olhos da comunidade internacional, que o Brasil chancela tudo isso, e que participa desta visão torpe de democracia plebiscitária manipulada, o que é claro, não convém nem um pouco a nós. Mais uma vez, o “socialismo bolivariano” vem provando que gosta mesmo da democracia apenas quando possui o total controle, e quando não o tem, culpa o imperialismo, expulsa embaixadores e põe para fora as instituições não alinhadas. Mas parece que aqui no Brasil a resposta da esquerda é o silêncio, e a satisfação no suprimento de caminhões ao socorro dessa nova “democracia” que se instala na América Latina. E que o Human Rights, em seu documento intitulado “Intolerância política e oportunidades perdidas para o progresso dos direitos humanos na Venezuela” parece já ter identificado sua exegêse. Depois vem os esquerdistas dizer: ” Olha aí esse Rizzolo imperialista defendendo a Quarta Frota ” ! Como democrata vou defender o que? As manobras Russas com Chavez no Caribe ? Ora, faça-me o favor , não é ?

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Lula sobre expulsão do embaixador: “O Evo está correto”

Nem pensar em ingerência brasileira na Bolívia; muito menos tropas”, disse Lula. Mas o Brasil vai auxiliar com a venda de caminhões e ônibus ao Exército Boliviano e com ajuda da Polícia Federal na fronteira. O presidente pediu aos ministros da Justiça, Tarso Genro, e da Defesa, Nelson Jobim, para entrar em contato com autoridades bolivianas a fim de tratar dessa colaboração. Na entrevista, Lula criticou a interferência de embaixadas dos EUA em assuntos internos de países da América do Sul em diversos momentos da história do continente, ao comentar a decisão de Evo Morales de expulsar da Bolívia o embaixador norte-americano.

Lula gravou a entrevista durante a manhã, nos jardins do Palácio da Alvorada. A íntegra da entrevista será exibida hoje, na estréia do programa 3 a 1, às 22h, na TV Brasil. O programa é apresentado pelo jornalista Luis Carlos Azedo e vai ao ar todas as quartas-feiras. Também participam da entrevista de hoje a diretora de jornalismo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Helena Chagas, e o jornalista convidado Cristiano Romero, do jornal Valor Econômico. Muitas das perguntas foram coletadas nas ruas, feitas por telespectadores de várias capitais brasileiras.

A entrevista com o presidente Lula é a primeira de uma série com ex-presidentes e outras personalidades. Estão sendo convidados Fernando Henrique Cardoso, Itamar Franco, Fernando Collor e José Sarney. O entrevistado do 3 a 1 da semana que vem será o cineasta Bruno Barreto, que teve o filme Última Parada 174, indicado para concorrer ao Oscar de filme estrangeiro.

A seguir, o trecho da entrevista sobre a questão boliviana:

TV Brasil: A crise boliviana está exigindo uma mobilização dos países sul-americanos. O senhor vai realmente mandar o Ministério da Defesa, ajuda logística e tropas para o Evo Morales fazer frente aos grupos armados que estão tumultuando o país?
Luiz Inácio Lula da Silva: Nem pensar em ingerência brasileira na Bolívia; muito menos tropas. Ou seja, o que nós acertamos com o Evo Morales e foi uma coisa extremamente importante porque foi a primeira grande decisão da União Sul Americana de Nações, uma decisão na minha opinião histórica em que a gente baliza aquilo que a gente entende que deva ser a relação dos vizinhos com a Bolívia, na expectativa de que o povo boliviano, através de seu governo e de sua oposição, acate as orientações e a gente possa voltar à normalidade na Bolívia. O que é muito importante para os países vizinhos e para a Bolívia, que só vai se desenvolver se estiver em paz.

TV Brasil: Mas qual a ajuda brasileira para a Bolívia?

Lula: Qual a ajuda? Veja, o Evo Morales pediu para a gente ver se pode vender caminhões para as tropas dele. Nós vamos tratar de ver se a indústria automobilística brasileira pode produzir, e com uma certa rapidez, alguns caminhões para a Bolívia. E ele pediu também, e o ministro Tarso Genro disse que a polícia já estava lá; pedir para o Tarso ligar para o ministro da Justiça do Evo Morales para tentar estabelecer uma ação conjunta da Polícia Federal na fronteira para evitar trânsito de pessoas, de gente com armas, evitar contrabando, evitar o narcotráfico. E, ao mesmo tempo, vou pedir para o Jobim também falar com o ministro da Defesa da Bolívia para ver essa coisa da ajuda com caminhões, ônibus, que eles estão precisando também.

