Néstor Kirchner, o líder que deu sentido à luta de uma geração

“Um dirigente nacional e internacional que acreditava no multilateralismo”, lembrou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. “Que grande perda sofre a Argentina e nossa América! Viva Kirchner para sempre!”, postou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, no Twitter. “Foram notáveis seu papel na reconstrução econômica, social e política de seu país e seu empenho na luta comum na integração sul-americana”, destacou o presidente Lula.

Por André Cintra e Priscila Lobregatte

De várias maneiras, a notícia da morte de Néstor Kirchner comoveu tanto o povo argentino quanto a comunidade internacional. Vítima de uma parada cardiorrespiratória, o ex-presidente argentino (2003-2007) faleceu subitamente, na manhã desta quarta-feira (27), aos 60 anos.

Às inúmeras reações de pesar, somaram-se as primeiras análises sobre o legado histórico de Kirchner, espalhadas mundo afora pelas agências de notícias. Ele foi retratado como “homem que mudou o rosto da Argentina”, “líder latino-americano e figura-chave do movimento peronista”, “grande defensor da democracia”, “homem forte da Argentina do início do século 21”, “líder-chave da América Latina” e “símbolo da luta por um mundo melhor”.

Num continente historicamente oprimido — da colonização europeia ao imperialismo norte-americano, dos regimes militares aos governos neoliberais —, Kirchner foi o líder político que mais alçou os direitos humanos ao primeiro plano. Motivos não lhe faltavam. Em sete anos (1976-1983) sob a ditadura de Videla, Galtieri e cia., a Argentina contabilizou 30 mil mortos e desaparecidos políticos — as vítimas do terrorismo de Estado.

Logo depois da redemocratização — com a ascensão de um civil, Raúl Alfonsín, à Presidência —, o decreto 158 pôs os líderes das juntas militares no banco dos réus. A Conadep (Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas) iniciou uma investigação profunda sobre os crimes de lesa-humanidade da ditadura argentina, e todos os ex-presidentes do regime foram condenados à prisão.

Até que a promulgação, em 1986, das infames leis da “Obediência Devida” e do “Ponto Final” — também conhecidas como “leis de anistia” — legitimou a impunidade. A forte reação das Forças Armadas, ainda no governo Alfonsín, conseguiu paralisar os julgamentos e criar um clima de guerra civil. Sob o pretexto da governabilidade — e o temor do confronto —, os sucessivos governos desprezaram a luta pelo direito à justiça e à verdade. Em 1990, o presidente Carlos Menem, sucessor de Alfonsin, pôs em liberdade os líderes da ditadura.

Praça de Maio

Enquanto isso, setores organizados da sociedade civil — com destaque para as persistentes Mães e Avós da Praça de Maio — mantiveram a batalha contra a impunidade na ordem do dia. A luta dessas ativistas ganhou a adesão de movimentos sociais, políticos, juízes, artistas, esportistas e outras personalidades. Foram quase duas décadas de perseverança, heroísmo e obstinação.

O que mudou para sempre a história foi a surpreendente ascensão de Kirchner à Casa Rosada. De político relativamente desconhecido na Argentina até as eleições presidenciais de 2003, o ex-intendente (prefeito) de Rio Gallegos e ex-governador de da província de Santa Cruz se viu ante o desafio de enfrentar a crise política, econômica e social que deixou 60% dos argentinos vivendo na pobreza. Um colapso inimaginável para uma nação que, um século antes, detinha metade do PIB sul-americano e se considerava “um pedaço da Europa perdido na América por um esquecimento de Deus”.

Kirchner, uma vez empossado, liderou não apenas a superação da crise — mas também a recuperação do orgulho argentino. Num golpe ao receituário neoliberal, lançou políticas desenvolvimentistas centradas no Estado e abriu mão do Fundo Monetário Internacional. A economia cresceu a taxas anuais de 8%, e o desemprego recorde despencou.

Para se livrar da corrupção, Kirchner fez uma “limpeza” audaciosa nas Forças Armadas, no Poder Público e também no Judiciário — símbolos, todos eles, de corrupção. Ao priorizar o diálogo com países vizinhos, fortaleceu o Mercosul a ajudou a impulsionar a integração latino-americana.

