DESPERCEBIDOS CAMINHOS DA INTOLERÂNCIA

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*por Fernando Rizzolo
Talvez uma das coisas mais difíceis na percepção da realidade política de um país seja a observação das condutas sociais que se mesclam a outras demandas. Tais demandas vêm com roupagem que legitima as causas proclamadas ¬– como as passeatas promovidas pela oposição, calcadas em interesses obscuros que assombram a democracia e a defesa das minorias, sejam estas quais forem. Com efeito, grupos que representam a extrema direita, adormecida durante anos, encontraram nas propostas da oposição ambiente propício para lançar e propagar ideais como a volta do regime militar e inspirações outras de cunho nefasto, que afloram não só no Brasil como em outros países.
Sempre na minha humilde concepção de Direitos Humanos procurei lançar textos sobre a desigualdade social, o papel do negro na nossa sociedade, a dignidade dos nordestinos no nosso país, e a defesa das minorias assolapadas pela intolerância – cuja origem deságua nas ideologias racistas, que tanto mal fizeram no decorrer da história da humanidade. Numa análise conjuntural observamos no Brasil que grande parte daqueles que apoiam a oposição na sua pauta reivindicatória baseada no esteio da liberdade de expressão, estão – sem se dar conta – servindo, de forma velada (o processo que Carl Jung chamou de “inconsciente coletivo”), a grupos de extrema direita cuja ambiguidade ideológica poderá um dia levar essas pessoas à condição de “vítimas de um tiro no próprio pé”.
A intolerância no país aumenta sim, a ponto de descobrirmos através da imprensa cidadãos promovendo o nazismo, chegando a desenhar suástica nas suas piscinas (como o ocorrido na região da cidade de Pomerode, em Santa Catarina), enaltecendo e afirmando em público seu fascínio pelas ideologias fascistas. Ora, a nossa legislação é coerente, mas a interpretação, no meu ponto de vista, é equivocada, pois se é vedada a divulgação de símbolos nazistas em público, na piscina também o deveria ser, já que, do alto, ou a bordo de uma aeronave, se pode ver o símbolo. Entendo, portanto, que a liberalidade e a impunidade, assim interpretadas, acabam sendo mais um componente a induzir pessoas e grupos a fazerem apologias dessa natureza.
Vejo com tristeza o caminho que trilha a nossa democracia, quer pelo aspecto da corrupção vergonhosa que assola o país, quer pelo afrouxamento interpretativo das mazelas históricas que resultaram no extermínio de mais de 6 milhões de judeus. Considere-se aqui também a passividade jurídica que propicia a leitura de que a liberdade de expressão está acima dos fatos nebulosos da humanidade, tornando assim assustador o destino das minorias. E o pior, tudo isso no mais silencioso movimento, como o dos mais famosos nadadores, que, quando nadam, pouca água espirram e pouco barulho fazem. Ao contrário, movimentam-se com classe e perfeição, provocando admiração nas piscinas, muitas vezes permeadas de ódio e molhadas de lágrimas.

Fidel Castro: Não creio que alguém tenha sido mais caluniado que os judeus

LA HAVANA (CJL) – “Não creio que alguém tenha sido mais caluniado que os judeus” refletiu Fidel Castro em uma entrevista concedida a um jornalista norte-americano, na qual falou, entre outras coisas, sobre Irã, Israel e Estados Unidos, sua percepção sobre os judeus e o antissemitismo.

“Castro iniciou nosso primeiro encontro contando-me que havia lido meu artigo e que este confirmava sua opinião de que Israel e Estados Unidos se dirigiam precipitada e gratuitamente a um enfrentamento com o Irã. Esta interpretação não é de se surpreeender: Castro é o ?avô? do anti-americanismo global e tem sido um duro crítico de Israel. Sua mensagem a Binyamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense, disse, era simples: Israel somente terá segurança se renunciar o seu arsenal nuclear, e o resto das potências nucleares do mundo somente terão segurança se elas também renunciarem as suas armas.