Ou seja, no fundo, no fundo, o Brasil precisa fazer um esforço muito grande porque nós temos mais de 3 mil quilômetros de fronteira com a Bolívia e nós queremos que ela esteja em paz porque em paz ela vai crescer; em guerra não.

TV Brasil: Esse tipo de ajuda não pode ser encarado como uma interferência do Brasil em assuntos de um país vizinho?

Lula: Não pode. Se fosse assim, você não poderia vender nada para ninguém. Nós estamos fazendo uma relação comercial, o Evo estava na reunião e depois que eu ouvi alguns discursos de alguns presidentes, quando chegou minha vez de falar, eu falei à presidenta do Chile: “Eu, ao invés de falar, eu queria perguntar ao Evo Morales o que ele acha que nós precisamos falar para ajudá-lo, ele é quem tem que dizer”.

TV Brasil: O Evo Morales acusa o governo dos Estados Unidos de interferir na vida interna na Bolívia, de estimular essa rebelião em Santa Cruz e em outras províncias da região. O Brasil tem boas relações com os Estados Unidos, o senhor inclusive tem excelente relação com o presidente Bush; o senhor chegou a conversar com as autoridades americanas ou com o Bush sobre esse problema na Bolívia?

Lula: Eu conversei várias vezes com o Bush, até a pedido do Evo Morales para que os Estados Unidos aprovassem rapidamente as tarifas especiais para determinados produtos bolivianos e está para ser aprovada agora, mas como houve essa expulsão do embaixador; eu penso que agora essas coisas podem ficar paralisadas. Se for verdade que o embaixador dos Estados Unidos fazia reunião com a oposição do Evo Morales, o Evo está correto de mandá-lo embora. O papel de embaixador não é fazer política dentro do país, não. Ele está como representante do seu país, numa relação de Estado com Estado, ele representa o Estado.

Aqui no Brasil, uma vez, uma embaixadora americana, em um jornal brasileiro, respondeu uma crítica que eu tinha feito ao Bush: eu mandei o Celso Amorim chamá-la e dizer que não era admissível ela dar palpite sobre a entrevista do presidente da República. E também não é de hoje, é famosa a interferência das embaixadas americanas em vários momentos da história do continente americano. Então, eu acho que houve um incidente diplomático, se o embaixador estava tendo ingerência na política lá, o Evo está correto.

TV Brasil: O senhor acha que ainda existe risco de uma divisão na Bolívia ou essa reunião da Unasul estancou completamente essa possibilidade?

Lula: Peço a Deus que tenha estancado, peço a Deus que todo mundo compreenda o que é melhor para a Bolívia. Nem sempre a decisão de uma multilateral, de uma instância como a Unasul e tantas outras da ONU são tomadas e as pessoas não cumprem. Nesse caso, nós esperamos que cumpra, porque eu acho que as pessoas estão percebendo que nós estamos bem-intencionados com a Bolívia. Todo mundo quer ajudar a Bolívia, agora é preciso que a Bolívia queira ser ajudada.
Site do PC do B

Rizzolo: Começa que essa notícia do site de esquerda está meio tendenciosa. Quando Lula afirma que, se porventura o embaixador estivesse interferindo na política interna Boliviana teria sim Morales justificativa para a expulsão. Nada de ” Evo está correto “. Estaria correto se houvesse provas. Mas esse pessoal não tem provas de absolutamente nada, é discurso sobre os fatos sem provas, é a vontade incontrolável de redigir a dialética anti americana, a velha teoria conspiratória. Vou mais longe, todo mundo sabe que essa história de União Sul Americana de Nações, essa “entidade”, foi inspirada para ser um ” front” contra os EUA, foi com certeza uma manobra sob os auspícios do chavismo, para conglomerar toda a esquerda da América Latina para que de forma uníssona, fizessem uma oposição aos EUA a potência militar democrática, agora, em relação as manobras da Rússia, ao Irã, a China, o silêncio é total. Isso eles nem comentam. Imaginem !