Com razoável aprovação popular e diante de uma nova correlação de forças nos meios militares, o governo encarou um de seus mais ousados desafios: o enfrentamento aos fantasmas e aos esqueletos da ditadura. Em poucos dias de gestão, Kirchner autorizou a extradição de torturadores de outros países e afastou militares que serviram aos aparelhos de repressão, sobretudo à Escola de Mecânica da Armada (Esma).

No ano de 2004, a Corte Suprema, sensível aos novos tempos, decidiu que crimes de lesa-humanidade — como genocídio, execução, tortura e desaparecimento — são imprescritíveis. Os militares foram também obrigados a desocuparem a Esma, que foi transformada em museu, sob uma administração conjunta que incluía as Mães da Praça de Maio.

Um ano depois, Kirchner derrubou as leis da Obediência Devida e do Ponto Final — passo decisivo para dar fim às “soluções negociadas”, à conciliação conservadora, à impunidade. Com isso, a Argentina voltou a julgar — e a condenar — dezenas de agentes do criminoso ciclo autoritário e abriu um sem-número de arquivos do regime.

“A vida pelo país”

Com Kirchner, pela primeira vez um governo recebeu o apoio das mães e avós que levaram sua mensagem da Plaza de Mayo para o mundo. “Nosso país necessitava muito desse homem. Foi uma pessoa indispensável”, afirmou nesta quarta-feira Estela de Carlotto, presidente da associação Avós da Praça de Maio, ao comentar a morte de “um amigo que deu a vida pelo seu país” — “um homem que entrou nas nossas casas como um só”.

Já as Mães da Praça de Maio expressaram que choram por Kirchner tal como choraram por seus filhos que desapareceram durante a ditadura. “Com o mesmo compromisso da promessa que fizemos a nossos filhos, não abandonaremos a luta”, garantiu, em nota, a presidente da organização, Hebe de Bonafini.

Na noite desta quarta-feira, milhares de argentinos tomam a Praça de Maio, em ato massivo em frente à Casa Rosada. Sobreviventes da ditadura militar, familiares das dezenas de milhares de vítimas, ativistas de direitos humanos e outros tantos argentinos se despedem de um presidente que, mais do que alento, deu sentido à luta de uma geração.

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Rizzolo: A Argentina e a América Latina choram a perda de um grande lider, que o companheiro Nestor Kirchner descanse em paz !!

Morre o ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner

O ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner (2003-2007) morreu nesta quarta-feira (27) em El Calafate, informam os jornais argentinos. Casado com a atual governante do país, Cristina Kirchner, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória, com morte súbita, diz a imprensa local. Segundo um médico da equipe presidencial, que falou ao El Clarín, Néstor Kirchner ainda foi levado ao hospital da cidade, mas não foi possível reanimá-lo.

O diário afirma que Kirchner e sua mulher, descansavam em sua casa de El Calafate desde o último fim de semana. Por causa da realização do censo nacional, nesta quarta-feira, é feriado na Argentina. Ainda não houve boletim médico oficial sobre a morte.

O ex-presidente havia passado por duas cirurgias de emergência em 2010, em fevereiro e setembro, por obstrução em artérias coronárias. Na última, foi submetido a uma angioplastia e lhe colocaram um stent.

Biografia

Néstor Carlos Kirchner nasceu em 25 de fevereiro de 1950, província de Santa Cruz, na região argentina da Patagônia. Antes de chegar à Presidência, foi advogado e governador da Província de Santa Cruz.

Néstor assumiu a Presidência em 25 de março de 2003. Ele comandou o processo de recuperação da Argentina, após o governo neoliberal e pró-estadunidense do ex-presidente Carlos Menem e a grave crise pela qual o país atravessou em finais dos anos 1990 e nos dois primeiros anos do século 21.

Deixou o governo em dezembro de 2007 com popularidade em alta: segundo o instituto de pesquisa privado Ibarómetro, o presidente saiu do governo com imagem positiva para 55,3% dos argentinos.

