A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse nesta terça-feira, 20, que ela “não é o Pitta e o Lula não é o Maluf”, em resposta à comparação feita pelo pré-candidato do PSDB, José Serra, na semana passada. A ex-ministra, em entrevista concedida para a Rádio Jornal, de Recife, disse que o tucano “muda de posição dependendo da plateia” e defendeu os feitos do governo Lula.
“Eu não sou o Pitta e Lula não é o Maluf”, afirmou Dilma, ao ser questionada sobre a comparação lançada por Serra. A ex-ministra, que já havia adotado um tom mais agressivo ao comparar o tucano a uma “biruta de aeroporto”, voltou a carga e criticou o ex-governador de São Paulo.
Dilma disse que achou “muito estranho” os elogios da oposição ao governo. Segundo a petista, ouvir elogios foi surpreendente “após oito anos de críticas contundentes” da oposição.
A ex-ministra também explicou a declaração sobre Serra parecer uma “biruta de aeroporto”, e disse ter feito o comentário porque considerou que o tucano “muda de posição dependendo da plateia” e isso é “típico de uma biruta de aeroporto”. “Ela age com o vento, se muda pro lado, ela vai”, disse Dilma.
A ex-ministra disse que não se esquecerá de que a oposição chamou “o bolsa família de bolsa esmola”. Para ela, os adversários do governo não percebem que o programa de transferência de renda é “uma das nossas maiores armas na luta contra a miséria”.
MST
Questionada sobre como irá se relacionar com o MST e os movimentos agrários após uma eventual vitória nas eleições, Dilma disse que não considera “cabível” vestir o boné do movimento, como fez o presidente Lula em diversas ocasiões, porque “governo é governo e movimento é movimento”. No entanto, a ex-ministra afirmou ser contra a repressão aos movimentos sociais quando estes fazem “manifestações pacíficas”.
agência estado
Rizzolo: Não resta a menor dúvida que Serra quis desqualificar o governo Lula e a pré candidata Dilma Rousseff quando fez tal comparação. Apenas analisando a afirmação de Serra, tal atitude denota o que eu venho há muito dizendo: falta total de discurso. Mesmo o fato de agora a oposição decidir elogiar o Bolsa Família, quando durante anos criticava o programa duramente, denuncia o óbvio: total falta de discurso. Até entendo a situação política da oposição ao ter que enfrentar um governo com 70% de popularidade, contudo não deixa de ter seu lado cômico.