Talebã executa casal ‘adúltero’ por apedrejamento

Autoridades da província de Kunduz, no Afeganistão, afirmaram nesta segunda-feira que um homem e uma mulher foram executados a pedradas em um vilarejo sob controle do Talebã.

Ambos foram executados após serem acusados de ter um caso. Segundo os relatos, o homem tinha uma esposa e a mulher estava noiva.

Testemunhas disseram à BBC que o casal foi apedrejado em um mercado lotado no vilarejo de Mullah Quli no domingo.

Antes da execução da sentença, membros do Talebã afirmaram que o casal confessou o caso.

No início deste mês, relatos deram conta de que o Talebã castigou com chicotadas e depois matou uma mulher grávida na província de Baghdis.

Contra o apedrejamento
A lei islâmica, ou Sharia, pune com castigos públicos o sexo entre pessoas não casadas. O apedrejamento até a morte é a pena para os condenados por casos extraconjugais.

Durante os anos em que controlou todo o Afeganistão (1996-2001), o Talebã aplicou com rigor esses princípios.

Organizações ocidentais de direitos humanos pedem o fim deste tipo de punição, normalmente aplicada após julgamentos sumários e muitas vezes somente à mulher.

A Anistia Internacional e o movimento Stop Stonning qualificam a prática de “brutal”.

O caso de maior repercussão atualmente é o da iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, que já foi punida com chicotadas pela acusação de adultério no Irã.

Sakineh foi condenada à morte por apedrejamento, mas diversos governos e organizações ao redor do mundo pediram clemência ao governo iraniano.

Até o Brasil já ofereceu asilo à condenada – Teerã diz que nunca recebeu uma comunicação formal do governo brasileiro. Quando a oferta foi feita, o governo iraniano disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava “mal informado” sobre o caso de Sakineh.

Na semana passada, a TV estatal iraniana divulgou o que disse ser uma confissão voluntária da mulher, mas organizações de direitos humanos disseram crer que a admissão foi feita sob tortura.

Rizzolo:Infelizmente o fundamentalismo religioso das teocracias é um dos maiores problemas na esfera dos Direitos Humanos na atualidade. Com efeito a comunidade internacional se mobiliza para que essa aberração desumana não se concretize. Um país por mais religioso que seja, não deve tomar como medida executória formas de punição que agridam o ser humano, como as execuções do Irã legitimadas por valores que saltam aos olhos do mundo.

Execução de iraniana pode ocorrer a qualquer momento, alerta ONG

LONDRES – A Anistia Internacional alertou a comunidade internacional nesta quarta-feira, 11, para o grave risco que segue correndo a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada por adultério e assassinato, de ser executada a qualquer momento no Irã.

Ashtiani foi considerada culpada por ter mantido “relações ilícitas” com dois homens no ano 2006 e desde então permaneceu em prisão na cidade de Tabriz. Recentemente, ela foi condenada à morte por apedrejamento, mas a pressão internacional fez o Irã acusá-la também por assassinato e mudar a forma de execução para enforcamento.

A AI lembrou em seu comunicado que esta mulher perdeu sua principal defesa depois que seu advogado, Mohammad Mostafaei, deixou o Irã por perseguição. A organização dos direitos humanos disse que embora em 4 de agosto a condenação à morte de Ashtiani tenha começado a ser revisada no Tribunal Supremo iraniano, essa revisão poderia tratar-se de uma tentativa das autoridades do Irã para reduzir a pressão internacional.

A AI ressaltou que enquanto não existir uma declaração expressa da magistratura iraniana anulando a condenação por apedrejamento, Ashtiani “poderá ser morta a qualquer momento”. A entidade continua recolhendo assinaturas no site http://www.actuaconamnistia.org para pedir que a execução não ocorra.
estadão

Rizzolo: Infelizmente o fundamentalismo religioso das teocracias é um dos maiores problemas na esfera dos Direitos Humanos na atualidade. Com efeito a comunidade internacional se mobiliza para que essa aberração desumana não se concretize. Um país por mais religioso que seja, não deve tomar como medida executória formas de punição que agridam o ser humano, como as execuções do Irã legitimadas por valores que saltam aos olhos do mundo.

Brasil rebate críticas de relator da ONU sobre homicídios

GENEBRA – O governo brasileiro rebateu nesta segunda-feira, 8, as críticas feitas pelo relator da ONU em torno dos números de homicídios no País. Para o Itamaraty, o relator da ONU contra Assassinatos Sumários, Phillip Alston, violou normas do Conselho de Direitos Humanos da ONU, ao colocar em dúvida, na semana passada, a redução de mortes apresentadas pelo governo. A atitude do relator foi classificada como “irresponsável”.

A polêmica ocorre a uma semana da primeira visita de um presidente brasileiro ao Conselho de Direitos Humanos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falará no dia 15 de junho em Genebra perante o Conselho. ONGs internacionais e brasileiras também vêm criticando as posições do País em relação a crises no Sri Lanka e na Coreia do Norte.

A reação do Itamaraty acontece após as declarações de Alston em uma conferência de imprensa. O relator havia estado no Brasil em 2007 e preparou uma avaliação sobre a violência que foi colocada à disposição dos países na semana passada. Na quinta-feira, o governo brasileiro tomou a palavra para comentar a situação e afirmou que, entre 2002 e 2007, o número de homicídios no País havia caído em 20%.

Alston discordou dos números apresentados pelo governo brasileiro e disse ter dúvidas sobre a credibilidade dos dados. Já a Anistia Internacional denunciou o fato de que a polícia continua matando no Brasil e que não há qualquer mudanças para lidar com a impunidade.

O Itamaraty, em uma dura resposta, garantiu que Alston “está errado” e que existem estudos da USP que mostram essa queda. “Queremos convidar o relator a revisitar seus preconceitos e aposentar seus estereótipos que prejudicam sua avaliação objetiva sobre a realidade”, afirmou a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo.
agencia estado

Rizzolo: Direitos Humanos engloba uma série de fatores, e na verdade, o exterior está mais bem preparado para avaliar estas questões do que os órgão do Brasil. É claro que houveram avanços no país, mas afirmar que o número de homicídios no por aqui caiu em 20%, acho um exagero. A violência no Brasil é cabal, assustadora, e apesar dos esforços não acredito nestes números do governo.

Agora o relator como qualquer cidadão brasileiro, tem o direito de duvidar dos números, e daí. Isso é motivo para se ofender? Poucas são as críticas por parte do governo brasileiro em relação aos direitos humanos no Irã, aos direitos humanos na Coréia do Norte, enfim divergir dos números não é questão para tanto barulho; pior é o silêncio em relação à situação das mulheres no Irã e as prisões arbitrárias na Coréia do Norte.