Foi um partidário da integração sul-americana, desempenhando papel ativo nos esforços dos governos democráticos e progressistas da região para atuar de maneira soberana no cenário internacional. Atualmente, Kircher ocupava o cargo de secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

Com agências
Rizzolo: Muito mais do que uma perda para a Argentina, a morte de André Kirchner foi uma perda para a América Latina. Néstor Kirchner nasceu na província de Santa Cruz, na Argentina, em 25 de fevereiro de 1950. Formado em Direito, antes de ser presidente da República governou durante 12 anos a província sulista na qual nasceu.

Após 14 horas de debates, Argentina aprova casamento entre pessoas do mesmo sexo

BUENOS AIRES – Na madrugada desta quinta-feira, 15, depois de 14 horas de debates intensos, o Senado argentino aprovou o projeto de lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Do total de senadores presentes, 33 votaram a favor. Outros 27 senadores votaram contra. Três parlamentares abstiveram-se.

Desta forma, a Argentina tornou-se o primeiro país da América Latina a contar com o casamento homossexual e o segundo em todo o continente americano (na América do Norte, o Canadá conta com legislação similar).

A votação desta madrugada também torna a Argentina no décimo país em todo o mundo a oficializar o casamento homossexual (já existe na Holanda, Bélgica, Noruega, Suécia, Islândia, Portugal, Espanha, África do Sul e Canadá).

O projeto causou profundas divisões nas fileiras do próprio governo da presidente Cristina Kirchner, que respaldou a ideia, originalmente apresentada pelo Partido Socialista. Além disso, o casamento homossexual também gerou divisões dentro dos diversos partidos da oposição. Diversos senadores governistas votaram contra o projeto, enquanto que muitos parlamentares da oposição respaldaram a lei de casamento homossexual.

‘Guerra de Deus’

A cúpula da Igreja Católica posicionou-se contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo de forma categórica. Nas últimas semanas, o primaz da Argentina, cardeal Jorge Bergoglio, havia convocado uma campanha contra o casamento homossexual. O cardeal definiu sua batalha contra o projeto de lei como uma “Guerra de Deus” (Bergoglio foi um “papável” que no último conclave no Vaticano ficou em segundo lugar na votação para escolher o novo Sumo Pontífice, ficando atrás de Joseph Ratzinger, que foi eleito papa).

O bispo de Río Cuarto, monsenhor Eduardo Martín, sustentou que os homossexuais colocam em risco o “futuro da pátria”.

No entanto, diversos padres em dezenas de paróquias do país respaldaram a iniciativa, indo na contra-mão da alta hierarquia. O projeto de lei também provocou divergências entre pastores de igrejas evangélicas e entre rabinos da comunidade judaica.

O debate sobre o casamento entre homossexuais gerou a maior discussão na sociedade argentina desde a votação da lei do divórcio em 1987.

Uma pesquisa divulgada ontem, elaborada pela consultoria Ipsos Mora y Araujo indicou que 54% dos argentinos estão a favor da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Outros 44% estavam contra, enquanto que 2% não contavam com opinião formada sobre o assunto.

Michelangelo

Do lado de fora do edifício do Congresso Nacional milhares de pessoas, vinculadas a movimentos de defesa dos direitos humanos e de minorias sexuais, celebraram o resultado da votação.

Perto dali, grupos de católicos que opunham-se ao casamento entre pessoas do mesmo sexo choravam enquanto seguravam estátuas da Virgem Maria. Os integrantes destes grupos rezavam o rosário e alertavam para o iminente “Apocalipse” que assolaria a Argentina.

Durante os debates no plenário, o senador Eduardo Torres, a favor do projeto, destacou que os setores do clero que realizaram campanha contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo “deveriam recordar que no Vaticano, o centro do catolicismo, os murais que decoram a Capela Sistina, entre elas ‘A criação de Adão’, foram realizadas pelo pintor Michelangelo…famoso por ser homossexual!”.
agência estado

Rizzolo: A dinâmica só substrato social é o que determina a democracia, a legislação, os costumes. Não há como ignorar a realidade das uniões do mesmo sexo, o que por lógica tais relacionamentos devem ter o respaldo da Lei, até para que haja segurança jurídica entre as pessoas do mesmo sexo, que por opção, vivem juntas. As ideias conservadoras, devem se adequar à realidade assim como a legislação. Sou totalmente à favor da regulamentação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, e se eleito, lutarei para que isso se torne um realidade no nosso país.