Mas a mensagem de Castro a Mahmoud Ahmadinejad, o presidente do Irã, não foi tão abstrata. Ao largo desta primeira conversa de cinco horas, Castro repetidas vezes voltou a sua crítica ao antissemitismo. Criticou muito a Ahmadinejad por negar o Holocausto e explicou que para o governo iraniano seria mais útil à causa da paz se reconhecesse a história “única” do antissemitismo e tratasse de entender o porquê os israelenses temem por sua vida.

Começou seu discurso descrevendo seus primeiros encontros com o antissemitismo, mesmo sendo ainda um menino. “Recordo-me de quando era pequeno -há muito tempo-, quando tinha cinco ou seis anos, e vivia no campo”, disse, “e lembro da Sexta-Feira Santa. Que clima respirava um menino? ‘Silêncio, Deus foi morto’. Deus morria todos os anos entre a quinta-feira e o sábado da Semana Santa, e isso deixava uma profunda impressão em todos. O que aconteceu? E me diziam: ‘Os judeus mataram Deus’. Culpavam os judeus de matarem Deus! Você se dá conta disso?”

E prosseguiu: “Pois bem, eu não sabia o que era um judeu. Conhecia um pássaro que era chamado ?judeu? e então, para mim, os judeus eram esses pássaros. Essas aves tinham um grande nariz. Nem sequer sei por que os chamavam assim. Isso é o que me recordo. Assim, de ignorância, e o mesmo ocorria com toda população.”

Explicou que o governo iraniano devia entender as consequências do antissemitismo teológico. “Isso durou cerca de dois mil anos”, disse. “Não creio que alguém tenha sido mais caluniado que os judeus. Eu diria que muito mais que os muçulmanos, porque os culpam e os difamam por tudo. Aos muçulmanos de nada os culpam.” O governo iraniano deveria compreender que os judeus “foram expulsos de sua terra, perseguidos e maltratados em todo o mundo, por serem os que mataram a Deus. Ao meu ver, isso é o que aconteceu: seleção inversa. O que é seleção inversa? Ao longo de dois mil anos, foram submetidos a uma terrível perseguição, e logo, aos pogroms. Poderia haver quem supusesse que desapareceriam. Creio que sua cultura e sua religião os mantiveram unidos como nação.? Castro continuou: “Os judeus tem levado uma vida muito mais difícil que a nossa. Não há nada que possa se comparar ao Holocausto.” Perguntei-lhe se diria a Ahmadinejad o que estava me dizendo. “Digo isso para que você possa comunicá-lo”, respondeu.

Castro então, passou a analisar o conflito entre Israel e Irã. Disse entender os temores iranianos ante a uma agressão de Israel e Estados Unidos e agregou que, pelo seu modo de ver, as sanções estado-unidenses e as ameaças israelenses não dissuadiriam a dirigência iraniana de intentar possuir armas nucleares. “O problema não vai se resolver porque os iranianos não vão retroceder ante as ameaças. Essa é mina opinião”, assinalou. Logo destacou que, a diferença de Cuba, Irã é um “país profundamente religioso” e disse que os líderes religiosos estão menos dispostos a fazerem concessões.”

No final da entrevista, Fidel demostrou que realmente estava semi-retirado. O dia seguinte era segunda-feira, quando se supõe que os máximos líderes estejam ocupados trabalhando sem a ajuda de suas economias, prendendo dissidentes e coisas desse estilo. Mas, a agenda de Fidel estava aberta. Perguntou-nos: ?Gostariam de ir ao aquário comigo e assistir o espetáculo com golfinhos?”

Não estava seguro de haver entendido bem. E isso ocorreu varias vezes, durante mina visita. ?O espetáculo com golfinhos?”

“Os golfinhos são animais muito inteligentes”, disse Castro.

Disse-lhe que tínhamos uma reunião programada para a manhã seguinte, com Adela Dworin, presidente da comunidade judaica de Cuba.

“Que venha”, disse Fidel.

Alguém à mesa, mencionou que o aquário estava fechado às segundas. Fidel falou: “Amanhã estará aberto”.

E assim foi. Na manhã seguinte, bem cedo, depois de buscar Adela na sinagoga, nos encontramos com Fidel na escada do aquário. Ele deu um beijo em Dworin, não por acaso em frente a câmeras (outra mensagem para Ahmadinejad, talvez).

