Expulso, embaixador dos EUA fala em ‘conseqüências’

LA PAZ – O embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, Philip Goldberg, disse hoje que a decisão do presidente Evo Morales de expulsá-lo teria “sérias conseqüências”. Segundo comunicado divulgado pela embaixada dos EUA em La Paz pouco antes da partida de Goldberg, aparentemente o governo boliviano “não avaliou corretamente” os possíveis desdobramentos do ato.

Evo acusou o diplomata de conspirar e promover a divisão boliviana. O funcionário e o governo norte-americano negam qualquer ação nesse sentido.

Goldberg mencionou o problema do comércio de cocaína na Bolívia. Segundo eles, esse é um problema possível de combater em conjunto. “Mas sem cooperação, nós fracassaremos.”

A Bolívia é o terceiro maior produtor de cocaína no mundo, atrás de Colômbia e Peru. Washington destina US$ 100 milhões anuais à Bolívia para a erradicação de cultivos de coca e fábricas de refino da droga.

Em retaliação ao ato de Evo, os EUA também expulsaram o embaixador boliviano. Além disso, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, também expulsou o embaixador dos EUA, em solidariedade ao colega sul-americano. Também Honduras adiou o recebimento das credenciais de um novo embaixador americano, e o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, descartou ir a um evento no qual estaria o presidente dos EUA, George W. Bush. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado

Rizzolo: Uma atitude deste tipo, de expulsão sem um motivo claro, concreto e óbvio, na leva a pensar que algo muito além da questão política em relação ao governo existe. Com efeito, Washington destina US$ 100 milhões anuais à Bolívia para a erradicação de cultivos de coca e fábricas de refino da droga. Esse tipo de operação dos EUA desagrada a muitos, que de certa forma, apóiam o governo de Evo Morales. Nada justifica uma atitude de expulsão, quer da Bolívia ou da Venezuela; se analisarmos os envolvimentos de forma velada desses países com as Farc, poderemos fazer uma análise até que ponto questões que não se referem à situação política real da Bolívia precipitaram essa absurda postura de expulsão. E a esquerda brasileira, qual a posição a respeito disso? Silêncio, apenas um profundo silêncio, afinal estamos falando de Evo Morales e Chavez os guardiões do ” socialismo bolivariano”. Bom mesmo é o presidente Lula ficar longe desta turma.

Hugo Chávez expulsa embaixador americano da Venezuela

CARACAS – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deu 72 horas para o embaixador americano em Caracas deixar o país, em um ato que disse ser em solidariedade ao governo da Bolívia, cujo representante foi expulso de Washington nesta quinta-feira, 11. “Já basta de tanta merda de vocês, ianques de merda”, declarou o líder venezuelano, em um ato político no Estado de Carabobo.

“Na Venezuela, os povos do mundo têm um país solidário. Há milhões de nós dispostos a lutar pela Bolívia”, continuou. Mais cedo, Chávez disse que se presidente boliviano, Evo Morales, fosse “derrubado” ou “morto” durante os protestos da oposição que agitam a Bolívia, haveria “sinal verde para apoiar qualquer movimento armado” no país.

O líder venezuelano destacou que seu governo “quer a paz”, mas está disposto a “exigir respeito” para os governos e líderes legítimos da América Latina. Na quarta-feira, Evo pediu a expulsão do embaixador americano em La Paz, Philip Goldberg, acusando-o de incentivar o separatismo em seu país.

Nesta quinta, Washington respondeu que a medida foi um “erro grave”, e também expulsou o representante boliviano do país.

A Bolívia vive nesta quinta o terceiro dia consecutivo de violência em várias regiões do país, todas controladas por opositores autonomistas que exigem a restituição de um imposto sobre o gás e o petróleo que antes era repassado para os governos dos departamentos bolivianos e são contra a nova proposta constitucional do governo.

Até agora, o Exército boliviano não interveio na crise, mas Evo alertou que sua “paciência tem limite.”

Agência Estado

Rizzolo:Bem agora eu pergunto: Até quando a esquerda brasileira, muito bem representada no governo do presidente Lula, pode continuar apoiando Chavez nos seus destemperos? Como o Brasil pode se igualar a esse tipo de conduta política marginal, ao embarcar nas propostas de Chavez, no falso conceito de ” solidariedade latino americana “. O Brasil precisa se diferenciar destas posturas, não podemos compactuar e chancelar essa violência ideológica gratuita contra os EUA. Observem o nível de discussão política argumentativa de Chavez para legitimar a expulsão do embaixador. Observem também o silêncio da esquerda, com certeza no fundo estão aplaudindo esse teatro de baixo nível do “socialismo do século 21″. Eu conheço a Venezuela, estive nas favelas de lá, sei que o povo não aprova isso. Ah! Mas o Rizzolo é mal agradecido, foi para lá de graça, a convite e ainda reclama, malha.