” Chega de corrupção e rolo, para Deputado Federal Fernando Rizzolo PMN 3318 “

Jornal argentino critica posição de Serra sobre Mercosul

O jornal argentino Clarín questionou as declarações de José Serra, pré-candidato tucano à presidência da República, que classificou o Mercosul como uma “farsa” e “um obstáculo para que o Brasil faça seus próprios acordos individuais em comércio”. As declarações foram feitas durante encontro de Serra com empresários na Federação de Indústrias de Minas Gerais (FIEMG).

Por Marco Aurélio Weissheimer, em Carta Maior

Serra disse ainda que “não tem sentido carregar o Mercosul” e que “a união aduaneira é uma farsa exceto quando serve para impor barreiras” ao Brasil.

As declarações do ex-governador de São Paulo surpreenderam negativamente várias lideranças latinoamericanas pelo desprezo que revelaram em relação ao processo de integração na América Latina. A sinalização de Serra foi clara: caso seja eleito, é o fim da integração.

As declarações do tucano, assinalou o Clarín, retomam teses já defendidas por ele quando foi derrotado por Lula em 2002. Essa visão, diz o jornal argentino, “supõe que o Brasil deva se afastar de Argentina, Paraguai e Uruguai, porque é a única maneira para seu país formar áreas de livre comércio com Estados Unidos e Europa, sem necessidade de “rastejar” diante de seus sócios”. Uma resolução do Mercosul, lembrou o jornal, estabelece que nenhum dos países do bloco pode realizar acordos comerciais separadamente sem discutir com os demais.

O Clarín também ironizou algumas afirmações do tucano. Serra disse que, sob um eventual governo seu, o mais importante será aumentar as exportações. “O certo”, diz o jornal”, “é que essa foi uma conquista obtida por Lula: desde que iniciou seu governo, no dia 1° de janeiro de 2003, o presidente conseguiu passar de 50 bilhões de vendas ao exterior para 250 bilhões. Ou seja, quintuplicou a presença brasileira nos mercados mundiais”.

Ao qualificar o Mercosul como uma farsa, Serra parece desconhecer, diz ainda o jornal, que o grosso das exportações industriais do país tem como destinatários países da América Latina. “Segundo estatísticas oficiais, 90% das vendas de produtos manufaturados de Brasil no mundo ocorrem no Mercosul e em mercados latinoamericanos”, diz ainda a publicação Argentina, que conclui:

“O candidato socialdemocrata evitou dizer como pretende reformular a posição do Brasil. Mas ignora que não é simples passar, como pretende, de um mercado comum definido por uma unia aduaneira a uma simples zona de livre comércio como a que existe no NAFTA. Ele pode desde já conquistar o desprestígio regional, além de submeter-se a severas punições por conta da ruptura de contratos internacionais”.

Vermelho

Rizzolo: Como já comentei anteriormente, é desastrosa essa afirmação e vai ao encontro dos interesses internacionais que conta com a fragmentação do Bloco latino americano. Não é possivel surgir propostas com esta, que são a expressão da marcha a ré dos avanços nos entendimentos entre a s nações do sul. Será que esse é o pensamento de Serra, ou pertence à cartilha do PSDB ? Muito preocupante afirmações como esta…

Serra ataca integração do Brasil com vizinhos

O pré-candidato tucano à Presidência da República, José Serra (PSDB/SP), atacou o Mercosul, afirmando que o bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela “é uma farsa”, que “só serve para atrapalhar”. “O Mercosul é uma barreira para o Brasil fazer acordos comerciais”, disse Serra, sugerindo que a melhor forma de fomentar as exportações seria o fim do Mercosul para “criar uma zona de livre comércio”.

O ex-governador de São Paulo participou, na última segunda-feira (19), de um encontro com empresários reunidos pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). No evento, Serra insinuou que a participação do país no Mercosul “não faz sentido”, menosprezando o papel desempenhado pelo bloco na integração econômica do Brasil com os países vizinhos.

O tucano fez questão de ignorar, por exemplo, que dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em janeiro passado, apontaram que a corrente de comércio com a Argentina – principal vizinho do bloco – em 2009 ocupou o terceiro lugar entre os parceiros comerciais do Brasil, com valor superior a 24 bilhões de dólares, atrás apenas de China (US$ 36.102) e Estados Unidos (US$ 35.922).