Fonte: Clarín – Pelo Jeffrey Goldberg. The Atlantic Monthly

Tenham um sábado de paz !

Fernando Rizzolo

Morre aos 87 anos o escritor José Saramago

MADRI – O escritor português e Prêmio Nobel de Literatura José Saramago morreu nesta sexta-feira, 18, em sua casa em Lanzarote (Ilhas Canárias) aos 87 anos de idade, informaram fontes da sua família.

O escritor faleceu às 13 horas locais (8 horas em Brasília), segundo sua esposa e tradutora, Pilar del Rio. Ainda de acordo com ela, Saramago havia passado uma noite tranquila e, depois de tomar café da manhã com a mulher, começou a passar mal e faleceu em pouco tempo.

O autor recebeu o prêmio máximo da Literatura em 1988. Segundo a premiação, Saramago “nos permitiu mais uma vez apreender uma realidade ilusória por meio de parábolas sustentadas pela imaginação, pela compaixão e pela ironia”.

Autor de “O Evangelho segundo Jesus Cristo” e “Ensaio sobre a cegueira”, Saramago vivia em Lanzarote desde 1993 com a jornalista espanhola. O escritor foi hospitalizado diversas vezes nos últimos anos, principalmente por conta de problemas respiratórios.
agência estado

Rizzolo: Lamento sua morte, porem como pessoa religiosa que sou, sempre discordei das suas contradições, de suas obras controvertidas, de seu antissemitismo, de uma busca de Deus, quando ele mesmo dizia não acreditar em algo superior. O que era mais ambíguo, paradoxal e interessante no discurso de Saramago era a energia que ele despendia para criticar, debater e contradizer algo que ele mesmo acreditava que não existia. Para a literatura pode ter sido uma perda, mas em relação às suas idéias,e acima de tudo pelo seu antissemitismo, pessoalmente não sentirei saudade.

Visita indesejável

O mesmo país que tentou oferecer segurança e consolo a vítimas do Holocausto estende honras a quem banaliza o mal absoluto?

É DESCONFORTÁVEL recebermos no Brasil o chefe de um regime ditatorial e repressivo. Afinal, temos um passado recente de luta contra a ditadura e firmamos na Constituição de 1988 os ideais de democracia e direitos humanos. Uma coisa são relações diplomáticas com ditaduras, outra é hospedar em casa os seus chefes.

O presidente Ahmadinejad, do Irã, acaba de ser reconduzido ao poder por eleições notoriamente fraudulentas. A fraude foi tão ostensiva que dura até hoje no país a onda de revolta desencadeada. Passados vários meses, os participantes de protestos pacíficos são brutalizados por bandos fascistas que não hesitam em assassinar manifestantes indefesos, como a jovem estudante que se tornou símbolo mundial da resistência iraniana. Presos, torturados, sexualmente violentados nas prisões, os opositores são condenados, alguns à morte, em julgamentos monstros que lembram os processos estalinistas de Moscou.

Como reagiríamos se apenas um décimo disso estivesse ocorrendo no Paraguai ou, digamos, em Honduras, onde nos mostramos tão indignados ao condenar a destituição de um presidente? Enquanto em Tegucigalpa nos negamos a aceitar o mínimo contacto com o governo de fato, tem sentido receber de braços abertos o homem cujo ministro da Defesa é procurado pela Interpol devido ao atentado ao centro comunitário judaico em Buenos Aires, que causou em 1994 a morte de 85 pessoas?

A acusação nesse caso não provém dos americanos ou israelenses. Foi por iniciativa do governo argentino que o nome foi incluído na lista dos terroristas buscados pela Justiça. Se Brasília tem dúvidas, por que não pergunta à nossa amiga, a presidente Cristina Kirchner?
Democracia e direitos humanos são indivisíveis e devem ser defendidos em qualquer parte do mundo. É incoerente proceder como se esses valores perdessem importância na razão direta do afastamento geográfico.

