Lula diz que ninguém está livre da crise e pede novas regras financeiras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que nenhum país está a salvo da crise global, avaliou que o sistema financeiro “ruiu como um castelo de cartas” e pediu novas regras para o setor.

Ele fez as declarações ao inaugurar em São Paulo a reunião de ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20 – grupo formado por países desenvolvidos e emergentes.

“As políticas de cada país não podem transferir riscos injustos a outros países. Cada país deve assumir suas responsabilidades”, disse Lula, que reconheceu que “nenhum país está a salvo da crise financeira”.

Lula fez um apelo por uma revisão do sistema financeiro global que “ruiu como um castelo de cartas” na crise de crédito, e defendeu que os países emergentes precisam ter mais voz nas decisões-chave.

Na abertura da reunião de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20, Lula criticou a “fé dogmática na não-intervenção” nos mercados adotada por Estados Unidos e outros países.

“É amplamente reconhecido que o G7 sozinho não vai conseguir resolver os problemas do mundo”, disse Lula.

“Precisamos de uma nova governança mais participativa. O Brasil está pronto para assumir suas responsabilidades… É hora de um pacto entre os governos para construir uma nova arquitetura financeira mundial.”

Autoridades do G20 estão reunidas em São Paulo para definir maneiras de lidar com a crise financeira global e preparar a cúpula do próximo final de semana em Washington, que contará com chefes de Estado do grupo que inclui os 19 países mais industrializados do mundo e a União Européia.

Lula reforçou posição já apresentada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na véspera, de que “os países devem evitar a tentação de usar protecionismo” para enfrentar a crise.

Os acontecimentos de 1929 devem servir de lição, segundo o presidente. “Medidas unilaterais só prolongaram o problema e aumentarm a desconfiança”, lembrou.

Para ele, este é o momento ideal para se finalizar as negociações da Rodada de Doha.

“A conclusão da Rodada de Doha deixou de ser uma oportunidade e passou a ser uma necessidade.”

(Com informações de Efe e Reuters)

Rizzolo: Todas as críticas do presidente Lula são válidas, contudo o mundo tornou-se de tal forma globalizado, que as crises se contaminam face à conecxão e a inter relação econômica que existe em todos os países. Que houve falta de regulamentação todos sabem , mas a grande questão é a complexidade das operações financeiras e as sua eventuais características ” toxicas “. As vezes tenho a impressão que Lula ” sindicaliza” sua argumentações, age como um líder sindical na defesa de suas argumenta, pode ser válido, mas como disse de pouco adianta num mundo globalizado economicamente. Temos é que ser rápidos nas decisões e não ficar apenas politizando. Aqui em Paris está muito frio e chuvoso, escrevo este comentário de um bistrô, em Marais, e como estamos 3 horas na frente o shabat aqui já acabou.