Somando o fluxo de comércio com a Venezuela, cuja integração plena ao Mercosul ainda não foi concretizada, o valor ultrapassa 28 bilhões de dólares. O incremento da corrente de comércio (soma das exportações e importações), que serve para medir o fluxo comercial entre dois países ou blocos econômicos, é um retrato evidente de como o fortalecimento que o Mercosul teve a partir da posse de Lula alterou o modelo de inserção subordinada aos países ricos.

O Mercosul teve suas bases estruturais lançadas no Protocolo de Ouro Preto (MG), em 16 de dezembro de 1994, que deu sequência ao Tratado de Assunção (Paraguai), em 1991.

Na reunião com os empresários, o pré-candidato do PSDB disse que poderá promover uma revisão em todos os contratos de empresas privadas com a União caso seja eleito. Segundo Serra, os financiamentos do BNDES também serão redirecionados.

Além de palestra na Fiemg, Serra seguiu o mesmo roteiro feito pela ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à presidência, em sua visita a Belo Horizonte. Teve uma reunião com políticos locais e deu entrevista à Rádio Itatiaia, onde declarou que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) “não existe”. “O PAC é uma lista de obras, vamos ser realistas. A maior parte não foi feita. As obras, a gente tem que definir, tocar e fazer acontecer”, alegou, quando questionado se daria continuidade às obras do programa.
hora do povo

Rizzolo:Existem certas afirmações que nos fazem saltar os olhos. Mesmo em reuniões informais, opiniões diversas, infundadas, não podem ser levadas em consideração e devem ser respeitadas, agora quando um pré – candidato faz uma afirmação desse tipo, alegando que o Mercosul tem que ser revisto, ignorando os avanços comerciais que houveram na região, é desastroso e também preocupante. É claro que para as grande potências não interessa uma América Latina unida , coesa. Portanto o pré candidato apregoa algo não do interesse comum da região, haja vista os números apresentados no texto, mas provavelmente propostas dos países desenvolvidos que apostam nessa fragmentação.

Lula critica ONU e pede debate sobre Ilhas Malvinas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta terça-feira (23) o início de um debate na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a polêmica envolvendo a exploração petroleira nas Ilhas Malvinas por uma empresa britânica, criticada pela Argentina.

Lula fez a declaração na Cúpula do Grupo do Rio, no México, evento no qual representantes de 32 países da América Latina e do Caribe estiveram reunidos. No encontro, os líderes aprovaram por unanimidade a reivindicação da Argentina pela soberania sobre as ilhas.

Os argentinos não aceitam a ação da empresa Desire Petroleum na região e se baseiam em uma resolução da ONU de que nada poderia ser feito nas ilhas sem o consentimento dos dois países, que entraram em guerra em 1982 pela posse das ilhas.

‘Qual explicação?’

Durante a cúpula, Lula disse não ser possível que a Argentina não tenha soberania sobre as Malvinas e que esse direito seja exercido por um país a 14 mil quilômetros de distância.

“Qual é a explicação política das Nações Unidas para que não tenham tomado uma decisão? Será o fato de a Inglaterra participar como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas a razão para que eles podem tudo e os outros não podem nada?”, indagou Lula. “É necessário que comecemos a lutar para que o secretário-geral das Nações Unidas reabra este debate com muita força dentro das Nações Unidas”, afirmou.

“Não é possível que as Nações Unidas continuem com um Conselho de Segurança que seja representado pelos interesses políticos da Segunda Guerra Mundial, que não levem em conta todas as mudanças que ocorreram no mundo”, disse Lula. “A ONU se distancia e os países individualmente se ocupam de seus assuntos, porque a ONU perdeu representatividade”, afirmou.
globo

Rizzolo: Essa disputa pela soberania das ilhas Malvinas ou Falklands nunca terá fim, o bom seria o Brasil não se envolver nessa discussão, quem teria ainda maior legitimidade para discutir essa disputa,se assim fosse, seria os franceses que foram os primeiros a lá se estabelecer. O governo argentino volta à discussão com a pura finalidade política nacionalista, um problema que na realidade vem ao socorro interno fruto da fragilidade política e econômica do governo de Cristina Kirchner.