Tampouco é admissível honrar os que deram a vida para combater a ditadura no Brasil, na Argentina, no Chile e confratenizar-se com os que torturam e condenam à morte os opositores no Irã. Com que autoridade festejaremos em março de 2010 os 25 anos do fim da ditadura e do início da Nova República?

O extremismo e o gosto de provocação em Ahmadinejad o converteram no mais tristemente célebre negador do Holocausto, o diabólico extermínio de milhões de seres humanos, crianças, mulheres, velhos, apenas por serem judeus. Outros milhares foram massacrados por serem ciganos, homossexuais e pessoas com deficiência. O Brasil se o rgulha de ter recebido muitos dos sobreviventes desse crime abominável, que não pode ser esquecido nem perdoado, quanto menos negado. O mesmo país que tentou oferecer um pouco de segurança e consolo a vítimas como Stefan Zweig e Anatol Rosenfeld agora estende honras a alguém que usa seu cargo para banalizar o mal absoluto?

As contradições não param por aí. O Brasil aceitou o Tratado de Não Proliferação Nuclear e, juntamente com a Argentina, firmou com a Agência Internacional de Energia Atômica um acordo de salvaguardas que abre nossas instalações nucleares ao escrutínio da ONU. Consolidou com isso suas credenciais de aspirante responsável ao Conselho de Segurança e expoente no mundo de uma cultura de paz ininterrupta há quase 140 anos com todos os vizinhos. Por que depreciar esse patrimônio para abraçar o chefe de um governo contra o qual o Conselho de Segurança cansou de aprovar resoluções não acatadas, exortando-o a deter suas atividades de proliferação?

Enfim, trata-se da indesejável visita de um símbolo da negação de tudo o que explica a projeção do Brasil no mundo. Essa projeção provém não das ameaças de bombas ou da coação econômica, que não praticamos, mas do exemplo de pacifismo e moderação, dos valores de democracia, direitos humanos e tolerância encarnados em nossa Constituição como a mais autêntica expressão da maneira de ser do povo brasileiro.

JOSÉ SERRA, 67, economista, é o governador de São Paulo. Foi senador pelo PSDB-SP (1995-2002) e ministro do Planejamento e da Saúde (governo Fernando Henrique Cardoso) e prefeito de São Paulo (2005-2006).

fonte: Folha de São Paulo

Rizzolo: Bem, concordo em tudo que o governador Serra alegou. Contudo, como a visita já ocorreu, nos resta apenas ter no presidente Lula uma postura em defesa da comunidade judaica brasileira e internacional, balizando os eventuais comentários tendenciosos do presidente do Irã, demonstrando que o Brasil não compactua desse antissemitismo, ou de condutas que ferem os direitos humanos. Tenho absoluta certeza que o presidente Lula jamais deixará respingar no Brasil o ódio antissemita, discriminatório, e tentará numa postura conciliatória obter um rascunho de paz numa região tão abalada como o Oriente Médio. Posso ser ingênuo, mas acredito no presidente Lula em relação a esta questão.

Esperando pelo Perdão

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Cena de Yom Kippur numa Sinagoga na época medieval

Neste domingo, ao final da tarde, se dará o início ao Yom Kipur. Portanto, retornarei nesta segunda-feira após 21 horas, pois ainda pretendo passar, após a quebra do jejum, na casa de um rabino amigo meu para tomar um “lechayim”, (geralmente vodka).

Como meu jejum é completo, sem água inclusive -iniciando-se domingo às 18:00 – espero novamente estar ao lado de vocês, bem disposto, após o horário referido (21:00 de segunda). A todos os meus leitores, que são meus amigos invisíveis, saibam da minha mais profunda admiração, carinho e respeito que tenho por todos, por este Brasil imenso.

Obrigado por me acompanharem nas minhas reflexões, nos meus pensamentos, no ano que passou. Continuem divulgando o Blog do Rizzolo, prestigiando este humilde espaço, minha mídia é apenas você, meu leitor e amigo, mais ninguém !

Tenho tentado nos meus escritos externar o que eu penso, sob uma visão ética, na defesa dos mais pobres, dos esquecidos, dos desvalidos, defendendo meu ponto de vista sem uma conotação ideológica marxista, ateista ultrapassada, mas numa visão humana, religiosa, firme e de bom senso. Até mais queridos amigos !