Fui, agradeci o convite, tive a oportunidade de conhecer ministros do governo Chavez, apoiei até certo ponto. Mas soube ter bom senso e parar, tive dignidade e reconheci que o caminho estava errado, e acertei, está aí a prova. Pior são aqueles que nunca foram, se consideram da esquerda, e apóiam o que nem sequer conhecem. Terão que pagar a passagem, para reconhecerem que estão errados, porque uma coisa Chavez sabe fazer, não gasta vela boa com defuntos ruins. – obs. o pessoal da esquerda deve estar falando ” que judeu pretencioso, hein ! “…(risos..)

Expulsão de embaixador foi ‘grave erro’, dizem EUA

WASHINGTON – O presidente da Bolívia, Evo Morales, cometeu um “grave erro”, que prejudicou “seriamente” a relação com os Estados Unidos ao expulsar o embaixador americano, afirmou nesta quinta-feira, 11, o Departamento de Estado dos EUA. “A ação do presidente Evo é um grave erro, que prejudica seriamente a relação bilateral”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, lendo um comunicado.

Evo anunciou na quarta-feira a expulsão do embaixador Philip Goldberg. “Eu pedi a nosso chanceler que envie ao embaixador uma mensagem informando-o da decisão do governo nacional e do presidente de que ele precisa retornar ao seu país”, afirmou o presidente em um discurso no Palácio Quemado, em La Paz.

“Sem medo de ninguém, sem medo do império. Hoje, diante de vocês, diante do povo boliviano, declaro o senhor Goldberg, embaixador dos EUA, ‘persona non grata'”, continuou Evo, classificando Goldberg como “especialista em estimular conflitos separatistas.”

Segundo o presidente, o embaixador americano trabalhou entre 1994 e 1996 como “chefe de escritórios do Departamento de Estado para a Bósnia durante a guerra separatista dos Bálcãs” e entre 2004 e 2006 foi chefe de missão em Pristina, Kosovo. “Ali consolidou a separação ou independência dessa região, deixando milhares de mortos.”

“Esta decisão que tomamos é uma homenagem à luta histórica de nossos povos há 500 anos, 200 anos, como também há 20 anos. É uma luta permanente contra um modelo econômico imposto de cima e parafora”, destacou Evo.

O líder boliviano acusa o governo dos Estados Unidos de fomentar o separatismo no país, aprofundando a crise boliviana. Washington negou qualquer ação nesse sentido, considerando as declarações “sem fundamento”. Evo expulsou o embaixador no mesmo dia em que uma explosão em um gasoduto no sul do país prejudicou o envio de gás ao Brasil. O governo qualificou o ato como um “atentado terrorista” e culpou a oposição.
Agência Estado

Rizzolo: É interessante observar o ” modus operandi ” mental de Evo Morales, quando enfim finaliza as conclusões sempre procurando na história, um ” nexo causal” para dar legitimidade as suas teorias conspiratórias. Afirmar, que o embaixador americano trabalhou entre 1994 e 1996 como “chefe de escritórios do Departamento de Estado para a Bósnia durante a guerra separatista dos Bálcãs” e entre 2004 e 2006 foi chefe de missão em Pristina, Kosovo, e ali consolidou a separação ou independência dessa região, deixando milhares de mortos, é uma elucubração esquerdista que salta aos olhos de qualquer trotskista ou stalinista. Baseado em que afirma isso? Tudo a reboque dos chavões “anti imperialistas”, aquelas coisas antigas, ao som de fundo de uma canção de Mercedes Sosa. Enfim chega a ser hilário, o pior é a esquerda brasileira aplaudindo esse teatro.

Bem fez os EUA, em responder na mesma moeda ao expulsar o embaixador da Bolívia. Um leitor fez uma brincadeirinha a meu respeito, disse que meu final, por falar o que me dá na cabeça, um dia será como o do Goldberg. Se depender daqueles que flertam com a falta de democracia, e como não sou diplomata, realmente vou ter que ir para Israel.