Cristina Kirchner é ameaçada de morte em transmissão de rádio

BUENOS AIRES – A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, recebeu ameaças de morte por uma frequência de rádio enquanto ia de helicóptero para o trabalho e o chefe de gabinete disse nesta segunda-feira, 14, que as ameaças foram levadas a sério.

As comunicações de rádio entre o piloto do helicóptero e a torre de controle foram interrompidas na sexta-feira por alguém que dizia “mate ela” e “mate a égua”, como frases obscenas, de acordo com uma gravação de áudio exibida no canal C5N de televisão. Por vários segundos, uma marcha militar é escutada como pano de fundo.

O chefe do gabinete, Aníbal Fernández, disse à estação 10 de rádio que as ameaças foram “muito sérias” e ainda estão sob investigação. Ele disse que o objetivo das ameaças era criar medo, “mas elas não conseguirão isso”.

O governo suspeita que partidários da ditadura militar argentina (1976-1983) podem estar por trás das ameaças. Elas foram feitas no mesmo dia de um julgamento histórico de 19 oficiais militares da época da ditadura, acusados de torturas milhares de presos políticos.

agencia estado

Rizzolo: Não existem provas de que são estas pessoas que a ameaçaram, mas a probabilidade é que tais ameaças tenham realmente vindo dos partidários da ditadura militar. No Brasil ainda prevalece o bom senso da interpretação da Lei de Anistia, uma lei ampla e irrestrita que, muito embora muitos não admitam, beneficiou ambos os lados. Fora isso são questões interpretativas que não valem a pena serem rediscutidas, vamos evoluir, crescer, e pensar no povo brasileiro.

Governo argentino eleva taxas de importação

O Senado da Argentina aprovou na última semana de outubro o Projeto de Lei que estabelece novos impostos para produtos eletrônicos que não são fabricados no país. Apresentado pela presidente Cristina Kirchner, o Projeto eleva de 10,5% para 21% a carga tributária sobre as importações de equipamentos como celulares, GPS, TVs, DVDs, máquinas fotográficas, entre outros.

A ministra de Indústria e Turismo, Débora Giorgi, afirmou que a política de incentivar a produção de equipamentos eletrônicos no país não deve ser entendida como um “impostaço”, com o objetivo do governo fazer caixa, lesando os consumidores – acusação de várias multinacionais com sede no Brasil e no México, principalmente-, mas que visa “um renascer tecnológico para o setor”.

“Dizem que com a Lei não só vai aumentar o preço dos produtos e ampliar a brecha digital em nosso país. Não é verdade, vamos é reduzir a brecha digital, pois hoje pagamos os celulares mais caros do mundo. Qual é o mistério para produzir aqui esses aparelhos, se a Argentina tem um avanço científico reconhecido até em áreas sofisticadas como a nuclear?”, declarou.

“A Argentina está importando produtos tecnológicos por 2 bilhões e meio de dólares, e o conjunto total de eletrodomésticos, chega aos 6 bilhões de dólares. A aprovação da Lei implica em menos recursos saindo do país, mais independência econômica e mais empregos para os argentinos”, destacou Cris-tina Kirchner.

Mesmo que o projeto apresentado não estabeleça uma clara diferença entre as empresas compro-vadamente nacionais e os monopólios estrangeiros estabelecidos no país, os fabricantes multinacionais de produtos eletrônicos que exportam para Buenos Aires promoveram um intenso lobby contra os impostos. “O governo deu um passo à frente com essa Lei, mais ainda devemos avançar mais. Não podemos só nos contentar com produzir produtos eletrônicos aqui. Temos que industrializar o país, não precisamos de multinacionais que sugam nossos recursos. Temos técnicos, cientistas, trabalhadores experientes, capazes, podemos retomar o exemplo plantado pelo presidente Perón que substituiu importações, e organizou um país auto-suficiente”, assinalou Hugo Moyano, presidente da CGT Argentina.