Agora essa ajuda do governo brasileiro à Bolívia, entendo não apropriada, venda de caminhões, e municiar o exército boliviano é ajuda sim, essa ” relação comercial momentânea” é ajudar sim um País que sem prova alguma expulsa um diplomata americano, baseado apenas nos chavões anti americanos, aquela coisa antiga de ” american go home “, faz me o favor. E mais, entendo nada política a atitude de Lula ao afirmar que certa ocasião ” tirou satisfações do governo americano, via embaixada, sobre uma observação de uma embaixadora americana”. Para que estas afirmações? Para agradar a esquerda latino americana? Nada político, ruim para o Brasil, uma contramão na forma de enxergar o que realmente ocorre. Não devemos tomar partido de absolutamente nada, não nos cabe interferirmos, afinal se o governo brasileiro não aceita nem simples opiniões de embaixadores não faz sentido interferir na soberania de outros países. Ah! Mas o chavismo cobra, viu ! O presidente já voltou outro. Voltou ou não voltou ? Aí com certeza a esquerda vai dizer. Ah! Mas esse judeu aí defende os EUA, esta aí a mando sei lá de quem… Estou a mando da minha consciência, amor ao Brasil e à democracia, esse caminho entendo como errado, falem o que quiser, tenho meu ponto de vista e ninguém é compilado a entrar neste Blog.

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Brasil quer que texto da Unasul não cite EUA, diz jornal

LA PAZ – O jornal chileno El Mercúrio publicou uma reportagem nesta segunda-feira, 15, na qual afirma que o governo brasileiro está defendendo cautela na reunião da União Sul-americana de Nações (Unasul) sobre situação na Bolívia. O encontro na capital chilena, Santiago, reúne nesta segunda vários líderes regionais para buscar uma saída para a crise política boliviana.

Segundo o jornal, o chanceler chileno, Alejandro Foxley, teria conversado com o seu homólogo brasileiro, Celso Amorim – que se recupera de uma cirurgia. Amorim teria pedido que a declaração final do encontro fosse “neutra e cuidadosa”.

O chanceler brasileiro teria afirmado que no rascunho da declaração, que está sendo elaborado pelo governo do Chile, não deveria constar qualquer alusão ao conflito entre a Bolívia, Venezuela e Estados Unidos. “Conselhos que teriam sido acolhidos pela chancelaria chilena durante a elaboração do rascunho”, escreveu o jornal.

Visões conflitantes

A influência ou não dos EUA na crise boliviana deve ser um dos temas mais polêmicos do encontro no Chile. Enquanto o Brasil defende uma postura neutra em relação ao possível papel americano, a própria Bolívia e a Venezuela culpam, ao menos em parte, os americanos pela atual crise.

Na quinta-feira os governos da Bolívia e Venezuela expulsaram os embaixadores norte-americanos de seus países. Ao chegar a Santiago de Chile, na tarde desta segunda-feira, Chávez voltou a acusar os EUA de terem participação na crise boliviana.

“Na Bolívia há uma conspiração dirigida pelo império norte-americano para derrocar a Evo Morales”. Outro ponto delicado no debate deve ser sobre o papel dos países vizinhos no conflito interno da Bolívia. No domingo, Chávez voltou a dizer que não ficará “de braços cruzados” diante de um golpe de Estado na Bolívia e advertiu que poderia ajudar a uma “insurreição armada” para “restabelecer o governo de Morales.”

Já no Chile, ele disse que os países da Unasul devem tomar uma decisão para “defender a democracia e a paz na Bolívia”. Essa posição também vai de encontro à posição brasileira, que é de não ingerência nos assuntos internos de outras nações.

Além da anfitriã Bachelet, participarão do encontro nove presidentes da região, entre eles Lula, Cristina Kirchner(Argentina), Hugo Chávez (Venezuela), Álvaro Uribe (Colômbia) e Rafael Correa (Equador). O presidente da Bolívia, Evo Morales, também confirmou sua presença.

BBC/ Agência Estado

Rizzolo: Evidentemente essa reunião da União Sul-americana de Nações (Unasul) vai servir de palco para Evo Morales , Hugo Chavez, e Correa todos munidos com o antigo discurso anti imperialismo, do qual o Brasil faz por bem não participar e não chancelar essa política de afago às esquerdas da América Latina. Com muita propriedade e cautela, o governo brasileiro se antecipou e de certa forma deu o “tom” da reunião. Essa “conversa mole” de dizer como uma matraca que os EUA conspiram contra os países de governo de esquerda, é algo que só sensibiliza os incautos, os ingênuos que ainda acreditam na teoria conspiratória. Agora é como eu sempre digo, essa Unasul já foi constituída para ” malhar os EUA”, não venham me dizer que ela tem sim ” espírito nobre ” qual nada, foi sim elaborada para ser uma frente anti americana, e por tal bem faz o governo Lula de sair pela tangente, aliás Lula já deve estar cansado dessa turma, só não tem coragem de falar. Nesse ponto entendo ele, viu !! Essa “Coisa latino americana esquerdista grudenta” deve ser duro de aguentar.