Fernando Rizzolo

Um pouco da história

O nome Yom Kipur – Dia do Perdão – nos informa de um aspecto apenas de sua significação. “Porque neste dia se fará expiação por vós para purificar-vos de todos os vossos pecados; Perante Ad-nai ficareis purificados (Lev.XVI,30).

Isso é Yom Kipur, perdão e purificação, esquecimento dos erros e extirpação das impurezas da alma. Nobres conceitos que se tomam em sua acepção mais ampla. Não se trata unicamente do perdão Divino, que se invoca mediante a confissão das faltas e as práticas de abstinência, mas, também, do perdão humano, que exige o desprendimento da vaidade e contribui para a elevação moral. Quando chega Yom Kipur, cada judeu deve estender ao seu inimigo uma mão de reconciliação, deve esquecer as ofensas recebidas e desculpar-se pelas feitas aos outros, pois, limpo de todas as suas escórias físicas e morais, deve comparecer perante o Tribunal de D`us.

Durante um dia inteiro ele permanece diante desse Tribunal numa ampla confissão de suas culpas, em humildade e arrependimento, não com o fim de rebaixar sua dignidade humana, mas para elevar-se acima de suas misérias morais e apagar toda sombra de pecado em seu interior. E assim, depurado, vislumbrar com mais claridade os caminhos do bem.

Yom Kipur é data de jejum absoluto que se interpreta não somente como uma evasão do terreno, mas como uma prova de nossa força de vontade sobre os apetites materiais que tantas vezes conduzem ao pecado. Por último, o jejum nos faz sentir na própria carne os padecimentos de tantos seres humanos que, por falta de meios, sofrem fome, sede, fraqueza, vítimas da mais profunda miséria.

por Isaac Dahan

Veja Também: Silvio Santos fala sobre o Yom Kippur

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O Egito e o Itamaraty

A relação histórica entre o povo judeu e o Egito sempre foi conturbada. No Antigo Testamento a saga da escravidão, do sofrimento, da exploração é narrada com detalhes e nos mostra o quanto difícil foi se libertar de Mizraim (Egito em Hebraico). Como que se numa dinastia espiritual vivêssemos, encontramos de tempos em tempos figuras que mimificam personagens que reinam no imaginário judaico, desta feita alguém diretamente do Egito, o que o torna deploravelmente especial do ponto de vista antissemita.

Mas o mais triste do que ouvir a afirmação de Farouk Hosny, ministro da Cultura egípcio, que “queimaria qualquer livro israelense que encontrasse nas bibliotecas do Egito”, é saber que Hosny rima com Itamaraty, o que a primeira vista pouco poderia interessar, a não ser a rima política ideológica no apoio do Brasil à sua candidatura ao cargo de diretor-geral da Unesco. Por legítimo protesto histórico, decidi então chamá-lo de Faráo(uk) Hosny, fazendo com que o seu nome rimasse de forma consoante, às sua proposições antissemitas vindas do velho Egito.

É claro que especula-se em vista disso, vantagens num eventual apoio na candidatura à chefia de outro organismo da ONU por um brasileiro, mas adentrarmos nesta seara especulativa, não seria de boa alvitre pois poderíamos nos dar conta do efeito da “bomba atômica diplomática” que nos espera; até porque como se não bastasse, o Brasil de Celso Amorim e Lula, afirma defender o programa nuclear iraniano. Em outras palavras, corremos por fora do ” politicamente correto” em termos de diplomacia política; passando por um antissemitismo, que esbarra na proliferação de armas nucleares, e terminando ao nos solidarizarmos com regimes militares e pouco democráticos como o da família Mubarak.

Faraó(uk) Hosny e o Itamaraty. Bem que poderia não ser assim, tampouco rimar. Queimar livros e incitar o antissemitismo poderia já ser o suficiente para o Brasil não apoiar Hosny que vem do Egito, do velho e conhecido Egito. Aliás como dizia Mahatma Gandhi ” Se quisermos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova”, e essa história do Egito nós já conhecemos…e muito bem..

Fernando Rizzolo