Hora do Povo

Rizzolo: O desenvolvimento da indústria nacional , deve passa forçosamente por um brando protecionismo. Absorver tecnologia, mesmo que adquirindo know-how, e fabricar no país ao invés de importa-los, é desenvolver a industria nacional do ponto de vista tecnológico, tornando-a capaz de produzir bens sofisticados. O imposto ora em questão, vem ao encontro à formação na Argentina de um polo industrial capaz tecnologicamente. No Brasil precisamos prestigiar a indústria nacional, nesse esteio de entendimento, ou seja, tornar as importações mais caras destes produtos para transferir tecnologia e fabricá-los aqui. Esse é o caminho.

Argentina descriminaliza maconha para uso pessoal

A Suprema Corte de Justiça da Argentina declarou inconstitucional, nesta terça-feira, a penalização de adultos que estejam portando “pouca quantidade” de maconha “para uso pessoal e sem riscos para terceiros”.

Por unanimidade, os sete juízes do mais alto tribunal argentino entenderam que essa é uma questão de privacidade e escapa à possibilidade de punição.

Os argumentos usados na decisão – com mais de oitenta páginas – foram a “proteção da intimidade, autonomia pessoal e a necessidade de não criminalizar quem é um doente e já é vítima do consumo da droga”.

A decisão da Suprema Corte foi tomada a partir da análise do caso de cinco jovens que foram presos na cidade argentina de Rosário, no Estado de Santa Fé (nordeste do país), em 2006, com entre um e três cigarros de maconha.

A lei em vigor previa que, em casos assim, as pessoas cumprissem dois anos de prisão.

Os juízes da Suprema Corte, no entanto, absolveram os jovens e declararam inconstitucional a punição ao consumo de maconha em locais privados.

Tráfico

Os magistrados, no entanto, ressalvaram que não decidiram pela “descriminalização” geral do consumo de maconha e outras drogas.

Os juízes defenderam ainda a “busca” e “condenação” dos traficantes de drogas.

“Pedimos a todos os poderes públicos que garantam uma política de Estado contra o tráfico ilícito de drogas e que se adotem medidas de saúde preventivas, com informação e educação que desestimulem o consumo”.

Os juízes sugeriram que estas políticas devem ser orientadas aos menores de idade.

Um dos ministros da Suprema Corte, Carlos Fayt, veterano na casa, afirmou, nesta terça-feira, que tinha mudado seu parecer, já que em 1990 votou pela criminalização do consumo de maconha.

“O tempo e a realidade de hoje me fizeram pensar diferente”, disse Fayat.

Segundo o magistrado, o melhor é travar “uma guerra contra os narcotraficantes, os verdadeiros inimigos”.

Polêmica

A decisão da Suprema Corte dividiu opiniões. Setores da Igreja Católica criticaram a medida.

“A droga é sinômimo de morte e a Igreja está a favor da vida”, diz um comunicado divulgado após um encontro da Pastoral contra Drogas e Dependência no final de semana.

Já o jurista Felix Loñ afirmou que os que consomem narcóticos não são “os culpados”.

“É preciso resgatar os jovens que se drogam. Combater o narcotráfico, mas não os consumidores. Estes são vítimas.”

BBC

Rizzolo: Péssimo exemplo do país vizinho. Todos sabem que qualquer tipo de droga faz mal ao espírito e ao corpo. Liberar o uso e coibir a venda é uma contradição, na visão dos jovens, se esta liberada é porque não faz mal, na verdade está decisão é um retrocesso em termos de saúde pública. Os jovens devem se abster de qualquer tipo de drogas e serem induzidos a ter uma vida saudável, praticando esporte, se dedicando a seguir uma religião, a ter noção do que é bom para saúde, e isso cabe ao Estado proporcionar. Agora liberar maconha incentivando o surgimento de ” fumetas” é uma vergonha. Para os exploradores do povo quanto mais jovens anestesiados melhor .

Kirchner repudia o muro que EUA constrói na fronteira com México

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“Esse indigno muro é uma afronta aos povos do mundo”, denunciou o presidente argentino ao discursar, dia 31, perante o Senado do México

Em visita oficial ao México, o presidente argentino, Néstor Kirchner, expressou na terça-feira, dia 31 de julho, seu repúdio à construção do “indigno muro” que o governo dos Estados Unidos decidiu construir na fronteira com o país, para impedir o ingresso de trabalhadores imigrantes.