‘Não acredito em Doha’, diz Stephanes

BRASÍLIA – Autoridade máxima da área agrícola do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, declarou ontem que não acredita na Rodada Doha de comércio multilateral, da Organização Mundial do Comércio (OMC). Na contracorrente dos esforços em Genebra de seu colega Celso Amorim, chanceler da República, Stephanes argumenta que a Rodada “não servirá para nada” e a demanda por alimentos em expansão provocará inevitavelmente a liberalização dos mercados agrícolas e a redução dos subsídios dos países mais ricos ao setor.

“As negociações podem até chegar a uma saída honrosa. Mas esse acordo não significará nada”, disse o ministro. “A Rodada Doha joga com números, e não com a realidade. Em termos práticos, não há razão objetiva para trazer impacto positivo à agricultura mundial.” Stephanes trabalha com um cenário de expansão da demanda mundial por alimentos na próxima década, com novos choques nos preços internacionais. O mais próximo, previsto para 2010 e 2011. O “mundo de demanda”, em seu ponto de vista, necessariamente forçará os países ricos a reduzir seus desembolsos com os subsídios. Igualmente elevará as pressões internas por mais abertura nos países com estruturas mais protecionistas.

“A liberalização de mercados agrícolas e a redução dos subsídios vão acontecer, inevitavelmente. Não em função de rodadas da OMC, mas por razões de mercado.” Stephanes deixou claro que não expôs seu ponto de vista ao presidente Lula – que se tornou entusiasta da Rodada por influência de Amorim – porque nunca foi solicitado a fazê-lo. Mas, em várias oportunidades, apresentou sua opinião ao chanceler. Para ele, as negociações desta semana podem até chegar a uma saída honrosa, sem impacto efetivo sobre o comércio agrícola mundial. Mas esse acordo não será aceito sem resistência pelos setores industriais do Brasil e do resto do Mercosul, que pagará com redução do atual nível de proteção.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Rizzolo: Existe ainda muito romantismo por parte do governo brasileiro e dos países emergentes em relação a uma postura de abertura ao subsídio agrícola. Utiliza-se ainda um discurso de “países ricos e pobres”, algo que passa meio pelo discurso de injustiça social, e nesse aspecto concordo com Stephanes. Acredito que da forma em que os países emergentes se colocaram, principalmente o Brasil, num discurso ” sindicalesco”, tentando se impor de forma inapropriada, impositora acirrou os embates e travou a negociação.

Na verdade, o próprio mercado poderá sim influenciar as resistências dos países ricos, nada melhor do que a demanda, a expansão para a liberação dos mercados agrícolas; isso para mim significa bom senso, o próprio mercado levará a uma liberação, agora os países emergentes devem também ter uma postura menos protecionista, senão fica tudo nós e nada para eles; até porque os Estados Unidos já limitaram a US$ 15 bilhões à ajuda a seus produtores. O difícil é convencer e levar a uma reflexão um ponto de vista desse quando na visão de muitos, trva-se uma ” luta entre os ricos e os pobres”, aí fica difícil.

EUA tentam esvaziar retomada da Rodada Doha após comentário de Amorim

Os Estados Unidos já tentam esvaziar qualquer esforço para retomar hoje as negociações da Rodada Doha, que discute a liberalização do comércio mundial, baseados em um comentário agressivo do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Ele comparou a resistência dos países ricos em negociar com a atitude do chefe da propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels.

Amorim lembrou que, em sua estratégia, Goebbels dizia que uma mentira contada muitas vezes acaba sendo aceita como verdade. Dada a sensibilidade do momento atual na economia global, em que se fala cada vez mais em protecionismo, um comentário desse tipo causou melindre àqueles que esperam qualquer desculpa para dificultar o processo de abertura.

Entenda o que é a Rodada Doha

Susan Schwab, a representante comercial dos EUA –e descendente de sobreviventes do holocausto– foi a primeira a reagir, através de seu porta-voz Sean Spicer. Ela disse que “esse tipo de comentário maldoso não tem lugar nessas negociações”. Amorim pediu desculpas ontem pela declaração. Mas o que tirou com uma mão, recolocou com outra, insistindo no conteúdo da idéia de Goebbels: “Mantenho: repetir uma distorção faz com que as pessoas acreditem que ela é a verdade”.