Opositores explodem gasoduto boliviano que abastece o Brasil

LA PAZ – A companhia petrolífera estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) informou nesta quarta-feira, 10, que um “atentado terrorista” atribuído a manifestantes opositores ao governo do presidente Evo Morales provocou destruição em um gasoduto, forçando um corte de 10% no fornecimento de gás que o país envia ao Brasil. O duto, que extrai gás de vários campos na região, está localizando na região de Chaco, no sul do país, segundo a agência Reuters. Sua reparação irá demorar cerca de 20 dias e as perdas totais superam US$ 100 milhões, declarou o presidente da YPFB, Santos Ramirez.

Segundo ele, 3 milhões de metros cúbicos de gás deixarão de ser fornecidos ao País – diariamente, a empresa enviava 31 milhões de metros cúbicos. Ramirez explicou que a válvula do gasoduto, localizado a cerca de 50 quilômetros da cidade de Yacuiba, na fronteira com a Argentina, foi danificada por manifestantes antigovernamentais, que tentaram fechá-la violentamente.

De acordo com o jornal argentino Âmbito Financiero, os opositores ainda cortaram o fornecimento de gás para a Argentina. No entanto, o Ministério de Minas e Energia brasileiro negou que a redução de gás tenha ocorrido, dizendo que o recebimento diário continua próximo do nível normal de 31 milhões de centímetros cúbicos. São Paulo é altamente dependente do gás boliviano, e a Petrobrás é a maior investidora externa na Bolívia.

Há mais de uma semana grupos opositores de Evo estão organizando ações como ocupações de estradas, invasões de edifícios públicos e tomadas de postos da fronteira com o Brasil, a Argentina e o Paraguai em cinco departamentos opositores – Santa Cruz, Tarija, Beni, Chuquisaca e Pando.

Além disso, no sul da Bolívia, grupos radicais também ocuparam na madrugada desta quarta, perto da localidade de Villamontes, uma fábrica de envasilhamento de gás liqüefeito de petróleo em bujões.
Os grupos opositores, entre eles uma pessoa disfarçada de militar, atacaram dois soldados que guardavam o local, os desarmaram e invadiram a instalação para causar a suspensão de suas atividades, mostraram os canais de televisão locais.

O objetivo dos manifestantes é protestar contra o projeto de uma nova Constituição, aprovado por parlamentares governistas em novembro, que Evo pretende referendar em votação em dezembro. Os manifestantes exigem ainda a restituição de parcela do imposto sobre gás e petróleo, que era repassada para os governos, mas foi confiscada pelo governo para financiar uma pensão nacional para idosos.

O ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, anunciou que, a partir desta quarta, será disponibilizada uma “maior presença” militar nas instalações petrolíferas para evitar “os atentados criminosos” nessa região produtora de hidrocarbonetos. Também disse que os atentados e a onda de protestos da oposição buscam “sepultar a nacionalização” decretada por Evo em 2006, “levar pela frente o governo e derrubar a democracia.”

Os protestos abrem mais um capítulo da disputa entre o governo Evo e a oposição regional. Eleito em 2005 prometendo refundar a Bolívia, Evo teve seu mandato ratificado no referendo revogatório de agosto com 67% dos votos e agora quer acelerar suas reformas. A oposição resiste e exige que o governo reconheça os estatutos autonômicos aprovados em consultas populares em quatro departamentos.
Agência Estado

Rizzolo: A situação política da Bolívia está se complicando, os opositores do regime de Evo não aceitam o populismo “à la Chavez” para legitimar o projeto de uma nova Constituição, aprovado por parlamentares governistas em novembro, que Evo pretende referendar em votação em dezembro. É claro que este não é o caminho, dessa forma a direita se desmoraliza. Não há como admitir qualquer tipo de manifestação terrorista quer seja de direita ou de esquerda.

É bem verdade que Evo Morales tem abusado da paciência daqueles que defendem a ordem e a democracia, mas nada justifica atos desse tipo. É como sempre digo, o final de todo populismo é trágico, as identitificações ideológicas, as demonstrações de solidariedade latino americana com essa esquerda sem limites leva com certeza a extremismos irresponsáveis como este. Logo surgirão aqueles que dirão que os EUA é que estão patrocinando essa bagunça, que isso é obra do ” imperialismo” e que o índio Morales é uma vítima. Olha nessa bagunça generalizada não existe vítima e sim culpados.