Kirchner afirmou que a construção desse muro é “uma afronta contra todos os povos do mundo”, que fere “direitos essenciais do ser humano”. “Como militante político, não como presidente, e em nome da Nação Argentina, quero deixar claro o repúdio do meu povo, de quem vos fala e daqueles que me acompanham, à construção do indigno muro na fronteira entre a irmã nação mexicana e a nação dos Estados Unidos”, ressaltou.

Kirchner, em sua visita ao Senado, perante os parlamentares mexicanos, marcou, sob intensos aplausos, a sua posição de rejeição à construção de um muro de 1126 quilômetros, em vários trechos da fronteira com o México, idealizado pelo governo de George Bush. O projeto começou a tomar forma definitiva no final do ano passado, quando o Congresso norte-americano aprovou o financiamento da lei de segurança interna.

O governo de Felipe Calderón, já questionado pela fraude ocorrida na eleição presidencial, e com a sociedade mexicana revoltada com a barreira a ser instalada na sua fronteira exatamente por aqueles que se arvoram a dar aulas de ‘democracia’ para o mundo inteiro; foi forçado a se opor à medida.

CRISTINA

Nestor Kirchner, acompanhado pela sua esposa, Cristina Fernández, candidata à presidência do país, destacou que a Argentina condena a discriminação e o racismo e é “uma Nação comprometida com a integração”.

“Rogamos para que aqueles que estão construindo esse muro vergonhoso reconsiderem e entendam que o mundo tem que marchar por outros caminhos: o da paz, conciliação, convergência, o respeito à diversidade e às nações do mundo”, disse o mandatário argentino.

Advertiu que “por mais poder que se tenha, nunca se pode ir contra os direitos essenciais, próprios das Nações e dos seres humanos que as integram”.

INTEGRAÇÃO

O presidente Kirchner destacou que “somos uma nação e um governo comprometidos com a integração da nossa América do Sul. Acreditamos na Pátria grande. Trabalhamos forte para a aproximação do México, sua inserção na região latino-americana conjuntamente com todos os povos da América do Sul. Sei que vamos conseguí-lo e vamos escrever a etapa grande de nossa história com coragem, decisão e sem ter velhos preconceitos que tendem muitas vezes a castrar a possibilidade de construir alternativas que permitam materializar projetos progressistas, soberanos e libertários”

Kirchner agradeceu – como o tinha feito em seu primeiro dia de visita no encontro com Felipe Calderón – ao povo mexicano por ter “acolhido e aberto suas portas a milhares de exilados” durante o período da ditadura que infelicitou o país.

O presidente da Comissão Permanente do Senado, Manlio Beltrones, do PRI, disse que “sua presença no nosso país enaltece esta tradição libertária e progressista latino-americana. Acompanhamos e compreendemos o significado que para seu governo e para o povo argentino constitui o esforço pela recuperação econômica com independência e dignidade, sem prejuízo da democracia e a liberdade”.

“Nem a Argentina, nem o México podem aceitar que seu destino se decida fora de suas fronteiras. Por isso devemos avançar pelo caminho latino-americano, com visão progressista, nos libertando da dependência que retarda a nossa marcha”, concluiu.

SUSANA SANTOS
Hora do Povo
Rizzolo: Realmente esse muro é uma vergonha, na verdade denota o a essência do ” muro mental preconceituoso” enraizado na elite americana, esse mesmo muro mental é que tenta isolar os países da América Latina, é a superioridade econômica que procura de todas as formas não perder seu privilégio, utilizando-se de todos os meios. No caso em questão , o muro é uma forma emblemática de segregar o povo mexicano, não culpo o povo americano por isso até porque são vítimas da mídia controlada, e estão sob estado de dormência, são manipulados.

O piro muro é o muro que não se vê , que não se toca, mas está separando pessoas, gerando conflito, é o muro da indiferença, o muro que separa pessoas ricas e poderosas dos pobres e desvalidos e esse muro está sendo construído no Brasil por uma elite perversa , que de todo modo tenta derrubar um operário que sempre lutou para que não haja dois Brasis, o da opulência e da riqueza e outro da miséria, da falta de oportunidade, do abandono.