Em um tom um pouco menos diplomático, mais crítico, Spicer disse que “no momento em que tentamos encontrar um resultado bem sucedido para as negociações, esse tipo de declaração é altamente infeliz”. “Para alguém que é ministro de Relações Exteriores, ele devia estar mais atento para alguns pontos sensíveis.”

Ele ainda afirmou: “[Amorim] fazer declarações desse tipo é incrivelmente errado. Elas são insultuosas.”

Por mais inoportuno que tenha sido o comentário, as negociações comerciais já estavam estagnadas muito antes desse episódio. A obstrução de fato é causada pela dificuldade (ou desejo) que o governo norte-americano tem de enfrentar o lobby agrícola –um dos mais poderosos do país– e cortar os subsídios aos produtores do país. Tanta atenção a um comentário mal colocado seria uma forma de desviar o foco do que realmente é o caso em Genebra: evitar que a rodada seja declarada oficialmente morta –como disse o prêmio Nobel de Economia de 2001, Joseph Stiglitz, em seu livro “Globalização: Como Dar Certo”.

No sábado, Amorim disse que os líderes dos países ricos se baseiam em fórmulas diferentes de redução de alíquotas ao se referir às negociações, o que daria a entender que as concessões que poderão fazer em agricultura são muito maiores que as que os países em desenvolvimento estão dispostos a aceitar no capítulo industrial. “Essa é uma afirmação sob medida para aqueles que não querem fazer sua parte em agricultura”, afirmou.

Ele disse ainda que é um “mito” a crença de que a questão agrícola já está fechada, e que a OMC só está à espera de que os países do Sul demonstrem sua boa vontade em relação aos produtos industrializados para que se alcance o acordo esperado. “Ainda resta muito a fazer na agricultura”, ressaltou –prevendo que um fracasso da reunião ministerial iniciada hoje pode adiar a conclusão de um acordo de livre comércio em três ou quatro anos.

Repercussão

O diário americano “The Wall Street Journal” disse em um artigo que a declaração de Amorim é “absurda e realmente preocupante, vinda de um diplomata moderado”.

Já o jornal americano “The New York Times” diz que a rodada está viva “através de aparelhos”. O diário diz que a Índia e o Brasil “se recusam a reduzir suas tarifas devido ao medo das economias movidas a exportações, como a China”.

O jornal “The New Zealand Herald” disse que a declaração de Amorim é “potencialmente um incidente diplomático”. “O comentário motivou uma pronta resposta dos EUA, cuja representante comercial, Susan Schwab, é filha de sobreviventes do holocausto”.

Folha online
Rizzolo: Como sublinha o jornal americano “The New York Times” a declaração de Amorim é absurda e preocupante, não é possível que um ministro mencione uma frase Joseph Goebbels, ainda insinuando que os EUA e a Europa se portam como nazi-fascistas em termos comerciais. É o cúmulo do politicamente incorreto, é lamentável. O que falta na realidade é preparo para negociar; é o tipo do comentário que qualquer empresa privada orientaria sua gestão a não fazer numa negociação internacional. Agora uma pergunta: o presidente Lula, o que acha desse comentário?

Joseph Goebbels: a nova arma do governo Lula na OMC

Algo está errado na política internacional brasileira. Realmente indignado, custei para acreditar ao ler neste domingo, noticias dando conta sobre as declarações do chanceler brasileiro, Celso Amorim, quando num rompante vergonhoso de cunho argumentativo, lançou mão “de uma frase” do chefe da propaganda no governo nazista, Joseph Göbbels, quando costumava dizer que se você repete uma mentira várias vezes, ela acaba se tornando uma verdade.

O infeliz insulto, formalizou-se para justificar o fato dos países ricos adotarem uma estratégia de desinformação similar na defesa de seus interesses. Segundo o chanceler, os países mais pobres demandam cortes nas tarifas agrícolas e nos subsídios concedidos pelos países ricos aos seus produtores, e segundo Amorim, a argumentação e a tática dos países mais ricos na manipulação das informações sobre as negociações da Rodada Doha, se assemelha as manobras nazistas.

Ora, não é possível que o chanceler não se antecedeu, ou não teve a percepção de que não seria de bom alvitre citar Goebbels na defesa de suas argumentações. Muitas vezes acredito que deve haver sim uma linguagem subliminar em declarações dessa natureza; estamos tratando de um Ministro das Relações Exteriores, que no mínimo possui toda rede de assessoria disponível no Planalto para que de boa forma e maneira, conduza as negociações sem, de forma alguma, macular a imagem do Brasil ou ferir os sentimentos de pessoas como a representante de Comércio da Casa Branca, associando tal prática a Susan Schwab, que é filha de sobreviventes do Holocausto. Isso fere não só a Susan Schwab, os países envolvidos, e o bom-senso; mas essa referência trazida para um momento atual de negociação internacional, dá margens á reboque, para um desconforto em toda a comunidade judaica dos EUA, Europa e Brasil.

O que não aconteceria em qualquer empresa privada, numa negociação internacional normal, acorreu com o Brasil na OMC. A falta de tato, de preparo do Brasil nas tratativas e abordagens internacionais, saltam aos olhos do mundo pela sua inépcia e deselegância; só não poderiamos imaginar que chegaríamos a tanto. As desculpas pelo ” papelão” foram dadas como de praxe e costume, mas é bom lembrar citando Benjamin Franklin, e não Goebbels, que ” Aquele que é bom para elaborar desculpas, raramente é bom em qualquer outra coisa “.

Fernando Rizzolo

Lula e Bush podem acelerar retomada de Doha, diz Amorim

Bruno Garcez
Enviado especial a Nova York

Para Amorim, negociação agrícola está ‘envolta em nuvens’
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o encontro desta segunda-feira entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush, em Nova York, permite acelerar o processo de retomada das negociações da Rodada de Doha.

Amorim disse ver “sinais positivos” de que os americanos estariam dispostos a realizar concessões no que diz respeito aos subsídios que oferecem ao seus produtores agrícolas.

Os sinais positivos aos quais se refere foram dados pela delegação americana junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) na semana passada.

O coordenador das negociações agrícolas da OMC, Crawford Falconer, recomendou a redução dos subsídios para uma faixa-limite de US$ 16 bilhões a US$ 23 bilhões por ano ao setor por parte dos Estados Unidos.

Os americanos mostraram disposição para acatar o texto sobre concessões agrícolas desde que o Brasil fizesse o mesmo em relação ao que o documento da OMC prevê para a redução de tarifas de produtos industrializados.

“No caso dos produtos industrializados, você sabe exatamente quanto custa para quem. No caso agrícola, tudo está envolto em nuvens.”

Amorim frisou que está otimista em relação a possíveis concessões por parte dos americanos no setor agrícola. “Está melhorando, a proposta do G20 era de US$ 12,5 bilhões”, disse o ministro, referindo-se ao valor que o grupo havia proposto como teto para os subsídios agrícolas nos EUA.

Portanto, segundo o chanceler, o grau de concessões que os Estados Unidos estariam dispostos a fazer estaria próximo do que é contemplado pelo Brasil e o grupo do G-20.

Segundo Amorim, retomar Doha deverá ser o tópico central no encontro entre os presidentes Lula e Bush.

Embora se mostre otimista, o chanceler disse que mantém cautela em relação a uma possível oferta americana.

“Eu sou muito cauteloso em relação a isso. As iminências acabam sendo falsas iminências.”

O ministro das Relações Exterioes prevê que um acordo básico tendo vistas à retomada de Doha possa ser estabelecido até outubro e, com isso, a rodada poderia ser concluída até o ano que vem.

BBC Brasil

Rizzolo: Esse “sinal positivo” de concessões dos EUA é na realidade uma “perola dourada” apenas para adentrarem ainda mais no mercado brasileiro. Ora, se o governo americano dificulta a exportação dos nossos produtos através dos subsídios agrícolas, temos que aprender a negociar com o que temos de melhor aqui, ou seja, temos um mercado consumidor de 190 milhões de consumidores, uma quantidade enorme de multinacionais que aqui se beneficiam com vultuosas remessas de lucro e dividendo e que nem sequer pagam Imposto de Renda ao povo brasileiro, destruindo nosso parque industrial nacional, bancos internacionais que concorrem no nosso mercado, se beneficiando com juros estratosféricos. E ainda querem mais ? Diminuem um pouquinho os subsídios e querem que nós entregamos e ampliamos mais ainda a participação deles no nosso mercado? Não, vamos negociar com as que já estão aqui, vamos aprender a ser patriota como eles, mas parece que Lula e o governo se entusiasmam à toa, com conversa mole e tapinha nas costas, mas esquecem que o empresário nacional não é tolo e sabe que temos como negociar sem ter que abrir mais. Será que temos que fazer cursinhos em Harvard para saber e aprender como explorar os outros ? Chega de abrir o mercado brasileiro para essa gente !